Duarte Nuno de Bragança
Pretendente Duarte Nuno de Bragança | |
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Reivindicação | |
Título | Rei de Portugal e Duque de Bragança |
País | Portugal |
Nome reivindicado | Duarte II de Portugal |
Período | 31 de julho de 1932¹ a 23 de dezembro de 1976 |
Predecessor | Miguel Januário (desde 1920) |
Sucessor | Duarte Pio |
Último monarca | Manuel II |
Ligação com o último monarca | 8.º grau de parentesco pela linha colateral (Código Civil e Código de Direito Canónico) |
Vida | |
Cônjuge | Maria Francisca de Orléans e Bragança |
Descendência | Duarte, Duque de Bragança Miguel de Bragança Henrique de Bragança |
Nome completo | Duarte Nuno Fernando Maria Miguel Gabriel Rafael Francisco Xavier Raimundo António |
Casa | Casa de Bragança (Miguelista) |
Pai | Miguel Januário de Bragança |
Mãe | Maria Teresa de Löwenstein-Wertheim-Rosenberg |
Nascimento | 23 de setembro de 1907 Seebenstein, ![]() |
Morte | 23 de dezembro de 1976 (69 anos) Ferragudo, Lagoa, ![]() |
Religião | Catolicismo |
Notas | ¹ Pela morte de D. Manuel II e pelo alegado Pacto de Dover. |
Duarte Nuno de Bragança[1] (Seebenstein, 23 de setembro de 1907 – Ferragudo, Lagoa, 23 de dezembro de 1976), foi um pretendente miguelista ao trono português apartir de 1920, e Chefe da Casa Real de Portugal após a morte do último rei de portugal, Manuel II. Duarte Nuno era o terceiro filho varão de Miguel Januário de Bragança, e o primeiro, do segundo casamento deste, com a princesa Maria Teresa de Löwenstein-Wertheim-Rosenberg.
Vida[editar | editar código-fonte]
Duarte Nuno de Bragança nasceu a 23 de setembro de 1907 em Seebenstein, na Áustria.
Tornou-se pretendente, estando ainda no exílio, com o apoio de alguns monárquicos e da Junta Central do Integralismo Lusitano, ao título de Duque de Bragança e como herdeiro da Coroa portuguesa, em 1920, após a renúncia às pretensões por parte dos seus irmãos mais velhos: no caso de Miguel Maria Maximiliano de Bragança, que fora pretendente ao título de duque de Viseu, este foi obrigado a renunciar às pretensões dinásticas por ter-se casado com uma cidadã americana; no caso de Francisco José de Bragança, porque esteve envolvido numa série de incidentes desde escândalos homossexuais a extorsões de jóias e dinheiro, foi igualmente obrigado a renunciar às suas pretensões. Contudo, todos ignoravam o facto de o último monarca português ainda estar vivo aquando destas reivindicações.
Em 1929, visitou Portugal pela primeira vez, clandestinamente, na companhia de José Adriano Pequito Rebelo; alegadamente percorreu as ruas de Lisboa, foi até Queluz[carece de fontes] e visitou o palácio onde havia nascido o avô, o ex-infante D. Miguel.[2]
Após a morte do rei D. Manuel II de Portugal (1889–1932), foi reconhecido por algumas organizações monárquicas como chefe da Casa Real portuguesa e pretenso herdeiro do trono de Portugal.[carece de fontes]
Quando, em 1950, a Assembleia Nacional revogou a Lei do Banimento, que excluía a presença do ramo Miguelista do país, Duarte Nuno estabeleceu residência em Portugal, em 1953, disponibilizada pela Fundação da Casa de Bragança.
Após o estabelecimento da sua residência em Portugal, no Mosteiro de São Marcos de Coimbra,[3] debateu-se com uma prolongada disputa contra D. Maria Pia de Saxe-Coburgo Gotha e Bragança,[4] uma alegada filha natural do rei D. Carlos I de Portugal[5] e, portanto, meia-irmã do rei D. Manuel II, pela titularidade e chefia da Casa Real.[6]
Após o 25 de abril de 1974, por força de ímpetos revolucionários, com as espoliações e nacionalizações, Duarte Nuno viu-se obrigado a abandonar a residência e mudou-se para a casa de uma das irmãs em Lisboa. Faleceu a 23 de dezembro de 1976 em Ferragudo, concelho de Lagoa, no Algarve, e está sepultado no Panteão dos Duques de Bragança, situado no Convento dos Agostinhos em Vila Viçosa.[7]
Casamento e descendência[editar | editar código-fonte]
Em 1942, casou-se no Brasil, com a princesa D. Maria Francisca de Orléans e Bragança, bisneta de D. Pedro II, último imperador do Brasil (1825–1891), e neta da última princesa imperial, D. Isabel de Brasil e do príncipe imperial consorte, D. Luís Gastão de Orléans, conde d'Eu. Através deste casamento, uniram-se dois ramos da família. O casal teve três filhos:
- Duarte Pio de Bragança (Berna, 15 de maio de 1945–), pretendente ao título de duque de Bragança;
- Miguel Rafael de Bragança (Berna, 3 de dezembro de 1946–), pretendente aos títulos de Infante de Portugal e duque de Viseu. Entre 2000 e 2006, foi o 7.º Presidente do Conselho Directivo da Assembleia dos Cavaleiros Portugueses da Ordem Soberana e Militar de Malta;[8]
- Henrique Nuno de Bragança (Berna, 6 de novembro de 1949 – 14 de fevereiro de 2017), pretendente aos títulos de Infante de Portugal e duque de Coimbra.
Títulos reivindicados[editar | editar código-fonte]
Duarte Nuno reivindicou os seguintes títulos:
Ver também[editar | editar código-fonte]
- Ramo Miguelista
- Lei do Banimento do ramo Miguelista
- Questão dinástica portuguesa
- Casa de Bragança-Saxe-Coburgo e Gota
Referências
- ↑ Segundo a tradição da extinta Casa de Bragança, todos os seus entes dinásticos eram baptizados com os nomes próprios, seguido dos nomes dos três arcanjos - Miguel, Gabriel e Rafael. Após a implantação da República Portuguesa, em 1910, a lei recusa aos descendentes do ex-infante D. Miguel de Bragança o uso legal desses nomes da sua tradição familiar.
- ↑ Diário de Notícias, de 25 de Agosto de 1938; Manuel de Bettencourt e Galvão, Ao serviço d'El-Rei, Lisboa, Edições Gama, 1949, pp. 115-116.
- ↑ Mosteiro de São Marcos de Coimbra, Arquivo da Universidade de Coimbra
- ↑ "…aquela que se conhecia por S.A.R. Dona Maria Pia de Saxe-Coburgo Gotha e Bragança, Princesa Real de Portugal" (PAILLER, 2006, p.12).
- ↑ PAILLER, Jean; Maria Pia: A Mulher que Queria Ser Rainha de Portugal. Lisboa: Bertrand, 2006.
- ↑ SOARES, Fernando Luso; Maria Pia, Duquesa de Bragança contra D. Duarte Pio, o senhor de Santar. Lisboa: Minerva, 1983.
- ↑ Direção-Geral do Património Cultural. «Igreja dos Agostinhos»
- ↑ PINHO, António Brandão de (2017). A Cruz da Ordem de Malta nos Brasões Autárquicos Portugueses. Lisboa: Chiado Editora. 426 páginas. Consultado em 27 de agosto de 2017
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- BRAGA, Paulo Drumond, Nas Teias de Salazar. D. Duarte Nuno de Bragança (1907-1976) entre a Esperança e a Desilusão. Lisboa: Objetiva, 2017.
- EUSTÁQUIO, Victor; "Casas Reais Europeias - Portugal"; Lisboa, Maio de 2004; ISBN 972-9476-43-8
- ALMADA (5º CONDE DE) (D. Lourenço Vaz de Almada]; Notas Sobre A Viagem De Sua Alteza Real o Senhor Duque De Bragança Ao Brasil em 1942, Edições Gama, Lisboa, 1943
- Nascidos em 1907
- Mortos em 1976
- Casa de Bragança
- Grão-Mestres da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa
- Grão-Mestres da Ordem Equestre e Militar de São Miguel da Ala
- Cavaleiros da Ordem do Tosão de Ouro
- Pretendentes ao trono de Portugal
- Exilados de Portugal
- Portugueses expatriados na Áustria
- Naturais de Seebenstein