Luísa Isabel de Orleães
Esta página cita fontes, mas estas não cobrem todo o conteúdo. (Novembro de 2019) |
Luísa Isabel | |
---|---|
Retrato por Jean Ranc, 1724 | |
Rainha Consorte da Espanha | |
Reinado | 15 de janeiro de 1724 a 31 de agosto de 1724 |
Predecessora | Isabel Farnésio |
Sucessora | Isabel Farnésio |
Nascimento | 11 de dezembro de 1709 |
Palácio de Versalhes, Versalhes, França | |
Morte | 16 de junho de 1742 (32 anos) |
Palácio do Luxemburgo, Paris, França | |
Sepultado em | Igreja de São Sulpício, Paris, França |
Marido | Luís I da Espanha |
Casa | Orleães (por nascimento) Bourbon (por casamento) |
Pai | Filipe II, Duque de Orleães |
Mãe | Francisca Maria de Bourbon |
Religião | Catolicismo |
Brasão | ![]() |
Luísa Isabel (Versalhes, 11 de dezembro de 1709 – Paris, 16 de junho de 1742) foi a esposa do rei Luís I da Espanha e Rainha Consorte da Espanha entre janeiro e agosto de 1724. Era filha de Filipe II, Duque de Orleães, e sua esposa Francisca Maria de Bourbon.
Ficou conhecida no corte espanhola, especialmente por seu comportamento inadequado devido ao transtorno de personalidade borderline (TPB) que sofria.[1] Os membros da corte chamavam-na de "a Rainha Louca".
Biografia[editar | editar código-fonte]
Nascida no Palácio de Versalhes, Luísa Isabel era a sexta filha quinta menina, de Filipe II, Duque de Orleães e Francisca Maria de Bourbon. Sua mãe era uma filha legitimada do rei Luís XIV da França e sua amante Francisca Atenas. Pertencente a casa de Orleães, um ramo cadete da casa de Bourbon, Luísa Isabel detinha o direito ao título de princesa de sangue.
Conhecida como "Mademoiselle de Montpensier", ela foi criada em um convento juntamente com sua irmã mais nova Luísa Diana, futura princesa de Conti. Mademoiselle de Montpensier era também muito próxima do irmão mais velho Luís, que, após a morte de seu pai em 1723, herdaria o título de Duque de Orleães. Sendo uma princesa menor, Luísa Isabel recebeu pouca educação e parecia destinada a se casar com um príncipe alemão ou italiano de baixa posição.
Casamento[editar | editar código-fonte]

Em 1722, com apenas doze anos, contrai matrimônio com o Príncipe das Astúrias, o futuro rei Luís I que tinha quinze anos de idade. Apesar da recepção fria da família real espanhola, especialmente de Isabel Farnésio, a madrasta de seu futuro marido, casou-se com Luís em 20 de janeiro de 1722 em Lerma.
O casamento ocorreu como resultado de estratagemas políticos realizados por Isabel Farnésio, madrasta do Príncipe das Astúrias, que desejava que suas filhas naturais se tornassem rainhas. Desta maneira, Luísa Isabel casou-se com Luís enquanto que a meia-irmã deste, a infanta Mariana Vitória, filha natural de Isabel Farnésio, foi enviada à França com o objetivo de futuramente se casar com o rei Luís XV.[3][4]
A irmã mais nova de Luísa Isabel, Filipina Isabel, foi posteriormente prometida ao infante Carlos,[5] irmão mais novo do marido de Luísa Isabel, mas o casamento não veio a concretizar-se e sua irmã foi mais tarde enviada de volta à França, onde morreu aos dezenove anos em Paris.
Comportamento[editar | editar código-fonte]
Desde sua chegada na Espanha, Luísa Isabel causou alguns incidentes, como andar sem roupas, arrotar e soltar flatulências em público, correr pelos corredores e subir em árvores, todos em decorrências de problemas mentais como transtorno de personalidade borderline (TPB) e bulimia.[1]
Ela aparecia diante de toda a corte suja e fétida, recusando-se a usar roupas íntimas e tentando provocar os cortesões expondo suas partes íntimas de maneira sibilina. Dizem também que ela se recusava a tocar a comida na mesa, mas depois engolia compulsivamente tudo o que encontrou à frente, fosse comestível ou não. Seu comportamento pareceu piorar com o tempo, já que durante a noite ela é vista limpando com lenços, cristais, azulejos e tecidos de todos os tipos no palácio. Os súditos ali presentes veem surpresos como a soberana desnuda, pega seu vestido e começa a limpar os cristais no salão com ele. Seu marido, o rei Luís, dolorosamente, escreve ao pai: "Não vejo outra escolha a não ser trancá-la o mais rápido possível, pois seu distúrbio está aumentando".
Acerca do comportamento de Luísa Isabel enquanto Princesa de Astúrias, um espião francês na corte espanhola relatou:
«A Princesa de Astúrias recolhe-se em si mesma. Ela se vinga com mil travessuras e caprichos, zomba de suas damas de companhia e, diz-se, as leva a "jogos contra a natureza".[6]» |
Rainha da Espanha[editar | editar código-fonte]
Tornou-se rainha consorte quando o seu sogro, o rei Filipe V, abdicou em 15 de Janeiro de 1724. O comportamento de Luísa Isabel foi a fonte de divergências com suas companheiras reais tanto que ela chegou a ser trancada por seis dias por conta de seu comportamento.
Poucos meses depois de ter se tornado rainha, o rei Luís I contraiu varíola, ela então cuidou e permaneceu junto ao monarca até a sua morte em 31 de agosto de 1724, tanto que também chegou a contrair doença porém conseguiu se curar. Luísa Isabel de Orleães e o rei Luís I não tiveram filhos.
Morte[editar | editar código-fonte]
Viúva, a rainha foi enviada de volta a França pela rainha Isabel Farnésio onde ficou por dois anos num convento e depois foi morar no palácio Palácio do Luxemburgo em Paris, onde viveu pelo resto de sua vida. Foi enterrada na capital francesa, na Igreja de São Sulpício. Seu túmulo foi profanado durante a Revolução Francesa.[7]
Ancestrais[editar | editar código-fonte]
Ancestrais de Luísa Isabel de Orleães | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
|
Referências
- ↑ a b Vallejo-Nágera, Alejandra (23 de abril de 2006). «Luisa Isabel, la reina exhibicionista» Crónica N°547 ed. Suplemento de El Mundo
- ↑ Louise Elisabeth d'Orléans, reine d'Espagne , 1720
- ↑ González Cremona 1998, p. 36
- ↑ Pericot García 1983, p. 44
- ↑ Williams, Hugh Noel, Unruly daughters; a romance of the house of Orléans, 1913
- ↑ http://www.histoire-et-secrets.com/articles.php?lng=fr&pg=1415
- ↑ Philippe de Montjouvent, Éphéméride de la Maison de France, Charenton, Éditions du Chaney, 1999, p. 188.
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- Vallejo-Nágera, Alejandra (2006). Locos de la historia: Rasputín, Luisa Isabel de Orleáns, Mesalina y otros personajes egregios. La Esfera de los Libros. ISBN 978-84-9734-477-7.
Luísa Isabel de Orleães Casa de Orleães Ramo da Casa de Capeto 11 de dezembro de 1709 – 16 de julho de 1742 | ||
---|---|---|
Precedida por Isabel Farnésio |
![]() Rainha Consorte da Espanha 15 de janeiro de 1724 – 31 de agosto de 1724 |
Sucedida por Isabel Farnésio |