Tombos

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Tombos
  Município do Brasil  
Cachoeira de Tombos
Cachoeira de Tombos
Cachoeira de Tombos
Símbolos
Bandeira de Tombos
Bandeira
Brasão de armas de Tombos
Brasão de armas
Hino
Gentílico tombense[1]
Localização
Localização de Tombos em Minas Gerais
Localização de Tombos em Minas Gerais
Localização de Tombos em Minas Gerais
Tombos está localizado em: Brasil
Tombos
Localização de Tombos no Brasil
Mapa
Mapa de Tombos
Coordenadas 20° 54' 18" S 42° 01' 22" O
País Brasil
Unidade federativa Minas Gerais
Municípios limítrofes Faria Lemos, Pedra Dourada, Eugenópolis, Antônio Prado de Minas e Porciúncula (RJ)
Distância até a capital 370 km
História
Fundação 7 de setembro de 1923 (100 anos)[2]
Administração
Distritos
Prefeito(a) Tiago Pedrosa Lazzaroni Dalpério (PP, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [1] 285,124 km²
População total (estatísticas IBGE/2018[1]) 8 201 hab.
Densidade 28,8 hab./km²
Clima tropical (Cwa)
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 36844-000 a 36846-999[4]
Indicadores
IDH (PNUD/2010[5]) 0,718 alto
PIB (IBGE/2016[6]) R$ 99 298,31 mil
PIB per capita (IBGE/2016[6]) R$ 11 158,37
Sítio prefeituratombos.mg.gov.br (Prefeitura)
camaratombos.mg.gov.br (Câmara)

Tombos é um município brasileiro no estado de Minas Gerais, Região Sudeste do país. Localiza-se na Zona da Mata Mineira, a 5 km da divisa com o estado do Rio de Janeiro, e sua população em 2018 era de 8 201 habitantes.[1]

Etimologia[editar | editar código-fonte]

O município recebeu este nome em alusão às três quedas (tombos) d'água da cachoeira do rio Carangola que fica na cidade. Inicialmente conhecida como Tombos do Carangola, o nome foi encurtado com o tempo para Tombos.

História[editar | editar código-fonte]

A região onde se encontra atualmente o Município de Tombos, na Zona da Mata Mineira, estava no século XVIII, incluída na jurisdição da Vila do Ribeirão do Carmo, atual Mariana. Apesar da proximidade com a costa, a ocupação não se fizera. Durante o ciclo do ouro, a inexistência do metal na área, a restrição imposta pela administração colonial à ocupação de espaços não povoados, com o intuito de combater os possíveis descaminhos do ouro, a barreira natural formada de matas impenetráveis e de tribos indígenas e a política do Reino de Portugal que visava impor a especialização produtiva na extração do ouro teriam sido os motivos norteadores do povoamento tardio.[7]

A história da cidade começa ainda no começo do século XIX, quando o abastado Coronel Maximiano José Pereira de Souza, foi o primeiro conhecedor do lugar, cujo panorama era composto por um rio a deslizar entre montanhas e matas virgens, recebendo um afluente à sua margem direita. O Coronel  com seus familiares escravos e amigos, fixaram-se neste local, dando início ao pequeno povoado.[8] As terras existentes na região eram habitadas por tribos de índios nativos, dentre eles os Puris e Tupinambás.[9]

Maximiano José Pereira de Souza havia herdado terras que sua família adquiriu no final do século XVIII com direito de posse adquirido por carta de sesmaria de 1811.[10] Por volta de 1830, era proprietário das terras onde hoje se acha implantada a Fazenda da Fortaleza de Sant'Anna (atualmente inclusa a Goianá) e que pertencera também à Baronesa de Santana, mãe de Mariano Procópio. Suas terras, em 1847, encontravam-se dentro dos limites do município de Barbacena.[11]

Com o correr dos anos e o desenvolvimento natural das lavouras ali iniciadas formou-se pequeno núcleo populacional. Mais tarde outros povos oriundos de diversas localidades colonizaram o município implantando ali suas culturas: Espanhóis, Portugueses, Alemães e Italianos, despertando também interesses de colonos europeus, que alojados em terras próximas, já ouviam notícias da fertilidade das terras e da grande extensão das matas. Imigraram também, famílias sírias que se estabeleceram comercial e industrialmente.[8]

No texto da escritura de doação de terras destinadas à formação do Patrimônio de Nossa Senhora da Conceição, feita em 1849 e passada em 1855, os doadores Maximiano José Pereira de Souza e sua esposa Maria Cândida de Jesus, citam como confrontantes dessas: Domingos José de Barros, Joaquim Francisco Porto, Manuel Antônio Ferreira, Máximo Valadares e Manuel Pacheco. Estes podem ser apontados como os primitivos habitantes do lugar. A agricultura foi o fator dominante de ocupação do território, ocorrida na década de 1840 e, em 1849, já existia o povoado. Em 02 de novembro de 1856 teve lugar na Matriz de Nossa Senhora a 1.ª Eleição para Eleitores Especiais da região.[12]

Administrativamente, Tombos pertenceu primitivamente à Paróquia de Nossa Senhora da Glória, do Município de Presídio (atual Visconde de Rio Branco), conforme o disposto em documentos de 1850.[13] No dia 21 de maio de 1852, através da Lei nº 605, foram elevados à condição de paróquia os curatos de Nossa Senhora da Conceição dos Tombos em Carangola, juntamente com São Paulo do Muriahé.[14] Este evento significativo marcou a criação do distrito de Tombos e a data é ainda celebrada como aniversário da cidade.[15]

Nas próximas décadas, mantendo a denominação de Nossa Senhora da Conceição dos Tombos do Carangola, ficaria subordinado à Freguesia de São Paulo do Muriaé.[16] Em 1866, foi criado o Município de Muriaé, do qual o Distrito de Tombos do Carangola fazia parte.[12]

O Almanaque Administrativo Civil e Industrial da Província de Minas Gerais de 1873, se refere ao arraial de Tombos, sede da Freguesia de N. S. da Conceição de Tombos do Carangola, composto de 50 casas em duas ruas e duas praças, na margem esquerda do rio Carangola com uma ponte sobre o mesmo. Com cerca de 3 mil habitantes, entre livres e escravos, tendo como principal atividade agrícola a cafeicultura exportando cerca de 30 mil arrobas de café.[17]

Outro fator significativo para o progresso local foi a chegada da ferrovia. Em 1874 o Governo Imperial aprova um decreto concedendo garantias ficais para a construção de uma estrada de ferro entre Campos, no litoral norte fluminense, e Tombos do Carangola.[18] A Estrada de Ferro Alto-Muriahé, cuja concessão havia sido adquirida em 1881,[19] inaugurou sua estação em Tombos no dia 01 de janeiro de 1886, permitindo ligação direta com o Rio de Janeiro.[12]

Em 1878, foi criado o Município de Carangola, com sede na paróquia de Santa Luzia (então elevada a categoria de Vila do Carangola), do qual Tombos do Carangola seria incorporado como Distrito, juntamente com a Freguesia de São Francisco do Glória e o Curato do Divino Espírito Santo.[20]

A emancipação política aconteceu, finalmente, já no período republicano, em 1923, com a elevação à condição de Município conhecido simplesmente como Tombos, nome que persiste até os dias atuais. De acordo com a lei 843, assinada no dia 07 de setembro de 1923, pelo Presidente do Estado, Raul Soares de Moura.[21]

Geografia[editar | editar código-fonte]

Crescimento populacional
Censo Pop.
194014 008
195013 523−3,5%
196012 876−4,8%
197010 181−20,9%
19809 198−9,7%
19919 7656,2%
200011 65219,3%
20109 542−18,1%
Est. 20207 850[22]
Fonte: IBGE[23][24][25][26][27][28]

De acordo com a divisão regional vigente desde 2017, instituída pelo IBGE,[29] o município pertence às Regiões Geográficas Intermediária de Juiz de Fora e Imediata de Carangola.[30] Até então, com a vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões, fazia parte da microrregião de Muriaé, que por sua vez estava incluída na mesorregião da Zona da Mata.[31]

Sua população estimada em 2010 era de 9.542 habitantes, enquanto em 2000, era de 11.652, segundo o Censo. O município subdivide-se nos distritos de Tombos (sede), Catuné e Água Santa de Minas. Com 62 metros de altura, a Cachoeira de Tombos é a maior da Zona da Mata[carece de fontes?], e dá o nome a esta cidade. Área da unidade territorial é de 283 km².

Política[editar | editar código-fonte]

Hotel na região central da cidade.

Nas páginas cujos links encontram-se acima, é possível verificar os nomes daqueles que exerceram o mandato de prefeito ou de vereador de Tombos e os períodos de exercício.

Educação[editar | editar código-fonte]

Escolas do município:

  • C.M.E.I. Olívia Quintão (Educação Infantil)
  • Pré-Escolar Municipal Pingo de luz (Educação Infantil)
  • Pré-Escolar Municipal Pingo de Gente (Educação Infantil)
  • Centro Educacional Rosely Gallo Ferreira (Educação Infantil e Ensino Fundamental - Anos Iniciais)
  • Escola Estadual Antônia Martins de Barros (Ensino Fundamental e Médio)
  • Escola Estadual Ilka Campos Vargas (Ensino Fundamental Anos Finais e Ensino Médio)
  • Escola Municipal Emílio Soares (Ensino Fundamental Anos Iniciais)
  • Escola Municipal Marieta Guaríglia Bravo (Ensino Fundamental -Anos Iniciais)
  • Escola Municipal Savina Lazaroni (Ensino Fundamental - Anos Iniciais e Finais)

Esportes[editar | editar código-fonte]

Futebol[editar | editar código-fonte]

A principal equipe da cidade é o Tombense Futebol Clube, fundado em 1914 e profissionalizado em 1999. O clube manda suas partidas no Estádio Antônio Guimarães de Almeida, e em 2021, conquistou o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro.[32]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). «Tombos». Consultado em 3 de abril de 2019. Cópia arquivada em 3 de abril de 2019 
  2. Enciclopédia dos Municípios Brasileiros (2007). «Tombos - Histórico» (PDF). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Consultado em 11 de fevereiro de 2018. Cópia arquivada (PDF) em 11 de fevereiro de 2018 
  3. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (9 de setembro de 2013). «Tombos - Unidades territoriais do nível Distrito». Consultado em 3 de abril de 2019. Cópia arquivada em 3 de abril de 2019 
  4. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. «Busca Faixa CEP». Consultado em 1 de fevereiro de 2019 
  5. Atlas do Desenvolvimento Humano (29 de julho de 2013). «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil» (PDF). Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Consultado em 11 de fevereiro de 2018. Cópia arquivada (PDF) em 8 de julho de 2014 
  6. a b Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2016). «Produto Interno Bruto dos Municípios - 2016». Consultado em 3 de abril de 2019. Cópia arquivada em 3 de abril de 2019 
  7. A. S. Carneiro, Patrício; E. S. Matos, Ralfo. «Geografia Histórica da Ocupação da Zona da Mata Mineira: Acerca do mito das "Áreas Proibidas"» (PDF). cedeplar.ufmg.br. Consultado em 3 de julho de 2021 
  8. a b «História da Cidade». Prefeitura de Tombos. Consultado em 3 de julho de 2021 
  9. «História da Cidade». Câmara Municipal de Carangola. Consultado em 3 de julho de 2021 
  10. Esteves Martins, Andrea (2016). «Etnofarmacologia no Assentamento Denis Gonçalves em Goianá» (PDF). UFJF. p. 19. Consultado em 3 de julho de 2021 
  11. de Oliveira Machado, Pedro José (18 de setembro de 2020). «A complexa delimitação territorial nas Minas Gerais do século XIX». Universidade Federal de Santa Maria. ISSN 2236-4994. Consultado em 3 de julho de 2021 
  12. a b c «Biblioteca IBGE - Tombos». IBGE. Consultado em 3 de julho de 2021 
  13. «LEGISLAÇÃO MINEIRA - NORMA: LEI 471». almg.gov.br/consulte/legislacao. ALMG. 1 de junho de 1850. Consultado em 3 de julho de 2021 
  14. «Legislação Mineira - Lei 605». almg.gov.br/consulte/legislacao. ALMG. 21 de maio de 1852. Consultado em 3 de julho de 2021 
  15. «Lei nº 1.604». Prefeitura Municipal de Tombos. 28 de novembro de 2014. Consultado em 3 de julho de 2021 
  16. «LEGISLAÇÃO MINEIRA NORMA: LEI 731». almg.gov.br/consulte/legislacao. ALMG. 16 de maio de 1855. Consultado em 3 de julho de 2021 
  17. de Assis Martins, Antônio (1873). «Almanak Administrativo Civl e Industrial da Provincia de Minas-Geraes». memoria.bn.br. Biblioteca Nacional. p. 467. Consultado em 3 de julho de 2021 
  18. «Decreto Numerado - 5822 Publicação Original [Coleção de Leis do Império do Brasil de 31/12/1874 - vol. 001] (p. 1302, col. 1)». legis.senado.leg.br. 12 de dezembro de 1874. Consultado em 3 de julho de 2021 
  19. «Decreto 8.254 [Coleção de Leis do Império do Brasil de 31/12/1881 - vol. 002] (p. 1056, col. 1)». legis.senado.leg.br. 31 de dezembro de 1881. Consultado em 3 de julho de 2021 
  20. «Legislação Mineira - Lei 2.500». almg.gov.br/consulte/legislacao. ALMG. 12 de novembro de 1878. Consultado em 3 de julho de 2021 
  21. «Legislação Mineira - Lei 843». ALMG. 7 de setembro de 1923. Consultado em 3 de julho de 2021 
  22. «Estimativa de População» (PDF). IBGE. 1 de julho de 2020. Consultado em 3 de julho de 2021 
  23. «Sinopse Preliminar dos Resultados Demográficos» (PDF). IBGE. 1941. p. 35. Consultado em 3 de julho de 2021 
  24. «Censo demográfico de 1950» (PDF). IBGE. 1954. Consultado em 3 de julho de 2021 
  25. «VII Recenseamento Geral do Brasil - 1960» (PDF). IBGE. Consultado em 3 de julho de 2021 
  26. «Censo Demográfico 1970» (PDF). IBGE. 1973. Consultado em 3 de julho de 2021 
  27. «IX Recenseamento Geral do Brasil - 1980» (PDF). IBGE. 1983. p. 77. Consultado em 3 de julho de 2021 
  28. «Censo Demográfico de 1991» (PDF). IBGE. 1992. Consultado em 3 de julho de 2021 
  29. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2017). «Divisão Regional do Brasil». Consultado em 11 de fevereiro de 2018. Cópia arquivada em 11 de fevereiro de 2018 
  30. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2017). «Base de dados por municípios das Regiões Geográficas Imediatas e Intermediárias do Brasil». Consultado em 11 de fevereiro de 2018 
  31. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2016). «Divisão Territorial Brasileira 2016». Consultado em 11 de fevereiro de 2018 
  32. «Tombense vence Manaus e é o primeiro classificado à Série B de 2022». www.band.uol.com.br. Consultado em 3 de novembro de 2021 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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