Cianeto de hidrogênio
Cianeto de hidrogênio Alerta sobre risco à saúde | |
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Nome IUPAC | Formonitrilo |
Outros nomes | Ácido prússico Ácido cianídrico Gás cianídrico Zyklon B Cyanwasserstof Evercyn Ácido hidrociânico AC (Código militar) Aéreo Cianeto |
Identificadores | |
Número CAS | |
PubChem | |
Número EINECS | |
Número RTECS | MW6825000 |
SMILES |
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Propriedades | |
Fórmula molecular | HCN |
Massa molar | 27,03 g/mol |
Aparência | Gás incolor ou levemente azulado, líquido altamente volátil |
Densidade | 0,69 g·cm-3[1] |
Ponto de fusão |
-13 °C[1] |
Ponto de ebulição |
26 °C[1] |
Solubilidade em água | completamente miscível [1] |
Pressão de vapor | 816 hPa (20 °C)[1] |
Acidez (pKa) | 9,21[2] |
Índice de refracção (nD) | 1.2675 [3] |
Viscosidade | 0.201 cP |
Estrutura | |
Forma molecular | Linear |
Momento dipolar | 2,98 D |
Termoquímica | |
Entalpia padrão de formação ΔfH |
-4.999 kJ/g |
Entalpia padrão de combustão ΔcH |
-24.6 kJ/g |
Capacidade calorífica molar Cp 298 |
1.328 J/g K (gás) 2.612 J/g K (líquido) |
Riscos associados | |
Classificação UE | Extremamente inflamável (F+) Muito tóxico (T+) Nocivo ao meio ambiente (N) |
Índice UE | 006-006-00-X |
Principais riscos associados |
Altamente tóxico e inflamável. |
NFPA 704 | |
Frases R | R12, R26, R35 |
Frases S | S1, S2, S7, S9, S16, S36/37, S38 |
Ponto de fulgor | −17.78 °C |
Temperatura de auto-ignição |
538 °C |
LD50 | TDLo (humano, peroral): 1,471 mg·kg-1[4] TDLo (humano, i.v.): 0,055 mg·kg-1[4] LC50 (humano, inalativo):[5] 3030 ppm em 1 min 270 ppm em 6–8 min 181 ppm em 10 min 135 ppm em 30 min |
Compostos relacionados | |
Outros aniões/ânions | Ácido ciânico |
Outros catiões/cátions | Cianeto de sódio Cianeto de potássio |
Compostos de H, C e N relacionados | Metanimina (H2C=NH) Metilamina (H3CNH2) Cianeto de metila (H3C-C#N) |
Compostos relacionados | Cianogênio (N#C-C#N) Cianeto de metila |
Página de dados suplementares | |
Estrutura e propriedades | n, εr, etc. |
Dados termodinâmicos | Phase behaviour Solid, liquid, gas |
Dados espectrais | UV, IV, RMN, EM |
Exceto onde denotado, os dados referem-se a materiais sob condições normais de temperatura e pressão Referências e avisos gerais sobre esta caixa. Alerta sobre risco à saúde. |
Cianeto de hidrogênio (ou cianureto de hidrogênio) (HCN) é um composto extremamente volátil. Puro pode ser encontrado tanto na forma líquida quanto gasosa, devido ao seu baixo ponto de ebulição (25,7 °C) e grande volatilidade. Borbulhando-o em água, produz-se uma solução chamada de ácido cianídrico ou ácido prússico, um composto químico que contém o aníon cianeto (CN−). Tem um forte cheiro de amêndoas amargas, e encontra-se em certas plantas, como a mandioca (Manihot esculenta), e no caroço de certas frutas (maçãs, pêssegos e cerejas). Os sais do ácido cianídrico são chamados cianetos, sendo os mais comuns o cianeto de potássio (KCN) e o cianeto de sódio (NaCN). Os cianetos iónicos são extremamente venenosos a vários seres vivos, em especial, aos humanos, neste caso, devido à habilidade do íon em se combinar com o ferro da hemoglobina, bloqueando a recepção do oxigênio pelo sangue, matando a pessoa exposta por sufocamento. A sua constante de acidez é relativamente baixa.
Propriedades físicas
[editar | editar código-fonte]A sua temperatura de fusão é de –14 °C, e a temperatura de ebulição é de 25,7 °C. É solúvel em água, álcool e éter. É altamente inflamável.
Propriedades químicas
[editar | editar código-fonte]Além de ser um poderoso veneno, quando em contato com o ar e sob certas condições, torna-se altamente explosivo.
Outra característica do HCN é sua alta mobilidade e capacidade de penetração em qualquer substância ou material poroso, aí incluído paredes e muros (isto devido à sua baixa massa molecular).
O HCN é também altamente persistente em sua estabilidade. Quando aplicado em ambientes mal ventilados, adere em objetos úmidos mantendo sua ação nociva por horas e dias.
Outra característica do HCN é que ele reage quimicamente com o óxido de ferro (III) formando o Azul da Prússia, um composto altamente estável que se manifesta através de manchas azuladas em paredes decorrentes da reação do HCN com o ferro utilizado na construção de objetos de alvenaria. A umidade atua como catalisador da reação. Antigamente, o azul da Prússia era utilizado na fabricação de tinta para escrever.
Síntese
[editar | editar código-fonte]O HCN é sintetizado principalmente através da reação de metano e amônia na presença de platina como catalisador a temperatura de 1200°C, conforme a equação:
- 2 CH4 + 2 NH3 + 3 O2 → 2 HCN + 6H2O
Essa síntese é creditada a Leonid Andrussow.[6]
Histórico
[editar | editar código-fonte]O HCN começou a ser usado em larga escala durante a Primeira Guerra Mundial quando os dois lados o utilizaram na fabricação de projéteis para artilharia fazendo com que os ataques com gás fossem rotineiros no front (ver artigo sobre guerra química).
Foi também o HCN o gás utilizado nas câmaras de gás estadunidenses, quando estas passaram a executar prisioneiros condenados à pena capital a partir de 1924. Estas câmaras de execução instaladas nas penitenciárias estadunidenses contavam com janela de vidro reforçado, porta maciça e com sistema para fechamento hermético, poderoso sistema de ventilação e de queima do gás dispensado e tratamento químico no interior da câmara após sua utilização para eliminar qualquer traço do veneno. Na câmara de gás, o carrasco colocava pastilhas de cianeto de potássio (cianureto) em ácido sulfúrico. Desta reação resultava sulfato de potássio e cianeto de hidrogênio[7]:
- H2SO4 + 2KCN → K2SO4 + 2HCN
Primeiros socorros
[editar | editar código-fonte]Ingestão: Quebrar uma ampola de nitrito de amilo. Colocar próximo à narina do acidentado durante 15 segundos. Se a respiração não voltar ao normal, repetir a operação a cada 2 minutos. Limitar a 6 operações (ou seja, 6 ampolas). Se a respiração da vítima não se reestabelecer, assegurar-se que há passagem de ar e instituir reanimação cardiopulmonar. Caso a respiração permaneça difícil, administrar oxigênio, se estiver disponível. Prover cuidados médicos imediatos.
Contato com a pele: Lavar a área de contato completamente com sabão e água. Remover a roupa contaminada imediatamente. Colocar a roupa contaminada em um recipiente fechado para armazenagem até que seja lavada ou descartada. Se a roupa tiver que ser lavada, informar à lavanderia sobre as propriedades perigosas do agente contaminante. Descartar os artigos de couro contaminados. Obter atenção médica imediata.
Contato com os olhos: Lavar imediatamente com grandes quantidades de água durante pelo menos 15 minutos. As pálpebras devem manter-se separadas do globo ocular para assegurar uma lavagem completa. Obter atenção médica imediata
Inalação: Remover a pessoa exposta da fonte de exposição. Levar para local ventilado e acomodar deitado. O Socorrista deverá evitar o contato com a roupa contaminada. Quebrar uma ampola de nitrito de amilo. Colocar próximo à narina do acidentado durante 15 segundos. Se a respiração não voltar ao normal, repetir a operação a cada 2 minutos. Limitar a 6 operações (ou seja, 6 ampolas). Se a respiração da vítima não se reestabelecer, assegurar-se que há passagem de ar e instituir reanimação cardiopulmonar. Caso a respiração permaneça difícil, administrar oxigênio, se estiver disponível. Prover cuidados médicos imediatos[8]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c d e Registo de Cyanwasserstoff na Base de Dados de Substâncias GESTIS do IFA.
- ↑ SKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH, Fundamentos de Química Analítica, Tradução da 8ª Edição norte-americana, Editora Thomson, São Paulo-SP, 2006.
- ↑ Pradyot Patnaik. Handbook of Inorganic Chemicals. McGraw-Hill, 2002, ISBN 0070494398
- ↑ a b (en) « Cianeto de hidrogênio » em ChemIDplus.
- ↑ Department of Health: Hydrogen Cyanide. Version 1.2 vom 4. Februar 2004.
- ↑ L. Andrussow (1935). «The catalytic oxydation of ammonia-methane-mixtures to hydrogen cyanide». Angewandte Chemie. 48: 593–595
- ↑ José Geraldo Covre. Química. O Homem e a Natureza Primeira Edição, página 282.
- ↑ Mascarenhas, Crislei. «FISPQ UNIGEL ácido cianídrico» (PDF)
- ↑ SKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH, Fundamentos de Química Analítica, Tradução da 8ª Edição norte-americana, Editora Thomson, São Paulo-SP, 2006.