Laço (insígnia)
Este artigo não cita fontes confiáveis. (Novembro de 2014) |
Um laço, cocar, cocarda, roseta ou tope é uma insígnia feita a partir de um laço de fitas ou outro material de forma circular com cores distintivas, usada, normalmente, numa cobertura de cabeça.
Laços dos revolucionários
O laço tricolor azul-branco-vermelho foi amplamente divulgado como um dos principais símbolos da Revolução Francesa. Este laço era normalmente usado nos chapéus ou lapelas dos homens. Também era utilizado pelas mulheres nos seus chapéus ou no próprio cabelo. Um laço usa cores distintivas para significar nacionalidade do seu usuário, o seu apoio a uma facção política ou o seu serviço a uma casa nobre. Na França pré-revolucionária o laço da Casa Real dos Bourbons era branco. O laço tricolor resultou da união das cores de Paris (azul-vermelho) com a cor real (branco).
No Reino Unido passou a ser usado um laço branco pelos que apoiavam a restauração da monarquia Jacobita, em contraste com os apoiantes da dinastia estabelecida de Hanover, que usavam um laço preto.
Durante a Revolução Americana o Exército Continental começou a usar o laço preto herdado dos britânicos. Quando os revolucionários americanos receberam o apoio francês, começaram a pregar os laços brancos (realistas) da França nos seus laços pretos, dando assim origem ao chamado Laço da União, branco-preto, usado como identificação nacional americana. Mais tarde ao laço branco-preto foi juntada a cor vermelha do laço nacional da Espanha, em virtude do apoio desta à causa americana, dando origem ao chamado Laço da Aliança Tripla, branco-preto-vermelho.
Laços dos uniformes militares europeus
Também a partir do século XVIII, os exércitos das monarquias da Europa começaram a usar laços como símbolo da sua nacionalidade. Eram utilizados laços de fitas, inicialmente nos tricórnios e bicórnios, e depois, de formato redondo nos barretes e barretinas. Nos capacetes e nos bonés de pala passaram a ser usados emblemas em forma de botão ou roseta, com as cores nacionais, que mantiveram a designação tradicional de laço.
Em particular no Império Alemão, nos uniformes militares eram usados dois laços, um do império (preto-branco-vermelho) e um do reino ou estado particular dentro do império. Nos bonés o laço do império era usado na copa e o do estado federado na banda. Nos capacetes de espigão o laço império era usado no suporte direito do francalete e o do estado no suporte esquerdo.
Em 1912 a França, necessitando de uma insígnia que identificasse facilmente a nacionalidade das suas aeronaves militares, começou a pintar, na sua fuselagem, cocares tricolores. Nisto foi seguida por uma série de países, que passaram a utilizar cocares reproduzindo os seus laços nacionais como insígnias aeronáuticas.
Laço nacional de Portugal
Até 1797 o laço nacional de Portugal utilizava as cores verde e branca, identificativas da Casa de Bragança. Esse laço, ao que parece, seria de pouca utilização, nomeadamente pelo Exército Português, cujos tricórnios do uniforme dispunham de um laço, mas de cor preta, usado apenas como enfeite e sem qualquer significado simbólico.
O uso generalizado do laço nacional foi introduzido nos uniformes militares a partir de 1797. Nessa altura a Casa Real Portuguesa mudou as sua cores para azul-vermelho (definido oficialmente como "azul-escarlate"). O verde e o branco voltaram então a ser, simplesmente, as cores privativas da Casa Ducal de Bragança e do seu Duque, o Príncipe do Brasil. Como cores Reais, o azul-escarlate passou a ser usado nos laços nacionais das coberturas de cabeça dos uniformes militares. Além disso, o azul e o escarlate foram adoptadas como cores principais das bandeiras dos regimentos de infantaria e como cores dos librés (uniformes) dos funcionários civis.
A Revolução Liberal de 1820 mudou as cores do laço nacional para branco-azul. Estas eram consideradas as verdadeiras cores heráldicas de Portugal, presentes na primeira bandeira e nas quinas das armas nacionais. Mais tarde, as novas cores do laço nacional foram também utilizadas na nova bandeira nacional da monarquia liberal.
Durante a Guerra Civil os absolutistas mantiveram como símbolo a laço nacional azul-vermelho, sendo o laço branco-azul o símbolo dos liberais. Na sequência da vitória dos liberais em 1834 o azul e branco tornaram-se definitivamente as cores nacionais.
Em 1910, na sequência da implantação da República são mudadas as cores base da bandeira nacional de azul e branco para verde e vermelho. Com consequência disso, o laço nacional passa a adoptar as novas cores de verde-vermelho. A cocar verde-vermelha também é adoptada como insígnia das aeronaves militares portuguesas a partir de cerca de 1914, até começar a ser substituída pela Cruz de Cristo em 1918.
O uso do laço nacional nos uniformes portugueses começou a cair em desuso a partir da década de 1930. No uniforme do Exército Português passou a ser usada como insígnia de nacionalidade o próprio escudo nacional sobre a esfera armilar, que dava um efeito semelhante aos laços redondos de seda ou de metal, até aí usados. Os uniformes policiais e civis seguiram a mesma linha. Actualmente o laço nacional verde-vermelho mantém-se na barretina do uniforme de gala do Colégio Militar.
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Laço nacional de Portugal (1640 - 1797) -
Laço nacional de Portugal (1797 - 1820) -
Laço nacional de Portugal (1820 - 1910) -
Laço nacional de Portugal (desde 1910)
Lista de laços nacionais de diversos países
As cores apresentadas nos laços nacionais seguintes são indicadas do interior para o exterior. Se uma cocar de uma Força Aérea for semelhante a um laço nacional, mas com algumas diferenças, essas diferenças são especificadas.
- Alemanha: preto-vermelho-dourado
- Terceiro Reich (1932-1945): vermelho-branco-preto
- República de Weimar (1918-1932): preto-vermelho-dourado
- Segundo Reich (1871-1918): - vermelho-branco-preto
- Estados federados do Império Alemão (1871-1918):
- Anhalt: verde
- Baden: amarelo-vermelho-amarelo
- Baviera: branco-azul celeste-branco
- Bremen: branco-vermelho-branco
- Brunswick: azul-amarelo-azul
- Hamburgo: branco com cruz vermelha
- Hessen: branco-vermelho-branco-vermelho-branco
- Lippe: vermelho-amarelo
- Lubeck: branco com cruz de malta vermelha
- Mecklemburg: encarnado-amarelo-azul
- Oldenburg: azul-vermelho-azul
- Prússia: preto-branco-preto
- Saxe: verde-branco-verde
- Saxe-Weimar: preto-amarelo-verde
- Schaumburg-Lippe: azul-vermelho-branco
- Swartzburg-Rudolstadt: azul-branco-azul
- Swartzburg-Sounderhousen: branco-azul-branco
- Waldeck-Reuss: preto-vermelho-amarelo
- Württemberg: preto-vermelho-preto
- Confederação Germânica (1848-1871): dourado-vermelho-preto
- Argentina: azul celeste-branco-azul celeste
- Áustria: vermelho-branco-vermelho
- até 1918: preto-dourado
- Bélgica: preto-amarelo-vermelho
- Bolívia: vermelho-amarelo-vermelho
- Bulgária: vermelho-verde-branco
- cocar das aeronaves militares: branco-verde-vermelho
- Brasil: azul-amarelo-verde
- cocar das aeronaves da Marinha do Brasil: azul-amarelo-verde
- Chile: azul-branco-vermelho com um estrela prateada de cinco pontas sobre a parte azul
- laço alternativo usado nos capacetes de espigão do Exército: vermelho-branco-azul
- Colômbia: amarelo-azul-vermelho
- Dinamarca: vermelho-branco-vermelho
- cocar das aeronaves militares: branco-vermelho
- Equador: vermelho-azul-amarelo
- Espanha: vermelho-amarelo-vermelho
- até 1812: vermelho
- Estónia: branco-preto-azul
- Finlândia: branco-azul-branco
- França: azul-branco-vermelho
- Monarquia Absoluta (até 1794): branco
- cocar das aeronaves da Marinha Francesa: azul-branco-vermelho com uma âncora preta
- Grã-Bretanha
- Casa Real dos Stuart: laranja
- Casa Real de Hanover: preto
- cocar das aeronaves militares: vermelho-branco-azul
- cocar alternativo das aeronaves militares: vermelho-azul
- Grécia: azul-branco
- cocar das aeronaves militares: azul-branco-azul
- Estados Unidos da América - azul-branco-vermelho
- século XIX: preto com uma águia prateada
- Guerra da Independência (Laço da União): branco-preto
- Guerra da Independência (Laço da Aliança Tripla): branco-preto-vermelho
- cocar das aeronaves militares na Primeira Guerra Mundial: branco-azul-vermelho
- Hungria: verde-branco-vermelho
- Irão: vermelho-branco-verde
- Irlanda: verde-branco-laranja
- até 1922: verde ou azul celeste
- Itália: verde-branco-vermelho
- Japão: vermelho
- México: verde-branco-vermelho
- Mónaco: vermelho-branco
- Noruega: vermelho-branco-azul-branco
- Países Baixos: laranja
- Paraguai: azul-branco-vermelho
- Peru: vermelho-branco-vermelho
- Polónia: branco-vermelho
- Portugal: verde-vermelho
- de 1820 a 1910 (Monarquia Constitucional): azul-branco
- de 1797 a 1820: azul-vermelho
- até 1797: verde-branco
- Roménia: azul-amarelo-vermelho
- Rússia:
- militar: preto-laranja-preto-laranja (cores da fita da Ordem de S. Jorge)
- polícia: vermelho-azul-branco
- cocar das aeronaves do Exército até 1918: branco-azul-vermelho
- São Marino: branco-azul
- Suécia: amarelo-azul-amarelo
- Turquia: vermelho-branco-vermelho
- Uruguai:
- militar (Cocar de Artigas): azul-branco-azul com uma banda vermelha
- polícia: vermelho-branco-azul
- civil: branco-azul-branco-azul-branco-azul-branco-azul-branco
- Venezuela: vermelho-azul-amarelo