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Rebelião das máquinas

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Rebelião das máquinas

A revolta dos robôs em R.U.R., uma peça teatral de 1920.[1]
Características
Classificação risco catastrófico global
género de ficção científica
technology risk Edit this on Wikidata
(rebelião
ficção apocalíptica)
Localização
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A rebelião das máquinas é um cenário apocalíptico hipotético em que alguma forma de inteligência artificial (IA) torna-se a forma dominante de inteligência na Terra, com programas de computador ou robôs efetivamente tirando o controle do planeta da espécie humana. Os cenários possíveis incluem a substituição de toda a força de trabalho humana, a reivindicação global por uma IA superinteligente e a noção popular de um levante de robôs. Algumas figuras públicas, como Stephen Hawking e Elon Musk, têm defendido pesquisas sobre medidas de precaução para garantir que as futuras máquinas superinteligentes permaneçam sob controle humano.[2]

Automação da economia

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Robô do episódio The Mechanical Monsters (1941) da primeira versão animada do Superman.[3] atacando os humanos.
Revista Weird Tales (1941) com o conto The Robot God de Ray Cummings.
O "olho" de HAL 2000 de 2001: A Space Odyssey (1968).

O consenso tradicional entre os economistas é que o progresso tecnológico não causa desemprego em longo prazo. No entanto, inovações recentes nos campos da robótica e inteligência artificial levantaram preocupações de que o trabalho humano fique obsoleto, deixando pessoas em vários setores sem empregos para ganhar a vida, levando a uma crise econômica.[4][5][6][7] Muitas empresas de pequeno e médio porte também podem ser levadas à falência se não conseguirem pagar ou licenciar tecnologias robóticas e de IA mais recentes, e podem precisar se concentrar em áreas ou serviços que não podem ser facilmente substituídos para viabilidade contínua de tal tecnologia.[8]

A rebelião das máquinas ​​é um tema comum na ficção científica. Os cenários fictícios normalmente diferem muito dos que são teorizados pelos pesquisadores, pois envolvem um conflito ativo entre humanos e uma IA ou robôs com motivos antropomórficos que os enxergam como uma ameaça ou possuem um desejo ativo de lutar contra os humanos, em oposição à preocupação dos pesquisadores de uma IA que extermina rapidamente os humanos como um subproduto da busca por objetivos arbitrários.[9] O tema é tão antigo quanto a peça teatral R.U.R., escrita por Karel Čapek, que introduziu a palavra robô no léxico mundial em 1921,[10] e também pode ser vislumbrado no romance Frankenstein de Mary Shelley (publicado em 1818) na forma como Victor pondera se, caso concorda-se com o pedido de seu monstro e fizesse uma esposa para ele, eles seriam capazes de se reproduzir e sua espécie destruiria a humanidade.[11]

A palavra "robô" de R.U.R. vem da palavra tcheca, robota, que significa trabalhador ou servo e foi "criada" por Josef Čapek, irmão do autor [1] (ver: Irmãos Čapek). A peça de 1920 foi um protesto contra o rápido crescimento da tecnologia, apresentando "robôs" manufaturados com capacidades crescentes que eventualmente se revoltaram.[12] Crítico da peça, Isaac Asimov desenvolveu as "Três Leis da Robótica"[13] para evitar tais revoltas.[14] O HAL 9000 (1968) e o Exterminador original (1984) são dois exemplos icônicos de IAs hostis da cultura popular.[15]

O físico Stephen Hawking, o fundador da Microsoft Bill Gates e o fundador da SpaceX Elon Musk expressaram preocupações sobre a possibilidade de que uma IA pudesse se desenvolver a ponto de os humanos não conseguirem controlá-la, com Hawking teorizando que isso poderia "significar o fim da raça humana".[16] Em 2014 Stephen Hawking disse que "o sucesso na criação de IA seria o maior evento da história da humanidade. Infelizmente, também pode ser o último, a menos que aprendamos como evitar os riscos." Hawking acreditava que, nas próximas décadas, a IA poderia oferecer "benefícios e riscos incalculáveis", como "tecnologia que supera os mercados financeiros, supera pesquisadores humanos, supera a manipulação dos líderes humanos e desenvolve armas que nem mesmo podemos entender". Em janeiro de 2015, Nick Bostrom se juntou a Stephen Hawking, Max Tegmark, Elon Musk, o barão Martin Rees, Jaan Tallinn e vários pesquisadores de IA na assinatura de uma carta aberta, enviada para o Instituto do Futuro da Vida (FLI), dissertando sobre os riscos e benefícios potenciais associados à inteligência artificial. Os signatários "acreditam que a pesquisa sobre como tornar os sistemas de IA robustos e benéficos é importante e oportuna, e que existem direções de pesquisa concretas que podem ser seguidas atualmente."[17][18]

Referências

  1. a b «Who did invent the word "robot" and what does it mean?». Adelaide Robotics Academy (em inglês). Consultado em 11 de junho de 2021 
  2. January 2015, Tanya Lewis 12. «Don't Let Artificial Intelligence Take Over, Top Scientists Warn». livescience.com (em inglês). Consultado em 31 de maio de 2021 
  3. «Superman 2 Mechanical Monsters 1941.ogv». commons.wikimedia.org (em inglês). Consultado em 11 de junho de 2021 
  4. Lee, Kai-Fu (24 de junho de 2017). «The Real Threat of Artificial Intelligence». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 31 de maio de 2021. These tools can outperform human beings at a given task. This kind of A.I. is spreading to thousands of domains, and as it does, it will eliminate many jobs. 
  5. Larson, Nina (8 de junho de 2017). «AI 'good for the world'... says ultra-lifelike robot». Phys.org (em inglês). Consultado em 31 de maio de 2021. Among the feared consequences of the rise of the robots is the growing impact they will have on human jobs and economies. 
  6. Santini, Jean-Louis (14 de fevereiro de 2016). «Intelligent robots threaten millions of jobs». Phys.org (em inglês). Consultado em 31 de maio de 2021. "We are approaching a time when machines will be able to outperform humans at almost any task," said Moshe Vardi, director of the Institute for Information Technology at Rice University in Texas. 
  7. Williams-Grut, Oscar (15 de fevereiro de 2016). «Robots will steal your job: How AI could increase unemployment and inequality». Business Insider (em inglês). Consultado em 31 de maio de 2021. Top computer scientists in the US warned that the rise of artificial intelligence (AI) and robots in the workplace could cause mass unemployment and dislocated economies, rather than simply unlocking productivity gains and freeing us all up to watch TV and play sports. 
  8. «How can SMEs prepare for the rise of the robots?». LeanStaff (em inglês). 17 de outubro de 2017. Consultado em 31 de maio de 2021. Arquivado do original em 18 de outubro de 2017 
  9. Bostrom, Nick (2014). Superintelligence: Paths, Dangers, Strategies (em inglês). [S.l.]: Oxford University Press. 352 páginas. ISBN 978-0199678112 
  10. «The Origin Of The Word 'Robot'». Science Friday (em inglês). 22 de abril de 2011. Consultado em 3 de junho de 2021 
  11. Botkin-Kowacki, Eva (28 de outubro de 2016). «A female Frankenstein would lead to humanity's extinction, say scientists». Christian Science Monitor (em inglês). ISSN 0882-7729. Consultado em 3 de junho de 2021 
  12. Hockstein, N. G.; Gourin, C. G.; Faust, R. A.; Terris, D. J. (2007). «A history of robots: from science fiction to surgical robotics». Journal of Robotic Surgery (em inglês) (2): 113–118. ISSN 1863-2483. PMC 4247417Acessível livremente. PMID 25484946. doi:10.1007/s11701-007-0021-2. Consultado em 3 de junho de 2021 
  13. Farinaccio, Rafael (11 de dezembro de 2017). «Como funcionam as Três Leis da Robótica do escritor Isaac Asimov em 2017?». www.tecmundo.com.br. Consultado em 10 de agosto de 2024 
  14. Alison "Boom" Baumgartner (8 de dezembro de 2016). «Throwback Thursday: "Rossum's Universal Robots" (1920)». Sciencefiction.com (em inglês). Consultado em 11 de junho de 2021 
  15. Hellmann, Melissa (21 de setembro de 2019). «AI 101: What is artificial intelligence and where is it going?». The Seattle Times (em inglês). Consultado em 3 de junho de 2021 
  16. Rawlinson, Kevin (29 de janeiro de 2015). «Microsoft's Bill Gates insists AI is a threat». BBC News (em inglês). Consultado em 30 de maio de 2021 
  17. «The Future of Life Institute Open Letter» (em inglês). The Future of Life Institute. Consultado em 30 de maio de 2021 
  18. Bradshaw, Tim (11 de janeiro de 2015). «Scientists and investors warn on AI». The Financial Times (em inglês). Consultado em 30 de maio de 2021 

Ligações externas

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