Pedofilia: diferenças entre revisões

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CID10 = {{ICD10|F|65|4|f|60}}|
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A '''Pedofilia''' é um distúrbio psicológico em que um adulto manifesta preferência sexual por [[crianças]] [[Puberdade|pré-púberes]]<ref name=WHOPaedophilia /><ref name=APAstmt/><ref name="okami">Okami, P. & Goldberg, A. (1992) "Personality correlates of pedophilia: Are they reliable indicators?," ''Journal of Sex Research'', 29, 297-328.</ref><ref name="Freund">Freund, K. (1981). Assessment of pedophilia. In M. Cook & K. Howells (Eds.), Adult sexual interest in children (pp. 139–179). London: Academic.</ref><ref name=Blanchard2007/> ou comete [[abuso sexual de menores]], também chamado de "comportamento pedófilo".<ref name=americanheritage2> {{cite web|url=http://dictionary.reference.com/browse/pedophilia |title="pedophilia" (n.d.) |work=The American Heritage® Stedman's Medical Dictionary |date=May 06, 2008|quote=The act or fantasy on the part of an adult of engaging in sexual activity with a child or children.}}</ref><ref name=APAstmt/><ref name= Finkelhor>{{cite book|title=A Sourcebook on Child Sexual Abuse: Sourcebook on Child Sexual Abuse |first=David |last=Finkelhor |coauthors=Sharon Araji |year=1986 |publisher=Sage Publications |pages=p90 |isbn=0803927495}}</ref><ref name=burgess>{{cite book |title=Sexual Assault of Children and Adolescents|first=Ann Wolbert |last=Burgess |coauthors=Ann Wolbert |year=1978 |publisher=Lexington Books |pages=p9-10,24,40 |isbn=0669018929|quote=the sexual misuse and abuse of children constitutes pedophilia}}</ref><ref name=faganJAMA/><ref name=britannica>{{cite web |title=pedophilia |url=http://www.britannica.com/eb/article-9058932 |publisher=Encyclopædia Britannica}}</ref> Na linguagem comum, o termo '''pedófilo''' se refere ao adulto que se sente sexualmente atraído por uma criança ou que abusa sexualmente de uma.<ref name=americanheritage> {{cite web|url= http://dictionary.reference.com/browse/pedophile |title="pedophile" (n.d.) |work=The American Heritage® Dictionary of the English Language, Fourth Edition |date=May 06, 2008}}</ref><ref name=americanheritage2/> Na [[Polícia|linguagem policial]], o termo "pedófilo" é geralmente usado para descrever indivíduos acusados ou condenados de abuso sexual de menor, dentro da definição legal de [[Maioridade|menor]] (o que inclui crianças pré-púberes e adolescentes abaixo da [[idade de consentimento]] local);<ref name=ames/>. Alguns pesquisadores tem descrito esse uso como impróprio por confundir dois tipos de criminosos, [[child molester]]s e [[Estupro|estupradores]], obscurecendo os resultados das pesquisas mais modernas.<ref name="okami">Okami, P. & Goldberg, A. (1992) "Personality correlates of pedophilia: Are they reliable indicators?," ''Journal of Sex Research'', 29, 297-328.</ref><ref name=ames>{{cite journal |url=http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2205170 |title= Legal, social, and biological definitions of pedophilia |volume=1990 Aug;19(4):333-42. |journal=Archives of Sexual Behavior |last=Ames |first=MA |coauthors=Houston DA}}</ref>
A '''pedofilia''' (também chamada de '''''paedophilia erotica''''' ou '''pedosexualidade''') é a perversão sexual<ref>FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio - Século XXI, ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 2ªed, 1993. ISBN 85-209-0411-4</ref>, considerada [[crime|criminosa]] e combatida na maioria das sociedades, na qual a atração sexual de um indivíduo adulto está dirigida primariamente para [[criança]]s pré-púberes ou não. A palavra ''pedofilia'' vem do [[Língua grega|grego]] παιδοφιλια &lt; παις (que significa "criança") e φιλια ( 'amizade'; 'afinidade'; 'amor', 'afeição', 'atração'; 'atração ou afinidade patológica por'; 'tendência patológica' - segundo o [[Dicionário Aurélio]]).


As causas da pedofilia são desconhecidas.<ref name=psychtoday2008>{{cite web|url=http://psychologytoday.com/conditions/pedophilia.html |title="Pedophilia" |publisher= Sussex Publishers, LLC |work=Psychology Today |date=07 Sept 2006}}</ref> A maioria dos pedófilos são homens, apesar de que a pedofilia também ocorre em mulheres.<ref name=britannica/><ref name=genpsych>{{cite book |title=Review of General Psychiatry |first=Howard H. |last=Goldman |year=2000 |publisher=McGraw-Hill Professional Psychiatry |pages=374 |isbn=0838584349}}</ref><ref name=mayoprofile>Mayo Clinic Proceedings "A Profile of Pedophilia"[http://www.mayoclinicproceedings.com/pdf/8204/8204sa.pdf Mayo Clinic Proceedings] Acessado em [[2 de junho]] de [[2008]]</ref> Em psicologia e em direito penal, tem havido uma variedade de tipologias sugerindo a categorização dos pedófilos de acordo com o comportamento e motivação.<ref name=lanning3e/> Não são conhecidos [[tratamento]]s ou cura para a pedofilia, no entanto, existem [[terapia]]s que podem reduzir a incidência de comportamento pedófilo que resultam em abuso de menores.<ref name=fullerJAMA/><ref name=faganJAMA/>
== Psicologia==
{{Parafilia}}A pedofilia é classificada como uma [[Doença mental|desordem mental]] e de [[Transtorno de personalidade|personalidade]] do adulto, e também como um [[parafilia|desvio sexual]], pela [[Organização Mundial de Saúde]]<ref>http://www.who.int/classifications/apps/icd/icd10online/ (em inglês)</ref>. Os atos sexuais entre adultos e crianças abaixo da [[idade de consentimento]] (resultantes em [[coito]] ou não) é um '''[[crime]]''' na legislação de inúmeros países. Em alguns países, como o [[Brasil]], o assédio sexual a tais crianças, por meio da Internet, também constitui crime. Outras práticas correlatas, como divulgar a [[pornografia infantil]] ou fazer sua [[apologia]], também configuram atos ilícitos classificados por muitos países como crime. Nesse sentido é o dispositivo do artigo 241 e parágrafo 1º, inciso I, da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o [[Estatuto da Criança e do Adolescente]], com penas de 2 a 8 anos de reclusão e multa. O comportamento pedófilo é mais comum no sexo masculino{{carece de fontes}}.


== História do termo ==
A [[Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança]], aprovada em [[1989]] pela [[Assembleia Geral das Nações Unidas]], define que os países signatários devem tomar "todas as medidas legislativas, administrativas, sociais e educativas" adequadas à proteção da criança, inclusive no que se refere à [[abuso sexual|violência sexual]] (artigo 19)<ref>http://www.gddc.pt/direitos-humanos/textos-internacionais-dh/tidhuniversais/dc-conv-sobre-dc.html (em português)</ref><ref>http://www.unhchr.ch/html/menu3/b/k2crc.htm (em inglês)</ref>.
A '''pedofilia''' (também chamada de '''''paedophilia erotica''''' ou '''pedosexualidade''') é a perversão sexual<ref>FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio - Século XXI, ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 2ªed, 1993. ISBN 85-209-0411-4</ref>, . A palavra ''pedofilia'' vem do [[Língua grega|grego]] παιδοφιλια &lt; παις (que significa "criança") e φιλια ( 'amizade'; 'afinidade'; 'amor', 'afeição', 'atração'; 'atração ou afinidade patológica por'; 'tendência patológica' - segundo o [[Dicionário Aurélio]]).


==Definição==
==Definição==
Pedofilia é o desvio sexual "''caracterizado pela atração por crianças ou adolescentes sexualmente imaturos, com os quais os portadores dão vazão ao erotismo pela prática de obscenidades ou de atos libidinosos''"<ref name="A">Croce, Delton, et alli, ''Manual de Medicina Legal'', Saraiva, São Paulo, 1995</ref> (Croce, 1995).
Pedofilia é o desvio sexual "''caracterizado pela atração por crianças ou adolescentes sexualmente imaturos, com os quais os portadores dão vazão ao erotismo pela prática de obscenidades ou de atos libidinosos''"<ref name="A">Croce, Delton, et alli, ''Manual de Medicina Legal'', Saraiva, São Paulo, 1995</ref> (Croce, 1995).



Algumas outras definições de pedofilia requerem uma diferença de idade de no mínimo cinco anos. Estas, porém, tendem a negligenciar a inclinação sexual pedofílica que desenvolve-se durante a puberdade ou a infância, e que tende posteriormente a diminuir e acabar. Alguns sexólogos, porém, como o especialista [[Estados Unidos da América|americano]] [[John Money]], acreditam que não somente adultos, mas também [[adolescência|adolescentes]], podem ser qualificados como pedófilos<ref>http://www.ffzg.hr/socio/astulhof/Dictionary%20of%20Sexology.htm</ref>. Na [[França]], esta é a definição dominante.
Algumas outras definições de pedofilia requerem uma diferença de idade de no mínimo cinco anos. Estas, porém, tendem a negligenciar a inclinação sexual pedofílica que desenvolve-se durante a puberdade ou a infância, e que tende posteriormente a diminuir e acabar. Alguns sexólogos, porém, como o especialista [[Estados Unidos da América|americano]] [[John Money]], acreditam que não somente adultos, mas também [[adolescência|adolescentes]], podem ser qualificados como pedófilos<ref>http://www.ffzg.hr/socio/astulhof/Dictionary%20of%20Sexology.htm</ref>. Na [[França]], esta é a definição dominante.
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# A pessoa possui mais do que 16 anos de idade, e é ao menos cinco anos mais velha do que a(s) criança(s) citada(s) no critério. Este critério não se aplica exatamente a indivíduos com 12-13 anos de idade ou mais, Envolvidos em um relacionamento amoroso (namoro)com um indivíduo ao final da adolescência - entre 17 e 20 anos de idade. Haja visto que nesta faixa etária geralmente acontecem diversos relacionamentos entre adolescentes de idades diferentes. Namoro entre adolescentes e jovens não é considerado pedofilia por especialistas no assunto. (Exemplo: O namoro entre uma adolescente de 14 anos e um jovem de 18 anos)<ref>O Olhar Adolescente - Os Incríveis Anos de Transição Para a Vida Adulta, Publicação especial da Revista Mente e Cérebro, Editora Ediouro, Segmento-Duetto Editorial Ltda, com conteúdo internacional fornecido pela Gehim&Geist, sob licença da Scientific American, Inc. São Paulo, Edição número 1, 2007. ISBN 978-85-99535-40-0</ref>
# A pessoa possui mais do que 16 anos de idade, e é ao menos cinco anos mais velha do que a(s) criança(s) citada(s) no critério. Este critério não se aplica exatamente a indivíduos com 12-13 anos de idade ou mais, Envolvidos em um relacionamento amoroso (namoro)com um indivíduo ao final da adolescência - entre 17 e 20 anos de idade. Haja visto que nesta faixa etária geralmente acontecem diversos relacionamentos entre adolescentes de idades diferentes. Namoro entre adolescentes e jovens não é considerado pedofilia por especialistas no assunto. (Exemplo: O namoro entre uma adolescente de 14 anos e um jovem de 18 anos)<ref>O Olhar Adolescente - Os Incríveis Anos de Transição Para a Vida Adulta, Publicação especial da Revista Mente e Cérebro, Editora Ediouro, Segmento-Duetto Editorial Ltda, com conteúdo internacional fornecido pela Gehim&Geist, sob licença da Scientific American, Inc. São Paulo, Edição número 1, 2007. ISBN 978-85-99535-40-0</ref>


== Psicopatologia ==
Note que de acordo com esta definição, o ato sexual não precisa estar presente, de forma que uma pessoa pode ser diagnosticada como pedófila apenas pela presença de fantasias ou desejos sexuais, desde que a dada pessoa cumpra todos os três critérios acima.
{{Parafilia}}

A pedofilia é classificada como uma [[Doença mental|desordem mental]] e de [[Transtorno de personalidade|personalidade]] do adulto, e também como um [[parafilia|desvio sexual]], pela [[Organização Mundial de Saúde]]<ref>http://www.who.int/classifications/apps/icd/icd10online/ (em inglês)</ref>. Os atos sexuais entre adultos e crianças abaixo da [[idade de consentimento]] (resultantes em [[coito]] ou não) é um '''[[crime]]''' na legislação de inúmeros países. Em alguns países, como o [[Brasil]], o assédio sexual a tais crianças, por meio da Internet, também constitui crime. Outras práticas correlatas, como divulgar a [[pornografia infantil]] ou fazer sua [[apologia]], também configuram atos ilícitos classificados por muitos países como crime. Nesse sentido é o dispositivo do artigo 241 e parágrafo 1º, inciso I, da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o [[Estatuto da Criança e do Adolescente]], com penas de 2 a 8 anos de reclusão e multa. O comportamento pedófilo é mais comum no sexo masculino{{carece de fontes}}.
As fronteiras precisas entre [[infância]] e [[adolescência]] podem variar em casos individuais, e são difíceis de definir em termos rígidos de idade. A [[Organização Mundial da Saúde|OMS]], por exemplo, define adolescência como o período da vida entre 10 e 20 anos de idade<ref>http://www.who.int/child-adolescent-health/OVERVIEW/AHD/adh_over.htm</ref> <ref>http://www.who.int/reproductive-health/hrp/guidelines_adolescent.html</ref> <ref>http://www.who.int/reproductive-health/hrp/progress/64/64.pdf [PDF]</ref>, tendo como referência apenas [[biologia|aspectos biológicos]], como a [[puberdade]], a [[gravidez]] precoce e a [[saúde]] do adolescente. Muitas vezes são levados em conta também aspectos sociais e econômicos, definindo a adolescência como o período da vida entre os 13 anos de idade e a [[maioridade]] civil (aos 18 anos, no Brasil<ref> "Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil." http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm Código Civil. </ref>). No Brasil, a definição legal de [[adolescência|adolescente]] é dada pelo [[Estatuto da Criança e do Adolescente]] no seu artigo 2º: <br/>
{{Quote2|'''Art. 2º''' Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.<ref> http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm Lei 8069 Estatuto da Criança e do Adolescente. </ref>}}

==Tratamento==
Numerosas técnicas voltadas para o tratamento da pedofilia tem sido desenvolvidas. Muitos vêm a pedofilia como altamente resistente contra interferência psicológica, e acreditam que tratamentos e estratégias reparativas são ineficientes. Outros, tais como o Dr. Fred Berlin, acreditam que a pedofilia poderia ser claramente mais bem tratada com êxito se a comunidade médica desse mais atenção ao tema. Porém, a taxa de casos muito bem-sucedidos de tratamento é muito baixa.

Técnicas utilizadas para o tratamento da pedofilia incluem um "sistema de suporte de doze passos", paralelo à terapia de [[vício]]s, embora tal sistema é visto por muitos como o meio menos eficiente de tratamento. Medicações anti-androgênicas, tais como o ''Depo Provera'', podem ser utilizadas para diminuírem níveis de [[testosterona]], e são constantemente utilizados, em conjunto com outras medidas.

A terapia cognitivo-comportamental possui mais suporte em geral, onde o pedófilo aprende a associar o "comportamento pedofílico" com diversos atos considerados não-desejáveis. Geralmente, isto é feito dizendo para o pedófilo "fantasiar atividade sexual desviante", e então, uma vez excitado, os pedófilos são ditos para imaginarem as consequências legais e sociais de tais fantasias. Outros programas induzem o pedófilo a associarem comportamento ilegal com [[dor]], através da controversa terapia de aversão, onde choques [[electricidade|elétricos]] são induzidos ao pedófilo enquanto este está fantasiando. Estes últimos métodos são raramente utilizados em pedófilos que não cometeram ainda crimes baseados na pedofilia.


A [[Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança]], aprovada em [[1989]] pela [[Assembleia Geral das Nações Unidas]], define que os países signatários devem tomar "todas as medidas legislativas, administrativas, sociais e educativas" adequadas à proteção da criança, inclusive no que se refere à [[abuso sexual|violência sexual]] (artigo 19)<ref>http://www.gddc.pt/direitos-humanos/textos-internacionais-dh/tidhuniversais/dc-conv-sobre-dc.html (em português)</ref><ref>http://www.unhchr.ch/html/menu3/b/k2crc.htm (em inglês)</ref>.


== Ocorrência ==
== Ocorrência ==
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==Legislação==
==Legislação==
A pedofilia era tolerada ou ignorada em muitas legislações dos países, o que foi sendo paulatinamente modificado com a aprovação sucessiva de tratados internacionais, que culminaram com a aprovação, em [[1989]], pela [[ONU]], da [[Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança]] que, em seu artigo 19, expressamente obriga aos estados a adoção de medidas que protejam a infância e adolescência do abuso, ameaça ou lesão à sua integridade sexual.
A [[Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança]], aprovada em 1989, em seu artigo 19, expressamente obriga aos estados a adoção de medidas que protejam a infância e adolescência do abuso, ameaça ou lesão à sua integridade sexual.


O ato sexual entre adultos e adolescentes, pode não configurar a pedofilia, e não ser considerado um [[crime]], em hipóteses excepcionais que dependem da idade do [[adolescente]], bem como da legislação local sobre a [[idade de consentimento]] (nos países que adoptam este conceito), ou como dirimente penal para casos como o [[estupro]]. A [[Emancipação de menores|emancipação de menores]] é um instituto não reconhecido pela grande maioria das nações, no tocante à vida sexual. A pedofilia é sempre um crime de [[ação pública]]: ou seja, sua prática '''independe''' da vontade dos pais ou responsáveis pelo menor - alguns deles envolvidos nos casos de [[rede internacional de pedofilia]] já desbaratados.
O ato sexual entre adultos e adolescentes, pode não configurar a pedofilia, e não ser considerado um [[crime]], em hipóteses excepcionais que dependem da idade do [[adolescente]], bem como da legislação local sobre a [[idade de consentimento]] (nos países que adoptam este conceito), ou como dirimente penal para casos como o [[estupro]]. A [[Emancipação de menores|emancipação de menores]] é um instituto não reconhecido pela grande maioria das nações, no tocante à vida sexual. A pedofilia é sempre um crime de [[ação pública]]: ou seja, a instauração de processo independe da vontade dos pais ou responsáveis pelo menor.

A [[pornografia infantil]] também é considerada crime na grande maioria dos países do mundo. Alguns países possuem leis proibindo o uso da [[Internet]] para recrutar menores com a intenção de realizar o ato sexual, virtual ou não.

O [[abuso sexual]], no direito internacional moderno, é considerado como mais uma prática do ilícito pedófilo.


Em alguns países, pessoas com história de atividade sexual com crianças podem ser proibidas, através de decisões judiciais ou de [[lei|legislação]] existente, de se encontrarem com as mesmas, ou de terem empregos que as aproximem de crianças ou, ainda, de possuirem [[computador]]es e/ou [[telefone celular|telefones celulares]], de usarem a Internet, ou mesmo de possuir [[brinquedo]]s infantis.
Em alguns países, pessoas com história de atividade sexual com crianças podem ser proibidas, através de decisões judiciais ou de [[lei|legislação]] existente, de se encontrarem com as mesmas, ou de terem empregos que as aproximem de crianças ou, ainda, de possuirem [[computador]]es e/ou [[telefone celular|telefones celulares]], de usarem a Internet, ou mesmo de possuir [[brinquedo]]s infantis.
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A lei brasileira não possui o tipo penal "pedofilia". Entretanto, a pedofilia, como contato sexual entre crianças pré-púberes ou não e adultos, se enquadra juridicamente nos crimes de [[estupro]] ([http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848compilado.htm art. 213 do Código Penal]) e [[atentado violento ao pudor]] ([http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848compilado.htm art. 214 do Código Penal]), agravados pela [[idade de consentimento|presunção de violência]] prevista no art. 224, "a", do CP, ambos com pena de seis a dez anos de reclusão e considerados [[crime hediondo|crimes hediondos]].
A lei brasileira não possui o tipo penal "pedofilia". Entretanto, a pedofilia, como contato sexual entre crianças pré-púberes ou não e adultos, se enquadra juridicamente nos crimes de [[estupro]] ([http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848compilado.htm art. 213 do Código Penal]) e [[atentado violento ao pudor]] ([http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848compilado.htm art. 214 do Código Penal]), agravados pela [[idade de consentimento|presunção de violência]] prevista no art. 224, "a", do CP, ambos com pena de seis a dez anos de reclusão e considerados [[crime hediondo|crimes hediondos]].


As fronteiras precisas entre [[infância]] e [[adolescência]] podem variar em casos individuais, e são difíceis de definir em termos rígidos de idade. A [[Organização Mundial da Saúde|OMS]], por exemplo, define adolescência como o período da vida entre 10 e 20 anos de idade<ref>http://www.who.int/child-adolescent-health/OVERVIEW/AHD/adh_over.htm</ref> <ref>http://www.who.int/reproductive-health/hrp/guidelines_adolescent.html</ref> <ref>http://www.who.int/reproductive-health/hrp/progress/64/64.pdf [PDF]</ref>, tendo como referência apenas [[biologia|aspectos biológicos]], como a [[puberdade]], a [[gravidez]] precoce e a [[saúde]] do adolescente. Muitas vezes são levados em conta também aspectos sociais e econômicos, definindo a adolescência como o período da vida entre os 13 anos de idade e a [[maioridade]] civil (aos 18 anos, no Brasil<ref> "Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil." http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm Código Civil. </ref>). No Brasil, a definição legal de [[adolescência|adolescente]] é dada pelo [[Estatuto da Criança e do Adolescente]] no seu artigo 2º: <br/>
Pornografia infantil é crime no Brasil, passível de pena de prisão de dois a seis anos e multa. Artigo 241, do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90): Apresentar, produzir, vender, fornecer, divulgar ou publicar, por qualquer meio de comunicação, inclusive rede mundial de computadores ([[internet]]), fotografias ou imagens com pornografia ou cenas de sexo explícito envolvendo criança ou adolescente. Em novembro de 2003, a abrangência da lei aumentou, para incluir também a divulgação de links para endereços contendo [[pornografia infantil]] como crime de igual gravidade<ref>[http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.764.htm#art4 Lei n.º 10.764, de 12/11/2003 - alterou o art. 241 do ECA].</ref>. O Ministério Público do país mantém parceria com a ONG SaferNet que recebe denuncias de crimes contra os Direitos Humanos na Internet e mantém o sítio [http://www.denunciar.org.br/twiki/bin/view/SaferNet/OQueDenunciar SaferNet], que visa a denúncia anônima de casos suspeitos de pedofilia virtual.
{{Quote2|'''Art. 2º''' Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.<ref> http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm Lei 8069 Estatuto da Criança e do Adolescente. </ref>}}


==Tratamento==
==Terapias de Controle ==

Apesar de algumas terapias medicinais para o controle do desejo sexual serem alvo muitas críticas médicas, a [[castração química]]<ref>{{cite web
Apesar de não haver cura para a pedofilia no momento, vários tratamentos disponíveis podem ajudar a reduzir ou prevenir o comportamento pedófilo, reduzindo as ocorrências de [[abuso sexual de menores]].<ref>[http://www.atsa.com/ppOffenderFacts.html Public Policy<!-- Bot generated title -->]</ref><ref name=fullerJAMA>{{cite journal |url=http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2642565 |title= Child molestation and pedophilia. An overview for the physician. |volume=1989 Jan 27;261(4):602-6 |journal=Journal of the American Medical Association |last=Fuller |first=AK.}}</ref> O ratamento da pedofilia é considerado uma forma de prevenção primária e frequentemente requer colaboração entre a polícia e profissionais da área da saúde.<ref name=fullerJAMA/><ref name=faganJAMA/>

Algumas técnicas para tratamento tem sido desenvolvidas mas as taxas de sucesso tem se mantido baixas.<ref name="crawfordd">Crawford, David (1981). "Treatment approaches with pedophiles." ''Adult sexual interest in children''. 181-217.</ref> O Dr. Fred Berlin, fundador da Clínica de Distúrbios Sexuais Johns Hopkins afirmou que a pedofilia poderia ser tratada com sucesso se a comunidade médica desse mais atenção ao problema,<ref name="berlin">{{cite journal|url=http://www.paraphilias.com/publications/pdfs/Peer%20Comment.pdf|title=Peer Commentaries on Green (2002) and Schmidt (2002) - Pedophilia: When Is a Difference a Disorder?|first==Fred S. |last=Berlin, M.D., Ph.D.|journal=Archives of Sexual Behavior|volume=31|issue=6|year=December 2002|pages=479&ndash;480|doi=10.1023/A:1020603214218}}</ref> e descreveu a pedofilia tanto como uma [[orientação sexual]] em si como um distúrbio mental.<ref name=berlin157>[http://ajp.psychiatryonline.org/cgi/content/full/157/5/838 Treatments to Change Sexual Orientation - BERLIN 157 (5): 838 - Am J Psychiatry<!-- Bot generated title -->]</ref><ref name="edwards">Edwards, Douglas J. (2004). ''[http://www.allbusiness.com/government/health-regulations/174408-1.html Mental Health's Cold Shoulder Treatment of Pedophilia]'' in Behavioral Health Management, May-June.</ref>

A [[terapia cognitivo-comportamental]] tem comprovadamente reduzido a reincidência de indivíduos condenados por crimes de natureza sexual.<ref>Marshall, W.L., Jones, R., Ward, T., Johnston, P. & Bambaree, H.E.(1991). Treatment of sex offenders. ''Clinical Psychology Review, 11'', 465-485</ref> A [[análise comportamental aplicada]] é usada com condenados com algum tipo de deficiência mental.<ref>Maguth Nezu, C., Fiore, A.A. & Nezu, A.M (2006). Problem Solving Treatment for Intellectually Disabled Sex Offenders. ''International Journal of Behavioral Consultation and Therapy, 2(2),'' 266-275[http://www.behavior-analyst-online.org]</ref> Alguns programas de tratamento usam o [[condicionamento velado]]<ref>Rea, J. (2003). Covert Sensitization. ''The Behavior Analyst Today, 4 (2),'' 192-201[http://www.behavior-analyst-online.org]</ref> e a [[aversão]] a odores, que são formas de [[terapia por aversão]] para a [[modificação do comportamento]]. Enquanto tais programas são eficazes em reduzir a reincidência em 15-18 por cento, não representam uma cura. Um estudo do Conselho para Assuntos Científicos (Council on Scientific Affairs) descobriu que a taxa de sucesso nas terapias por aversão eram parecidas com a da [[terapia de conversão]] em homossexuais, isto é, extremamente baixas.<ref>Council on Scientific Affairs of the American Medical Association (1987). "Aversion therapy," Journal of the American Medical Association, 258(18), 2562-2565.</ref> Esse método é raramente usado em pedófilos que não foram condenados{{carece de fontes}}.

Medicação anti-[[Andrógeno|androgênica]] como o [[Depo Provera]] pode ser usada para diminuir os níveis de testosterona em pedófilos condenados. Esses tratamentos, geralmente referidos como "[[castração química]]"<ref>{{cite web
| title =Grã-Bretanha já tem 'castração química' para pedófilo
| title =Grã-Bretanha já tem 'castração química' para pedófilo
| url =http://www.jornaldamidia.com.br/noticias/2007/06/13/Mundo/Gra-Bretanha_ja_tem_castracao_qui.shtml
| url =http://www.jornaldamidia.com.br/noticias/2007/06/13/Mundo/Gra-Bretanha_ja_tem_castracao_qui.shtml
| date =19 de outubro de 2007
| date =19 de outubro de 2007
| author =Agência ANSA}}</ref>, são frequentemente usados em conjunção com as outras abordagens não-médicas citadas acima. Os [[análogos ao hormônio liberador de gonadotrofina]], que fazem efeito por mais tempo e causam menos efeitos colaterais, também são eficazes não diminuição da libido e podem ser usados.<ref>Cohen, L.J. & Galynker, I. I. (2002). Clinical features of pedophilia and implications for treatment. Journal of
| author =Agência ANSA}}</ref> judicial é um método de controle que tem mostrado alguns resultados. A parte dos tratamentos impostos por condenação judicial, esses métodos também podem ser voluntariamente utilizados por pessoas que queiram diminuir a sua [[libido]], evitando-se abusos sexuais antes que eles aconteçam. Para o sexo masculino, alguns medicamentos amplamente disponíveis para o [[câncer]] de [[Próstata]], além de [[hormônios]] femininos, têm eficácia na diminuição da libido masculino. Há de considerar, contudo, que esses métodos induzem à uma feminilização do corpo masculino, podendo ocasionar o crescimento de [[glândulas mamárias]] naturais.
Psychiatric Practice, 8, 276-289.</ref> De acordo com a "Association for the Treatment of Sexual Abusers", "O tratamento com anti-androgênicos deve ser acompanhado de monitoramento apropriado e aconselhamento dentro de um plano de tratamento abrangente." <ref>{{cite web|title=Ant-androgen therapy and surgical castration||work=Association for the Treatment of Sexual Abusers|url=http://www.atsa.com/ppantiandro.html|year=1997}}</ref> Em um estudo controlado sobre o tratamento com Depo-Provera em 46 condenados - inclusive 23 pedófilos - que receberam Depo, e 21 condenados que receberam somente psicoterapia, o resultado do seguimento feito com o grupo que recebeu medicação v. o que não recebeu demonstrou que a taxa de reincidência para o grupo que tomou Depo era significativamente menor. Dezoito por cento reincidiram enquanto receberam medicação; 35% reincidiram depois de parar com a medicação. Em contraste, 58% dos pacientes no grupo de controle, que apenas fizeram psicoterapia reincidiram. Pacientes diagnosticados como ''regressed'' tiveram maior probabilidade de reincidir ao se descontinuar a terapia do que os pacientes definidos como fixados (''fixated''). <ref>{{cite journal|title=Depo provera treatment for sex offending behavior: an evaluation of outcome|author=Meyer WJ 3rd, Cole C, Emory E|journal=Bull Am Acad Psychiatry Law|volume=20|issue=(3)|page=249-59|year=1992
id=PMID: 1421556}}</ref>

Klaus M. Beier do Instituto de Sexologia e Medicina Sexual em Charité, um hospital universitário em Berlim, relatou sucesso em um estudo preliminar usando terapia ''role-play'' (com interpretação de papéis) e "drogas inibidoras de impulsos" para ajudar pedófilos a evitarem assediarem crianças. De acordo com pesquisadores, indivíduos que abusaram de crianças envolvendo contato físico foram mais aptos a controlarem seus impulsos quando compreenderam o ponto de vista da vítima.<ref>[http://www.eux.tv/article.aspx?articleId=8937 EUX.TV - Berlin hospital says therapy helped 20 paedophiles<!-- Bot generated title -->]</ref><ref>[http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,2570472,00.html German Pedophilia Project Touts Results, Pleads for Funds | Germany | Deutsche Welle |31.05.2007<!-- Bot generated title -->]</ref> Apesar desses resultados serem relevantes para a prevenção da reincidência de abusos, não há evidência empírica de que tal terapia seja uma cura para a pedofilia.


==Ativismo relacionado==
==Ativismo relacionado==

Revisão das 02h48min de 13 de julho de 2008

Pedofilia
Especialidade psiquiatria, psicologia
Classificação e recursos externos
CID-10 F65.4
CID-9 302.2
CID-11 517058174
MeSH D010378
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A Pedofilia é um distúrbio psicológico em que um adulto manifesta preferência sexual por crianças pré-púberes[1][2][3][4][5] ou comete abuso sexual de menores, também chamado de "comportamento pedófilo".[6][2][7][8][9][10] Na linguagem comum, o termo pedófilo se refere ao adulto que se sente sexualmente atraído por uma criança ou que abusa sexualmente de uma.[11][6] Na linguagem policial, o termo "pedófilo" é geralmente usado para descrever indivíduos acusados ou condenados de abuso sexual de menor, dentro da definição legal de menor (o que inclui crianças pré-púberes e adolescentes abaixo da idade de consentimento local);[12]. Alguns pesquisadores tem descrito esse uso como impróprio por confundir dois tipos de criminosos, child molesters e estupradores, obscurecendo os resultados das pesquisas mais modernas.[3][12]

As causas da pedofilia são desconhecidas.[13] A maioria dos pedófilos são homens, apesar de que a pedofilia também ocorre em mulheres.[10][14][15] Em psicologia e em direito penal, tem havido uma variedade de tipologias sugerindo a categorização dos pedófilos de acordo com o comportamento e motivação.[16] Não são conhecidos tratamentos ou cura para a pedofilia, no entanto, existem terapias que podem reduzir a incidência de comportamento pedófilo que resultam em abuso de menores.[17][9]

História do termo

A pedofilia (também chamada de paedophilia erotica ou pedosexualidade) é a perversão sexual[18], . A palavra pedofilia vem do grego παιδοφιλια < παις (que significa "criança") e φιλια ( 'amizade'; 'afinidade'; 'amor', 'afeição', 'atração'; 'atração ou afinidade patológica por'; 'tendência patológica' - segundo o Dicionário Aurélio).

Definição

Pedofilia é o desvio sexual "caracterizado pela atração por crianças ou adolescentes sexualmente imaturos, com os quais os portadores dão vazão ao erotismo pela prática de obscenidades ou de atos libidinosos"[19] (Croce, 1995).

Algumas outras definições de pedofilia requerem uma diferença de idade de no mínimo cinco anos. Estas, porém, tendem a negligenciar a inclinação sexual pedofílica que desenvolve-se durante a puberdade ou a infância, e que tende posteriormente a diminuir e acabar. Alguns sexólogos, porém, como o especialista americano John Money, acreditam que não somente adultos, mas também adolescentes, podem ser qualificados como pedófilos[20]. Na França, esta é a definição dominante.

O uso do termo pedofilia para descrever criminosos que cometem atos sexuais com crianças é visto como errôneo por alguns indivíduos, especialmente quando tais indivíduos são vistos de um ponto de vista clínico, uma vez que a maioria dos crimes envolvendo atos sexuais contra crianças são realizados por pessoas que não são clinicamente pedófilas (e sim, realizaram tal ato por outras razões, tal como para aproveitar-se da vulnerabilidade da vítima), e não por pessoas que sentem atração sexual primária por crianças.

Alguns especialistas acreditam que a atração sexual por crianças é por si mesma um tipo de orientação sexual. Isto vai contra ao entendimento dominante, pelo qual o termo orientação sexual é categorizado como sendo a atração sexual por pessoas do sexo oposto, do mesmo sexo, ou por ambos os sexos. Os proponentes desta idéia divergente alegam que a heterossexualidade, a homossexualidade e a bissexualidade não são normalmente associados com a atração sexual por crianças, e que estas são suficientemente diferentes dos adultos, seja física ou psicologicamente, para que a pedofilia possa ser categorizada como um tipo de orientação sexual.

Diagnóstico

Imagens como esta, de Martin Van Maele, 1905, procuram ilustrar o distúrbio pedófilo.

A Classificação Internacional de Doenças (CID-10), da Organização Mundial da Saúde (OMS), no seu item F65.4 [21], define a pedofilia como "Preferência sexual por crianças, quer se trate de meninos, meninas ou de crianças de um ou do outro sexo, geralmente pré-púberes ou no início da puberdade.".[22]

O Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-IV)[23], da Associação Americana de Psiquiatria, define uma pessoa como pedófila caso ela cumpra os três quesitos abaixo:

  1. Por um período de ao menos seis meses, a pessoa possui intensa atração sexual, fantasias sexuais ou outros comportamentos de caráter sexual por pessoas menores de 13 anos de idade.
  2. A pessoa decide por realizar seus desejos, seu comportamento é afetado por seus desejos, e/ou tais desejos causam estresse ou dificuldades intra e/ou interpessoais.
  3. A pessoa possui mais do que 16 anos de idade, e é ao menos cinco anos mais velha do que a(s) criança(s) citada(s) no critério. Este critério não se aplica exatamente a indivíduos com 12-13 anos de idade ou mais, Envolvidos em um relacionamento amoroso (namoro)com um indivíduo ao final da adolescência - entre 17 e 20 anos de idade. Haja visto que nesta faixa etária geralmente acontecem diversos relacionamentos entre adolescentes de idades diferentes. Namoro entre adolescentes e jovens não é considerado pedofilia por especialistas no assunto. (Exemplo: O namoro entre uma adolescente de 14 anos e um jovem de 18 anos)[24]

Psicopatologia

A pedofilia é classificada como uma desordem mental e de personalidade do adulto, e também como um desvio sexual, pela Organização Mundial de Saúde[25]. Os atos sexuais entre adultos e crianças abaixo da idade de consentimento (resultantes em coito ou não) é um crime na legislação de inúmeros países. Em alguns países, como o Brasil, o assédio sexual a tais crianças, por meio da Internet, também constitui crime. Outras práticas correlatas, como divulgar a pornografia infantil ou fazer sua apologia, também configuram atos ilícitos classificados por muitos países como crime. Nesse sentido é o dispositivo do artigo 241 e parágrafo 1º, inciso I, da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, com penas de 2 a 8 anos de reclusão e multa. O comportamento pedófilo é mais comum no sexo masculino[carece de fontes?].

A Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança, aprovada em 1989 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, define que os países signatários devem tomar "todas as medidas legislativas, administrativas, sociais e educativas" adequadas à proteção da criança, inclusive no que se refere à violência sexual (artigo 19)[26][27].

Ocorrência

Não se sabe ao certo a ocorrência da pedofilia. Alguns estudos afirmaram que ao menos um quarto de todos os adultos do sexo masculino podem apresentar algum excitamento sexual em relação a crianças. Um estudo realizado por Hall, G. C. N. da Universidade Estadual de Kent, por exemplo, observou que 32,5% de sua amostra (80 homens adultos) exibiram desde algum excitamento sexual até estímulo pedofílico heterossexual, igual ou maior do que o excitamento obtido com estímulos sexuais adultos. Kurt Freund (1972) remarcou que "homens que não possuem preferências desviantes mostraram reações sexuais positivas em relação a crianças do sexo feminino entre seis e oito anos de idade.

Em 1989, Briere e Runtz [28] conduziram um estudo em 193 estudantes universitários, sobre pedofilia. Da amostra, 21% disseram ter alguma atração sexual para algumas crianças, 9% afirmaram terem fantasias sexuais envolvendo crianças, 5% admitiram masturbarem-se por causa destas fantasias, e 7% concederam alguma probabilidade de realizar ato sexual com uma criança, caso pudessem evitar serem descobertos e punidos por isto. Os autores também notaram que, dado o estigma social existente atrás destas admissões, pode-se hipotetizar que as taxas atuais possam ser ainda maiores.

J. Feierman (1990) estimou que entre 7% a 10% dos homens adultos possuem alguma atração sexual para crianças do sexo masculino.

Em abusadores sexuais de crianças

Uma pessoa que pratica um ato sexual com uma criança é, apesar de todas as definições médicas, comumente assumido e descrito como sendo um pedófilo. Porém, existem outras razões que podem levar ao ato (tais como estresse, problemas no casamento, ou a falta de um parceiro adulto), tal como o estupro de pessoas adultas pode ter razões não-sexuais. Por isto, somente o abuso sexual de crianças pode indicar ou não que um abusador é um pedófilo. A maioria dos abusadores em fato não possuem um interesse sexual voltado primariamente para crianças.

Estima-se que apenas entre 2% a 10% das pessoas que praticaram atos de natureza sexual á crianças sejam pedófilos, tais pessoas são chamadas de pedófilos estruturados, fixados ou preferenciais. Abusadores que não atendem aos critérios regulares de diagnóstico da pedofilia são chamados de abusadores oportunos, regressivos ou situacionais. Um estudo de Abel, G. G, Mittleman, M. S, e Becker, J. V observou que existem geralmente claras distinções características entre abusadores oportunistas e pedófilos estruturados. Abusadores oportunistas tendem a cometer abuso sexual contra crianças em períodos de estresse, possuem poucas vítimas, geralmente, pertencentes à própria família, possuem menos probabilidade de abusar sexualmente de crianças, e possuem preferência sexual para adultos. Abusadores pedófilos, por outro lado, geralmente começam a cometer atos de natureza sexual a crianças em tenra idade, muitas vezes possuem um grande número de menores que são frequentemente extrafamiliares, cometem mais abusos sexuais com crianças, e possuem valores ou crenças que suportam fortemente um estilo de vida voltado ao abuso. No caso de incesto entre pai e filhos, acredita-se que a maioria dos abusos envolve pais que são abusadores oportunistas, ao invés de pedófilos.

Legislação

A Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança, aprovada em 1989, em seu artigo 19, expressamente obriga aos estados a adoção de medidas que protejam a infância e adolescência do abuso, ameaça ou lesão à sua integridade sexual.

O ato sexual entre adultos e adolescentes, pode não configurar a pedofilia, e não ser considerado um crime, em hipóteses excepcionais que dependem da idade do adolescente, bem como da legislação local sobre a idade de consentimento (nos países que adoptam este conceito), ou como dirimente penal para casos como o estupro. A emancipação de menores é um instituto não reconhecido pela grande maioria das nações, no tocante à vida sexual. A pedofilia é sempre um crime de ação pública: ou seja, a instauração de processo independe da vontade dos pais ou responsáveis pelo menor.

Em alguns países, pessoas com história de atividade sexual com crianças podem ser proibidas, através de decisões judiciais ou de legislação existente, de se encontrarem com as mesmas, ou de terem empregos que as aproximem de crianças ou, ainda, de possuirem computadores e/ou telefones celulares, de usarem a Internet, ou mesmo de possuir brinquedos infantis.

Muitas vezes, o criminoso é uma pessoa próxima à criança, que se aproveita da fragilidade da vítima para satisfazer seus desejos sexuais. Em outros casos, razões não-sexuais podem estar envolvidas. Por isto, o abuso sexual de crianças, por si só, não necessariamente indica que o criminoso é um pedófilo. A maioria dos abusadores, de fato, não possui interesse sexual primário por crianças. Estima-se que apenas entre 2% e 10% das pessoas que abusam sexualmente de crianças sejam pedófilas.

No Brasil

A lei brasileira não possui o tipo penal "pedofilia". Entretanto, a pedofilia, como contato sexual entre crianças pré-púberes ou não e adultos, se enquadra juridicamente nos crimes de estupro (art. 213 do Código Penal) e atentado violento ao pudor (art. 214 do Código Penal), agravados pela presunção de violência prevista no art. 224, "a", do CP, ambos com pena de seis a dez anos de reclusão e considerados crimes hediondos.

As fronteiras precisas entre infância e adolescência podem variar em casos individuais, e são difíceis de definir em termos rígidos de idade. A OMS, por exemplo, define adolescência como o período da vida entre 10 e 20 anos de idade[29] [30] [31], tendo como referência apenas aspectos biológicos, como a puberdade, a gravidez precoce e a saúde do adolescente. Muitas vezes são levados em conta também aspectos sociais e econômicos, definindo a adolescência como o período da vida entre os 13 anos de idade e a maioridade civil (aos 18 anos, no Brasil[32]). No Brasil, a definição legal de adolescente é dada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente no seu artigo 2º:

Tratamento

Apesar de não haver cura para a pedofilia no momento, vários tratamentos disponíveis podem ajudar a reduzir ou prevenir o comportamento pedófilo, reduzindo as ocorrências de abuso sexual de menores.[34][17] O ratamento da pedofilia é considerado uma forma de prevenção primária e frequentemente requer colaboração entre a polícia e profissionais da área da saúde.[17][9]

Algumas técnicas para tratamento tem sido desenvolvidas mas as taxas de sucesso tem se mantido baixas.[35] O Dr. Fred Berlin, fundador da Clínica de Distúrbios Sexuais Johns Hopkins afirmou que a pedofilia poderia ser tratada com sucesso se a comunidade médica desse mais atenção ao problema,[36] e descreveu a pedofilia tanto como uma orientação sexual em si como um distúrbio mental.[37][38]

A terapia cognitivo-comportamental tem comprovadamente reduzido a reincidência de indivíduos condenados por crimes de natureza sexual.[39] A análise comportamental aplicada é usada com condenados com algum tipo de deficiência mental.[40] Alguns programas de tratamento usam o condicionamento velado[41] e a aversão a odores, que são formas de terapia por aversão para a modificação do comportamento. Enquanto tais programas são eficazes em reduzir a reincidência em 15-18 por cento, não representam uma cura. Um estudo do Conselho para Assuntos Científicos (Council on Scientific Affairs) descobriu que a taxa de sucesso nas terapias por aversão eram parecidas com a da terapia de conversão em homossexuais, isto é, extremamente baixas.[42] Esse método é raramente usado em pedófilos que não foram condenados[carece de fontes?].

Medicação anti-androgênica como o Depo Provera pode ser usada para diminuir os níveis de testosterona em pedófilos condenados. Esses tratamentos, geralmente referidos como "castração química"[43], são frequentemente usados em conjunção com as outras abordagens não-médicas citadas acima. Os análogos ao hormônio liberador de gonadotrofina, que fazem efeito por mais tempo e causam menos efeitos colaterais, também são eficazes não diminuição da libido e podem ser usados.[44] De acordo com a "Association for the Treatment of Sexual Abusers", "O tratamento com anti-androgênicos deve ser acompanhado de monitoramento apropriado e aconselhamento dentro de um plano de tratamento abrangente." [45] Em um estudo controlado sobre o tratamento com Depo-Provera em 46 condenados - inclusive 23 pedófilos - que receberam Depo, e 21 condenados que receberam somente psicoterapia, o resultado do seguimento feito com o grupo que recebeu medicação v. o que não recebeu demonstrou que a taxa de reincidência para o grupo que tomou Depo era significativamente menor. Dezoito por cento reincidiram enquanto receberam medicação; 35% reincidiram depois de parar com a medicação. Em contraste, 58% dos pacientes no grupo de controle, que apenas fizeram psicoterapia reincidiram. Pacientes diagnosticados como regressed tiveram maior probabilidade de reincidir ao se descontinuar a terapia do que os pacientes definidos como fixados (fixated). [46]

Klaus M. Beier do Instituto de Sexologia e Medicina Sexual em Charité, um hospital universitário em Berlim, relatou sucesso em um estudo preliminar usando terapia role-play (com interpretação de papéis) e "drogas inibidoras de impulsos" para ajudar pedófilos a evitarem assediarem crianças. De acordo com pesquisadores, indivíduos que abusaram de crianças envolvendo contato físico foram mais aptos a controlarem seus impulsos quando compreenderam o ponto de vista da vítima.[47][48] Apesar desses resultados serem relevantes para a prevenção da reincidência de abusos, não há evidência empírica de que tal terapia seja uma cura para a pedofilia.

Ativismo relacionado

Ativismo pró-pedofilia

Ver artigo principal: Activismo pró-pedófilo

O ativismo pró-pedofilo é um pequeno movimento que teve seu período mais ativo entre os anos 1950 e início dos anos 1990 e atualmente é mantido em sua maior parte através de sites na Internet.[49][50][51][52] Um de seus objetivos - de acordo com um de seus apoiadores, Frits Bernard - é defender a aceitação da pedofilia como umaorientação sexual ao invés de um distúrbio psicológico.[53]

Ativismo Anti-pedofilia

Ver artigo principal: Activismo anti-pedófilo

O ativismo anti-pedófilo abrange oposição aos pedófilos, activismo pró-pedófilo e outros fenômenos tidos como relacionados à pedofilia, como a pornografia infantil e abuso sexual de menores.[54] Muitas ações diretas classificadas como anti-pedófila envolvem demonstrações contra acusados de crimes de natureza sexual[55], grupos que advogam a legalização da atividade sexual entre adultos e crianças,[56] usuários de internet que solicitam sexo a adolescentes.

Referências

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  51. Jenkins, Philip (1992). Intimate Enemies: Moral Panics in Contemporary Great Britain. [S.l.]: Aldine Transaction. pp. p75. ISBN 0202304361. In the 1970s, the pedophile movement was one of several fringe groups whose cause was to some extent espoused in the name of gay liberation. 
  52. Jenkins, Philip (2006). Decade of Nightmares: The End of the Sixties and the Making of Eighties America. [S.l.]: Oxford University Press. pp. p120. ISBN 0195178661. at the fringes of the gay movement, some voices were pushing for more radical changes, including the abolition of the age of consent, and were extolling 'man-boy love.' 
  53. Dr. Frits Bernard,. «The Dutch Paedophile Emancipation Movement». Paidika: The Journal of Paedophilia. volume 1 number 2, (Autumn 1987), p. 35-4. Heterosexuality, homosexuality, bisexuality and paedophilia should be considered equally valuable forms of human behavior. 
  54. Global Crime Report | INVESTIGATION | Child porn and the cybercrime treaty part 2 |BBC World Service
  55. Families flee paedophile protests August 92000, retrieved Jan 242008
  56. Dutch paedophiles set up political party, May 302006, retrieved Jan2008

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