Grande Arquiteto do Universo
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Grande Arquiteto do Universo (abreviado para GADU), segundo algumas religiões e sistemas de crenças, seria o principal Criador do universo, principalmente do mundo material (demiurgo) independente de uma crença ou religião específica.
Conceito cristão[editar | editar código-fonte]
O conceito de Deus como o Grande Arquiteto do Universo tem sido empregado muitas vezes no cristianismo. Ilustrações de Deus como o arquiteto do universo podem ser encontradas em Bíblias desde a Idade Média[1] e regularmente empregadas pelos apologistas e professores cristãos.
Teólogos cristãos como Tomás de Aquino sustentam que existe um Grande Arquiteto do Universo, a Primeira Causa, e que este é Deus. Os comentadores de Aquino, como Stephen Richards[2] têm apontado que a afirmação de que o Grande Arquiteto do Universo é o Deus cristão não é evidente, com base na "teologia natural" somente, mas requer adicionalmente de um "salto de fé" baseado na revelação da "Bíblia".
João Calvino, em sua obra "Instituto da Religião Cristã" (publicado em 1536), chama repetidamente o Deus cristão de "O Arquiteto do Universo", também se referindo aos seus trabalhos como "Arquitetura de Universo", e em seu comentário sobre Salmo 19 na Bíblia católica Salmo 18 refere-se à Deus como o "Grande Arquiteto" ou "Arquiteto do Universo".
Conceito maçônico[editar | editar código-fonte]

O conceito do 'Grande Arquiteto do Universo' está além de qualquer credo religioso, respeitando toda a sua pluralidade. A crença num ser supremo é ponto indiscutível, para que se possa ser iniciado na maçonaria regular, uma realidade filosófica mas não um ponto doutrinal.[3]
Como é uma escola de filosofia, moral e bons costumes, e não sendo uma religião, a maçonaria não pretende concorrer com outras religiões. Permite aos seus iniciados a crença em qualquer uma das religiões existentes, exigindo apenas a crença num ser superior, criador de tudo e de todos, que o candidato já acreditasse antes mesmo de considerar a possibilidade de vir a ser um maçom. Assim, 'Grande Arquiteto do Universo' ou 'G.'.A.'.D.'.U.'.' é uma designação maçônica para uma força superior, criadora de tudo o que existe.[4] Com esta abordagem, não se faz referência a uma ou outra religião ou crença, permitindo que maçons muçulmanos, católicos, budistas, espíritas e outros, por exemplo, se reúnam numa mesma loja maçônica. Para um maçom de origem muçulmana se referiria a Alah, para outro de católica, seria Javé, de qualquer forma significaria Deus. Assim as reuniões em loja podem congregar irmãos de diversas crenças, sem invadir ou questionar seus conteúdos. A atividade da Maçonaria em relação ao Grande Arquiteto do Universo - G.'.A.'.D.'.U.'., envolve estudos filosóficos e não proselitismo.[5]
Conceito hermético[editar | editar código-fonte]
O Grande Arquiteto também pode ser uma metáfora aludindo à potencialidade divina de cada indivíduo. "(Deus) ... Esse poder invisível que todos sabemos existir, mas entendida por muitos nomes diferentes, tais como Deus, o Espírito, o Ser Supremo, a Inteligência, Mente, Energia, Natureza e assim por diante."[6] Na Tradição Hermética, cada pessoa tem o potencial de tornar-se Deus, esta ideia ou conceito de Deus é percebido como interno e não externo. O Grande Arquiteto é também uma alusão ao universo criado observador. Nós criamos nossa própria realidade, por isso nós somos o arquiteto. Outra forma seria a de dizer que a mente é o construtor.
Conceito gnóstico[editar | editar código-fonte]
O conceito de Grande Arquiteto do Universo ocorre na Gnose ou Gnosticismo. O Demiurgo é o Grande Arquiteto do Universo, o Deus do Antigo Testamento, em oposição a Cristo e Sophia mensageiros da Gnose (Gnosis) do Verdadeiro Deus. A partir do Grande Arquiteto emanam uma série de æons, que gradualmente edificam o Universo. Para os Ebionitas, por exemplo, o Grande Arquiteto é a fonte e o recipiente de todas as coisas, enquanto Rabba Mana, o Grande Espírito, é responsável pela geração da primeira vida.[7]
Referências
- ↑ Erik Høg. depth of the heavens: Belief and knowledge during 2500 years&as_publication=Europhysics News&as_ylo=2004&as_yhi=2004&btnG=Search Scholar search. «The depth of the heavens: Belief and knowledge during 2500 years». Europhysics News. 35 (3). Consultado em 17 de outubro de 2010. Arquivado do original em 10 de outubro de 2008
- ↑ Stephen A. Richards (2006). «Thomas Aquinas (1225–1274 CE)». Theology
- ↑ Max Heindel (1979). A maçonaria e o catolicismo. [S.l.]: Alfaómega
- ↑ JULES BOUCHER; FREDERICO PESSOA DE BARROS (3 de julho de 2013). Simbólica Maçonica, A. [S.l.]: Editora Pensamento. ISBN 978-85-315-0625-3
- ↑ Sangeet Duchane. Pequeno Livro Da Franco Maçonaria, O. [S.l.]: Editora Pensamento. p. 74. ISBN 978-85-315-1461-6
- ↑ Mary Ann Slipper, The Symbolism of the Eastern Star Pages 35 and 36.
- ↑
Herbermann, Charles, ed. (1913). «Nasoræans». Enciclopédia Católica (em inglês). Nova Iorque: Robert Appleton Company