Projeto TAMAR: diferenças entre revisões
a |
|||
Linha 7: | Linha 7: | ||
|tamanho_mapa = |
|tamanho_mapa = |
||
|legenda_mapa = |
|legenda_mapa = |
||
|lema = Tartaruga |
|lema = Tartaruga Marinhappp |
||
|fundação = [[1980]] |
|fundação = [[1980]] |
||
|extinção = |
|extinção = |
Revisão das 17h51min de 14 de fevereiro de 2014
Lema | "Tartaruga Marinhappp" |
Fundação | 1980 |
Sede | Bahia |
Línguas oficiais | Português |
Sítio oficial | http://www.tamar.org.br/ |
O Projeto TAMAR é um projeto conservacionista brasileiro, pioneiro no gênero e que revolucionou a luta pela preservação de espécies ameaçadas de extinção. Atua na busca pela preservação das tartarugas-marinhas ameaçadas de extinção.
O nome TAMAR é uma contração das palavras tartaruga e marinha, necessária, no início da década de 1980, para a confecção das pequenas placas de metal utilizadas para a identificação dos espécimes pelo Projeto, para estudos de biometria, monitoramento das rotas migratórias e outros. Desde então, o nome passou a designar o Programa Brasileiro de Conservação das Tartarugas Marinhas, executado pelo ICMBio, através do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Tartarugas Marinhas, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão governamental, e pela Fundação Centro Brasileiro de Proteção e Pesquisas das Tartarugas Marinhas (Fundação Pró-TAMAR), instituição não governamental, de utilidade pública federal. Essa união demonstra a natureza institucional híbrida do projeto, que conta, adicionalmente, com a participação de empresas e instituições nacionais e internacionais, além de outras organizações não governamentais.
História
A ideia do projeto TAMAR surgiu nos anos 70 através de um grupo de estudantes de oceanografia que viajavam para praias desertas para realizar pesquisas. Naquela época, no Atol das Rocas, os pesquisadores documentaram pescadores matando tartarugas-marinhas. Fotos e alguns relatórios foram enviados às autoridades, que estavam querendo iniciar um programa de conservação marinha dando início ao programa se desdobrou no Projeto Tamar, fundado em 1980.[1]
Segundo levantamentos realizados foram fundamentais as participações do Almirante Ibsen de Gusmão Câmara, fundador da Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza (FBCN) como irradiador do projeto, Maria Thereza Jorge Pádua, fundadora da Fundação Pró-Natureza (Funatura), Renato Petry Leal, da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, José Catuetê Albuquerque, fundador do Projeto TAMAR e Guy Marcovaldi, fundador dos projetos TAMAR e Pró-TAMAR.[2] Guy Marcovaldi, um dos fundadores do projeto, é o atual coordenador nacional do Tamar, que conta com recursos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICM-Bio), ligado ao governo federal, Petrobras e dos turistas que visitam suas instalações pagando bilheteria e comprando camisetas do projeto.
O que o Tamar faz
Missão do Projeto Tamar
O TAMAR surgiu com o objetivo de proteger espécies de tartarugas-marinhas ameaçadas de extinção no litoral brasileiro. Com o tempo, porém, percebeu-se que os trabalhos não poderiam ficar restritos às tartarugas, pois uma das chaves para o sucesso desta missão seria o apoio ao desenvolvimento das comunidades costeiras, de forma a oferecer alternativas econômicas que amenizassem a questão social, diminuindo assim a caça das tartarugas-marinhas para a sua sobrevivência. O tamar também protege tubarões e outras espécies de vida marinha.
As atividades são organizadas a partir de três linhas de ação: Conservação e pesquisa aplicadas; Educação Ambiental e o Desenvolvimento local sustentável, onde a principal ferramenta é a criatividade. Desde o início, tem sido necessário desenvolver técnicas pioneiras de conservação e desenvolvimento comunitário, adequadas às realidades de cada uma das regiões trabalhadas. As atividades estão atualmente concentradas em vinte e uma bases, distribuídas em mais de mil e cem km de costa. Assim, para garantia de efetiva proteção das tartarugas, promove-se também a conservação dos ecossistemas marinho e costeiro e o desenvolvimento sustentável das comunidades próximas às bases - estratégia de conservação conhecida como espécie-bandeira ou espécie-guarda-chuva.
Essas atividades envolvem atualmente cerca de mil e duzentas pessoas, a maioria moradores das comunidades, essenciais para a proteção das tartarugas marinhas, pois melhoram as condições do seu habitat e diminui a pressão humana sobre os ecossistemas e as espécies.
Bases do projeto
Atualmente, há 22 bases do projeto pelo litoral do [[nordeste], [[sudeste], e [[sul], sendo que 18 funcionam o ano inteiro, e 4 funcionam apenas no período de desova das tartarugas. São cidades que sediam as bases:
- Almofala, Ceará
- Atol das Rocas, Rio Grande do Norte
- Fernando de Noronha, Pernambuco
- Ponta dos Mangues, Sergipe
- Pirambu, Sergipe
- Oceanário, Sergipe
- Abaís, Sergipe
- Mangue Seco, Bahia
- Sítio do Conde, Bahia
- Costa do Sauípe, Bahia
- Praia do Forte, Bahia
- Arembepe, Bahia
- Itaúnas, Espírito Santo
- Guriri, Espírito Santo
- Pontal do Ipiranga, Espírito Santo
- Povoação, Espírito Santo
- Vila de Regência, Espírito Santo
- Ilha da Trindade, Espírito Santo
- Anchieta, Espírito Santo
- Bacia de Campos, Rio de Janeiro
- Ubatuba, São Paulo
- Florianópolis, Santa Catarina
5 das 7 espécies mundiais habitam o Brasil
Sergipe
O litoral de Sergipe possui a maior concentração de desovas da tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) no país. Também são registradas, em menores proporções, desovas das tartarugas-cabeçuda (Caretta caretta), pente (Eretmochelys imbricata) e verde (Chelonia mydas).
As bases de Pirambu, Abais e Ponta dos Mangues protegem, juntas, cento e vinte e cinco dos cento e sessenta e três quilômetros de praias sergipanas e protegem mais de duas mil e quinhentas desovas/ano e cerca de cento e trinta e cinco mil filhotes.
O Oceanário de Aracaju e o Centro de Educação Ambiental da Reserva Biológica de Santa Isabel recebem cerca de 170 mil visitantes/ano, sendo 17 mil atendimentos especiais através do Programa de Visitas Orientadas (PVO).
Em Pirambu é desenvolvido o Programa de valorização cultural, envolvendo grupos folclóricos, quadrilhas juninas, capoeira, bordadeiras e o encontro cultural Culturarte. Todas estas atividades se concentram no Clubinho da tartaruga, um estrutura construída em taipa, em regime de mutirão pela comunidade.
Ver também
Referências
- ↑ «Turismo não prejudica tartarugas, mas luz sim, diz fundador do Tamar». Folha Online. 24 de julho de 2009. Consultado em 28 de julho de 2009
- ↑ Dulce Suassuna (2007). Um olhar sobre políticas ambientais: o Projeto Tamar. [S.l.]: Thesaurus Editora. 238 páginas. ISBN 9788570626066