Anfibologia: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 1: Linha 1:
{{Portal-filosofia}}
{{Portal-filosofia}}
'''Física (do [[língua grega|grego]] ''amphibolia'') vem a ser, na [[lógica]] e na [[lingüística]] moderna, o mesmo que '''ambigüidade''' (do [[latim]] ''ambiguitas, atis''), isto é, a duplicidade de sentido em uma construção sintática. Um enunciado é ambíguo e, portanto, anfibológico quando permite mais de uma interpretação.
'''Anfibologia''' (da [[língua grega|grego]] ''amphibolia'') vem a ser, na [[lógica]] e na [[lingüística]] moderna, o mesmo que '''ambigüidade''' (do [[latim]] ''ambiguitas, atis''), isto é, a duplicidade de sentido em uma construção sintática. Um enunciado é ambíguo e, portanto, anfibológico quando permite mais de uma interpretação.


Na [[lógica aristotélica]], designa uma [[falácia]] baseada no dúbio sentido - proposital ou não - da estrutura gramatical da sentença de modo a distorcer o raciocínio lógico ou a torná-lo obscuro, incerto ou equivocado.
Na [[lógica aristotélica]], designa uma [[falácia]] baseada no dúbio sentido - proposital ou não - da estrutura gramatical da sentença de modo a distorcer o raciocínio lógico ou a torná-lo obscuro, incerto ou equivocado.

Revisão das 17h25min de 2 de junho de 2010

Predefinição:Portal-filosofia Anfibologia (da grego amphibolia) vem a ser, na lógica e na lingüística moderna, o mesmo que ambigüidade (do latim ambiguitas, atis), isto é, a duplicidade de sentido em uma construção sintática. Um enunciado é ambíguo e, portanto, anfibológico quando permite mais de uma interpretação.

Na lógica aristotélica, designa uma falácia baseada no dúbio sentido - proposital ou não - da estrutura gramatical da sentença de modo a distorcer o raciocínio lógico ou a torná-lo obscuro, incerto ou equivocado.

A ambigüidade pode ser proposital ou inconsciente (ato falho) ou, ainda, dar-se por mero descuido do falante ou do escritor ao organizar as palavras do enunciado. O uso proposital da ambigüidade é comum na poesia (licença poética) e também na linguagem informal, sobretudo no cotidiano do registro falado de uma língua (em brincadeiras, insinuações, por meio de trocadilhos e jogos de palavras). Neste caso, a utilização da ambigüidade se vale da polissemia das palavras, fenômeno lingüístico presente em praticamente todas as línguas.

De um modo geral, a ambigüidade é considerada um vício de linguagem, e a anfibologia, uma falácia.

A intensidade do emprego da ambigüidade também é variável de acordo com a aceitação cultural de cada país ou cultura.

Uma vez que a anfibologia ou a ambigüidade está estreitamente associada à sintaxe, isto é, à posição e organização das palavras dentro de um enunciado, à relação delas entre si e, de um modo geral, à construção das frases, a ocorrência dessa falácia ou desse vício de linguagem assumirá diferentes formas de acordo com a língua de que se trate, pois cada idioma possui sua própria estrutura e sua sintaxe.

Exemplos de Anfibologia

Na língua portuguesa, a ocorrência da ambigüidade se dá mais comumente nos seguintes casos, entre outros:

1) Uso de sujeito posposto a verbo que seja transitivo direto:

Venceu o Brasil a Argentina - Quem foi o vencedor: o Brasil ou a Argentina?

2) Uso de pronome possessivo na terceira pessoa - "seu", "seus", "sua", "suas" - (é um uso que, se o escritor não estiver atento, freqüentemente produz ambigüidade):

Meu pai foi à casa de José em seu carro - No carro de quem, de José ou do pai?

3) Uso de certas comparações:

Na década de 70, os jogadores do Vasco não levavam os treinos a sério, como acontecia no Cruzeiro. - O que acontecia no Cruzeiro? O autor da frase quis equiparar os jogadores do Cruzeiro aos do Vasco ou, ao contrário, quis fazer uma oposição, afirmando que os cruzeirenses levavam os treinos a sério, diferentemente dos vascaínos?

4) Uso da preposição "de" em certos casos entre dois substantivos - as preposições também são freqüentemente fonte de ambigüidade:

Onde está a cachorra da sua mãe? - Está-se referindo à cachorra que pertence à mãe ou está-se insultando-a?

5) Uso do verbo deixar:

João deixou as pessoas felizes. - João deixou felizes as pessoas ou deixou as pessoas que eram felizes?

Ver também

Ícone de esboço Este artigo sobre lógica é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.