Protodulia

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São José com o menino Jesus, de Caspar Jele, 1848.

A protodulia (ou suma dulia) é um culto dedicado pelo Cristianismo a São José, pai nutrício de Jesus. José, segundo as Escrituras, é descendente do Rei Davi e esposo da Virgem Maria, Mãe de Jesus pela ação do Espírito Santo.[1] Diferenciando-se de todos os santos, São José é merecedor, na Igreja Católica, de um culto de veneração especial em honra do grau preeminente de sua paternidade, dignidade e santidade, ficando atrás apenas de Maria Santíssima.[2]

Escolástica[editar | editar código-fonte]

Santo Tomás de Aquino, Doutor da Igreja, desenvolveu o tema da devoção a São José:

  • por seu poder de intercessão junto a Jesus Cristo, Filho de Deus e da Sagrada Família, fora do comum em termos de eficácia e universalidade,
  • pelo seu patrocínio e mediação à Igreja (título reconhecido séculos mais tarde pelo Papa Pio IX), em favor das famílias cristãs, dos trabalhadores, dos moribundos e daqueles que aspiram à perfeição.[3]

Encíclica "Quamquam Pluries"[editar | editar código-fonte]

Sobre a devoção a São José, o Papa Leão XIII publicou a encíclica Quamquam Pluries, publicada por ocasião da solenidade da Assunção de Maria, em 15 de agosto de 1889. Embora não use os termos "protodulia" e "hiperdulia", o texto afirma:

É certo que a dignidade da Mãe de Deus repousa tão alto que nada pode ser mais sublime; mas porque um nó conjugal se apertou entre a Santíssima Virgem e José, não há dúvida de que daquela altíssima dignidade, pela qual a Mãe de Deus domina todas as criaturas, ele se aproximou mais do que qualquer outra pessoa. Sendo a união a mais alta sociedade e amizade, a qual por sua natureza está unida à comunhão dos bens, segue-se que, se Deus deu José à Virgem como esposo, não deu apenas como companheiro de vida, testemunha da virgindade e guardião da honestidade, mas também para participar, pelo pacto conjugal, da sua sublime grandeza.
— Cit. da exortação apostólica Redemptoris Custos, 15 de agosto de 1889[4][5]
Assim também ele surge entre todos na mais augusta dignidade, já que por disposição divina ele era o guardião e, na opinião dos homens, o pai do Filho de Deus. Daí resulta que o Verbo divino modestamente se submeteu a José, obedeceu-lhe e deu-lhe a honra e a reverência que os filhos devem ao pai.
Papa Leão XIII, Carta Encíclica Quamquam Pluries sobre a devoção a São José, 15 de agosto 1889[4]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências