Ricardo Chibanga

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Ricardo Chibanga
Ricardo Chibanga
Busto de Ricardo Chibanga, na Golegã
Nascimento 8 de novembro de 1942
Lourenço Marques, África Oriental Portuguesa (atual Moçambique)
Morte 16 de abril de 2019 (76 anos)
Golegã, Portugal
Nacionalidade moçambicano
Ocupação Toureiro

Ricardo Chibanga (Lourenço Marques, 8 de novembro de 1942Golegã, 16 de abril de 2019) foi um toureiro moçambicano,[1][2] sendo o primeiro toureiro africano e negro que na década de 1960 foi um dos mais famosos no mundo, principalmente em Portugal e Espanha.

Carreira[editar | editar código-fonte]

Ricardo Chibanga nasceu na Mafalala, um bairro de lata da cidade de Lourenço Marques, conhecida atualmente como Maputo, a capital da então província portuguesa de Moçambique. Ele é um amigo de infância de Eusébio.[3] Desde criança mostrou paixão pelas touradas, e visitava regularmente a Praça de Touros de Lourenço Marques. Em 1962, mudou-se para Portugal como assistente de um famoso toureiro. Primeiro, ele completou seu serviço militar, sendo depois o seu talento como toureiro reconhecido em treinos na Golegã e Badajoz.

Tendo passado pela Escola de Toureio de Coruche, dos irmãos António e Manuel Cipriano «Badajoz», e pela Escola da Golegã, sob orientação de Patrício Cecílio, Chibanga apresentou-se em praças como a Praça de Touros de Viana do Castelo em Viana do Castelo, e a Praça de Touros do Campo Pequeno, em Lisboa, antes de rumar a Espanha.

Em Espanha — onde poderia exercer em pleno a função de matador, precisamente por não existir a proibição legal de matar o touro diante do público, tal como sucede em França e na América Latina — o primeiro toureiro de raça negra forjou-se como matador de sucesso, apresentando-se em praças tão importantes como a Real Maestranza de Sevilha ou Las Ventas, Madrid; bem como nas principais praças de França, como a Arena de Nimes ou o Coliseu de Arles.

Em outros países foi aclamado: no México, Reino Unido, Venezuela, Canadá, Estados Unidos, Indonésia, China, Angola e na sua terra natal, Moçambique. Várias celebridades o viram e admiraram como espetadores, incluindo Pablo Picasso, Salvador Dalí, Orson Welles e Christiaan Barnard, o mundialmente famoso cirurgião cardíaco.

Passou 20 anos a tourear, baseando a sua carreira em Portugal, Espanha e França.

Fim de carreira[editar | editar código-fonte]

Após o fim da sua carreira mudou-se para a Golegã, onde viria a falecer, e onde até existe uma rua com o seu nome.

Em 2 de março de 2019 sofreu em sua casa um Acidente vascular cerebral.[4] Morreu a 16 de abril de 2019, em sua casa na Golegã, na sequência desse mesmo AVC, depois de um período de internamento no Hospital de Torres Novas.[5]

Referências

  1. «Ricardo Chibanga». Portal da Câmara Municipal de Golegã. Consultado em 28 de setembro de 2016 
  2. Carlos, João (3 de novembro de 2012). «Ricardo Chibanga, o primeiro toureiro africano, faz 70 anos». Deutsche Welle 
  3. RTP (20 de Julho de 2019). «Ricardo Chibanga abre as portas à RTP» 
  4. «Matador de touros Ricardo Chibanga sofre AVC e está hospitalizado». SÁBADO. 3 de março de 2019. Consultado em 15 de março de 2019 
  5. Morreu o toureiro Ricardo Chibanga, JN 16.04.2019

Ligações externas[editar | editar código-fonte]