Skunk (rapper)

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Skunk
Informação geral
Nome completo Luís Antônio da Silva Machado
Nascimento 1967
Local de nascimento Rio de Janeiro, RJ
Morte 8 de julho de 1994 (27 anos)
Local de morte Rio de Janeiro, RJ
Gênero(s)
Instrumento(s)
Período em atividade 19921994
Afiliação(ões)

Luís Antônio da Silva Machado, conhecido como Skunk (Rio de Janeiro, 1967 — Rio de Janeiro, 8 de julho de 1994[1]), foi um cantor e músico brasileiro.

Ficou conhecido por ter sido fundador do grupo Planet Hemp.[2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Luís Antônio é filho da relação entre uma doméstica e o patrão.[3][4]

A origem do apelido (Skunk com “u”, fazia questão de lembrar ao se apresentar) surgiu em um final de semana, quando Luís foi a um evento punk e resolveu raspar quase completamente os cabelos, no estilo moicano. Porém, como teria que trabalhar na segunda-feira, teve que raspar o resto, ficando careca como um skinhead. Um dia ele era skin; no outro, era punk. Daí o Skunk.[2]

Era conhecido no Rio por passar por várias tribos: foi punk, new wave, rockabilly e rapper.[3]

Na segunda metade dos anos 80, Skunk ficou muito amigo de um grupo que curtia rockabilly e começou a se vestir nesse estilo, o que incluía sapatos bicolores de sola grossa. Foi aí que surgiu a ideia de fazer uma banda para tocar esse gênero musical. Com o passar do tempo, Skunk começou a gostar de rap e partiu para outras. Mas a banda foi adiante e foi batizada Big Trep (A Grande Trepada). O grupo dedicou ao Skunk o seu primeiro disco, Rockabilly Voodoo (Polvo Discos, 1994), e gravou uma letra escrita por ele - “Sonhei Com Você”.[2]

Skunk foi a primeira pessoa, no Rio, a organizar uma rave e a fazer samplers. Sua primeira criação foi misturar falas do Cid Moreira no Jornal Nacional[5] com 'Lullaby', do The Cure.[3] Tinha a ideia de formar o “Cypress Hill brasileiro”.[4]

Antes de formarem o Planet Hemp, Skunk teve uma outra banda, com o guitarrista Rafael Crespo, chamada Magic Numbers. O nome foi inspirado na canção “The Magic Number”, a primeira do disco de estreia do grupo norte-americano de hip hop De La Soul, 3 Feet High and Rising (Warner, 1989). A proposta era misturar influências como Public Enemy, Primal Scream, Happy Mondays e 808 State. Nessa breve experiência, Rafael fazia o baixo, um amigo tocava guitarra e bateria eletrônica, Tantão (do Black Future) ficava nos teclados e Skunk cantava. Entretanto, após alguns ensaios, a banda não deixou nada gravado.[2]

Em 1992, Skunk conheceu Marcelo D2, que então vendia camisetas de bandas no centro do Rio. Da admiração pela banda punk norte-americana Dead Kennedys, nasceu uma afinidade entre eles.[6][5][7] Esta amizade foi retratada no filme Legalize Já, lançado em 2018[2][6][8][9], onde Skunk foi interpretado por Ícaro Silva.[10][11]

D2 e Skunk queriam ser uma dupla de rap, mas nem possuíam equipamento.[12] Quando fizeram o primeiro ensaio com o guitarrista Rafael, o baixista Formigão e o baterista Bacalhau, os dois vocalistas já tinham algumas letras. Em apenas dois ensaios, compuseram seis músicas: “Puta Disfarçada”, “Phunky Budda”, “Terceiro Mundo”, “Porcos Fardados”, “A Culpa é de Quem?” e “Futuro do País”. Esse foi o repertório do primeiro show do Planet Hemp, na noite de 24 de julho de 1993, no lendário Garage, tocando apenas para os amigos. Dali em diante passaram a fazer pelo menos um show por mês local.[2]

Os dois primeiros shows do Planet Hemp, em São Paulo, aconteceram em 1993 no Urbania, com Skunk e D2 nos vocais. O evento marcou o lançamento da primeira fita demo, Direto do Planeta Rap. Na primeira vez, a banda dividiu a noite com Speedfreaks e Manson Family. Na segunda, um mês depois, tocou junto com o Cold Turkey, a banda paralela do guitarrista Rafael Crespo. A entourage ficou hospedada num único quarto de hotel na Boca do Lixo, no centro da cidade, onde aconteceram várias aventuras. Pouca gente - e nenhum dos membros do grupo - sabia que Skunk havia contraído o HIV. Dizia-se apenas que estava com pneumonia.[3] Havia pedido demissão do emprego, que tanto detestava,[2] mas seu quadro foi-se agravando, não permitindo que ele acompanhsse a banda em todos os shows.[1]

Morte[editar | editar código-fonte]

Um ano depois da formação do Planet Hemp e com apenas uma demo gravada, Skunk morre em consequência de complicações decorrentes da Aids, em 1994,[13] na cidade do Rio de Janeiro.[8][7]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b Ferreira, Jeff. «Adeus Skunk, jamais vou te esquecer». Submundo do Som. Consultado em 15 de fevereiro de 2022 
  2. a b c d e f g «Mantenha o respeito». Trip. Consultado em 15 de fevereiro de 2022 
  3. a b c d «Biografia do grupo Planet Hemp narra tragédias e perseguições». Folha de S.Paulo. 22 de dezembro de 2018. Consultado em 15 de fevereiro de 2022 
  4. a b «Jukebox Sentimental: biografia conta trajetória do Planet Hemp». Metrópoles. 31 de dezembro de 2018. Consultado em 15 de fevereiro de 2022 
  5. a b «O rapper e a polenta». revista piauí. Consultado em 15 de fevereiro de 2022 
  6. a b «Filme afetuoso reacende a história de amor que gerou banda Planet Hemp | G1 Música Blog do Mauro Ferreira». Mauro Ferreira. Consultado em 15 de fevereiro de 2022 
  7. a b Pinheiro, Pedro Henrique (5 de novembro de 2017). «"1967": Há 50 anos, nascia Marcelo D2, um dos maiores nomes do hip hop nacional». Tenho Mais Discos Que Amigos!. Consultado em 15 de fevereiro de 2022 
  8. a b «Sem apologia, 'Legalize Já' mostra a amizade que formou o Planet Hemp». VEJA. Consultado em 15 de fevereiro de 2022 
  9. Entretenimento, Portal Uai; Entretenimento, Portal Uai (18 de outubro de 2018). «Filme mostra a luta dos jovens Marcelo D2 e Skunk para criar uma das bandas mais importantes do pop brasileiro». Portal Uai Entretenimento. Consultado em 15 de fevereiro de 2022 
  10. «Ícaro Silva viverá no cinema Skunk, ex-integrante do Planet Hemp». epoca.globo.com. Consultado em 15 de fevereiro de 2022 
  11. Sabbaga, Julia (18 de outubro de 2018). «Legalize Já | Atores e diretores explicam a figura misteriosa de Skunk». Omelete. Consultado em 15 de fevereiro de 2022 
  12. Buzatti, Lucas (7 de fevereiro de 2019). «História que 'faz a cabeça': Planet Hemp ganha biografia que será lançada neste sábado, em BH». Hoje em Dia. Consultado em 15 de fevereiro de 2022 
  13. Marcelo D2 é expulso de casa no 1º trailer de "Legalize Já", filme sobre Planet Hemp. Bol/Uol, 28 de agosto de 2018.