Usuário(a):Katarinasouza1321/Testes

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Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Ordem: Crocodylia
Família: Alligatoridae
Género: Paleosuchus
Espécie: P. palpebrosus
Nome binomial
Paleosuchus palpebrosus
Cuvier, 1807
Distribuição geográfica

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O jacaré-anão, jacaré-paguá ou jacaré-mirim (Paleosuchus palpebrosus) é um jacaré do norte da América do Sul. É encontrado na Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname e Venezuela. Vive principalmente próximo de correntes rápidas, mas vive também em águas pobres em nutrientes.

É a menor espécie da família dos aligatores alcançando apenas 1,5 metros de comprimento. Os jacarés-anões juvenis alimentam-se de invertebrados, enquanto que os adultos comem peixes e invertebrados. Abriga-se em tocas durante o dia. Põe ovos num ninho de terra que eclodem ao fim de cerca de três meses.

Distribuição Geográfica[editar | editar código-fonte]

O Paleosuchus palpebrosus está distribuído entre dez países da América do Sul, podendo ser encontrado no Brasil, através do bioma da Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e pela vizinhança do Pantanal, exceto na área central. Atualmente, está sendo encontrado nos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Roraima, Pará, Amazonas, Tocantins, Rondônia e Paraíba. A extensão de ocorrência (EOO) no Brasil é de 7.282.346,5 km² , calculada pela área das bacias hidrográficas em que a espécie ocorre (ottobacia nível 1, Agência Nacional das Águas-ANA) e acredita-se que a área de ocupação (AOO) seja maior que 20.000 km². Ocorre naturalmente em baixas densidades, ocupando ambientes de veredas, riachos, cabeceiras de rios e floresta inundada.[1]

População[editar | editar código-fonte]

Os estudos relacionados com a espécie são na sua maioria em nível local, devido a grande dificuldade de acessa seus habitats e seu comportamento críptico. Encontrando densidades entre 2,0 a 8,0 jacarés/km em dois riachos da Serra do Amolar, ao redor do Pantanal[2]. Na margem direita do rio Solimões, na cidade de Castanho-AM, a densidade é de 1,52 a 1,58 jacarés/km na época de seca, e de 0,45 a 0,79 jacaré/km na cheia. No Parque Nacional do Jaú-AM, a espécie foi a menos presente, com densidade média de 0,1 jacarés/km. O estado de conservação das populações de jacaré-paguá é influenciado pela qualidade de seu habitat e o grau de ameaças antrópicas. Entretanto, a espécie não havia sofrido redução populacional significativa no Brasil.[3]

Habitat e Ecologia[editar | editar código-fonte]

O jacaré-paguá é uma espécie a qual possui alta resistência a baixas temperaturas, por isso, se encontra mais facilmente em ambientes com água limpa, fria e corrente, visto seu corpo tolera baixas temperaturas corporais, de 20,1 a 25,6°C.

A espécie pode ser encontrada na Amazônia, em alagados das florestas próximas a grandes rios e lagos e no entorno do Pantanal, em cabeceiras de rios e riachos de corredeiras com substrato rochoso. Já fora do Brasil, na Venezuela, eles se mostram dispersos, tanto em momentos de seca, como nos de cheia.

O Paleosuchus palpebrosus é considerado um dos menores crocodilianos terrestre, podendo atingir o tamanho máximo de 150 cm de comprimento para machos e 120 cm para as fêmeas. No entanto, existem registros de até 112,5 cm de comprimento rostro-cloaca, equivalente a um comprimento total com a cauda intacta de 210cm.

Os indivíduos de P. palpebrosus podem ser visto solitários ou em pares, mas não em grandes agregados. Percebe-se que em ambientes com duas espécies de Paleosuchus há uma grande competição.[4]

A dieta do jacaré-paguá engloba uma variedade de itens, incluindo peixes, caranguejos, moluscos e invertebrados terrestres. Porém na várzea do rio Solimões, o predominante foram invertebrados terrestres (aranhas e insetos), e até vertebrados terrestres, como, por exemplo, pequenos mamíferos, aves, répteis e anuros de pequeno porte.

Quanto a sua reprodução, na Amazônia colombiana o seu período vai de novembro a março, enquanto na Amazônia brasileira pode ocorrer em outubro também. Na área colombiana os ovos variaram em quantidade de 13 a 22. Além disso, as fêmeas da espécie podem permanecer com seus filhotes até eles completarem 21 meses de vida. [5]

Ameaças e usos[editar | editar código-fonte]

A mudança constante de habitat da população de P. palpebrosus se mostra como uma das maiores ameaças. A degradação do habitat por conta do desmatamento, erosão, poluição, mineração, caça e causas ligadas à urbanização na região do Pantanal faz com que a espécie perca seu habitat em rios de cabeceira e riachos com corredeiras e substrato rochoso. A retirada das matas ciliares para implantação de pastagens, esgoto urbano, ocupação humana e atividade de pesca e turística, além da poluição por indústrias e frigoríficos representam uma situação crítica para o jacaré-paguá no Pantanal. Ademais, ainda há a substituição da vegetação de florestas, cerrados e veredas próximas ao curso dos rios para utilização da agricultura. No ambiente aquático, também se mostra de forma incidente a alteração por conta da instalação de usinas hidrelétricas, o que causa a inundação permanente de áreas florestadas e pequenos riachos.[6]

Com efeito, a destruição do habitat e a cisão de populações implicam diretamente na variabilidade genética, tanto no Pantanal como na Amazônia. Por conta da baixa disponibilidade de água, o Cerrado e Caatinga são ainda mais frágeis quanto as ações antrópicas.

Na Amazônia, em áreas com pressão antrópica (poças da rodovia BR-319 nas margens do rio Solimões, município de Castanho-AM), se percebeu que a espécie é capaz de se adaptar à destruição e procurar novos habitats em diferentes zonas. Além disso, nesse mesmo local, nas florestas alagadas, a espécie divide o mesmo habitat com jovens de Melanosuchus niger.[7]

A espécie de P. palpebrosus é constantemente usada na Amazônia para caça de subsistência, desde a retirada dos ovos á idade adulta. Ademais, no Pantanal e Amazônia essa espécie é morta por malhadeiras, espinheis e anzóis de galho, além da morte por tiro. Essas atitudes são intensificadas conforme os assentamentos e a ocupação humana nas margens dos rios que cercam o Pantal aumentam.[8]

Ações de conservação[editar | editar código-fonte]

As unidades de conservação (UC) existem no âmbito federal, estadual e particular, além da atividade das Terras Indígenas (TI) em garantir a conservação da espécie, pois fora dessas áreas, se percebe o aumento na pressão de caça e cisão de habitats ano após ano.

As unidades de conservação que abarcam a espécie são: RESEX Lago do Cedro-GO, Parque Nacional (PARNA) de Anavilhanas-AM, PARNA do Jaú-AM, Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá-AM, PARNA do Cabo Orange-AP, Estação Ecológica (ESEC) de Maracá-RR, PARNA da Serra da Bodoquena-MS, PARNA Grande Sertão Veredas-MG-BA, Área de Proteção Ambiental (APA) Mata do Buraquinho-PB, Reserva Estadual da Mata Seca-MG, ESEC Águas Emendadas-DF, Parque Estadual do Rio do Peixe-SP; ESEC Serra das Araras-MT e além das UC estaduais na Bahia: APA Bacia do Rio de Janeiro, APA de São Desidério, APA Ilhas do Tinharé e Boipeba, APA Lagoas de Guarajuba, APA Mangue Seco, APA do Pratigi, APA do Rio Preto e ESEC Rio Preto.[9]

Pesquisas[editar | editar código-fonte]

Apesar da grande distribuição geográfica, o Paleosuchus palpebrosus ainda carece de informações científicas, principalmente sobre a forma de vida e dados populacionais, o que implica na dificuldade de conservar a espécie. Monitoramentos da abundância e avaliação da decadência nos habitats satisfazem motivos suficientes para que hajam pesquisas no Brasil, ainda mais com a modificação desses habitats devido ao desmatamento de áreas de floresta alagada e matas ripárias de pequenos igarapés e riachos para construção de estruturas ligadas à urbanização.

Além disso, se faz necessário que a educação ambiental e a fiscalização nos rios e riachos de cada Estado sejam incluídas na legislação brasileira.[10]

Referências[editar | editar código-fonte]

  • «EMBL Database» 
  • «Paleosuchus palpebrosus». Lista Vermelha da IUCN de espécies ameaçadas da UICN 2024 (em inglês). ISSN 2307-8235. Consultado em 2 de Abril de 2008 
  • JACARÉ-PAGUÁ: AVALIAÇÃO DO RISCO DE EXTINÇÃO DO JACARÉ-PAGUÁ PALEOSUCHUS PALPEBROSUS (CUVIER, 1807) NO BRASIL - http://www.icmbio.gov.br/revistaeletronica/index.php/BioBR/article/view/407
  • Botero-arias, R. 2007. PADRÕES DE MOVIMENTO, USO DE MICROHÁBITAT E DIETA DO JACARÉ- PAGUÁ, PALEOSUCHUS PALPEBROSUS(CROCODILIA: ALLIGATORIDAE), EM UMA FLORESTA DE PALEOVÁRZEA AO SUL DO RIO SOLIMÕES, AMAZÔNIA CENTRAL, BRASIL. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. 59p.
  • Campos, Z. 2003. Observações sobre a biologia reprodutiva de três espécies de jacarés na Amazônia Central. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento 43, Embrapa Pantanal. 17p.
  • Campos, Z; Coutinho, M; Ambercrombie, C. 2004. Ecologia e status de conservação do jacaré-paguá nas montanhas do Amolar, Pantanal Sul. Corumbá: Embrapa Pantanal, 4p.
  • Campos, Z. & Mourão, G. 2006. Conservation status of the dwarf caiman, Paleosuchus palpebrosus, in the region surrounding Pantanal. Crocodile Specialist Group Newsletter, 25(4): 9-10.
  • Campos, Z. & Sanaiotti, T. 2006. Paleosuchus palpebrosus (dwarf caiman) nesting. Herpetological Review, 37: 81.
  • Campos, Z. et al. 2012. Avaliação do risco de extinção do jacaré-paguá Paleosuchus palpebrosus (Cuvier, 1807) no Brasil, Brasília: Biodiversidade Brasileira. 8p
  • Marques, O.A.V.; Nogueira, C.C.; Sawaya, R.J.; Bérnils, R.S.; Martins, M.; Molina, F.B.; Ferrarezzi, H.; Franco, F.L. & Germano, V.J. 2009. Répteis, p. 285-328. In: Fauna ameaçada de extinção no Estado de São Paulo: vertebrados. Bressan, P.M.; Kierulff, M.C.M. & Sugieda, A.M. (coord. geral). São Paulo: Fundação Parque Zoológico de São Paulo: Secretaria do Meio Ambiente. 648p.
  • Medem, F. 1958. The crocodilian genus Paleosuchus. Fieldiana Zoology, 39: 227-247.
  • Medem, F. 1971. The reproduction of the dwarf caiman Paleosuchus palpebrosus. In: Crocodiles. First Working Meeting Crocodile Specialist. IUCN Publication, 32: 159-165.
  • Medem, F. 1981. Los Crocodylia de Sur America. Volume I. Los Crocodilia de Colombia. Colciencias, Bogota. 354p.
  • Medem, F. 1983. Los Crocodylia de Sur America. Volume II. Colciencias, Universidad Nacional de Colombia, Bogota. 270p.
  • Mendonça, S.H.S.T. 2009. Estudos sobre as populações naturais de crocodilianos na Reserva Extrativista do Lago do Cedro, Rio Araguaia, Goiás. Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios/RAN/ ICMBio. Relatório Técnico, Goiânia, 31p.
  • Muniz, F. L. 2012. Filogeografia e genética de populações de jacaré-paguá (Paleosuchus palpebrosus) ao longo do rio Madeira e bacia do rio Paraguai (Pantanal). Dissertação (Mestrado em Genética, Conservação e Biologia Evolutiva). Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia/Universidade Federal do Amazonas. 61p.
  • Vasconcelos, W. & Campos, Z. 2007. Geographic variation between Pantanal caiman (Caiman crocodilus yacare) and Amazonian caiman (Caiman crocodilus crocodilus): First phase. Crocodile Specialist Group Newsletter, 26(4): 6-7.
  • Vaz-Silva, W.; Guedes, A.G.; Azevedo-Silva, P.L.; Gontijo, F.F.; Barbosa, R.S., Aloísio, G.R. & Oliveira, F.C.G. 2007. Herpetofauna, Espora Hydroelectric Power Plant, state of Goiás, Brazil. Check List, 3(4): 338-345.
  • Villaça, A.M. 2004. Uso de habitat por Caiman crocodilus e Paleosuchus palpebrosus no reservatório da UHE de Lajeado, Tocantins. Dissertação (Mestrado em Ecologia de Agrossistemas). Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba. 59p
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  1. Campos, Zilca; Marioni, Boris; Farias, Izeni; Verdade.   Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  2. Campos, Zilca; Maroni, Boris; Farias, Izeni; Verdade, Luciano M.; Bassetti, Luiz; Coutinho, Marcos E.; Mendonça, Sônia H. S. T. de; Vieira, Tiago Quaggio; Magnusson, Willian E. [file:///C:/Users/01201920164/Downloads/40716461PBPp.pdf «Avaliação do risoc de extinsão do jacaré-paguá Paleosuchus palpebrosus (Cuvier, 1807) no Brasil»] Verifique valor |url= (ajuda) (PDF). Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade 
  3. Campos, Zilca; Marioni, Boris; Farias, Izeni; Verdade, Luciano M.; Bassetti, Luis; Coutinho, Marcos E.; Mendonça, Sônia H. S. T. de; Vieira, Tiago Quaggio; Magnusson, Willian E. (30 de junho de 2013). «Avaliação do risco de extinção do jacaré-paguá Paleosuchus palpebrosus (Cuvier, 1807) no Brasil». Biodiversidade Brasileira. 0 (1): 40–47. ISSN 2236-2886 
  4. https://bdtd.inpa.gov.br/bitstream/tede/790/1/Tese_Botero-Arias_Robinson.pdf
  5. Campos, Zilca; Marioni, Boris; Farias, Izeni; Verdade, Luciano M.; Bassetti, Luis; Coutinho, Marcos E.; Mendonça, Sônia H. S. T. de; Vieira, Tiago Quaggio; Magnusson, Willian E. (30 de junho de 2013). «Avaliação do risco de extinção do jacaré-paguá Paleosuchus palpebrosus (Cuvier, 1807) no Brasil». Biodiversidade Brasileira. 0 (1): 40–47. ISSN 2236-2886 
  6. Campos, Zilca; Marioni, Boris; Farias, Izeni; Verdade, Luciano M.; Bassetti, Luis; Coutinho, Marcos E.; Mendonça, Sônia H. S. T. de; Vieira, Tiago Quaggio; Magnusson, Willian E. (30 de junho de 2013). «Avaliação do risco de extinção do jacaré-paguá Paleosuchus palpebrosus (Cuvier, 1807) no Brasil». Biodiversidade Brasileira. 0 (1): 40–47. ISSN 2236-2886 
  7. https://bdtd.inpa.gov.br/bitstream/tede/790/1/Tese_Botero-Arias_Robinson.pdf
  8. http://www.icmbio.gov.br/revistaeletronica/index.php/BioBR/article/view/407/315
  9. http://ava.icmbio.gov.br/mod/data/view.php?d=17&rid=2947
  10. Campos, Zilca. [file:///C:/Users/Bruna/Downloads/40716461PBPp.pdf «Avaliação do risco de extinção do jacaré-paguá Paleosuchus palpebrosus (Cuvier, 1807) no Brasil»] Verifique valor |url= (ajuda) (PDF). Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Consultado em 28 de janeiro de 2020