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Foto exibindo uma mão de um homem segurando um cogumelo branco, recém retirado da terra
Cogumelos do gênero Psilocybe são ricos em uma substância psicodélica, a Psilocibina

As drogas psicodélicas são um grupo heterogêneo de compostos naturais, semissintéticos e sintéticos com propriedades psicoativas distintas de produzir estados alterados de consciência e mudanças na percepção de si mesmo e do mundo. Os psicodélicos clássicos (também chamados psicodélicos serotonérgicos ou alucinógenos clássicos) exercem seus efeitos através do agonismo (total ou parcial) da subunidade 2A do receptor de serotonina, no cérebro (5-HT2A), sendo um grupo composto de substâncias como a dietilamida de ácido lisérgico (LSD), a mescalina, a psilocibina e a N-N-dimetiltriptamina (DMT). Outras substâncias também são consideradas parte da classe de psicodélicos por alguns autores, pela característia dessas substâncias produzirem experiências de alteração de consciência similares aos psicodélicos clássicos, porém diferindo em termos de farmacodinâmica, sendo, portanto, chamados de psicodélicos atípicos. Essas substâncias incluem a 3,4-metilenedoximetanfetamina (MDMA), a Cetamina, a Ibogaína, entre outros. Outras substâncias, como a Salvia divinorum, a Cannabis sativa e a Amanita muscaria são frequentemente associadas aos psicodélicos, porém não fazem parte do grupo, sendo consideradas alucinógenos verdadeiros (no caso da sálvia) ou alucinógenos atípicos (no caso da maconha e da muscaria)[1]. As informações contidas nesse artigo se referem aos psicodélicos clássicos.

Os psicodélicos são uma classe de drogas cuja discussão é extremamente complexa, envolvendo diversos campos de pesquisa, incluindo antropologia, etnofarmacologia, psiquiatria, psicologia, sociologia entre outros[2]. Em diversas sociedades, notadamente as do Novo Mundo, os psicodélicos são utilizados tradicionalmente há séculos (ou milênios) em contextos místico-religiosos ou espirituais, com objetivo de atingir estados alterados de consciência e acessar dimensões em saberes sagrados[3] e, no Mundo Ocidental, foi objeto de grande interesse da comunidade científica nas décadas de 1950 e 1960, com mais de 1000 publicações científicas evidenciando seus efeitos no tratamento de transtornos mentais, notadamente as dependências químicas, um fenômeno conhecido como primeira onda de psiquiatria psicodélica[4]. No mesmo período, os psicodélicos atingiram grande popularidade em usuários recreativos, sendo um dos responsáveis pelos movimento de Contracultura da década de 1960, bem como influenciando várias manifestações culturais (música, cinema, literatura, artes, festivais), que permanecem até hoje. Devido a essa expansão de popularidade, o uso de psicodélicos foi tornado ilegal pela I Convenção das Nações Unidas sobre Substâncias Psicotrópicas, assinada em Viena, a 21 de fevereiro de 1971[5], o que virtualmente extinguiu a pesquisa científica no período.

Desde meados de 2010, houve um ressurgimento no interesse científico em pesquisar as aplicações terapêuticas dos psicodélicos, notadamente no tratamento de transtornos mentais, um fenômeno conhecido como renascença psicodélica (ou segunda onda de psiquiatria psicodélica). Neste novo momento, as pesquisas cobrem uma ampla variedade de tópicos nos domínios da neurociências, psicofarmacologia, antropologia, sociologia e saúde global, envolvendo temas como eficácia e segurança dos tratamentos, mecanismos de ação associados, diretrizes de tratamento, treinamento e certificação de terapeutas, políticas de saúde e prevenção. Pesquisadores individuais e centros de pesquisa nos EUA, Canadá, Reino Unido, Brasil, França e outros países estão atualmente conduzindo ensaios clínicos para testar a eficácia do tratamento, com a maior atenção sendo dada ao tratamento de transtornos mentais, como transtornos depressivos e transtornos do uso de substâncias, incluindo o alcoolismo e o uso de opioides, notadamente em casos resistentes ao tratamento, bem como em cuidados paliativos e psicoterapia.[6]


Definição e Terminologia[editar | editar código-fonte]

Definição[editar | editar código-fonte]

Os psicodélicos são análogos de serotonina que ativam preferencialmente os receptores 5-HT2A[2].

Psychedelics are serotonin analogs that preferentially activate the 5-HT2A receptor subtype (Nichols, 2016), a

Os psicodélicos podem ser entendidos por: "(1) sua farmacodinâmica e estrutura molecular; (2) o efeito perceptual, psicológico e/ou espiritual subjetivo;" e (3) o material de origem a partir do qual os compostos são derivados, extraídos ou sintetizados (Lawrence & Carhart-Harris, 2019).

Terminologia[editar | editar código-fonte]

O termo "psicodélicos" foi cunhado pelo psiquiatra britânico Humphrey Osmond em uma correspondência destinada ao autor Aldous Huxley e apresentado à Academia de Ciências de Nova Iorque por Osmond em 1957[7]. Ele é derivado das palavras gregas ψυχή (psychḗ), que significa 'mente', e δηλείν (dēleín), que significa 'manifestar', significando, portanto "manifestadores da mente".

Diversos outros termos foram cunhados ao longo da história, com significados diferentes relacionados ao contexto nos quais esses termos surgiram e foram utilizados. Como alguns exemplos, podemos citar:

  • Alucinógenos: derivado do latim allūcinātus, composto das palavras ad (próximo) e lucem (luz), significando "sonhar" ou "vagar pela mente". A rigor, o termo denomina substâncias "criadoras de alucinações". Era amplamente utilizado nas publicações dos anos 1950-1960, de maneira relativamente inconstante, por vezes utilizado como sinônimo de psicodélicos serotonérgicos e, em outras, para descrever quaisquer compostos que possam provocar alucinações. No entanto, alguns autores consideram que esse termo não é particularmente descritivo ou útil para se referir aos psicodélicos, visto que alucinações não são particularmente comuns em doses usuais, e, quando presentes, possuem fenomenologia distinta de alucinações primárias (psicose)[2][8], com a proposição de diferentes termos para descrever o fenômeno, substituindo a palavra alucinações, como "símbolos visuais", "modo de consciência de fantasia", "simbolismo de apresentação" ou "epistemologia visual"[9]. Também é debatido que o termo, utilizado amplamente pela psiquiatria desde o final do século XIX para descrever estados psicopatológicos, o que pode carregar estigmas em relação aos fenômenos alucinatórios, que, devido recente interesse no uso clínico de drogas alucinógenas, desafia fortemente a suposição de que as alucinações são fenômenos exclusivamente patológicos. Além de não serem patológicas, elas parecem ser benéficas em contextos clínicos, e, para muitas culturas indígenas, as plantas alucinógenas permitem que eles permaneçam em contato com a verdadeira natureza da realidade, em vez de escapar dela criando falsas ilusões[10][11]. Apesar das controvérsias, o termo ainda é frequentemente utilizado na literatura científica, inclusive por grandes nomes do campo, como Peter Furst, Franz Vollenweider, Richard Evans Schultes, Marlene Dobkin de Rios e Roland Griffiths, entre outros e o debate sobre seu uso permanece aberto[2][9].
  • Enteógenos: do grego antigo ἔνθεος (éntheos) e γενέσθαι (genésthai) significando "criadores de deuses internos" ou, de uma maneira espiritual, "comunhão com a divindade" ou "compartilhar sua identidade com a divindade"[12][13]. O termo surgiu no final da década de 1970 como uma alternativa aos termos em voga na época, visto que, além dos problemas já descritos com o uso da palavra alucinógenos, o uso do termo psicodélicos também pode ser problemático, devido a estigmatização do termo e sua associação com o uso recreativo e a contracultura dos anos 1960[13]. O termo inicialmente foi por adotado por antropólogos e psicólogos da religião, que compreendem que o uso de enteógenos por populações tradicionais e grupos religiosos tem por objetivo facilitar a experiência mística e/ou uma noção de comunhão com Deus ou com outros planos espirituais, em oposição ao uso individualista e recrativo associado aos psicodélicos[14]. A aceitação desse termo entre outros círculos acadêmicos é controversa, mas recentemente vem se popularizando na mídia leiga e na internet, substituindo o termo psicodélicos dentro de movimentos contraculturais[15]
  • Psicotomiméticos: do grego ψυχή (psychḗ) + ωτικό (-osis) e μῑμητικός (mīmētikós), significando "imitadores da psicose". Um dos primeiros modelos para definir os psicodélicos, em uso desde os anos 1940[16] pela medicina alopática do período, que acreditava que as drogas psicodélicas poderiam induzir um estado psicótico temporário, podendo funcionar como um modelo experimental para estudar a fisiopatologia da esquizofrenia[17]. Ainda nos anos 1960, ficou aparente que a experiência psicodélica é fenomenologicamente diferente das psicoses primárias em diferentes aspectos[18], de forma que o termo foi sendo progressivamente abandonado pelos pesquisadores. Outro termo utilizado no mesmo contexto era psicotogênicos ("criadores de psicose").
  • Psicolíticos: Derivado do grego antigo ψυχή (psychḗ) e λύσις (lúsis), "afrouxadores da mente". Esse paradigma deriva da influência da psicanálise na psiquiatria, dominante na primeira metade do século XX. Os psicodélicos, notadamente o LSD, eram considerados drogas capazes de "afrouxar" ou reduzir os mecanismos de defesa do Ego, permitindo a emergência de conteúdos reprimidos do inconsciente e aumentando a resposta emocional dos pacientes sob terapia de orientação psicanalítica. Uma série de críticas ao método, incluindo a sugestionabilidade excessiva e a dificuldade de se conduzir uma análise verbal em pacientes sob altas doses de psicodélicos levaram ao declínio deste paradigma ainda nos anos 1960[19].
  • Fantasticantes (Phantastica): Termo criado pelo farmacologista Alemão Louis Lewin na década de 1890, após estudos com peiote. É considerado uma das primeiras tentativas de classificação sistemática das drogas psicoativas[20]. Foi o termo utilizado pelos pesquisadores da Sandoz durante as primeiras pesquisas com LSD[21], incluindo o próprio Albert Hoffmann, porém acabou caindo em desuso.

Exemplos[editar | editar código-fonte]

Histórico[editar | editar código-fonte]

Sessa, B. (2016). The History of Psychedelics in Medicine. Handbuch Psychoaktive Substanzen, 1–26. doi:10.1007/978-3-642-55214-4_96-1

https://doi.org/10.1556/2054.2019.008

Efígies de pedra em formato de cogumelo produzidas pela civilização Maia na Guatemala, com cerca de 2500 anos de idade
representações de fungos em Selva Pascuala

Acredita-se que os psicodélicos são a classe mais antiga de agentes psicofarmacológicos conhecidos pelo homem, com evidências documentadas na literatura etnográfica do uso de plantas e fungos psicodélicos em todas as regiões culturais do planeta, exceto na Antártida[22][23]. Ao longo da história, os psicodélicos possuíram um papel central na construção da espiritualidade e busca por sentido da existência da espécie humana, com uma grande variedade de substâncias tóxicas derivadas de fontes animais e botânicas sendo usadas desde o Paleolítico[24].

Pinturas rupestres encontradas em Tassili n'Ajjer, datadas de cerca de 7.000-4.500 a.C, representando figuras antropomórficas cobertas por cogumelos, que acredita-se estarem associadas ao uso ritual e xamânico de cogumelos alucinógenos (ver Figuras de cogumelos de Tassili)[25]. Sítios arqueológicos com pinturas semelhantes foram encontrados em Selva Pascuala, na Espanha, datando de 4.000 a.C[26]. Há evidências arqueológicas de que o peiote (cacto nativo do sudoeste dos Estados Unidos e do norte do México, rico em mescalina) seja utilizada pelos povos originários da América do Norte há cerca de 5700 anos, segundo duas amostras de peiote encontradas em uma caverna no rio Grande, que datam de 3870-3660 a.C, de acordo com datação por radiocarbono[27][28].

These depictions of mushrooms are present among the prehistoric paintings belonging to the “Round Heads” pictorial phase, dated between 6000 and 4500 BC in the Tassili n’Ajjer (Algeria) and in other mountainous areas of the Sahara. The compelling evidence for an entheogenic interpretation of the paintings is in the human figures holding mushrooms in their hands, from which dotted lines extend to the head. This detail would seem to indicate that the artist was intending to convey a statement regarding the psychoactive effects that the fungus has on the human mind. Other large anthropomorphic figures, probably of divine nature, are entirely surrounded by mushrooms

Um sítio arqueológico em uma caverna no sudoeste da Bolívia revelou a presença de espécimes botânicos como a Anadenanthera spp, rica em bufotenina (5-MeO-DMT) e traços de substâncias como DMT, psilocina, entre outros, bem como material ritual utilizado para seu consumo, como bonecas antropomórficas, potes de cerâmica , espátulas de osso e tubos para aspiração de rapé, sugerindo seu uso na região pelo povo Tiuanaco há cerca de 1000 anos[29].

https://scholar.google.com/scholar_lookup?journal=Antiq.&title=Medicinal+and+hallucinogenic+plants+identified+in+the+sediments+and+pictographs+of+the+Lower+Pecos,+Texas+Archaic&author=C.+E.+Boyd&author=J.+P.+Dering&volume=70&publication_year=1996&pages=256-275&

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7733795/

Pinturas rupestres encontradas na Austrália e Tanzânia

Exemplos importantes dessas substâncias incluem uma substância usada na antiga Índia conhecida como Soma, que era altamente reverenciada e é frequentemente mencionada no Rigveda (escrito entre 1700 e 1200 a.C), com numerosos hinos védicos escritos em louvor ao Soma[30].

Ilustração retirada do Códice Magliabechiano, representando, no canto inferior direito, um homem asteca consumindo cogumelos (possivelmente alucinógenos), na presença de Mictlantecuhtli, o Deus asteca do mundo interior.

Outro relato conhecido são os chamados Mistérios Eleusinos. Na vila de Eleusis, nos arredores de Atenas, durante o período Helenístico (cerca de 300 a.C), ocorria uma cerimônia de iniciação e culto às deusas Deméter e Perséfone. Pouco se sabe sobre essa cerimônia, mas acredita-se que a mesma envolvia o consumo de uma bebida alucinógena conhecida como κψκεον (ciceão). A cerimônia possuía grande importância para os habitantes do período, acreditando que profundos insights sobre a vida poderiam ser alcançados, e aparentemente era uma oportunidade única na vida muito valorizada para qualquer cidadão grego que não tivesse sido condenado por assassinato[31].

O uso de vários materiais e substâncias vegetais psicoativas era comum nas sociedades mesoamericanas pré-colombianas, incluindo as culturas Olmeca, Zapoteca, Maia e Asteca. Notadamente, os cogumelos de psilocibina eram usados pelos xamãs astecas em rituais de cura e em várias práticas religiosas e divinatórias. Esses cogumelos eram conhecidos como teonanácatl, que significa "carne de Deus"[3].

Pesquisa Científica com Psicodélicos[editar | editar código-fonte]

O interesse da comunidade científica nos psicodélicos se iniciou no final do século XIX, conduzido principalmente pela obra de Louis Lewin, que, em sua tentativa de classificação das substâncias psicoativas, estudou as propriedades farmacológicas do cacto peiote (Lophophora williamsii)[20]. No mesmo período, em 1897, o farmacologista alemão German Arthur Carl Wilhelm Heffter isolou o componente responsável pelos efeitos psicoativos do peiote, a mescalina[32]. Inicialmente, o interesse dos cientistas nas drogas psicodélicas era simplesmente em descrever seus efeitos sobre a mente, porém, a partir da década de 1910 até meados de 1950, a psiquiatria passou a explorar o potencial da mescalina, natural ou sintética, em produzir efeitos psicológicos semelhantes aos da esquizofrenia, o que poderia fornecer informações sobre a fisiopatologia desse transtorno mental (iniciando o paradigma psicotomimético)[33][34], seguindo a teoria proposta por Emil Kraepelin, ainda no início do século XIX, de que os fenômenos mentais poderiam ser estudados a partir de uma psicose induzida experimentalmente[35]. No mesmo período, surgiram as primeiras tentativas em se utilizar a mescalina - e, posteriormente, o LSD - como como ferramenta auxiliar na psicanálise (iniciando o paradigma psicolítico)[36]. Em 1938, o químico suíço Albert Hoffmann estudava as propriedades vasoconstritoras do ergot nos laboratórios da Sandoz (atualmente Novartis), quando sintetizou pela primeira vez a dietilamida de ácido lisérgico (LSD-25), porém as pesquisas foram arquivadas por alguns anos[37]. Em 1943, Hoffman ingeriu acidentalmente a substância criada, sendo portanto, a primeira experiência com LSD documentada na história[37]. Alguns dias depois, Hoffmann ingeriu intencionalmente 250 microgramas de LSD, sob supervisão dos colegas de laboratório, voltando para casa de bicicleta sob os efeitos da substância, um dos episódios mais amplamente conhecidos da história dos psicodélicos. Dois anos depois, seria publicado o primeiro estudo científico com o LSD, em Zurique, na Suiça[21] e, em 1949, o LSD passou a ser comercializado, sob o nome de Delysid®, sendo utilizado em uma série de estudos, sendo publicadas as primeiras evidências de que o LSD (e psicodélicos em geral) poderiam ter efeitos antidepressivos[38].

A Primeira Onda da Psiquiatria Psicodélica (1938-1976)[editar | editar código-fonte]

Nos anos 1950, as pesquisas com LSD e mescalina passaram crescer exponencialmente. Em 1951, cerca de 100 artigos científicos envolvendo LSD haviam sido publicados, número que passaria dos 1.000 artigos em 1961, chegando a 2.000 em 1966[39]. Em 1961, era estimado na literatura que cerca de 25.000 administrações de LSD ou mescalina em cenários de pesquisa psiquiátrica já tinham sido realizadas, envolvendo quase 5.000 voluntários, número que dobraria até o final da década[40]. À época, os psiquiatras exploraram os efeitos terapêuticos sobre uma série de transtornos mentais, incluindo o alcoolismo, neuroses (transtornos da ansiedade), esquizofrenia, depressão, sintomas de humor em pacientes oncológicos terminais, dor crônica e ansiedade social nos transtornos do espectro autista, além de alguns diagnósticos questionáveis como frigidez feminina e homossexualidade[41][42]. Diversos centros de pesquisa se consolidaram principalmente nos Estados Unidos e Europa Ocidental, mas também em países sob a esfera de influência soviética, como a Checoslováquia e a Polônia, bem como no Iraque[41].

No período ainda era popular a idéia de que os psicodélicos teriam seu papel psicotomimético, suportada pela descoberta dos mecanismos de ação dos psicodélicos sobre os neurotransmissores de catecolaminas e, posteriormente, a serotonina[43], influenciando modelos como teoria da transmetilação da esquizofrenia[44] e a hipótese do adrenocromo[45], que foram posteriormente invalidadas por evidências mais recentes. As décadas de 1950 e 1960 também foram marcadas pelo auge do da psicoterapia psicolítica, com o uso de LSD como ferramenta auxiliar em trabalhos psicanalíticos, usualmente em doses baixas ou moderadas (50–200 μg), em uma frequência de uma a três vezes por semana. Estima-se que no período de 1953 a 1968, mais de 7.000 pacientes foram submetidos a tratamentos psicolíticos[46][42].

No início da década de 1960, duas novas substâncias foram adicionadas ao catálogo de psicodélicos: Em 1963, o escritor William S. Burroughs publica o livro The Yagé Letters, descrevendo suas viagens na América do Sul realizadas em 1953-1958, e seu contato com a ayahuasca, divulgando a substância no Mundo Ocidental[47] e, em 1957, o banqueiro Gordon Wasson entra em contato com cogumelos alucinógenos através de uma curandeira mazateca chamada Maria Sabína, e a publicação de seu relato na revista Life torna os chamados cogumelos mágicos extremamente populares[48]. No ano seguinte, Albert Hoffman isola a Psilocibina destes cogumelos, introduzindo a substância definitivamente na pesquisa com psicodélicos[49].

Indiscutivelmente, o período foi de grande importância para a história da psiquiatria. Até o ano de 1950, a psiquiatria ainda era dominada pela psicanálise e paradigmas psiquiátricos do início do século, com poucos tratamentos biológicos disponíveis, notadamente a eletroconvulsoterapia, o hidrato de cloral, a psicocirurgia e a narcoterapia. As pesquisas com LSD e mescalina tiveram uma profunda influência no surgimento da psicofarmacologia e dos modelos experimentais dos transtornos mentais, e, ao lado do desenvolvimento de fármacos como o Carbonato de lítio, a Clorpromazina e a Iproniazida nos anos 1950, marcam o início da psiquiatria moderna[41][42].

Guerra as Drogas (1971-1994)[editar | editar código-fonte]

O uso recreativo do LSD iniciou-se entre os psiquiatras ainda em 1952, se difundindo para a população em geral através da cultura Beat. Foram se tornando extremamente populares como ferramentas de crescimento espiritual e expansão de consciência, influenciando os trabalhos de escritores, filósofos e artistas como Aldous Huxley, Alan Watts e Timothy Leary. Essa popularização do uso de psicodélicos e sua associação a movimentos contraculturais como os Hippies, em um contexto de tensões provocadas pela Guerra Fria e a Guerra do Vietnã[41], motivou uma surgimento de um forte estigma contrário ao uso de psicodélicos, notadamente nos Estados Unidos. Ainda nos anos 1960, começaram a surgir estudos apontando problemas relacionados ao uso recreativo de LSD, suas relações com o surgimento de esquizofrenia[50] e danos ao material genético dos usuários[51][52], que não se confirmaram em estudos posteriores[53][50]. A mídia passou a divulgar matérias sensacionalistas em relação ao uso de psicodélicos, noticiando alguns escândalos relacionados à pesquisa com LSD, como o de Harvard em 1962, e relatos de crianças que ingeriram a substância acidentalmente ou crimes cometidos sob o uso de LSD[54]. Essa mudança na opinião pública, médica e política resultou em diversas tentativas de regulamentação do uso recreativo desde 1962, até atingir o banimento do LSD em 1966, sendo, consequentemente, suspensa a comercialização do Delysid pela Sandoz, e outros alucinógenos seriam banidos ainda em 1967. O suprimento de psicodélicos para pesquisa foi ficando cada vez mais escasso, reduzindo o número de centros de pesquisa nos Estados Unidos de mais de 70 para apenas 9[55].

Em 1970, o LSD, a psilocibina e a mescalina seriam completamente proibidas nos Estados Unidos pela Controlled Substances Act, e, no ano seguinte, a Organização Mundial de Saúde realizou a Convenção sobre Substâncias Psicotrópicas de 1971, em Viena, na Áustria. A partir dessa convenção, os psicodélicos passaram a ser considerados drogas de abuso, com alto potencial para dependência, riscos a saúde pública e sem nenhum valor terapêutico[56]. No evento, o presidente americano Richard Nixon declarou que as drogas eram o "inimigo público número 1", dando início à chamada Guerra às Drogas. Essas estruturas de controle internacional, apesar de benefícios relacionados à proteção da saúde pública, tiveram consequências severas sobre a pesquisa com psicodélicos[57]. O cancelamento do Spring Grove Psychedelic Research Program, o maior mais duradouro projeto de pesquisa com LSD em humanos nos Estados Unidos, em 1976, marca o momento em que a pesquisa clínica com humanos foi virtualmente extinta no Ocidente[42], embora projetos de pesquisa pré-clínica (estudos in vitro e em animais) ainda continuassem a ser conduzidos no período[15], além de raros experimentos em humanos em países soviéticos, especialmente na Checoslováquia[41].

Renascença Psicodélica ou Segunda Onda da Psiquiatria Psicodélica (1990 - presente)[editar | editar código-fonte]

Paralelamente ao hiato da pesquisa psiquiátrica com psicodélicos nos anos 1980, a psiquiatria como um todo presenciou uma estagnação da evolução dos tratamentos psiquiátricos existentes até então, que apresentavam fortes limitações em termos de eficácia, tolerabilidade e latência de resposta. Dessa forma, a pesquisa clínica com psicodélicos foi sendo gradualmente retomada a partir de 1990, a partir de uma busca por novas alternativas de tratamento para os transtornos mentais, experimentando um novo crescimento exponencial, referido por alguns autores como renascença psicodélica[58].

Foto de sessão experimental com psilocibina na sala utilizada pela Universidade Johns Hopkins para realização de estudos clínicos envolvendo psicodélicos.

Em 1990, Rick Strassman iniciou um projeto de pesquisa com DMT intravenosa[59], sendo considerado um marco do reinício da pesquisa clínica com psicodélicos. Em 1993, um consórcio internacional de pesquisadores iniciou o Hoasca Project, um projeto multidisciplinar de pesquisa biomédica com a ayahuasca, introduzindo essa substância no rol de psicodélicos com interesse científico[60], que passaria a ser testada em ensaios clínicos em 1998, por Jordi Riba, na Espanha[61]. A popularização de novas tecnologias, como a Tomografia por emissão de pósitrons e a Tomografia computadorizada por emissão de fóton único (SPECT) foi introduzida na pesquisa com mescalina e psilocibina e em voluntários saudáveis[62][63] e o grupo liderado por Franz Vollenweider publica mais de 80 artigos científicos sobre os mecanismos de ação, farmacologia e outros artigos não-clínicos sobre psicodélicos[64]. No final dos anos 90 também ressurgiram pesquisas com populações portadoras de transtornos mentais, inicialmente a partir de um relato de caso clínico sobre a melhora de sintomas obsessivo-compulsivos após a administração de psilocibina[65], que resultariam no primeiro ensaio clínico controlado realizado neste novo momento, publicado em 2006[66]

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Usos[editar | editar código-fonte]

Tradicional[editar | editar código-fonte]

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Terapêutico[editar | editar código-fonte]

Recreativo[editar | editar código-fonte]

Efeitos[editar | editar código-fonte]

Segundo a definição de Grinspoon e Bakalar (1979): "os psicodélicos de maneira mais ou menos consistente produzem alterações nos pensamentos, humor e percepção que raramente são experimentadas, exceto em sonhos, exaltação contemplativa ou religiosa, memórias vívidas e involuntárias e na psicose aguda"[67]. Essa é uma definição simplificada, visto que uma definição precisa sobre a totalidade dos efeitos durante a chamada experiência psicodélica é uma tarefa extremamente complexa, visto que os seus efeitos são extremamente variáveis e dependem da quantidade consumida, do ambiente em que a droga é usada, da sua pureza, da personalidade, do estado de espírito e das expectativas do utilizador. Embora diversos pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento tenham realizado, desde o século XIX, diversas tentativas de definir estruturas fenomenológicas comuns dos efeitos produzidos por psicodélicos clássicos, uma taxonomia universalmente aceita ainda não existe. De maneira geral, tem sido consistentemente demonstrado que os psicodélicos clássicos produzem efeitos sobre os domínios da cognição, percepção, afeto, volição e propriocepção, que se manifestam de maneira dose-dependente[68][69][70].

Em doses mais baixas, as características das experiências psicodélicas incluem alterações sensoriais, principalmente visuais, como a distorção de superfícies, formas e cores, pareidolia e presença de padrões geométricos. Os usuários frequentemente relatam cores intensas que não experimentaram anteriormente, e formas geométricas repetitivas ou constantes de forma também são comuns.




Em doses elevadas. os usuários imergem em um estado introspectivo, caracterizado por um fluxo constante de memórias pessoais, pensamentos e reflexões, frequentemente associados a uma compreensão (ou insight) que é percebida não de maneira racional, mas intuitiva. Esses estados de autorreflexão, reinterpretação de memórias e conflitos intrapsíquicos e reexperiência de estados emocionais intensos são usualmente referidos como transformadores ou comparados com experiências psicoterapêuticas, associados a uma maior flexibilidade cognitiva, mudança de perspectivas e de atitudes em relação à vida. Segundo o antropólogo colombiano Luiz Eduardo Luna, as experiências psicodélicas podem possuir uma qualidade distintamente gnóstica e diz que elas oferecem "experiências de aprendizado que elevam a consciência e podem fazer uma contribuição profunda para o desenvolvimento pessoal" [71]

O psiquiatra tcheco Stanislav Grof estudou os efeitos de psicodélicos como o LSD no início de sua carreira e disse sobre a experiência que ela comumente inclui "complexas revelações sobre a natureza da existência... normalmente acompanhadas por um senso de certeza de que esse conhecimento é ultimamente mais relevante e 'real' do que as percepções e crenças que compartilhamos na vida cotidiana".


Doses mais altas frequentemente causam alterações intensas e fundamentais na percepção sensorial (notavelmente visual), como sinestesia ou a experiência de dimensões espaciais ou temporais adicionais. As triptaminas são bem documentadas por causar estados psicodélicos clássicos, como empatia aumentada, distorções visuais (movimento, metamorfose, respiração, fusão de várias superfícies e objetos), alucinações auditivas, dissolução do ego ou morte do ego com doses suficientemente altas, experiências místicas, transpessoais e espirituais, encontros com "entidades" autônomas, distorção do tempo, alucinações com os olhos fechados e completo desligamento da realidade com doses suficientemente altas. Luis Luna descreve as experiências psicodélicas como tendo uma qualidade distintamente gnóstica e diz que elas oferecem "experiências de aprendizado que elevam a consciência e podem fazer uma contribuição profunda para o desenvolvimento pessoal". O psiquiatra tcheco Stanislav Grof estudou os efeitos de psicodélicos como o LSD no início de sua carreira e disse sobre a experiência que ela comumente inclui "complexas revelações sobre a natureza da existência... normalmente acompanhadas por um senso de certeza de que esse conhecimento é ultimamente mais relevante e 'real' do que as percepções e crenças que compartilhamos na vida cotidiana". Tradicionalmente, o modelo padrão para os efeitos fenomenológicos subjetivos dos psicodélicos tem sido baseado no LSD, sendo qualquer coisa considerada "psicodélica" evidentemente comparada a ele e a seus efeitos específicos.

Mecanismos de Ação[editar | editar código-fonte]

Efeitos Colaterais[editar | editar código-fonte]

Legislação e Regulamentação[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Siegel, Ashley N.; Meshkat, Shakila; Benitah, Katie; Lipsitz, Orly; Gill, Hartej; Lui, Leanna M. W.; Teopiz, Kayla M.; McIntyre, Roger S.; Rosenblat, Joshua D. (1 de julho de 2021). «Registered clinical studies investigating psychedelic drugs for psychiatric disorders». Journal of Psychiatric Research: 71–81. ISSN 0022-3956. doi:10.1016/j.jpsychires.2021.05.019. Consultado em 30 de outubro de 2023 
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