Daniel Oliveira (jornalista)

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Daniel Oliveira
Daniel Oliveira (jornalista)
Daniel Oliveira
Nome completo Daniel João Figueiredo de Oliveira
Nascimento 2 de julho de 1969 (54 anos)
Lisboa, LI, Portugal
Nacionalidade português
Progenitores Mãe: Isabel Figueiredo
Pai: Herberto Helder
Ocupação jornalista, colunista, comentador, podcaster
Filiação sem filiação (2013-presente)
Bloco de Esquerda (1998-2013)
Política XXI (1994-1998)
Partido Comunista Português (1983-1989)

Daniel João Figueiredo de Oliveira (Lisboa, 2 de julho de 1969) é um jornalista e comentador sociopolítico português.

Biografia[editar | editar código-fonte]

É filho natural do poeta Herberto Hélder e de Isabel Figueiredo. De acordo com o próprio, a família materna teve vários apoiantes e militantes do Partido Comunista Português (PCP), inclusivamente a sua mãe. O poeta Manuel Gusmão, que foi seu padrasto e é pai de José Gusmão — meio-irmão de Daniel Oliveira e atual eurodeputado pelo Bloco de Esquerda —, foi deputado do PCP à Assembleia Constituinte.

Jornalismo[editar | editar código-fonte]

Estudou no Liceu Pedro Nunes e no ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, não tendo terminado a licenciatura. Como jornalista, trabalhou n'O Século (1988-1989), no Diário de Lisboa (1989-1990), nas revistas (1997) e Vida Mundial (1998-1999), nos programas de reportagem da RTP Juízo Final (2000) e Loja do Cidadão (2001) — tendo sido editor deste último —, no Diário Económico (2000) e no programa da Todos Iguais (2001), também da RTP. Foi autor do programa Trabalho, igualmente da RTP, também em 2001. Venceu o prémio revelação Gazeta, do Clube de Jornalistas, em 1998,com uma reportagem sobre a Primavera de Praga, publicada na revista Vida Mundial. Foi publicitário de 1993 a 1994.[1]

Política[editar | editar código-fonte]

Entrou para o Juventude Comunista Portuguesa em 1983, tendo saído em 1989.

Fundou, em 1991, com Joaquim Pina Moura, José Barros Moura, José Luís Judas, Miguel Portas e Ivan Nunes, a Plataforma de Esquerda, de que foi dirigente e que viria a abandonar quando esta fez um acordo autárquico nacional com o Partido Socialista.

Fundou, em 1994, com Miguel Portas, Ivan Nunes, Paulo Varela Gomes e ex-dirigentes do MDP/CDE, a Política XXI, que se juntaria ao PSR e à UDP, em 1998, para criar o Bloco de Esquerda. Foi assessor de imprensa do Bloco de Esquerda de 2002 a 2005, tendo abandonado funções políticas profissionais em fevereiro de 2005. Foi membro da Mesa Nacional e da Comissão Política do Bloco de Esquerda até 2006. Abandonou a militância do Bloco de Esquerda, de que foi um dos fundadores, em 2013, sendo hoje independente. Anunciou o abandono da vida política a 8 de outubro de 2015, para se dedicar exclusivamente ao jornalismo.[2] Nas eleições presidenciais de 2021, declarou ter votado na candidatura de Ana Gomes.

Bloguista, colunista e comentador[editar | editar código-fonte]

Daniel Oliveira foi autor e fundador (com Rui Tavares, André Belo, Celso Martins e Pedro Aires Oliveira) do Barnabé, um dos blogues que atingiram maior notoriedade na blogosfera portuguesa, e escreveu, sozinho e acompanhado, no blogue Arrastão. É colunista dos jornais Expresso (na sua versão semanal e no diário digital) e Record, neste último enquanto adepto do Sporting Clube de Portugal. Publicou, em 2015, o livro de crónicas A Década dos Psicopatas (edição Tinta da China).

Na SIC Notícias, desde 2004 que participa como comentador fixo no programa O Eixo do Mal (apresentado, entre 2005 e 2015, por Nuno Artur Silva e, desde fevereiro de 2015, por Aurélio Gomes, contando ainda com Clara Ferreira Alves, Pedro Marques Lopes e Luís Pedro Nunes — contou anteriormente com José Júdice e Pedro Mexia), tendo, entre outubro de 2021 e outubro de 2023, sido comentador do programa Sem Moderação (programa que de 2013 até outubro de 2021 foi transmitido pelo Canal Q e pela TSF), no mesmo canal, com João Galamba (substituído depois por Pedro Delgado Alves), José Eduardo Martins e Francisco Mendes da Silva.[3][4] Em outubro de 2023, o Sem Moderação chegou ao fim e Daniel Oliveira - tal como Delgado Alves, Martins e Mendes da Silva - passou a integrar o espaço de comentário Antes Pelo Contrário, rubrica da Edição da Noite, do canal informativo da SIC.[5] Neste espaço de comentário, Oliveira interage com Mendes da Silva.

Um estudo realizado pela empresa de consultoria de comunicação Imago-Llorente & Cuenca, em parceria com a Universidade Católica Portuguesa, divulgado em março de 2015, colocou Daniel Oliveira em décimo quinto lugar na lista dos políticos portugueses mais influentes na rede social Twitter (onde tem mais de 90 mil seguidores), tendo mais de 100 mil seguidores no Facebook.[6][7]

Desde maio de 2018, produz, com João Martins, um podcast intitulado Perguntar Não Ofende, onde conduz entrevistas com políticos, jornalistas e personalidades da cultura.[8][9][10]

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Da jornalista Maria Francisca Fiadeiro Gorjão Henriques (Lisboa, São Domingos de Benfica, 20 de janeiro de 1972), que trabalhou em várias publicações - trabalhando desde há vários anos no jornal Público -, tem uma filha, nascida em São Sebastião da Pedreira, Lisboa, a 12 de agosto de 1998).[11]

Em 2019, revelou ter sido ameaçado de morte pelo neonazi Mário Machado.[12]

É aficionado por touradas[13] e um conhecido defensor das mesmas[14][15][16][17](o que colide com a posição do Bloco de Esquerda, partido de que foi militante, sobre esse tipo de espetáculo).[18]

Referências

  1. Ribeiro, Anabela Mota (14 de maio de 2015) [2012]. «Entrevista a Daniel Oliveira». Anabela Mota Ribeiro. Consultado em 26 de maio de 2018 
  2. Oliveira, Daniel (8 de outubro de 2015). «Esta é uma nota escrita há mais de 10 dias...». Página oficial de Daniel Oliveira no Facebook. Consultado em 26 de junho de 2018 
  3. «Resumo biográfico do colunista Daniel Oliveira». Expresso. Consultado em 26 de junho de 2018 
  4. Mendonça, Bernardo; et al. (2 de março de 2018). «Daniel Oliveira: "Conheci estalinistas e fascistas com corações maravilhosos. Todos nós transportamos monstros e anjos"» (Entrevista em podcast). Expresso. Consultado em 26 de junho de 2018 
  5. «O último Sem Moderação (antes do "Antes pelo contrário")». SIC Notícias. 4 de outubro de 2023. Consultado em 8 de novembro de 2023 
  6. «Top 50: Mapa de Poder na Rede - Políticos Influentes no Twitter» (PDF). Imago Llorente & Cuenca. Março de 2015. Consultado em 26 de junho de 2018 
  7. «Oposição mais presente no Twitter». Computerworld. 31 de março de 2015. Consultado em 26 de junho de 2018 
  8. Coelho, Pedro Miguel (10 de abril de 2018). «Daniel Oliveira está "farto de dar opiniões" e decidiu fazer um podcast onde 'Perguntar Não Ofende'». Espalha-Factos. Consultado em 26 de junho de 2018 
  9. André, Mário Rui (3 de maio de 2018). «Perguntar não ofende por isso Daniel Oliveira vai fazer todas as perguntas no seu novo podcast». Shifter. Consultado em 26 de junho de 2018 
  10. Alvarez, Luciano. «Costa já lá esteve e Marcelo também vai, porque Perguntar não Ofende». PÚBLICO 
  11. "Gorjão Henriques", Nuno Gorjão Henriques e Miguel Gorjão Henriques, Dislivro, 2.ª Edição, Lisboa, 2006, Volume I, p. 170.
  12. «Daniel Oliveira relembra como foi ameaçado de morte por Mário Machado». SIC Notícias. 7 de janeiro de 2019. Consultado em 8 de novembro de 2023 
  13. Claro, Luís (6 de maio de 2016). «Touradas. Aficionados de luxo». i. Consultado em 12 de janeiro de 2021 
  14. Oliveira, Daniel (5 de julho de 2020). «A tourada e o bom senso». Expresso. Consultado em 12 de janeiro de 2021 
  15. «Daniel Oliveira: "A forma como ensinamos o nosso passado determina as ilusões que temos sobre nós próprios"». Comunidade Cultura e Arte. 17 de fevereiro de 2019. Consultado em 12 de janeiro de 2021 
  16. Oliveira, Daniel (3 de janeiro de 2019). «HELDER MILHEIRO E PEDRO DELGADO ALVES: "PODEMOS ACABAR COM A TOURADA?"». Perguntar Não Ofende. Consultado em 12 de janeiro de 2021 
  17. «Daniel Oliveira: 'Era esquisito se não tivesse lido Herberto em miúdo, mas não percebi um caracol'». Sol. 18 de junho de 2015. Consultado em 12 de janeiro de 2021 
  18. Santa-Bárbara, Filipe (3 de novembro de 2020). «BE quer touradas para maiores de 18 e com "bolinha vermelha" quando passam na TV». TSF. Consultado em 12 de janeiro de 2021 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]