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Lilongué

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Lilongué
  Cidade  
Vista parcial de Lilongué
Vista parcial de Lilongué
Vista parcial de Lilongué
Localização
Lilongué está localizado em: Malawi
Lilongué
Localização de Lilongué no Maláui
Coordenadas 13° 59′ 23″ S, 33° 47′ 19″ L
País Maláui
Região Região Central
Distrito Lilongué
História
Fundação 1906
Estatuto de cidade 1947
Capital do Maláui 1-1-1975
Características geográficas
Área total [1] 456 km²
População total (censo 2015) [1] 1,077,116 hab.
Densidade 0 hab./km²
Altitude [2] 1 024 m
Fuso horário CAT (UTC+2)
Código de área +265
Outras informações
ISO 3166-2 MW-LI
Mercado em Lilongué

Lilongué,[3][4][5][6][7][8] Lilôngue,[9] Lilóngue,[9] Lilongue[9] ou Lilongwe[10][11] é, desde 1975, a Capital do Maláui, país localizado no continente Africano. Localizada na zona centro-sul do país, Lilongué é também a capital da Região Central do Maláui e do distrito de Lilongué. A população de Lilongué é de 1.077.116 habitantes segundo o censo de 2015.

Fundada em 1906, Lilongué substituiu, em 1975, a antiga capital nacional, Zomba, menos centralizada e mais ao sul do país.

Período colonial

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Lilongué foi fundada em 1906 às margens do rio Lilongué, inicialmente como um assentamento para os comerciantes asiáticos, seu clima ameno atraiu rapidamente as empresas europeias,[12] tornando-se um centro administrativo colonial britânico no início do século XX. Devido à sua localização na rota norte-sul principal do país e na estrada rumo a Rodésia do Norte (atualmente Zâmbia), concluída em 1909, Lilongué se tornou a segunda maior cidade do Maláui. Na década de 1930, Lilongué ostentava um hotel, um hospital, um clube desportivo europeu, uma mesquita e um clube desportivo muçulmano construídos pela próspera comunidade asiática de negócios residente na cidade. Em 1947, Lilongué adquiriu o estatuto de cidade.[12]

Após a independência do Maláui

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Na época da independência do Maláui (1964), Lilongué, com uma população em torno de 20 000, era a segunda cidade do país, atrás apenas de Blantire, e sua posição central definiu sua escolha para substituir Zomba, que era a capital desde a era colonial. Em 1 de janeiro de 1975, a capital do país foi oficialmente transferida para Lilongué pelo antigo presidente Hastings Kamuzu Banda, embora que inicialmente somente concentrasse os poderes judiciário e executivo, enquanto que Zomba ainda sediava o poder legislativo nacional.[12] A Cidade Capital foi construída com o objetivo de abrigar a capital (com financiamento parcial do África do Sul) a poucos quilômetros a norte da já existente cidade antiga.[12]

O poder legislativo permaneceu em Zomba até 1994, quando a Assembleia Nacional mudou-se finalmente para Lilongué. A partir de então Lilongué torna-se a capital de facto e de jure do país.[13]

Comumente conhecida como uma "capital dormitório" desde janeiro de 1975, Lilongué evoluiu para uma capital completa, quando o recém-eleito presidente Bingu Wa Mutharika exigiu que todos os escritórios do governo se mudassem para Lilongué após as eleições presidencial e parlamentar de maio de 2004.[14] Desde 2008, a população da cidade superou a de Blantire.[1] Lilongué é atualmente o centro político do Maláui, mas Blantire continua a ser a capital econômica.

Lilongué está localizada em uma planície interna 80 km a oeste da extremidade sul do lago Maláui,[15] nas coordenadas 13°59'23" Sul e 33°47'19" Leste. Possui uma área de 456 km² [1] e uma altitude de 1024 metros.[2] Lilongué é cortada pelo rio Lilongué.

A cidade tem muitos bairros conhecidos como áreas (areas). As áreas são numeradas de 1 a 58 (de acordo com o censo de 2008[16]) e pode aumentar a medida que a cidade cresce. As áreas não são necessariamente numeradas consecutivamente de uma área para outra.

Algumas áreas que se destacam são:

  • Área 1: É o centro da cidade, de longe a área mais moderna e desenvolvida de Lilongué. Muitos bancos (Stanbic - ou Standard Chartered, National Bank of Malawi, Nedbank, Banco de Reserva do Maláui), missões diplomáticas, hotéis exclusivos (Sunbird Capital Hotel), escritórios de companhias aéreas (incluindo South African Airlines, Ethiopian Airlines, British Airways, Kenya Airways) e escritórios corporativos internacionais estão localizados no centro da cidade;
  • Área 2: Cidade Velha (Norte da área 1), mais próxima do centro da cidade, bairro comercial próspero, frequentado principalmente por moradores locais; roupas, comida local, mantimentos de estilo ocidental, autopeças, materiais de construção, bicicletas e acessórios estão disponíveis nesta área; abriga o principal mercado local de Lilongué, duas grandes mesquitas e uma estação de micro-ônibus;
  • Área 3 e Área 9: Cidade Velha (oeste da área 1) - margem oeste do rio Lilongué, grandes e ricos bairros residenciais, bares estrangeiros, hotéis como o Hotel Lilongué, lojas e restaurantes de estilo ocidental, clínicas privadas estrangeiras (Moyo Wathanzi na Likuni Road - Dr. Huber de Amsterdam);
  • Área 47: Abriga um campus da African Bible College, um pequeno estádio (Silver stadium) e uma unidade da Children of the Nations (COTN), uma organização internacional sem fins lucrativos dedicada a cuidar de crianças órfãs e carentes.
  • Outras áreas de densidade residencial média a baixa são as de números 6, 12, 11, 43, 10, 44. Há também as áreas 15 e 18 que são de densidade média a alta. A área 15, em particular, tem cerca de 250 bangalôs e casas de classe média.

Enquanto que as áreas mencionadas acima são ricas, seguras e modernas, muitos cidadãos de Lilongué vivem em casas de baixo padrão/não permanentes em diversas áreas, muitas vezes sem eletricidade ou água corrente.

Lilongué apresenta um clima subtropical úmido com verões agradavelmente quentes e invernos amenos. Devido à altitude, as temperaturas são mais baixas do que seria esperado para uma cidade situada nos trópicos. Lilongué apresenta uma curta estação úmida que se estende de dezembro a março e uma estação seca longa, que cobre a maior parte do restante do ano, principalmente junho e julho, que são mais frios que o resto do ano. No entanto, ocorrem aguaceiros durante a estação chuvosa, em torno de 200 milímetros de chuva nos meses mais úmidos, janeiro e fevereiro.

Dados climatológicos para Lilongué
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima recorde (°C) 32 31 32 30 31 29 29 31 33 36 36 33 36
Temperatura máxima média (°C) 27 27 27 27 26 24 24 26 28 30 30 28 27
Temperatura mínima média (°C) 17 17 17 14 10 7 6 8 11 14 17 18 13
Temperatura mínima recorde (°C) 13 12 10 4 3 −1 −3 −2 2 9 12 11 −3
Precipitação (mm) 203,2 210,8 134,6 38,1 5,1 2,5 0 2,5 5,1 5,1 76,2 170,2 850,9
Fonte: www.weatherbase.com[17] 25-9-2010
Evolução da população de Lilongue
Ano População
1966 19 425
1977 98 718
1987 223 318
1998 440 471
2008 674 448
Fonte: censo [1][18]

De acordo com o censo realizado em 2008, a população de Lilongué era de 674 448, sendo 344 890 homens (51,1%) e 329 558 mulheres (48,9%).[16] O censo anterior, realizado em 1998, computou 440 471 habitantes,[1] portanto, Lilongué apresentou um crescimento populacional em dez anos de 53% o que corresponde a uma taxa de crescimento anual de 4,4%.

Outros indicadores do censo 2008:

Distribuição da população por faixa etária[16]
Faixa etária < 1 1-4 5-9 10-14 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75 ou +
% 6,44% 12,43% 12,97% 11,06% 9,58% 12,09% 12,03% 8,21% 5,19% 3,18% 2,21% 1,52% 1,16% 0,69% 0,48% 0,28% 0,48%

De acordo com o censo de 2008, 84,9% da população da cidade era cristã, 12,7% muçulmana, 1,1% pertenciam a outras religiões e 1,3% não possuíam religião.[21]

Lilongué é uma cidade onde 34% das pessoas vivem em favelas, 44% nas Áreas de Habitação Tradicional (THAs, Traditional Housing areas), um programa habitacional do governo onde as residências estão se tornando rapidamente em favelas, e o restante em áreas de habitação convencional. As áreas de habitação convencional ocupam quase 80% da terra, mas compreendem apenas cerca de 20% da população.[18]

Centro de Lilongué

Lilongué é uma cidade mercantil localizada em uma região fértil do Maláui. Além do tabaco, uma da principais fontes de renda, o milho e o amendoim também se encontram entre os principais produtos agrícolas. Desde 1977, Lilongué é também o centro de um projeto de desenvolvimento rural de quase 500.000 hectares cujo objetivo é promover o desenvolvimento da agricultura e prestar serviços sociais.[22]

Infraestrutura

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Na educação superior, a cidade dispõe de um campus da tradicional Universidade do Maláui e sedia a Universidade de Agricultura e Recursos Naturais de Lilongué, ambas públicas.

Lilongué é servida por uma ampla variedade de serviços de transporte rodoviário (majoritário), ferroviário e aéreo, que a conectam ao todo o território nacional, bem como às principais cidades do continente africano.

Sua conexão ferroviária principal se dá pelo Caminho de Ferro de Sena, com o qual pode acessar o porto de Chipoka, o maior dos malauianos no lago Niassa; a mesma ferrovia dá acesso ao porto da Beira[23] e ao porto de Nacala. Pelo Caminho de Ferro de Sena chega-se à Chipata, na Zâmbia.[24]

A via rodoviária opera com ônibus locais e microônibus, de conexão entre a Cidade Velha, o Centro da cidade, o Aeroporto Internacional de Lilongwe e outros centros urbanos, incluindo Mzuzu e Blantire, sendo que a principal concessionária deste serviço é a empresa Companhia de Ônibus Axa. Os táxis estão disponíveis a partir dos hotéis e da Via Presidencial. A maioria das principais vias urbanas são congestionadas, contudo, recentemente, foram alargadas em vias expressas. O fluxo de tráfego melhorou após a instalação dos semáforos em cruzamentos estratégicos.

O Aeroporto Internacional de Lilongué, localizado cerca de 35 km ao norte de Lilongué, no subúrbio de Lumbadzi, oferece voos locais turbo-hélice e voos de diversas companhias aéreas para África do Sul, Quênia, Dubai e Etiópia.

Mausoléu de Kamuzu

Em relação as atrações turísticas, Lilongué tem pouco a oferecer. O mercado na Estrada Malangalanga é muito vivo. Na cidade velha há lojas indianas. Na vizinhança está Salanjama, uma área que a diversidade de aves é notável. Nas encostas superiores há densas florestas tropicais e arbustos de Protea.

O Mausoléu de Kamuzu é o local de descanso do primeiro presidente do Maláui, Dr. Hastings Kamuzu Banda. Ele é visitado pelos habitantes locais e turistas.

Lilongué participou com quatro times na edição 2009/2010 do campeonato da Primeira Divisão do Malawi de futebol, também conhecido como TNM Super League, são eles: Silver Strikers, o campeão, CIVO United, 4º colocado, Blue Eagles, 10º colocado e EPAC United, 13º colocado e rebaixado.[25]

Referências

  1. a b c d e f «Malawi - Administrative units» (em inglês). GeoHive. Consultado em 25 de setembro de 2010 
  2. a b «Lilongwe, Malawi Page» (em inglês). Falling Rain Genomics. Consultado em 25 de setembro de 2010 
  3. Porto Editora. «Lilongué». Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Infopédia – Enciclopédia e Dicionários Porto Editora. Consultado em 18 de janeiro de 2012 [ligação inativa]
  4. Serviço das Publicações da União Europeia. «Anexo A5: Lista dos Estados, territórios e moedas». Código de Redacção Interinstitucional. Consultado em 1 de maio de 2012 
  5. Macedo, Vítor (Primavera de 2013). «Lista de capitais do Código de Redação Interinstitucional» (PDF). Sítio web da Direcção-Geral da Tradução da Comissão Europeia no portal da União Europeia. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias (n.º 41). 15 páginas. ISSN 1830-7809. Consultado em 23 de maio de 2013 
  6. Instituto Internacional da Língua Portuguesa. «Lilongué». Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa. Consultado em 28 de maio de 2017 
  7. Antes da Reforma Ortográfica de 1990, chamada Lilongüe no Brasil.
  8. Correia, Paulo (Outono de 2019). «Um década de nova toponímia» (PDF). a folha - Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. N.º 61. pp. 7–13. Consultado em 17 de janeiro de 2020 
  9. a b c Paulo, Correia; Mendes, Jorge Madeira (Outono de 2017). «Notas sobre povos, línguas, topónimos e ortografia de Moçambique» (PDF). Bruxelas: a folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. p. 33. ISSN 1830-7809. Consultado em 15 de setembro de 2020 
  10. «Embaixada do Malawi». www.embaixadadomalawinobrasil.com.br. Consultado em 5 de dezembro de 2015 
  11. «STF - Supremo Tribunal Federal». m.stf.gov.br. Consultado em 5 de dezembro de 2015 
  12. a b c d «Districts - Central Lilong» (em inglês). wawamalawi.com - Wawa Malawi Group. Consultado em 30 de setembro de 2010 
  13. Britannica, The Editors of Encyclopaedia. Zomba. Encyclopedia Britannica, 21 Jun. 2011. Accessed 18 June 2021.
  14. «MALAWI GUIDE» (PDF). UNDP Malawi 2005 
  15. «Lilongwe» (em inglês). Encyclopædia Britannica. Consultado em 27 de fevereiro de 2010 
  16. a b c «Table 1.1: Population (de-facto) by sex, region, district and TA» (em inglês). National Statistical Office of Malawi. Consultado em 26 de setembro de 2010. Arquivado do original (XLS) em 13 de novembro de 2010  Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "NSO" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  17. «Lilongwe, Malawi» (em inglês). weatherbase.com 
  18. a b «Grassroots-led Urban Development - Achievements; Potentials; Limitations – Experiences in Malawi» (PDF) (em inglês). N-AERUS. Consultado em 28 de setembro de 2010 
  19. a b c d «Mortality Report» (PDF) (em inglês). National Statistical Office of Malawi. Consultado em 26 de setembro de 2010 
  20. «Fertility report» (PDF) (em inglês). National Statistical Office of Malawi. Consultado em 26 de setembro de 2010 
  21. «Table 3.9: Population (de-jure) by religion and sex at District level» (XLS) (em inglês). National Statistical Office of Malawi. Consultado em 26 de setembro de 2010 
  22. «Lilongwe». Infopédia - Porto Editora, 2003-2010. Consultado em 3 de outubro de 2010 
  23. Nkana, Robert. Malawi Railways: an Historical Review. The Society of Malawi Journal Vol. 52, No. 1 (1999), pp. 39-45
  24. Chipata-Mchinji line complete on Zambian side. Zambia National Broadcasting Corporation. 9 de janeiro de 2019.
  25. «Malawi 2009/10» (em inglês). Copyright Peter Kanjere and RSSSF 2009/10. Consultado em 2 de outubro de 2010 
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