Tumor dentinogênico de células fantasmas
O tumor dentinogênico de células fantasmas (TDCF) é uma neoplasia odontogênica benigna relativamente rara, caracterizada pela presença de células fantasmas.[1][2][3] Esse tipo de tumor era considerado anteriormente uma variante sólida do cisto odontogênico calcificante, mas desde 2005 a OMS o reclassificou como uma patologia distinta.[2]
Sinais e sintomas
[editar | editar código-fonte]O TDCF pode se apresentar como uma tumefação de crescimento exuberante, causando trismo e até mesmo edema dos linfonodos cervicais.[3] Os dentes associados ao tumor tendem a não serem vitais, e a terem mobilidade dentária.[2]
Aspectos radiográficos e histológicos
[editar | editar código-fonte]Radiograficamente, o TDCF possui características semelhantes a outros cistos odontogênicos, sendo uma lesão relativamente bem definida, uni ou multiloculada, radiolúcida.[2][3] Ele pode causar elevação do seio maxilar quando em maxila, deslocamento dos dentes associados e/ou reabsorção das raízes.[3] Em alguns casos, pode haver focos radiopacos de calcificação no tumor.[2]
Histologicamente, o tumor é caracterizado pela presença de células fantasmas e ilhotas de epitélio ameloblástico e de retículo estrelado, dentro de um estroma tumoral de tecido conjuntivo maduro.[1][2] Por ser histologicamente semelhante ao ameloblastoma com células fantasmas, a proporção de células fantasmas superior a 1-2% e a presença de matriz dentinoide são características importantes que tornam o TDCF uma entidade distinta.[1] As células não possuem atipia e há poucas figuras mitóticas no tumor, caracterizando benignidade.[2]
Causas
[editar | editar código-fonte]As causas ainda são desconhecidas. Apesar de ser um tumor benigno, o TDCF é caracterizado pela infiltração local de células do epitélio odontogênico, apontando para a origem do tumor, mas também relacionando a taxa de recidiva alta encontrada, assim como a possibilidade de transformação maligna.[2][3]
Epidemiologia
[editar | editar código-fonte]A incidência do TDCF é de <3% dos tumores odontogênicos, e mais da metade dos pacientes afetados são de origem asiática.[2] Homens são mais afetados (2:1) e o TDCF é mais frequente em pacientes de 40-60 anos de idade.[2] Ele acomete mais frequentemente as regiões posteriores de maxila e mandíbula, especialmente em mandíbula.[2][3]
Diagnóstico
[editar | editar código-fonte]O diagnóstico é feito através de exame anatomopatológico, através da confirmação de células fantasmas e produção de matriz osteodentinoide.[1][2] Além de hematoxilina-eosina, imuno-histoquímica pode auxiliar no diagnóstico, pois o TDCF é positivo para CK5, CK7, CK14 e CK19.[1] Possui um índice de proliferação (Ki67) baixo (<5%).[1]
Pode fazer diagnóstico diferencial com cisto odontogênico calcificante, ameloblastoma com células fantasmas e carcinoma odontogênico de células fantasmas.[1][2][3] O TDCF também está frequentemente associado a dentes inclusos e odontomas.[2]
Prognóstico e tratamento
[editar | editar código-fonte]O prognóstico do TDCF é favorável, embora possua alta taxa de recidiva.[1][2][3] Apesar de benigno, o tumor pode passar por transformação maligna em um carcinoma odontogênico de células fantasmas.[2] O tratamento mais recomendado é a ressecção cirúrgica radical, mas há na literatura relatos de casos de marsupialização com sucesso no tratamento.[2]
Referências
- ↑ a b c d e f g h Soluk-tekkesin, Merva; Wright, John M. (2013). «The world health organization classification of odontogenic lesions: a summary of the changes of the 2017 (4th) edition». Turkish Journal of Pathology. ISSN 1018-5615. doi:10.5146/tjpath.2017.01410. Consultado em 28 de setembro de 2024
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q Toyodome, Soichiro; Wakasa, Tomoko; Hirose, Katsutoshi; Iwamoto, Noriko; Suzuki, Seiya; Nemoto, Naoto; Toyosawa, Satoru; Nagata, Tetsuji (30 de março de 2023). «Dentinogenic ghost cell tumor treated with a combination of marsupialization and radical resection: a case report and review of the literature». Journal of Medical Case Reports. 114 páginas. ISSN 1752-1947. PMID 36991521 Verifique
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(ajuda). doi:10.1186/s13256-023-03861-w. Consultado em 28 de setembro de 2024 - ↑ a b c d e f g h Yoshida, Suzuka; Takeshita, Yohei; Kawazu, Toshiyuki; Hisatomi, Miki; Okada, Shunsuke; Fujikura, Mamiko; Obata, Kyoichi; Takabatake, Kiyofumi; Yoshida, Saori (2024). «Central dentinogenic ghost cell tumor of the maxilla: a case report with new imaging findings and review of the literature». Oral Radiology (4): 561–568. ISSN 0911-6028. PMID 38969864 Verifique
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(ajuda). doi:10.1007/s11282-024-00764-4. Consultado em 28 de setembro de 2024