Libertação masculina
Libertação masculina é uma teoria que visa libertar os homens da violência social a que são expostos em uma sociedade machista, que obriga-os a agirem de forma dominadora.[1]
Origens[editar | editar código-fonte]
O movimento de libertação masculina surge em 1970, a procura de entender como uma sociedade patriarcal também poderia afetar os homens..[2] O movimento surge como uma resposta ao crescimento do feminismo, a contracultura da época, e a revolução sexual da época. Jack Sawyer publica On Male Liberation (Sobre a Liberação Masculina em português), onde discutia as implicações negativas do estereótipo do homem ideal[3]
Movimento Homens, Libertem-se[editar | editar código-fonte]
Em 2014, o coletivo brasileiro Mo[vi]mento-MG/RJ e o grupo de teatro estadunidense The Living Theatre, de Nova Iorque, lançaram o movimento artístico e social "Homens, Libertem-se/Men Get Free" para a libertação dos homens. Essa libertação seria de forma não opressora às mulheres, pois valores patriarcais e machistas prejudicam e oprimem também os homens, não só as mulheres. No fim do ano de 2014, o movimento lançou uma campanha em referência à queima de sutiãs pela mulheres para a libertação feminina e chamada de "Homem, o que você queimaria?". Dentre as bandeiras pautadas pelo movimento estão questionamentos relacionados sobre:[4][5][6]
- Serviço militar obrigatório comum para homens
- Comportamentos e características sexuais esperados envolvendo tamanho do pênis humano, disfunção erétil e quantidade de parceiras(os)
- Papéis de gênero esperados como provimento financeiro da casa, posturas de insensibilidade emocional e infalibilidade, cuidados de aparência e saúde (exame da próstata)
- Drogadição e violência geral e contra mulheres
- Gosto por esportes
- Profissões "não aceitáveis" (cabeleireiro, decorador, bailarino)
- Vestuários "não permitidos" (saia) e com conotação de respeito (gravata)
- Paternidade desde o início, com filhas e filhos
- Relação carinhosa entre homens, sem ligação com a sexualidade necessariamente
- Modelo fechado de masculinidade
- Papel na luta pela igualdade buscada pelo feminismo
Ver também[editar | editar código-fonte]
- Masculinidade tóxica
- A Dominação Masculina
- História dos grandes homens
- Homem feito
- Homem-forte
- Homens que fazem sexo com homens
- Homem bom
- Mutilação sexual masculina
- Circuncisão
- Submissão masculina
- Concursos de beleza masculinos
- Infertilidade masculina
- Nu masculino na história da fotografia
- Metrossexualismo
- Contraceptivo masculino
- Prostituição masculina
- Anorgasmia masculina
- Aumento peniano
- Estupro masculino
- Violência contra homens
- Violência doméstica contra homens
- Ginástica rítmica masculina
- Natação artística
- Privilégio masculino
- Heterossexualidade obrigatória
- Androcentrismo
- Cis-heteropatriarcado
Referências
- ↑ «IDENTIDADE DE GÊNERO MASCULINA: POSSIBILIDADES DE VIOLÊNCIA». Revista Pandora. Março de 2009. Consultado em 11 de julho de 2012.
[...]a teoria da libertação masculina, que compreende escapar da ‘violência social’ a qual os homens são expostos na sociedade patriarcal, violência que os obrigam a empreenderem o ‘poder’, a mostrarem-se viris, oprimindo, agredindo e dominando as mulheres.
- ↑ Aronowitz, Nona Willis; Dries, Kate (18 de março de 2019). «The 'Men's Liberation' Movement Time Forgot». Vice (em inglês). Consultado em 31 de maio de 2019
- ↑ Sawyer, Jack. «On Male Liberation» (em inglês)
- ↑ «Pelo direito de broxar, falir e ser sensível, campanha pede que homens libertem-se do machismo». Catraca Livre. 8 de julho de 2014. Consultado em 29 de maio de 2019
- ↑ «Homens, Libertem-se: depois das mulheres queimarem sutiãs, agora é a vez dos moços decidirem o que querem queimar». Catraca Livre. 16 de outubro de 2014. Consultado em 29 de maio de 2019
- ↑ «Pelo direito de broxar, falir e ser sensível, campanha pede que homens libertem-se do machismo». Geledés. 12 de julho de 2014. Consultado em 29 de maio de 2019
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- Maltez, Madalena; Aronowitz, Nona Willis; Dries, Kate; Felizardo, Sérgio (25 de março de 2019). «O movimento de "libertação dos homens" que o tempo apagou». Vice. Vice. Consultado em 29 de maio de 2019
- Sawyer, Jack. «On Male Liberation» (em inglês)
- Giffin, Karen (2005). «A inserção dos homens nos estudos de gênero: contribuições de um sujeito histórico». Ciência & Saúde Coletiva. 10: 47–57. ISSN 1413-8123. doi:10.1590/S1413-81232005000100011