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Dorival Caymmi: diferenças entre revisões

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Caymmi era [[Imigração italiana no Brasil|descendente de italianos]] pelo lado paterno, as gerações da Bahia começaram com o seu [[bisavô]], que chegou ao Brasil para trabalhar no reparo do [[Elevador Lacerda]]<ref name="EPOCA">[http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT703614-1655,00.html Revista Época: ''Dorival Caymmi, o mais ''baiano'' dos grandes nomes da Música Popular Brasileira'']</ref>. Ainda criança, iniciou sua atividade como músico, ouvindo parentes ao piano. Seu pai era funcionário público e músico amador, tocava, além de piano, violão e bandolim. A mãe, dona de casa, mestiça de portugueses e africanos, cantava apenas no lar. Ouvindo o [[fonógrafo]] e depois a [[vitrola]], cresceu sua vontade de compor. Cantava, ainda menino, em um coro de igreja, como baixo-cantante. Com treze anos, interrompe os estudos e começa a trabalhar em uma redação de jornal O Imparcial, como auxiliar. Com o fechamento do [[jornal]], em [[1929]], torna-se vendedor de bebidas.<ref name="EPOCA" />
Dorival
Caymmi (1914-2008) foi um cantor e compositor brasileiro, e cantava os costumes e
tradições da Bahia. Entre suas canções de sucesso estão "Samba da Minha
Terra", "Marina", "Samba da Bahia", "O Dengo Que
a Nega Tem" e "Saudade de Itapoã".

Caymmi era [[Imigração italiana no Brasil|descendente de italianos]] pelo lado paterno, as gerações da Bahia começaram com o seu [[bisavô]], que chegou ao Brasil para trabalhar no reparo do [[Elevador Lacerda]]<ref name="EPOCA">[http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT703614-1655,00.html Revista Época: ''Dorival Caymmi, o mais ''baiano'' dos grandes nomes da Música Popular Brasileira'' ]</ref>. Ainda criança, iniciou sua atividade como músico, ouvindo parentes ao piano. Seu pai era funcionário público e músico amador, tocava, além de piano, violão e bandolim. A mãe, dona de casa, mestiça de portugueses e africanos, cantava apenas no lar. Ouvindo o [[fonógrafo]] e depois a [[vitrola]], cresceu sua vontade de compor. Cantava, ainda menino, em um coro de igreja, como baixo-cantante. Com treze anos, interrompe os estudos e começa a trabalhar em uma redação de jornal O Imparcial, como auxiliar. Com o fechamento do [[jornal]], em [[1929]], torna-se vendedor de bebidas.<ref name="EPOCA" />
Em [[1930]] escreveu sua primeira música: "No Sertão", e aos vinte anos estreou como cantor e violonista em programas da Rádio Clube da Bahia. Já em [[1935]], passou a apresentar o musical ''Caymmi e Suas Canções Praieiras''. Com 22 anos, venceu, como compositor, o concurso de músicas de carnaval com o samba ''A Bahia também dá''.<ref name="EPOCA" />
Em [[1930]] escreveu sua primeira música: "No Sertão", e aos vinte anos estreou como cantor e violonista em programas da Rádio Clube da Bahia. Já em [[1935]], passou a apresentar o musical ''Caymmi e Suas Canções Praieiras''. Com 22 anos, venceu, como compositor, o concurso de músicas de carnaval com o samba ''A Bahia também dá''.<ref name="EPOCA" />
Gilberto Martins, um diretor da Rádio Clube da Bahia, o incentiva a seguir uma carreira no sul do país. Em abril de 1938, aos 23 anos, Dorival, viaja de ita (navio que cruza o norte até o sul do Brasil) para cidade do Rio de Janeiro, para conseguir um emprego como jornalista e realizar o curso preparatório de [[Direito]].<ref name="EPOCA" /> Com a ajuda de parentes e amigos, fez alguns pequenos trabalhos na imprensa, exercendo a profissão em ''[[O Jornal]]'', do grupo [[Diários Associados]], ainda assim, continuava a compor e a cantar. Conheceu, nessa época, [[Carlos Lacerda]] e [[Samuel Wainer]].<ref name="EPOCA" />
Gilberto Martins, um diretor da Rádio Clube da Bahia, o incentiva a seguir uma carreira no sul do país. Em abril de 1938, aos 23 anos, Dorival, viaja de ita (navio que cruza o norte até o sul do Brasil) para cidade do Rio de Janeiro, para conseguir um emprego como jornalista e realizar o curso preparatório de [[Direito]].<ref name="EPOCA" /> Com a ajuda de parentes e amigos, fez alguns pequenos trabalhos na imprensa, exercendo a profissão em ''[[O Jornal]]'', do grupo [[Diários Associados]], ainda assim, continuava a compor e a cantar. Conheceu, nessa época, [[Carlos Lacerda]] e [[Samuel Wainer]].<ref name="EPOCA" />

Revisão das 16h59min de 20 de outubro de 2016

Dorival Caymmi
Dorival Caymmi
Dorival Caymmi em 1938.
Informação geral
Nome completo Dorival Caymmi
Nascimento 30 de abril de 1914
Salvador, Bahia Bahia
Morte 16 de agosto de 2008 (94 anos)
Rio de Janeiro,  Rio de Janeiro
Nacionalidade brasileiro
Gênero(s) Samba, bossa nova
Ocupação(ões) compositor
Instrumento(s) Vocal, violão
Período em atividade 19342008
Outras ocupações poeta, pintor e ator
Gravadora(s) Odeon
Columbia
Continental
RCA Victor
Elenco
Phonogram
Funarte
Som Livre
Universal
EMI
Afiliação(ões) Dori Caymmi
Danilo Caymmi
Nana Caymmi

Dorival Caymmi (Salvador, 30 de abril de 1914Rio de Janeiro, 16 de agosto de 2008) foi um cantor, compositor, violonista, pintor e ator brasileiro.

Compôs inspirado pelos hábitos, costumes e as tradições do povo baiano.[1] Tendo como forte influência a música negra, desenvolveu um estilo pessoal de compor e cantar, demonstrando espontaneidade nos versos, sensualidade e riqueza melódica. Morreu em 16 de agosto de 2008, aos 94 anos, em casa, às seis horas da manhã, por conta de insuficiência renal e falência múltipla dos órgãos em consequência de um câncer renal que possuía havia 9 anos.[2] Permanecia em internação domiciliar desde dezembro de 2007. Poeta popular, compôs obras como Saudade da Bahia, Samba da minha Terra, Doralice, Marina, Modinha para Gabriela, Maracangalha, Saudade de Itapuã, O Dengo que a Nega Tem, Rosa Morena.

Filho de Durival Henrique Caymmi e Aurelina Soares Caymmi, era casado com Adelaide Tostes, a cantora Stella Maris. Todos os seus três filhos (Nana Caymmi, Dori Caymmi e Danilo Caymmi) também são cantores,[1] assim como sua neta Alice Caymmi.[3]

Biografia

Caymmi era descendente de italianos pelo lado paterno, as gerações da Bahia começaram com o seu bisavô, que chegou ao Brasil para trabalhar no reparo do Elevador Lacerda[4]. Ainda criança, iniciou sua atividade como músico, ouvindo parentes ao piano. Seu pai era funcionário público e músico amador, tocava, além de piano, violão e bandolim. A mãe, dona de casa, mestiça de portugueses e africanos, cantava apenas no lar. Ouvindo o fonógrafo e depois a vitrola, cresceu sua vontade de compor. Cantava, ainda menino, em um coro de igreja, como baixo-cantante. Com treze anos, interrompe os estudos e começa a trabalhar em uma redação de jornal O Imparcial, como auxiliar. Com o fechamento do jornal, em 1929, torna-se vendedor de bebidas.[4] Em 1930 escreveu sua primeira música: "No Sertão", e aos vinte anos estreou como cantor e violonista em programas da Rádio Clube da Bahia. Já em 1935, passou a apresentar o musical Caymmi e Suas Canções Praieiras. Com 22 anos, venceu, como compositor, o concurso de músicas de carnaval com o samba A Bahia também dá.[4] Gilberto Martins, um diretor da Rádio Clube da Bahia, o incentiva a seguir uma carreira no sul do país. Em abril de 1938, aos 23 anos, Dorival, viaja de ita (navio que cruza o norte até o sul do Brasil) para cidade do Rio de Janeiro, para conseguir um emprego como jornalista e realizar o curso preparatório de Direito.[4] Com a ajuda de parentes e amigos, fez alguns pequenos trabalhos na imprensa, exercendo a profissão em O Jornal, do grupo Diários Associados, ainda assim, continuava a compor e a cantar. Conheceu, nessa época, Carlos Lacerda e Samuel Wainer.[4]

Foi apresentado ao diretor da Rádio Tupi, e, em 24 de junho de 1938, estreou na rádio cantando duas composições, embora ainda sem contrato. Saiu-se bem como calouro e iniciou a cantar dois dias por semana, além de participar do programa Dragão da Rua Larga. Neste programa, interpretou O que é que a Baiana Tem?, composta em 1938. Com a canção, fez com que Carmen Miranda tivesse uma carreira no exterior, a partir do filme Banana da Terra, de 1938. Sua obra invoca principalmente a tragédia de negros e pescadores da Bahia: O Mar, História de Pescadores É Doce Morrer no Mar, A Jangada Voltou Só, Canoeiro, Pescaria, entre outras.[1] Filho de santo de Mãe Menininha do Gantois, para quem escreveu em 1972 a canção em sua homenagem: "Oração de Mãe Menininha", gravado por grandes nomes como Gal Costa e Maria Bethânia.

Em 1986, a Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira apresentou o enredo "Caymmi mostra ao Mundo o que a Bahia e a Mangueira tem". Nesse desfile, com um belo samba a Estação Primeira de Mangueira conquistou o principal título do Carnaval Carioca.

[5]

Obra

Nas composições de Caymmi (Maracangalha, 1956; Saudade de Bahia, 1957), a Bahia surge como um local exótico com um discurso típico que estabelecera-se nas primeiras décadas do século XX, com referências à cultura africana, à comida, às danças, à roupa, e, principalmente à religião.

Antecedentes

Com a Primeira Guerra Mundial, um lundu de autoria anônima, com o nome de "A Farofa",[7] trata não tão somente do conflito como também de dendê e vatapá, na canção "O Vatapá".[8] O compositor José Luís alcunhado Caninha, utilizou, ainda em 1921, o vocábulo balangandã, no samba "Quem vem atrás fecha a porta".[9] A culinária baiana foi consagrada no maxixe "Cristo nasceu na Bahia",[9] lançado em 1926. No final da década de 1920, associa à Bahia a mulher que ginga, rebola, requebra, remexe e mexe as cadeiras quando está sambando, o que surpreende na linguística, visto que o autor não era nativo do Brasil.

Sucesso

O primeiro grande sucesso O que é que a baiana tem? cantada por Carmen Miranda em 1939 não só marca o começo da carreira internacional da Pequena Notável vestida de baiana, mas influenciou também a música popular dentro do Brasil, tornou-se conhecida a ponto de ser imitada e parodiada, como no choro "O que é que tem a baiana" de Pedro Caetano e Joel de Almeida ou na canção "A baiana diz que tem" de Felipe Colognezi. Apesar das produções anteriores, as composições de Caymmi são as mais lembradas sobre a cultura baiana.[10]

Referências

  1. a b c «Biografia», Netsaber, BR 
  2. «Dorival Caymmi morre aos 94 anos no Rio», G1, Globo 
  3. «Biografia no Cravo Albin». dicionariompb.com.br. Consultado em 29 de novembro de 2012 
  4. a b c d e Revista Época: Dorival Caymmi, o mais baiano dos grandes nomes da Música Popular Brasileira
  5. Lp dos Sambas de Enredo das Escolas de Samba do Grupo-1A - Rio de Janeiro 1986.
  6. «Depoimento», 70 anos de nascimento de Caymmi (álbum comemorativo), faixa nove, disco um 
  7. Lisboa 1998, p. 27.
  8. Lisboa 1998, pp. 29-30.
  9. a b de Moraes 1998, pp. 36-37.
  10. Laferl, Christopher F, O clicê da terra, Áustria: Universidade de Viena 
  11. «Entrevista», Lisboa, Expresso, anos 1990  Verifique data em: |ano= (ajuda)

Bibliografia

  • Lisboa, Luiz Américo, Júnior (1998) [1990], A presença da Bahia na música popular brasileira, Musimed .
  • de Moraes, José Luís (1998) [1990], «Quem vem atrás fecha», in: Lisboa, Luiz Américo, Júnior, A presença da Bahia na música popular brasileira, Musimed .