Chicungunha: diferenças entre revisões

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'''Chicungunha''',<ref>[[Dicionário Priberam]]: [http://www.priberam.pt/dlpo/chicungunha "chicungunha" ]</ref><ref name="varella">{{Citar web|título = Chicungunha &#124; Dr. Drauzio Varella|url = http://drauziovarella.com.br/drauzio/chicungunha/|acessadoem = 2015-07-11|primeiro = Dr.|último = Varella}}</ref><ref>Rádio Nacional de Angola: [http://www.rna.ao/canalA/noticias.cgi?ID=89818 Luanda registou 80 casos de chicungunha vulgo catolotolo] (30-05-2014)</ref><ref>Rádio Ecclesia de Angola: [http://www.radioecclesia.org/index.php?option=com_flexicontent&view=items&cid=198:sociedade&id=14618:catolotolo-continua-a-preocupar-a-populacao&Itemid=716 Catolotolo continua a preocupar a população]</ref> '''chikungunya''' ou {{PTA|catolotolo}} <ref>[[Dicionário Priberam]]: [http://www.priberam.pt/dlpo/catolotolo "catolotolo"]</ref><ref>Jornal de Angola: [http://m.jornaldeangola.sapo.ao/regioes/luanda/aumentam_casos_de_catolotolo Aumentam casos de "Catolotolo"]</ref> é uma infecção causada por um [[arbovírus]], do gênero ''[[Alphavirus]]'' (Togaviridae), que é transmitido aos seres humanos pelas fêmeas dos [[mosquito]]s do gênero ''[[Aedes]]''.<ref>http://www.cdc.gov/chikungunya/index.html</ref> Até recentemente havia sido detectado somente na [[África]] (onde estava restrito a um ciclo silvestre),<ref>Jupp & Kemp 1996, Diallo et al. 1999</ref> na [[Ásia Oriental]] e na [[Índia]], onde sua transmissão era principalmente urbana, envolvendo os vetores ''Aedes aegypti'' e ''Aedes albopictus''.<ref name="Vazeille e cols">{{citar web|url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0074-02762009000400017&lng=pt&nrm=iso|titulo=Failure to demonstrate experimental vertical transmission of the epidemic strain of Chikungunya virus in Aedes albopictus from La Réunion Island, Indian Ocean|data=|acessodata=09-12-2010}}</ref>
'''Chicungunha''',<ref>[[Dicionário Priberam]]: [http://www.priberam.pt/dlpo/chicungunha "chicungunha" ]</ref><ref name="varella">{{Citar web|título = Chicungunha &#124; Dr. Drauzio Varella|url = http://drauziovarella.com.br/drauzio/chicungunha/|acessadoem = 2015-07-11|primeiro = Dr.|último = Varella}}</ref><ref>Rádio Nacional de Angola: [http://www.rna.ao/canalA/noticias.cgi?ID=89818 Luanda registou 80 casos de chicungunha vulgo catolotolo] (30-05-2014)</ref><ref>Rádio Ecclesia de Angola: [http://www.radioecclesia.org/index.php?option=com_flexicontent&view=items&cid=198:sociedade&id=14618:catolotolo-continua-a-preocupar-a-populacao&Itemid=716 Catolotolo continua a preocupar a população]</ref> '''chikungunya''' ou {{PTA|catolotolo}} <ref>[[Dicionário Priberam]]: [http://www.priberam.pt/dlpo/catolotolo "catolotolo"]</ref><ref>Jornal de Angola: [http://m.jornaldeangola.sapo.ao/regioes/luanda/aumentam_casos_de_catolotolo Aumentam casos de "Catolotolo"]</ref> é uma [[infecção]] causada por um [[arbovírus]], do gênero ''[[Alphavirus]]'' ([[Togaviridae]]), que é transmitido aos seres humanos pelas fêmeas dos [[mosquito]]s do gênero ''[[Aedes]]''.<ref>http://www.cdc.gov/chikungunya/index.html</ref> Até recentemente havia sido detectado somente na [[África]] (onde estava restrito a um ciclo silvestre),<ref>Jupp & Kemp 1996, Diallo et al. 1999</ref> na [[Ásia Oriental]] e na [[Índia]], onde sua transmissão era principalmente urbana, envolvendo os vetores ''Aedes aegypti'' e ''Aedes albopictus''.<ref name="Vazeille e cols">{{citar web|url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0074-02762009000400017&lng=pt&nrm=iso|titulo=Failure to demonstrate experimental vertical transmission of the epidemic strain of Chikungunya virus in Aedes albopictus from La Réunion Island, Indian Ocean|data=|acessodata=09-12-2010}}</ref>


No Brasil, casos da doença foram detectados pela primeira vez em agosto de 2010.<ref name="Estadao">{{citar web|url=http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101209/not_imp651427,0.ph|titulo=Estadão:Casos de nova doença do 'Aedes' chegam ao País|data=|acessodata=09-12-2010}}</ref>
No [[Brasil]], casos da doença foram detectados pela primeira vez em agosto de 2010.<ref name="Estadao">{{citar web|url=http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101209/not_imp651427,0.ph|titulo=Estadão:Casos de nova doença do 'Aedes' chegam ao País|data=|acessodata=09-12-2010}}</ref>


== Causa ==
== Causa ==
''Chikungunya virus'' é um [[Vírus ARN|RNAss vírus]], do gênero ''[[Togaviridae]]'', esférico, com envelope, [[arbovírus]] transmitido por mosquitos ''[[Aedes]]'', atualmente encontrado em todos os continentes.
''Chikungunya virus'' é um [[Vírus ARN|RNAss vírus]], do gênero ''[[Togaviridae]]'', esférico, com envelope, [[arbovírus]] transmitido por mosquitos ''[[Aedes]]'' e atualmente encontrado em todos os [[Continente|continentes]].


=== Transmissão ===
=== Transmissão ===
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A transmissão do [[vírus chicungunha]] (CHIKV) é feita através da picada de insetos-vetores do gênero ''[[Aedes]]'', que em cidades é principalmente pelo ''[[Aedes aegypti]]'' e em ambientes rurais ou selvagens pode ser por ''[[Aedes albopictus]]''. Embora a transmissão direta entre humanos não esteja demonstrada, há de se considerar a possibilidade da transmissão ''in utero'' da mãe para o feto.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
A transmissão do [[vírus chicungunha]] (CHIKV) é feita através da picada de insetos-vetores do gênero ''[[Aedes]]'', que em cidades é principalmente pelo ''[[Aedes aegypti]]'' e em ambientes rurais ou selvagens pode ser por ''[[Aedes albopictus]]''. Embora a transmissão direta entre humanos não esteja demonstrada, há de se considerar a possibilidade da transmissão ''in utero'' da mãe para o feto.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


O período de incubação do vírus é de 2 a 7 dias, sendo que os sintomas surgem entre 4 e 7 dias depois da picada do mosquito.<ref name=":0">{{Citar periódico|ultimo=Castro|primeiro=Anita Perpetua Carvalho Rocha de|ultimo2=Lima|primeiro2=Rafaela Araújo|ultimo3=Nascimento|primeiro3=Jedson dos Santos|data=2016|titulo=Chikungunya: vision of the pain clinician|url=http://dx.doi.org/10.5935/1806-0013.20160093|jornal=Revista Dor|volume=17|numero=4|paginas=299–302|doi=10.5935/1806-0013.20160093|issn=1806-0013}}</ref>
O período de incubação do vírus é de 4 a 7 dias, e a doença, na maioria dos casos, é auto-limitante. A mortalidade em menores de um ano é de 0,4%, podendo ser mais elevada em indivíduos com patologias associadas.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}


== Epidemiologia ==
== Epidemiologia ==
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Casos da febre chicungunha foram relatados na [[Tailândia]] (em 1953), [[Indonésia]], [[Taiwan]], [[Singapura]], [[Malásia]], [[Sri Lanka]], ilhas [[Maldivas]], [[Quénia]] (em 2004), [[Comores]] (em 2005), [[Mayotte]], [[Seychelles]], [[Maurícia]], [[Reunião (ilha)|Reunião]] (2005-2006) e [[Índia]] (2006), e, em menor intensidade, na [[Itália]], [[Martinica]], [[Guadalupe]], [[Guiana Francesa]], [[Estados Unidos]]<ref name="Vazeille e cols"/> e [[Brasil]] (em 2010).<ref name="Estadao"/>
Casos da febre chicungunha foram relatados na [[Tailândia]] (em 1953), [[Indonésia]], [[Taiwan]], [[Singapura]], [[Malásia]], [[Sri Lanka]], ilhas [[Maldivas]], [[Quénia]] (em 2004), [[Comores]] (em 2005), [[Mayotte]], [[Seychelles]], [[Maurícia]], [[Reunião (ilha)|Reunião]] (2005-2006) e [[Índia]] (2006), e, em menor intensidade, na [[Itália]], [[Martinica]], [[Guadalupe]], [[Guiana Francesa]], [[Estados Unidos]]<ref name="Vazeille e cols"/> e [[Brasil]] (em 2010).<ref name="Estadao"/>


Um surto de chicungunha foi relatado em 2006 em [[Andra Pradexe]] ([[Índia]]), mesma época em que casos [[alóctone]]s foram relatados em diversos países europeus.<ref name="Figueiredo, L.T.M">{{citar web|url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0037-86822007000200016&lng=pt&nrm=iso|titulo=Arboviroses emergentes no Brasil|data=|acessodata=09-12-2010}}</ref>
Um [[surto]] de chicungunha foi relatado em 2006 em [[Andra Pradexe]] ([[Índia]]), mesma época em que casos [[alóctone]]s foram relatados em diversos países europeus.<ref name="Figueiredo, L.T.M">{{citar web|url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0037-86822007000200016&lng=pt&nrm=iso|titulo=Arboviroses emergentes no Brasil|data=|acessodata=09-12-2010}}</ref>


Chegou nas [[América]]<nowiki/>s apenas em 2014 e segue expandindo causando uma [[pandemia]]. Desde então mais de 1,7 milhões de casos suspeitos notificados à [[Organização Pan-Americana da Saúde]].<ref>{{Citar web|url=http://www.cdc.gov/chikungunya/geo/index.html|titulo=Geographic Distribution&#124; Chikungunya virus &#124; CDC|acessodata=2016-11-02|obra=www.cdc.gov}}</ref> O diagnóstico é difícil pois é muito similar a outras [[virose]]s. Causou surtos recentes (2010-2015) por todas as Américas, Europa, África, China, sudeste Asiático e ilhas do pacífico.<ref>{{Citar web|url=http://www.cdc.gov/chikungunya/|titulo=Chikungunya virus &#124; CDC|data=Agosto de 2015|acessodata=2016-11-02|obra=www.cdc.gov|publicado=}}</ref>
Chegou nas [[América]]<nowiki/>s apenas em 2014 e segue expandindo causando uma [[pandemia]]. Desde então mais de 1,7 milhões de casos suspeitos notificados à [[Organização Pan-Americana da Saúde]].<ref>{{Citar web|url=http://www.cdc.gov/chikungunya/geo/index.html|titulo=Geographic Distribution&#124; Chikungunya virus &#124; CDC|acessodata=2016-11-02|obra=www.cdc.gov}}</ref> O diagnóstico é difícil pois é muito similar a outras [[virose]]s. Causou surtos recentes (2010-2015) por todas as Américas, Europa, África, China, sudeste Asiático e ilhas do pacífico.<ref>{{Citar web|url=http://www.cdc.gov/chikungunya/|titulo=Chikungunya virus &#124; CDC|data=Agosto de 2015|acessodata=2016-11-02|obra=www.cdc.gov|publicado=}}</ref>


A existência de grandes cidades densamente povoadas onde existam os insetos vetores da doença, bem como o aumento do número de viagens entre países e intercontinentais facilitam a disseminação do vírus.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}
A existência de grandes cidades densamente povoadas onde existam os insetos vetores da doença, bem como o aumento do número de viagens entre países e intercontinentais facilitam a disseminação do vírus.<ref>{{citar periódico|ultimo=Tauil|primeiro=Pedro Luiz|data=2014|titulo=Condições para a transmissão da febre do vírus chikungunya|url=http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742014000400020|jornal=Epidemiol. Serv. Saúde|volume=v.23|numero=n.4|acessodata=}}</ref>


Em 2017, a Organização Mundial de Saúde, confirmou o surto da doença na Região de Lazio, centro da Itália, mais propriamente na cidade de Roma e nas zonas de Anzio e Latina.<ref>{{citar web|URL=https://ionline.sapo.pt/artigo/584164/se-viajar-para-italia-tenha-atencao-a-estas-recomendacoes-da-dgs?seccao=Portugal_i|título=Se viajar para Itália tenha atenção a estas recomendações da DGS|autor=|data=|publicado=|acessodata=}}</ref>
Em 2017, a Organização Mundial de Saúde, confirmou o surto da doença na Região de [[Lácio|Lazio]], centro da Itália, mais propriamente na cidade de Roma e nas zonas de Anzio e Latina.<ref>{{citar web|URL=https://ionline.sapo.pt/artigo/584164/se-viajar-para-italia-tenha-atencao-a-estas-recomendacoes-da-dgs?seccao=Portugal_i|título=Se viajar para Itália tenha atenção a estas recomendações da DGS|autor=|data=|publicado=|acessodata=}}</ref>


=== Brasil ===
=== Brasil ===
Os primeiros casos confirmados no Brasil, em 2010, referem-se a dois pacientes do sexo masculino (de 41 e 55 anos, em São Paulo) que apresentaram os sintomas depois de uma viagem à Indonésia. A terceira paciente, uma paulista de 25 anos, esteve na Índia.<ref name="Tribuna">{{citar web|url=http://tribunadonorte.com.br/noticia/brasil-registra-tres-casos-de-febre-de-chikungunya/167098|titulo=Brasil registra três casos de febre chicungunha|data=|acessodata=09-12-2010}}</ref>
Os primeiros casos confirmados no Brasil, em 2010, referem-se a dois pacientes do sexo masculino (de 41 e 55 anos, em São Paulo) que apresentaram os sintomas depois de uma viagem à Indonésia. A terceira paciente, uma paulista de 25 anos, esteve na Índia.<ref name="Tribuna">{{citar web|url=http://tribunadonorte.com.br/noticia/brasil-registra-tres-casos-de-febre-de-chikungunya/167098|titulo=Brasil registra três casos de febre chicungunha|data=|acessodata=09-12-2010}}</ref>


Em junho de 2014 foram confirmados seis casos no Brasil de soldados que retornaram de uma missão no Haiti.<ref>{{citar web|url = http://www.campinas.sp.gov.br/noticias-integra.php?id=23517|título = Notícia oficial da Secretaria de Saúde de Campinas|data = 10 de Junho de 2014|acessadoem = 10 de Junho de 2014|autor = Prefeitura de Campinas|publicado = Prefeitura de Campinas}}</ref> Segundo dados publicados pelo Ministério da Saúde, porém, no dia 15 de outubro de 2014, foram confirmados 337 casos no país, sendo 274 apenas na cidade de [[Feira de Santana]], na Bahia.<ref name="varella" /> Em 2015, ocorreu um surto na [[América do Sul]] nos primeiros quatro meses deste ano com estimativa de 10 mil casos e 113 mortes.<ref>http://www.infobae.com/2014/09/24/1596999-con-10845-casos-se-expande-el-virus-del-chikungunya-america</ref> Estima-se que 2.500 desses casos foram no Brasil, a maioria dos casos na Bahia, Minas Gerais e São Paulo.<ref>http://www.bahianoticias.com.br/noticia/171687-brasil-registra-2-552-casos-da-febre-chikungunya-neste-ano.html</ref> em 2016 a doença continua a se espalhar pelo país. No primeiro semestre de 2017,<ref>{{Citar web|url=http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/opiniao/ceara-em-alerta-de-uma-epidemia-de-chikungunya-1.1732966|titulo=Ceará em alerta de uma epidemia de chikungunya - Opinião - Diário do Nordeste|acessodata=2017-04-15|obra=Diário do Nordeste}}</ref> o estado do Ceará viveu uma nova epidemia da doença.<ref>{{Citar periódico|data=2017-03-14|titulo=Ceará tem 661 casos de chikungunya confirmados; 55% estão em Fortaleza|jornal=Ceará|url=http://g1.globo.com/ceara/noticia/2017/03/ceara-tem-661-casos-de-chikungunya-confirmados-55-estao-em-fortaleza.html}}</ref>
Em junho de 2014 foram confirmados seis casos no Brasil de soldados que retornaram de uma missão no Haiti.<ref>{{citar web|url = http://www.campinas.sp.gov.br/noticias-integra.php?id=23517|título = Notícia oficial da Secretaria de Saúde de Campinas|data = 10 de Junho de 2014|acessadoem = 10 de Junho de 2014|autor = Prefeitura de Campinas|publicado = Prefeitura de Campinas}}</ref> Segundo dados publicados pelo Ministério da Saúde, porém, no dia 15 de outubro de 2014, foram confirmados 337 casos no país, sendo 274 apenas na cidade de [[Feira de Santana]], na Bahia.<ref name="varella" /> Em 2015, ocorreu um surto na [[América do Sul]] nos primeiros quatro meses deste ano com estimativa de 10 mil casos e 113 mortes.<ref>http://www.infobae.com/2014/09/24/1596999-con-10845-casos-se-expande-el-virus-del-chikungunya-america</ref> Estima-se que 2.500 desses casos foram no Brasil, a maioria dos casos na [[Bahia]], [[Minas Gerais]] e [[São Paulo]].<ref>http://www.bahianoticias.com.br/noticia/171687-brasil-registra-2-552-casos-da-febre-chikungunya-neste-ano.html</ref> em 2016 a doença continua a se espalhar pelo país. No primeiro semestre de 2017,<ref>{{Citar web|url=http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/opiniao/ceara-em-alerta-de-uma-epidemia-de-chikungunya-1.1732966|titulo=Ceará em alerta de uma epidemia de chikungunya - Opinião - Diário do Nordeste|acessodata=2017-04-15|obra=Diário do Nordeste}}</ref> o estado do Ceará viveu uma nova epidemia da doença.<ref>{{Citar periódico|data=2017-03-14|titulo=Ceará tem 661 casos de chikungunya confirmados; 55% estão em Fortaleza|jornal=Ceará|url=http://g1.globo.com/ceara/noticia/2017/03/ceara-tem-661-casos-de-chikungunya-confirmados-55-estao-em-fortaleza.html}}</ref>


== Sinais e sintomas ==
== Sinais e sintomas ==
[[Ficheiro:2012-01-09 Chikungunya on the right feet at The Philippines.jpeg|thumb|Pé de vítima de chikungunya com manchas características de várias infecções virais.]]
[[Ficheiro:2012-01-09 Chikungunya on the right feet at The Philippines.jpeg|thumb|Pé de vítima de chikungunya com manchas características de várias infecções virais.]]


Os sintomas da febre chicungunha são característicos de uma virose, e portanto, inespecíficos. Os sintomas iniciais são febre acima de 39&nbsp;°C, de início repentino, dores intensas nas articulações de pés e mãos, dedos, tornozelos e pulsos, dores de cabeça, dores musculares e manchas vermelhas na pele. O diagnóstico diferencial com a febre hemorrágica da [[dengue]] é extremamente importante, razão pela qual, ao aparecimento dos sintomas é fundamental buscar socorro médico.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}<ref name="sahealth.sa.gov.au">http://www.sahealth.sa.gov.au/wps/wcm/connect/public+content/sa+health+internet/health+topics/health+conditions+prevention+and+treatment/infectious+diseases/chikungunya+virus</ref>
Os sintomas da febre chicungunha são característicos de uma virose, e portanto, inespecíficos. Os sintomas iniciais são febre acima de 39&nbsp;°C, de início repentino, dores intensas nas articulações de pés e mãos, dedos, tornozelos e pulsos, dores de cabeça, dores musculares e manchas vermelhas na pele. É uma doença febril aguda associada a dor intensa e frequente poliartralgia debilitante<ref name=":0" /> O diagnóstico diferencial com a febre hemorrágica da [[dengue]] é extremamente importante, razão pela qual, ao aparecimento dos sintomas é fundamental buscar socorro médico.{{carece de fontes|data=abril de 2017}}<ref name="sahealth.sa.gov.au">http://www.sahealth.sa.gov.au/wps/wcm/connect/public+content/sa+health+internet/health+topics/health+conditions+prevention+and+treatment/infectious+diseases/chikungunya+virus</ref>


Diferentemente da [[dengue]], doença viral transmitida pelos mesmos mosquitos vetores, uma parte dos indivíduos infectados pode desenvolver a forma crônica da doença, com a permanência dos sintomas, que podem durar entre 6 meses e 1 ano. “Há casos de pacientes que não conseguem escrever”, diz o coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho.<ref name="JT">{{citar web|url=http://blogs.estadao.com.br/jt-cidades/tag/febre-de-chikungunya/|titulo=Mosquito da Dengue traz nova doença|data=|acessodata=09-12-2010}}</ref>
Diferentemente da [[dengue]], doença viral transmitida pelos mesmos mosquitos vetores, uma parte dos indivíduos infectados pode desenvolver a forma crônica da doença, com a permanência dos sintomas, que podem durar entre 6 meses e 1 ano. “Há casos de pacientes que não conseguem escrever”, diz o coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho.<ref name="JT">{{citar web|url=http://blogs.estadao.com.br/jt-cidades/tag/febre-de-chikungunya/|titulo=Mosquito da Dengue traz nova doença|data=|acessodata=09-12-2010}}</ref> Há estudos relatando que 40% dos pacientes que são infectados evoluem com a forma crônica da doença.<ref name=":0" />


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Revisão das 01h07min de 30 de abril de 2018

Febre Chikungunya
Chicungunha
Imagem do vírus por criomicroscopia eletrônica.
Especialidade infecciologia
Classificação e recursos externos
CID-10 A92
CID-11 900389391
DiseasesDB 32213
MeSH D018354
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Chicungunha,[1][2][3][4] chikungunya ou Predefinição:PTA [5][6] é uma infecção causada por um arbovírus, do gênero Alphavirus (Togaviridae), que é transmitido aos seres humanos pelas fêmeas dos mosquitos do gênero Aedes.[7] Até recentemente havia sido detectado somente na África (onde estava restrito a um ciclo silvestre),[8] na Ásia Oriental e na Índia, onde sua transmissão era principalmente urbana, envolvendo os vetores Aedes aegypti e Aedes albopictus.[9]

No Brasil, casos da doença foram detectados pela primeira vez em agosto de 2010.[10]

Causa

Chikungunya virus é um RNAss vírus, do gênero Togaviridae, esférico, com envelope, arbovírus transmitido por mosquitos Aedes e atualmente encontrado em todos os continentes.

Transmissão

Aedes albopictus

A transmissão do vírus chicungunha (CHIKV) é feita através da picada de insetos-vetores do gênero Aedes, que em cidades é principalmente pelo Aedes aegypti e em ambientes rurais ou selvagens pode ser por Aedes albopictus. Embora a transmissão direta entre humanos não esteja demonstrada, há de se considerar a possibilidade da transmissão in utero da mãe para o feto.[carece de fontes?]

O período de incubação do vírus é de 2 a 7 dias, sendo que os sintomas surgem entre 4 e 7 dias depois da picada do mosquito.[11]

Epidemiologia

Em vermelho, os países em que foram registrados casos da doença até março de 2015.

Casos da febre chicungunha foram relatados na Tailândia (em 1953), Indonésia, Taiwan, Singapura, Malásia, Sri Lanka, ilhas Maldivas, Quénia (em 2004), Comores (em 2005), Mayotte, Seychelles, Maurícia, Reunião (2005-2006) e Índia (2006), e, em menor intensidade, na Itália, Martinica, Guadalupe, Guiana Francesa, Estados Unidos[9] e Brasil (em 2010).[10]

Um surto de chicungunha foi relatado em 2006 em Andra Pradexe (Índia), mesma época em que casos alóctones foram relatados em diversos países europeus.[12]

Chegou nas Américas apenas em 2014 e segue expandindo causando uma pandemia. Desde então mais de 1,7 milhões de casos suspeitos notificados à Organização Pan-Americana da Saúde.[13] O diagnóstico é difícil pois é muito similar a outras viroses. Causou surtos recentes (2010-2015) por todas as Américas, Europa, África, China, sudeste Asiático e ilhas do pacífico.[14]

A existência de grandes cidades densamente povoadas onde existam os insetos vetores da doença, bem como o aumento do número de viagens entre países e intercontinentais facilitam a disseminação do vírus.[15]

Em 2017, a Organização Mundial de Saúde, confirmou o surto da doença na Região de Lazio, centro da Itália, mais propriamente na cidade de Roma e nas zonas de Anzio e Latina.[16]

Brasil

Os primeiros casos confirmados no Brasil, em 2010, referem-se a dois pacientes do sexo masculino (de 41 e 55 anos, em São Paulo) que apresentaram os sintomas depois de uma viagem à Indonésia. A terceira paciente, uma paulista de 25 anos, esteve na Índia.[17]

Em junho de 2014 foram confirmados seis casos no Brasil de soldados que retornaram de uma missão no Haiti.[18] Segundo dados publicados pelo Ministério da Saúde, porém, no dia 15 de outubro de 2014, foram confirmados 337 casos no país, sendo 274 apenas na cidade de Feira de Santana, na Bahia.[2] Em 2015, ocorreu um surto na América do Sul nos primeiros quatro meses deste ano com estimativa de 10 mil casos e 113 mortes.[19] Estima-se que 2.500 desses casos foram no Brasil, a maioria dos casos na Bahia, Minas Gerais e São Paulo.[20] em 2016 a doença continua a se espalhar pelo país. No primeiro semestre de 2017,[21] o estado do Ceará viveu uma nova epidemia da doença.[22]

Sinais e sintomas

Pé de vítima de chikungunya com manchas características de várias infecções virais.

Os sintomas da febre chicungunha são característicos de uma virose, e portanto, inespecíficos. Os sintomas iniciais são febre acima de 39 °C, de início repentino, dores intensas nas articulações de pés e mãos, dedos, tornozelos e pulsos, dores de cabeça, dores musculares e manchas vermelhas na pele. É uma doença febril aguda associada a dor intensa e frequente poliartralgia debilitante[11] O diagnóstico diferencial com a febre hemorrágica da dengue é extremamente importante, razão pela qual, ao aparecimento dos sintomas é fundamental buscar socorro médico.[carece de fontes?][23]

Diferentemente da dengue, doença viral transmitida pelos mesmos mosquitos vetores, uma parte dos indivíduos infectados pode desenvolver a forma crônica da doença, com a permanência dos sintomas, que podem durar entre 6 meses e 1 ano. “Há casos de pacientes que não conseguem escrever”, diz o coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho.[24] Há estudos relatando que 40% dos pacientes que são infectados evoluem com a forma crônica da doença.[11]

Quadro comparativo [25]
  Dengue Chicungunha
Dores Musculares Nas articulações
Subtipos Quatro Nenhum
Contaminação Mais de uma vez Apenas uma vez
Manifestação hemorrágica Sim Não
Mortalidade 2% dos casos 1% dos casos
Sintomas Desaparecem em semanas Podem permanecer por até um ano

Em 10% dos casos, mesmo após a cura a artrite persiste como sequela.[26]

Tratamento

Braço de vítima de chicungunha. Esse sintoma também é encontrado em outras viroses.

Até 2014 ainda não havia vacina ou tratamento específico para esse vírus. Assim o tratamento é apenas dos sintomas - febre, dor e desidratação, com antipirético, analgésico e soro fisiológico, respectivamente.[27]

Prevenção

Assim como a dengue, a melhor prevenção é eliminar os mosquitos Aedes, evitando deixar água parada e destampada ou sem cloro. Cobrir o corpo com camisa com manga larga, calça e meia, usar repelentes e telas de mosquitos também são recomendados.[28]

Não há vacina nem tratamento específico, apenas sintomático.[23] Após 7 a 10 dias a maioria das pessoas desenvolvem imunidade contra o vírus e os sintomas desaparecem. Paracetamol e ibuprofeno podem ser usados para aliviar a dor e inflamação. A prevenção é principalmente feita com controle dos mosquitos, telas, roupas largas e repelentes.[29]

Etimologia

Chicungunha é um aportuguesamento de chikungunya, o nome da doença na língua maconde, um dos idiomas oficiais da Tanzânia, onde foi documentada a primeira epidemia da doença em 1953. O termo provém da raiz verbal kungunyala, e significa "tornar-se dobrado ou contorcido", em referência à aparência curvada dos pacientes, motivada pelas intensas dores articulares e musculares, características da doença.[30] Em Angola (África) a doença é popularmente conhecida por catolotolo, palavra proveniente do quimbundo katolotolu, derivação do verbo kutolojoka ("ficar alquebrado").[31]

Ver também

Referências

  1. Dicionário Priberam: "chicungunha"
  2. a b Varella, Dr. «Chicungunha | Dr. Drauzio Varella». Consultado em 11 de julho de 2015 
  3. Rádio Nacional de Angola: Luanda registou 80 casos de chicungunha vulgo catolotolo (30-05-2014)
  4. Rádio Ecclesia de Angola: Catolotolo continua a preocupar a população
  5. Dicionário Priberam: "catolotolo"
  6. Jornal de Angola: Aumentam casos de "Catolotolo"
  7. http://www.cdc.gov/chikungunya/index.html
  8. Jupp & Kemp 1996, Diallo et al. 1999
  9. a b «Failure to demonstrate experimental vertical transmission of the epidemic strain of Chikungunya virus in Aedes albopictus from La Réunion Island, Indian Ocean». Consultado em 9 de dezembro de 2010 
  10. a b «Estadão:Casos de nova doença do 'Aedes' chegam ao País». Consultado em 9 de dezembro de 2010 
  11. a b c Castro, Anita Perpetua Carvalho Rocha de; Lima, Rafaela Araújo; Nascimento, Jedson dos Santos (2016). «Chikungunya: vision of the pain clinician». Revista Dor. 17 (4): 299–302. ISSN 1806-0013. doi:10.5935/1806-0013.20160093 
  12. «Arboviroses emergentes no Brasil». Consultado em 9 de dezembro de 2010 
  13. «Geographic Distribution| Chikungunya virus | CDC». www.cdc.gov. Consultado em 2 de novembro de 2016 
  14. «Chikungunya virus | CDC». www.cdc.gov. Agosto de 2015. Consultado em 2 de novembro de 2016 
  15. Tauil, Pedro Luiz (2014). «Condições para a transmissão da febre do vírus chikungunya». Epidemiol. Serv. Saúde. v.23 (n.4) 
  16. «Se viajar para Itália tenha atenção a estas recomendações da DGS» 
  17. «Brasil registra três casos de febre chicungunha». Consultado em 9 de dezembro de 2010 
  18. Prefeitura de Campinas (10 de Junho de 2014). «Notícia oficial da Secretaria de Saúde de Campinas». Prefeitura de Campinas. Consultado em 10 de Junho de 2014 
  19. http://www.infobae.com/2014/09/24/1596999-con-10845-casos-se-expande-el-virus-del-chikungunya-america
  20. http://www.bahianoticias.com.br/noticia/171687-brasil-registra-2-552-casos-da-febre-chikungunya-neste-ano.html
  21. «Ceará em alerta de uma epidemia de chikungunya - Opinião - Diário do Nordeste». Diário do Nordeste. Consultado em 15 de abril de 2017 
  22. «Ceará tem 661 casos de chikungunya confirmados; 55% estão em Fortaleza». Ceará. 14 de março de 2017 
  23. a b http://www.sahealth.sa.gov.au/wps/wcm/connect/public+content/sa+health+internet/health+topics/health+conditions+prevention+and+treatment/infectious+diseases/chikungunya+virus
  24. «Mosquito da Dengue traz nova doença». Consultado em 9 de dezembro de 2010 
  25. Jornal da Cidade de Bauru: Febre chikungunya chega ao País e põe Bauru em alerta (29/07/14)
  26. http://www.noticiasrcn.com/nacional-pais/el-10-pacientes-chikunguna-pueden-sufrir-artritis-cronica-viceministro-salud
  27. [1]
  28. https://www.nlm.nih.gov/medlineplus/spanish/ency/patientinstructions/000821.htm
  29. «Virus de chikunguña: MedlinePlus enciclopedia médica». www.nlm.nih.gov. Consultado em 2 de novembro de 2016 
  30. Four cases of acute flaccid paralysis associated with chikungunya virus infection
  31. «catolotolo na Infopédia em linha»  Porto: Porto Editora, 2003-2014. [Consult. 2014-08-25].

Ligações externas