Littoraria angulifera

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaLittoraria angulifera
Conchas de L. angulifera (Lamarck, 1822)[1], com seus indivíduos aderidos a uma madeira em estuário do litoral do Guarujá; praia do Perequê, região sudeste do Brasil.
Conchas de L. angulifera (Lamarck, 1822)[1], com seus indivíduos aderidos a uma madeira em estuário do litoral do Guarujá; praia do Perequê, região sudeste do Brasil.
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Gastropoda
Ordem: Caenogastropoda
Superfamília: Littorinoidea
Família: Littorinidae
Children, 1834[2]
Subfamília: Littorininae
Children, 1834[2]
Género: Littoraria
Gray, 1833[1]
Espécie: L. angulifera
Nome binomial
Littoraria angulifera
(Lamarck, 1822)[1]
Sinónimos
Phasianella angulifera Lamarck, 1822
Littoraria (Littorinopsis) angulifera (Lamarck, 1822)
Littorina angulifera (Lamarck, 1822)
(WoRMS)[1]
Littorinopsis angulifera (Lamarck, 1822)[3]
Littorina scabra angulifera (Lamarck, 1822)[4]

Littoraria angulifera (denominada, em inglês, mangrove periwinkle[5] ou angulate periwinkle[4]; em castelhano, caracol de manglar)[6] é uma espécie de molusco gastrópode marinho litorâneo do oeste do oceano Atlântico, pertencente à família Littorinidae, no passado nomeada no gênero Littorina.[7] Foi classificada por Jean-Baptiste de Lamarck em 1822, como Phasianella angulifera, na obra Histoire naturelle des animaux sans vertèbres, présentant les caractères généraux et particuliers de ces animaux, leur distribution, leurs classes, leurs familles, leurs genres, et la citation des principales espèces qui s'y rapportent; précédée d'une introduction offrant la détermination des caractères essentiels de l'animal, sa distinction du végétal et des autres corps naturel; enfin, l'exposition des principes fondamentaux de la zoologie. Tome septième.[1][7][8] Sua presença está associada a áreas estuarinas com manguezais; sendo a única espécie de gastrópode do manguezal que ocupa as folhas, desde galhos mais inferiores até cerca de 2 metros de altura.[4][7][9]

Descrição da concha e hábitos[editar | editar código-fonte]

Concha de espiral cônica e moderadamente alta, com 6 a 8 voltas e atingindo de 3 a 4 centímetros, quando desenvolvida; de coloração castanha a amarelada; decorada com faixas onduladas e oblíquas de várias cores e esculpida com linhas espirais finas; às vezes com manchas na borda interna do lábio externo.[3][7][8]

É encontrada em águas rasas, principalmente em árvores de manguezais, expostas às ondas da zona entremarés e aderidas às suas raízes, troncos, caules e folhas.[5][7] Os animais da família Littorinidae se alimentam de substâncias vegetais.[10] Esses moluscos se alimentam predominantemente de algas e fungos que crescem sobre o caule do mangue-vermelho (Rhizophora mangle)[9]; mas também podem ser encontrados sobre o mangue-branco (Laguncularia racemosa) e plantas do gênero Avicennia.[5]

Distribuição geográfica[editar | editar código-fonte]

Littoraria angulifera ocorre da Flórida e Texas, nos Estados Unidos, até o mar do Caribe, incluindo costas da Venezuela e Suriname, no norte da América do Sul; e pela costa nordeste e sudeste brasileira, do Ceará até São Paulo e no arquipélago de Abrolhos.[7][8] Pode ser encontrada nos sambaquis brasileiros, sendo uma espécie comestível.[11]

Taxonomia[editar | editar código-fonte]

No século XX esta espécie, denominada Littorina scabra angulifera, esteve classificada como subespécie da espécie Littoraria scabra (Linnaeus, 1758), nativa dos manguezais da região do Indo-Pacífico.[4][12]

Referências

  1. a b c d e f g «Littoraria angulifera (Lamarck, 1822)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 21 de janeiro de 2020 
  2. a b «Littorinidae Children, 1834» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 21 de janeiro de 2020 
  3. a b «Littorinopsis angulifera (= Littoraria angulifera (em inglês). Hardy's Internet Guide to Marine Gastropods. 1 páginas. Consultado em 21 de janeiro de 2020. Arquivado do original em 11 de agosto de 2021 
  4. a b c d ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 57. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0 
  5. a b c «Littoraria angulifera (Lamarck, 1822) mangrove periwinkle» (em inglês). SeaLifeBase. 1 páginas. Consultado em 21 de janeiro de 2020 
  6. Fonteː Wikipédia em castelhano.
  7. a b c d e f g RIOS, Eliézer (1994). Seashells of Brazil 2ª ed. Rio Grande, RS. Brazil: FURG. p. 49. 492 páginas. ISBN 85-85042-36-2 
  8. a b c «Littoraria angulifera (Lamarck, 1822)». Conquiliologistas do Brasil: CdB. 1 páginas. Consultado em 21 de janeiro de 2020 
  9. a b Nunes, Carlos Eduardo Pereira; Assis, Carlos Vinícius Almeida de; Nogueira, Denise Martins; Salgado, José Vítor Vieira; Pilli, Lucas Hilsdorf; Giachini, Nathalie Galbiati Silva; Pereira, Noemy Seraphim; Souza, Estevão Carino Fernandes de; Setz, Eleonore Zulnara Freire (2004). «Estudo Sobre Posicionamento de Littoraria angulifera na Rhizophora mangle do Rio Escuro» (PDF). Instituto de Biologia - Unicamp. 1 páginas. Consultado em 21 de janeiro de 2020 
  10. LINDNER, Gert (1983). Moluscos y Caracoles de los Mares del Mundo (em espanhol). Barcelona, Espanha: Omega. p. 44. 256 páginas. ISBN 84-282-0308-3 
  11. SOUZA, Rosa Cristina Corrêa Luz de; LIMA, Tania Andrade; SILVA, Edson Pereira da (2011). Conchas Marinhas de Sambaquis do Brasil 1ª ed. Rio de Janeiro, Brasil: Technical Books. p. 168. 252 páginas. ISBN 978-85-61368-20-3 
  12. LINDNER, Gert (Op. cit., p.130.).
Ícone de esboço Este artigo sobre gastrópodes, integrado no Projeto Invertebrados é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.