Mônica no Castelo do Dragão

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Mônica no Castelo do Dragão
Mônica no Castelo do Dragão
Produtora(s) Westone, Sega (original);
Tectoy (gráficos e texto)
Editora(s) Tectoy
Série Turma da Mônica
Plataforma(s) Master System
Lançamento dezembro de 1991
Gênero(s) plataforma
Modos de jogo Um jogador

Mônica no Castelo do Dragão é um jogo eletrônico de plataforma publicado pela Tectoy no Brasil em 1991 para o Master System. É uma reprogramação gráfica e textual autorizada de Wonder Boy in Monster Land, desenvolvido pela Westone e pela Sega, que apresenta Mônica, das histórias em quadrinhos de Turma da Mônica, como personagem principal. O objetivo do jogo é impedir Capitão Feio de dominar o mundo com sujeira e poluição, derrotando monstros ao longo de doze fases.

O jogo foi feito em parceria com a Mauricio de Sousa Produções, a dona de Turma da Mônica, e a Tectoy utilizou engenharia reversa e seu próprio software para reprogramar Wonder Boy. Lançado no Natal de 1991, Mônica no Castelo do Dragão foi bem recebido por revistas brasileiras de jogos eletrônicos e marcou o início de uma série de parcerias entre a Tectoy e a Sega. O jogo obteve duas sequências: Turma da Mônica em: O Resgate e Turma da Mônica na Terra dos Monstros, este último para o Mega Drive. Em 1992, foi livremente adaptado em uma história de Turma da Mônica.

Enredo e jogabilidade[editar | editar código-fonte]

Comparação entre Mônica no Castelo do Dragão (acima) e Wonder Boy in Monster Land (abaixo)

Em Mônica no Castelo do Dragão, Capitão Feio, o "Mestre dos Bueiros", tem o sonho de conquistar o mundo para deixá-lo sujo e poluído. Para ajudá-lo, ele reuniu um exército de monstros, que atacaram e dominaram o mundo. A Mônica, com seu coelho de pelúcia, Sansão, é a única que pode impedi-lo, derrotando os monstros que encontra pelo caminho.[1] Mônica no Castelo do Dragão é um jogo de plataforma em 2D com elementos de RPG,[2] que é uma reprogramação gráfica e textual do jogo da Sega Wonder Boy in Monster Land.[3] O jogador controla Mônica ao longo de doze fases, cada uma com monstros, itens e cenários próprios. Cada cidade tem uma loja para comprar itens, através de ouro, que incluem escudo, armaduras, botas e magia. Quando Mônica derrota monstros, ela recebe ouro ou tesouros que valem pontos.[1]

O jogador tem inicialmente cinco pontos de vida representados por corações, que vão se desgastando quando Mônica é atacada por inimigos. Quando todos os pontos de vida são perdidos, ela se transforma em um monstro de sujeira. Uma ampulheta representando o tempo para concluir a fase aparece no alto da tela, e quando é esgotada, Mônica começa a perder vida. Coletar pequenas ampulhetas ou visitar hotéis e hospitais restaura o tempo.[1] Dentro do jogo, Capitão Feio é mencionado apenas em texto; o último chefe é o dragão mencionado no título.[4]

Antecedentes e lançamento[editar | editar código-fonte]

A Tectoy lançou o Master System no Brasil em 1989

A Tectoy foi fundada no Brasil em 1987 como uma empresa de brinquedos de tecnologia. A parceria entre a empresa e a Sega se iniciou em 1988, quando ela licenciou a Tectoy para lançar sua arma laser-tag Zillion, baseada no anime de mesmo nome. Com o sucesso do produto, a Sega percebeu que a Tectoy poderia ser a parceira ideal para distribuir seus produtos no Brasil e, assim, o Master System foi lançado no país, em 1989.[3] A parceria entre a Tectoy e a Mauricio de Sousa Produções — responsável pela Turma da Mônica — se iniciou no mesmo ano, quando foi lançado um produto baseado no filme Turma da Mônica e a Estrelinha Mágica (1988).[5]

Com o sucesso do Master System e outros produtos, a Tectoy mudou de seu antigo escritório para outro que ficava em frente ao escritório da Mauricio de Sousa Produções na época, o que estreitou ainda mais o laço entre as duas empresas.[5] A Tectoy sugeriu a ideia de um jogo eletrônico estrelando a Mônica para o cartunista Mauricio de Sousa, sendo este uma reprogramação gráfica e textual, autorizada pela Sega, de Wonder Boy in Monster Land.[2] Mauricio aprovou a ideia, mas pediu para que a espada — utilizada pelo personagem principal em Wonder Boy — fosse substituída pelo coelho de pelúcia de Mônica, o Sansão, já que, segundo Mauricio, ela não era uma personagem violenta.[5]

A Sega não enviava kits de desenvolvimento de software (SDKs) ou outras ferramentas para a Tectoy, obrigando-a a fazer engenharia reversa em Wonder Boy. A Tectoy utilizava um editor visual criado por um de seus engenheiros, intitulado "EdMega", um software de MS-DOS.[6] Mônica no Castelo do Dragão foi lançado em dezembro de 1991, próximo ao Natal.[7] Simultaneamente, a Tectoy começou a oferecer uma linha telefônica oferecendo dicas e truques para os jogadores, bem como suporte para consoles e jogos.[3] Mais tarde, o jogo passou a ser incluído em uma versão rosa do Master System, voltada para o público feminino.[2]

Recepção e legado[editar | editar código-fonte]

 Recepção
Resenha crítica
Publicação Nota
VideoGame 8/10[8]

Em geral, Mônica no Castelo do Dragão obteve recepção positiva em revistas brasileiras de jogos eletrônicos. A revista VideoGame avaliou a dificuldade em 7/10, gráficos em 8/10 e música/som em 7/10, dando uma avaliação final de 8/10.[8] Já a revista Ação Games avaliou os gráficos como "ótimos" e os sons e o desafio como "bons".[9]

Mônica no Castelo do Dragão foi o primeiro jogo adaptado pela Tectoy.[10] Embora o jogo não tenha sido um dos mais vendidos para o console no Brasil, ele marcou o início de uma série de parcerias entre a Tectoy e a Sega; a Tectoy lançou diversos outros jogos que eram baseados em jogos originalmente da Sega, como Chapolim x Drácula: Um Duelo Assustador. Em 1993, foi lançada uma sequência de Mônica no Castelo do Dragão, Turma da Mônica em: O Resgate, baseada em Wonder Boy III: The Dragon's Trap.[3] Um terceiro jogo, Turma da Mônica na Terra dos Monstros, baseado em Monster World IV, foi lançado no ano seguinte para o Mega Drive.[5] Em 1992, o jogo foi livremente adaptado na história "Mônica contra o terrível exército do Capitão Feio". Neste quadrinho, Mônica é convocada por Jack Jacaré para ir até seu reino, localizado dentro de um cartucho de jogo eletrônico, para derrotar os monstros invasores liderados por Capitão Feio.[2][11]

Referências

  1. a b c Manual de instruções de Mônica no Castelo do Dragão. Tectoy. 1991
  2. a b c d «Mônica no Castelo do Dragão – A primeira aventura da dentucinha no Master System!». Tectoy. 6 de novembro de 2016. Consultado em 24 de junho de 2022 
  3. a b c d Martins, Ricardo (16 de dezembro de 2021). «Sega and its Monica's Gang». ROMchip (em inglês) (2). Consultado em 2 de junho de 2022 
  4. «Lista relembra os jogos exclusivos brasileiros do Master System». TechTudo. 20 de fevereiro de 2016. Consultado em 24 de junho de 2022 
  5. a b c d JP Moraes (novembro de 2019). «Mauricio de Sousa e Tectoy: Uma longa parceria». Warpzone (11). pp. 21–23. Consultado em 24 de junho de 2022 
  6. «ENTREVISTA: João Manoel Quadros Barros». Jogos 80. 2014. p. 10. Consultado em 24 de junho de 2022 
  7. Fernandes, Paula (20 de dezembro de 1991). «Emoções no Natal dos games». Jornal do Brasil — Programa: 41. Consultado em 24 de junho de 2022 
  8. a b «Mônica no Castelo do Dragão». VideoGame (9). p. 44. Consultado em 24 de junho de 2022 
  9. «Mônica no Castelo do Dragão». Ação Games (8). p. 26. Consultado em 24 de junho de 2022 
  10. Pavani, Luana (setembro de 1995). «Arte e movimento». VideoGame (53). pp. 19–20. Consultado em 24 de junho de 2022 
  11. "Mônica contra o terrível exército do Capitão Feio". Mônica, nº 64. Editora Globo, abril de 1992