Paulo de Tebas: diferenças entre revisões
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== Hagiografia == |
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Foi objeto de uma [[hagiografia]] composta por [[Jerónimo de Estridão|São Jerônimo]] chamada ''Vita Sancti Pauli primi eremitae'' (cf. [[Migne]] [[Patrologia Latina|PL]] 23 17-28) e escrita durante a segunda metade do [[século IV]]. Segundo este texto, Paulo era egípcio de uma família rica e teria recebido uma excelente educação, cultivada no estudo da cultura egípcia e do [[idioma grego]]. Deixou tudo para ir ao deserto, depois de ser denunciado por ser cristão por alguns familiares que queriam apoderar-se do seu patrimônio, durante a [[Perseguição de Décio|perseguição do imperador romano Décio]]. De acordo com a narrativa de Jerônimo, Paulo não voltou à cidade e passou o resto de sua vida no deserto e se alimentava do pão que era trazido por um [[corvo]]. Ao final de sua vida, recebeu a visita de [[Antão do Deserto|Antônio do Egito]], a quem pediu ser sepultado com a túnica que este último tinha recebido do bispo [[Atanásio]] em uma fossa escavada, sempre segundo os relatos de Jerônimo, por um par de leões. |
Foi objeto de uma [[hagiografia]] composta por [[Jerónimo de Estridão|São Jerônimo]] chamada ''Vita Sancti Pauli primi eremitae'' (cf. [[Migne]] [[Patrologia Latina|PL]] 23 17-28) e escrita durante a segunda metade do [[século IV]]. Segundo este texto, Paulo era egípcio de uma família rica e teria recebido uma excelente educação, cultivada no estudo da cultura egípcia e do [[idioma grego]]. Deixou tudo para ir ao deserto, depois de ser denunciado por ser cristão por alguns familiares que queriam apoderar-se do seu patrimônio, durante a [[Perseguição de Décio|perseguição do imperador romano Décio]]. De acordo com a narrativa de Jerônimo, Paulo não voltou à cidade e passou o resto de sua vida no deserto e se alimentava do pão que era trazido por um [[corvo]]. Ao final de sua vida, recebeu a visita de [[Antão do Deserto|Antônio do Egito]], a quem pediu ser sepultado com a túnica que este último tinha recebido do bispo [[Atanásio]] em uma fossa escavada, sempre segundo os relatos de Jerônimo, por um par de leões.<ref name=mann>[http://www.catholicnewsagency.com/news/st-paul-of-thebes-churchs-first-known-hermit-honored-jan-15/ Mann, Benjamin. "St. Paul of Thebes, Church's first known hermit, honored Jan. 15", Catholic News Agency, 13 January 2013]</ref> |
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Trata-se na realidade de uma série de lugares-comuns sobre vidas de eremitas que fazem ver o pouco que se sabe ou sabia Jerónimo de seu biografado. No entanto, fica o registro de que desde o ano 250 havia começado sua vida de ermitão não sem intervir em algumas ocasiões nas problemáticas da Igreja nos arredores. |
Trata-se na realidade de uma série de lugares-comuns sobre vidas de eremitas que fazem ver o pouco que se sabe ou sabia Jerónimo de seu biografado. No entanto, fica o registro de que desde o ano 250 havia começado sua vida de ermitão não sem intervir em algumas ocasiões nas problemáticas da Igreja nos arredores. |
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== Seu culto e a ordem húngara em sua homenagem == |
== Seu culto e a ordem húngara em sua homenagem == |
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[[Ficheiro:Diego Velázquez 010.jpg|thumb|250px|''Santos Antônio Abade e Paulo Eremita'', [[Diego Velásquez]], [[1634]] - [[1660]], [[Museu do Prado]], [[Madri]].]] |
[[Ficheiro:Diego Velázquez 010.jpg|thumb|250px|left|''Santos Antônio Abade e Paulo Eremita'', [[Diego Velásquez]], [[1634]] - [[1660]], [[Museu do Prado]], [[Madri]].]] |
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Na [[iconografia]] cristã, era representado sempre junto a [[Antão do Deserto]], com o corvo, os dois leões e sua túnica feita de folhas de palmeira. Nesse santo católico se inspira a [[Ordem de São Paulo Primeiro Eremita]] (monges paulinos), fundada na [[Hungria]] no [[século XIII]] pelo beato [[Eusébio de Esztergom]]. Posteriormente durante o reinado de [[Luís I da Hungria]] o [[relicário]] do seu corpo foi levado clandestinamente desde [[Veneza]] até o reino magiar, onde foi rendido culto primeiro na capela real do palácio da cidade de [[Budapeste|Buda]] a partir de [[4 de outubro]] de [[1381]] e posteriormente, em [[14 de novembro]], foi levada ao mosteiro da [[ordem Paulina]] de Budaszentlőric, o qual se converteu no centro de muitos peregrinos húngaros e estrangeiros que honravam ao santo. Nessa época o relicário da cabeça de São Paulo ainda estava no castelo de Karlstein na [[Boêmia]], até que em [[1523]] os tchecos a entregaram ao rei [[Luís II da Hungria]] e em [[23 de maio]] se uniram pela primeira vez depois de muitos séculos os dois relicários, corpo e cabeça. Logo após a invasão turco-otomana de [[1521]], poucas relíquias de santos conseguiram ser salvas e levadas a lugares seguros. é desconhecido o paradeiro exato dos restos de São Paulo e se presume que foram destruídos.<ref>Kovács Péter. (2008) Hétköznapi élet a Mátyás király korában. Budapeste, Hungria: Editorial Corvina.</ref> |
Na [[iconografia]] cristã, era representado sempre junto a [[Antão do Deserto]], com o corvo, os dois leões e sua túnica feita de folhas de palmeira. Nesse santo católico se inspira a [[Ordem de São Paulo Primeiro Eremita]]<ref>[http://www.paulinefathers.org.au/info-stpaul/ "|Quem foi São Paulo Primeiro Eremita?", Ordem de São Paulo Primeiro Eremita]</ref> (monges paulinos), fundada na [[Hungria]] no [[século XIII]] pelo beato [[Eusébio de Esztergom]]. Posteriormente durante o reinado de [[Luís I da Hungria]] o [[relicário]] do seu corpo foi levado clandestinamente desde [[Veneza]] até o reino magiar, onde foi rendido culto primeiro na capela real do palácio da cidade de [[Budapeste|Buda]] a partir de [[4 de outubro]] de [[1381]] e posteriormente, em [[14 de novembro]], foi levada ao mosteiro da [[ordem Paulina]] de Budaszentlőric, o qual se converteu no centro de muitos peregrinos húngaros e estrangeiros que honravam ao santo. Nessa época o relicário da cabeça de São Paulo ainda estava no castelo de Karlstein na [[Boêmia]], até que em [[1523]] os tchecos a entregaram ao rei [[Luís II da Hungria]] e em [[23 de maio]] se uniram pela primeira vez depois de muitos séculos os dois relicários, corpo e cabeça. Logo após a invasão turco-otomana de [[1521]], poucas relíquias de santos conseguiram ser salvas e levadas a lugares seguros. é desconhecido o paradeiro exato dos restos de São Paulo e se presume que foram destruídos.<ref>Kovács Péter. (2008) Hétköznapi élet a Mátyás király korában. Budapeste, Hungria: Editorial Corvina.</ref> |
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* ''Enciclopedia cattolica'' (versão italiana), Sansoni, Florencia 1952, pág. 753 |
* ''Enciclopedia cattolica'' (versão italiana), Sansoni, Florencia 1952, pág. 753 |
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* ''Oxford Dictionary of Saints'', ed D. H. Farmer. OUP 2004. |
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* "Coptic Synexarium" |
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* Attwater, Donald and Catherine Rachel John. ''The Penguin Dictionary of Saints''. 3rd edition. New York: Penguin Books, 1993. ISBN 0-14-051312-4. |
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* [http://www.catholicrevelations.com/category/saints/the-life-of-st-paul-the-first-christian-hermit-of-thebes.html The Life of St. Paul, the first Christian Hermit of Thebes] |
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* [http://www.ccel.org/ccel/schaff/npnf206.vi.i.html St Jerome, The Life of Paulus the First Hermit] |
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* [[s:The Golden Legend|S Paul the Hermit]] from [[Jacobus de Voragine|Voragine]]'s ''[[Golden Legend]]'' |
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* [http://www.colecciondeverda.com/search/label/Estampas%20de%20Santidades/2012/10/san-pablo-ermitano.html Two old engravings of Saint Paul (T. de Leu and F. Villamena) from De Verda collection][http://www.colecciondeverda.com/search/label/Estampas%20de%20Santidades/2012/11/san-pablo-ermitano.html 2] |
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Revisão das 18h52min de 11 de abril de 2014
| São Paulo de Tebas | |
|---|---|
 | |
| Eremita | |
| Nascimento | 228 d.C. Tebaida, perto do Rio Nilo |
| Morte | 330 d.C. Tebas |
| Veneração por | católicos, ortodoxos e coptas |
| Principal templo | Mosteiro de São Paulo Eremita |
| Festa litúrgica | 15 de janeiro (católico)[note 1] 5 de janeiro (ortodoxo)[2] 9 de fevereiro (copta) |
| Atribuições | dois leões, uma palmeira, corvo |
| Padroeiro | San Pablo, nas Filipinas |
 Portal dos Santos
| |
Paulo de Tebas, Paulo, o ermitão ou Paulo o egípcio (em Copta: Ⲁⲃⲃⲁ Ⲡⲁⲩⲗⲉ) (Tebaida, 228 - Tebas, 330) foi um eremita egípcio, um dos padres do Deserto, é o primeiro eremita do qual se tem notícia, a estabelecer a tradição do ascetismo e contemplação monástica. É venerado na Igreja Católica, na Igreja Ortodoxa e na Igreja Copta como santo. Sua memória litúrgica é celebrada em 15 de janeiro.
Hagiografia
Foi objeto de uma hagiografia composta por São Jerônimo chamada Vita Sancti Pauli primi eremitae (cf. Migne PL 23 17-28) e escrita durante a segunda metade do século IV. Segundo este texto, Paulo era egípcio de uma família rica e teria recebido uma excelente educação, cultivada no estudo da cultura egípcia e do idioma grego. Deixou tudo para ir ao deserto, depois de ser denunciado por ser cristão por alguns familiares que queriam apoderar-se do seu patrimônio, durante a perseguição do imperador romano Décio. De acordo com a narrativa de Jerônimo, Paulo não voltou à cidade e passou o resto de sua vida no deserto e se alimentava do pão que era trazido por um corvo. Ao final de sua vida, recebeu a visita de Antônio do Egito, a quem pediu ser sepultado com a túnica que este último tinha recebido do bispo Atanásio em uma fossa escavada, sempre segundo os relatos de Jerônimo, por um par de leões.[3]
Trata-se na realidade de uma série de lugares-comuns sobre vidas de eremitas que fazem ver o pouco que se sabe ou sabia Jerónimo de seu biografado. No entanto, fica o registro de que desde o ano 250 havia começado sua vida de ermitão não sem intervir em algumas ocasiões nas problemáticas da Igreja nos arredores.
Seu culto e a ordem húngara em sua homenagem
Na iconografia cristã, era representado sempre junto a Antão do Deserto, com o corvo, os dois leões e sua túnica feita de folhas de palmeira. Nesse santo católico se inspira a Ordem de São Paulo Primeiro Eremita[4] (monges paulinos), fundada na Hungria no século XIII pelo beato Eusébio de Esztergom. Posteriormente durante o reinado de Luís I da Hungria o relicário do seu corpo foi levado clandestinamente desde Veneza até o reino magiar, onde foi rendido culto primeiro na capela real do palácio da cidade de Buda a partir de 4 de outubro de 1381 e posteriormente, em 14 de novembro, foi levada ao mosteiro da ordem Paulina de Budaszentlőric, o qual se converteu no centro de muitos peregrinos húngaros e estrangeiros que honravam ao santo. Nessa época o relicário da cabeça de São Paulo ainda estava no castelo de Karlstein na Boêmia, até que em 1523 os tchecos a entregaram ao rei Luís II da Hungria e em 23 de maio se uniram pela primeira vez depois de muitos séculos os dois relicários, corpo e cabeça. Logo após a invasão turco-otomana de 1521, poucas relíquias de santos conseguiram ser salvas e levadas a lugares seguros. é desconhecido o paradeiro exato dos restos de São Paulo e se presume que foram destruídos.[5]
- Enciclopedia cattolica (versão italiana), Sansoni, Florencia 1952, pág. 753
- Oxford Dictionary of Saints, ed D. H. Farmer. OUP 2004.
- "Coptic Synexarium"
- Attwater, Donald and Catherine Rachel John. The Penguin Dictionary of Saints. 3rd edition. New York: Penguin Books, 1993. ISBN 0-14-051312-4.
Referências
- ↑ The Roman Martyrology. Traduzido pelo arcebispo de Baltimore. Última Edição, de acordo com a cópia impressa em Roma em 1914. Edição revisada com o Imprimatur de Sua Eminência o Cardeal Gibbons. Baltimore: John Murphy Company, 1916 p.11.
- ↑ Great Synaxaristes: (em grego) Ὁ Ὅσιος Παῦλος ὁ Θηβαῖος. 15 Ιανουαρίου. ΜΕΓΑΣ ΣΥΝΑΞΑΡΙΣΤΗΣ.
- ↑ Mann, Benjamin. "St. Paul of Thebes, Church's first known hermit, honored Jan. 15", Catholic News Agency, 13 January 2013
- ↑ "|Quem foi São Paulo Primeiro Eremita?", Ordem de São Paulo Primeiro Eremita
- ↑ Kovács Péter. (2008) Hétköznapi élet a Mátyás király korában. Budapeste, Hungria: Editorial Corvina.
Nota
- ↑ "In Thebais, the birthday of St. Paul, the first hermit, who lived alone in the desert from the sixteenth to the one hundred and thirteenth year of his age. His soul was seen by St. Anthony carried by angels among the choirs of apostles and prophets. His feast is celebrated on the 15th of this month."[1]
