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Maçonaria: diferenças entre revisões

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A maçonaria universal utiliza o sistema de [[grau]]s para transmitir os seus ensinamentos, cujo acesso é obtido por meio de uma ''[[Iniciação]]'' a cada grau e os ensinamentos são transmitidos através de representações e [[símbolo]]s.
A maçonaria universal utiliza o sistema de [[grau]]s para transmitir os seus ensinamentos, cujo acesso é obtido por meio de uma ''[[Iniciação]]'' a cada grau e os ensinamentos são transmitidos através de representações e [[símbolo]]s.

Revisão das 15h14min de 20 de janeiro de 2009

Símbolos maçônicos

A maçonaria é uma associação de carácter universal, cujos membros cultivam a filantropia, justiça social, aclassismo, humanidade, os princípios da liberdade, democracia e igualdade, aperfeiçoamento intelectual e fraternidade, é assim uma associação iniciática, filosófica, filantrópica e educativa. Os maçons estruturam-se e reúnem-se em células autónomas, designadas por oficinas, ateliers ou (como são mais conhecidas e correctamente designadas) Lojas, "todas iguais em direitos e honras, e independentes entre si".

Sendo uma associação iniciática utiliza diversos símbolos, de entre estes alguns são conhecidos.

Cada Loja Maçónica é composta pelo Venerável Mestre (ou Presidente), que preside e orienta as sessões, pelo Primeiro Vigilante, que conduz os trabalhos e trata da organização e disciplina em geral e pelo Segundo Vigilante, que instrui os aprendizes. O Orador, que sumariza os trabalhos e reúne as conclusões é coadjuvado pelo Secretário, que redige as actas e trata da sua conservação e é responsável pelas relações administrativas entre a loja e a obediência e junto com o Venerável Mestre encontram-se a Oriente conjuntamente com o Venerável Mestre. O Mestre de Cerimônias, que introduz os irmãos na loja e conduz aos seus lugares os visitantes, e ajuda o Experto nas cerimônias de iniciação, o Tesoureiro, que recebe as quotizações e outros fundos da loja e vela pela sua organização financeira e por fim o Guarda do Templo (que nalguns Ritos e lojas é só externo noutros é externo e interno e ainda noutros ambos são ocupados por irmãos diferentes) e que vela pela entrada do Templo são outros oficiais igualmente importantes. Os cargos do Venerável Mestre ao Secretário são chamados as luzes da oficina.

Origens

Indumentária utilizada pelossss franco-maçons em suas lojas

A maçonaria universal utiliza o sistema de graus para transmitir os seus ensinamentos, cujo acesso é obtido por meio de uma Iniciação a cada grau e os ensinamentos são transmitidos através de representações e símbolos.

O nome "maçonaria" provém do francês maçonnerie ou do inglês masonry que significa "construção". Esta construção é feita pelos maçons nas suas Lojas (Lodges), alguns autores dizem que a palavra é mais antiga e teria origem na expressão copta Phree Messen (Franco-maçon), cujo significado é "filhos da luz".

Na Idade Média havia dois tipos de pedreiros; o rough mason (pedreiro bruto) que trabalhava com a pedra sem lhe extrair forma ou polimento e o Freemason (pedreiro livre) que detinha o segredo de polir a pedra bruta.

A maçonaria simbólica compreende três graus;

Colunas maçónicas

A maçonaria, como a conhecemos hoje, segundo o Dicionário da Maçonaria, de Joaquim Gervásio de Figueiredo, no verbete Franco-maçonaria, "foi fundada em 24 de junho de 1717, em Londres". O termo maçon, segundo o mesmo Dicionário, provém do inglês mason e do francês maçon, que quer dizer 'pedreiro', e do alemão metz, 'cortador de pedra'. A origem da maçonaria está ligada às lendas de Ísis e Osíris, Egito; ao culto a Mitra, vindo até a Ordem dos Templários e a Fraternidade Rosa Cruz. Em 1723, O Rev. Anglicano James Anderson publicou as Constituições da Maçonaria, sendo até hoje documentos universalmente aceites como base de todas as lojas maçônicas.

Ritos

Os ritos compostos por procedimentos ritualísticos, são métodos utilizados para transmitir os ensinamentos e organizar as cerimónias maçônicas.

De entre os principais, praticados no Brasil, destacam-se:

Já em Portugal, os principais utilizados são:

No mundo existiram mais de duzentos ritos, pouco mais de cinquenta são praticados actualmente, porém os mais utilizados são o Rito de York, o Rito Escocês Antigo e Aceito e o Rito Moderno (também chamado de Rito Francês ou Moderno na Europa), juntos estes três ritos detém como seus praticantes mais de 99% dos maçons operativos, outro tipo de Ritos maçônicos menos comuns destacam-se pela abordagem mais esotérica e espiritualista como é por exemplo o rito denominado por Rito de Memphis-Misraim.

Graus

A maçonaria é composta por Graus Simbólicos e Filosóficos, variando o seu nome e o âmbito de Rito para Rito.

A constituição dos três primeiros graus é obrigatória e está prevista nos landmarks da Ordem, são a saber, Aprendiz, Companheiro e Mestre.

O trabalho realizado nos graus ditos "superiores" ou filosóficos é optativo e de caráter filosófico.

Existem diversos sistemas de graus superiores, como o de 33 graus do Rito Escocês Antigo e Aceito, o de 13 graus do Rito de York e do Adoniramita, o de 7 graus do Rito Moderno e do Rito Escocês Rectificado.

Obediências

A Maçonaria Simbólica (aquela que reúne os três primeiros graus) se divide em Obediências Maçônicas designadas de Grande Loja, Grande Oriente ou Ordem, que são unidades administrativas diferentes, que agrupam diversas Lojas, mas que propagam os mesmos ideais.

Além da Maçonaria Simbólica, e conforme o rito praticado, existem os Altos Graus, que se subordinam a outras entidades, assim e por exemplo, os Altos Graus do Rito Escocês Antigo e Aceito estão sob a égide tutelar de um Supremo Conselho, geralmente um por país, sendo comum que os Supremos Conselhos mantenham relações de reconhecimento entre si, bem como celebrem tratados com os corpos da maçonaria simbólica.

A Regularidade maçónica

Constituição de Anderson - 1723

A Maçonaria Universal, regular ou tradicional, é a que professa pela via sagrada, independentemente do seu credo religioso, trabalha na sua Loja sob a invocação do Grande Arquitecto do Universo, sobre os livros sagrados, o esquadro e o compasso. A necessária presença de mais do que um livro sagrado no altar de juramento, reflecte exactamente o espírito tolerante da maçonaria Universal e regular.

A simbologia representada pelo esquadro e no compasso representando no seu interior o acrónimo "G" de Grande Arquitecto do Universo representa exactamente a regularidade e a crença no Grande Arquitecto do Universo.

São os regulamentos consagrados na Constituição de Anderson, considerados o fundamento e pilar da maçonaria moderna que obrigam à crença em Deus. Consequentemente, o não cumprimento deste critério fica desde logo designada a actividade maçónica como irregular.

Para ser membro da maçonaria não basta a autoproclamação, por isso é necessário um convite formal e é obrigatório que o indivíduo seja iniciado por outros maçons. Mantém o seu estatuto desde que cumpra com os seus juramentos e obrigações, sejam elas esotéricas ou simbólicas e esteja integrado numa Loja, regular, numa Grande Loja ou num Grande Oriente, devidamente consagrados, segundo as terminologias tradicionais, ditadas pelos Landmarks da Constituição de Anderson [1]

No Brasil

Gravura por John Pine

A Origem da maçonaria brasileira remonta o princípio do Século XIX, sendo a primeira Loja fundada em 1802 pelo botânico Manoel Arruda Câmara, com o nome de Areópago de Itambé.

Os critérios para a atribuição da regularidade maçónica institucionalmente são a filiação e reconhecimento quer pela Grande Loja Unida da Inglaterra quer por um Grande Oriente ou Grandes Lojas que trabalhem na crença em Deus e obedeçam aos critérios estabelecidos nos Landmarks.[2]

Existem também Obediências Maçônicas que não necessitam ou professam a crença no Grande Arquitecto do Universo, não seguem a directiva adoptada pela Constituição de Anderson e os princípios que orientam a Maçonaria Regular optando por não querer obter o reconhecimento internacional da GLUI ou por não se enquadrarem no espírito dos mesmos ou por terem outros critérios maçónicos de reconhecimento. Esta "irregularidade" não significa de todo que estas Obediências não desempenhem um sério trabalho de filantropia, de engrandecimento do ser humano, e da própria sociedade em que se inserem. As mesmas inserem-se nas seguintes Organizações inter-maçônicas:

Loja maçônica em Avaré, no interior do estado de São Paulo.

Obediências Maçônicas históricas e exclusivamente masculinas do Brasil (por antiguidade histórica):

Em Portugal

Trabalho em Loja

Por antiguidade histórica:

Controvérsias sobre a Maçonaria

Seita

A Maçonaria não diverge de nenhuma ideologia dominante, pois os seus membros são de várias ideologias, nem é herética, pois não faz escolhas contrárias ou diferente de um credo ou sistema religioso que pressuponha um sistema doutrinal organizado, ortodoxo, aliás deixa aos seus membros a liberdade de culto exterior e interna para além de que não promove qualquer "deturpação" de sistemas filosóficos instituídos, ideologias políticas, paradigmas científicos, movimentos artísticos, ou outros como até os influenciou nos últimos séculos. Muito antes de haver democracia nas sociedades já na Maçonaria se elegiam nas Lojas os seus Mestres oficiais e as Obediências Maçônicas os seus órgãos de gestão interna.
Ao pedir-se a admissão a qualquer Obediência Maçônica é costume dizer-se ao candidato que procure não sair antes de ter completado os três anos, pois é considerado o tempo mínimo para conhecer o essencial de qualquer Obediência Maçônica, isso é pedido porque existem substânciais diferenças entre a Maçonaria e uma seita, a saber:

  • Para uma seita entra-se com muita facilidade e é muito difícil de se sair, na maçonaria é precisamente ao contrário;
  • Na maçonaria e ao contrário do que é usual em seitas, não há Gurus, até se costumam dizer a todos até aos não iniciados, que a maçonaria é o Mestre de cada um de nós;
  • O único dogma aceite é que se deve sempre obedecer à própria consciência.
Laicismo e ateísmo

A Maçonaria é de facto e na sua esmagadora generalidade (pois poderá haver Obediências Maçônicas que não o promovem) constituída por Obediências Maçônicas laicas, e o termo laico muitas vezes é confundido erroneamente com o termo ateu, existem provavelmente mais maçons crentes do que ateus (estes serão uma minoria) mas os ateus são tal como os agnósticos tolerados e aceites nas Obediências Maçônicas de espírito liberal e adogmático. Uma organização laica é uma organização que promove o laicismo, é referido que esta visão filosofica não deve ser confundida com o ateísmo de Estado porque e bem não o promove, aliás os valores primaciais do laicismo são a liberdade de consciência, a igualdade entre cidadãos em matéria religiosa, e a origem humana e democraticamente estabelecida das leis do Estado, por isso Constituições de muitos países são promotoras do Laicismo e o Estado nestas declara-se Laico. A maçonaria deste modo ao ser Laica promove deste modo apenas e só uma sociedade mais tolerante e não um ou outro ponto de vista religioso, o que seria o caso se defendesse o ateísmo, pois este é apenas mais um ponto de vista religioso, que não é partilhado por uma grande maioria de maçons.

Segredo e Reuniões reservadas

Quem é filiado a uma loja maçónica fez um juramento solene de não revelar os conhecimentos adquiridos senão para outro iniciado. Isso propiciou críticas, de que não se podia contar por ser algo impróprio. Mas o segredo é o de todo o iniciado, ou seja, um segredo de experimentação própria, nas várias iniciações a que é submetido e na aprendizagem do prosseguimento do seu caminho que é pessoal e intransmissível, esse é o verdadeiro segredo maçónico, o resto são interpretações febris ou mais ou menos mistificadas dos detractores da maçonaria no seu conjunto. Porque é que os não iniciados não podem assistir as reuniões? Muitas associações não permitem que não associados participem de seus encontros, não só os maçons. As Obediências Maçônicas são associações legalizadas nos países onde actuam, se permitido.

Satanismo

Grandes seres humanos e péssimos seres humanos foram e são maçons, evidentemente dependendo o qualificativo da perspectiva cultural de quem analisa. Podemos citar maçons como Augusto Pinochet ou o Marechal Carmona posicionados dicotomicamente a Salvador Allende e Norton de Matos, como duas faces da mesma moeda.

Muitos, ainda hoje, acreditam piamente que os maçons ao serem iniciados entregam a sua alma ao Diabo, assinando com seu próprio sangue um termo de compromisso, bem como outras tolices desse tipo. Boatos assim foram espalhados por inimigos da maçonaria mas não encontram respaldo nos fatos.

Geral

  • BOUCHER, Jules. La Symbolique maçonnique, Editeur Dervy, 1990, ISBN 2850765104;
  • BESOUCHET, Lídia. José Maria Paranhos: Visconde do Rio Branco: ensaio histórico-biográfico/ Tradução de Vera Mourão - Rio de Janeiro:Nova Fronteira;[Brasília]: INL, 1985;
  • PIGEARD, Alain e outros. Os Franco-Mações, 2003 (1.ª Ed.), Editora Pregaminho, ISBN 972-711-429-6 (Traduzido da edição original: Les Francs-Maçons, Éditions Tallandier, Paris, 1998).

Em Portugal

  • ARNAUT, António. Introdução à Maçonaria, 2000, Coimbra Editora, ISBN 9789723214161.
  • CARVALHO, António Carlos. Para a história da maçonaria em Portugal (1913-1935): alguns subsídios recolhidos por António Carlos Carvalho. Lisboa, Editorial Veja, 1976.
  • DIAS, Graça Silva; DIAS, J. S. da Silva. Os primórdios da maçonaria em Portugal. Lisboa, Instituto Nacional de Investigação Científica, 1980, 2 volumes, 4 tomos.
  • MARQUES, A. H. de Oliveira. A maçonaria em Portugal. Lisboa, Gradiva, 1998. ISBN 978-972-662-644-2.
  • MARQUES, A. H. de Oliveira. Dicionário de maçonaria portuguesa. Lisboa, Editorial Delta, 2 vols., 1986
  • MARQUES, A. H. de Oliveira (apresentação, introdução e anotações). Figurinos maçónicos oitocentistas: um «guia» de 1841-42. Lisboa, Editorial Estampa, 1983.
  • MARQUES, A. H. de Oliveira; DIAS, João José Alves. História da maçonaria em Portugal:
  • MATOS, Jorge de. O pensamento maçónico de Fernando Pessoa. Lisboa, Hugin, 2.ª ed., 1977. Prefácio de José Manuel Anes. ISBN 978-972-8310-28-8.

Referências

Ver também

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Ligações externas

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