Tupolev Tu-14

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Tu-14
Avião
Descrição
Tipo / Missão Torpedeiro
País de origem  União Soviética
Fabricante Tupolev
Quantidade produzida cerca de 150
Desenvolvido de Tupolev Tu-73
Primeiro voo em 13 de outubro de 1949 (74 anos)[1]
Introduzido em 1952
Aposentado em 1959
Tripulação 3
Especificações (Modelo: Tu-14)
Dimensões
Comprimento 21,95 m (72,0 ft)
Envergadura 21,69 m (71,2 ft)
Altura 5,69 m (18,7 ft)
Área das asas 67,36  (725 ft²)
Alongamento 7
Peso(s)
Peso vazio 14 930 kg (32 900 lb)
Peso carregado 20 930 kg (46 100 lb)
Peso máx. de decolagem 25 350 kg (55 900 lb)
Propulsão
Motor(es) Klimov VK-1
Força de empuxo (por motor) 2 700 kgf (26 500 N)
Performance
Velocidade máxima 848 km/h (458 kn)
Alcance (MTOW) 2 930 km (1 820 mi)
Teto máximo 11 200 m (36 700 ft)
Armamentos
Metralhadoras / Canhões 2× canhões NR-23 de 23 mm para frente
2× canhões NR-23 de 23 mm na torre traseira
Bombas Até 3.000 kg de bombas, minas ou torpedos
Notas
Fonte[2]

O Tupolev Tu-14 (Designação OTAN: Bosun)[3] (Designação USAF/DOD: Type 35),[4] foi um bombardeiro leve bimotor turbojato soviético derivado do Tupolev Tu-73, o perdedor da competição com o Ilyushin Il-28 'Beagle'. Foi utilizado como torpedeiro e e lançador de minas por regimentos da Aviação Naval Soviética entre 1952 e 1959 e exportado para a República Popular da China.

Desenvolvimento[editar | editar código-fonte]

O Tu-14 teve sua origem no trimotor Tu-73 que utilizava um par de motores turbojato RD-45, uma cópia não licenciada do Rolls-Royce Nene, sob a asa e um Klimov RD-500, cópia não licenciada do Rolls-Royce Derwent, na cauda, em uma instalação parecida com o mais recente Boeing 727. A disponibilidade do Klimov VK-1, uma versão mais potente do Nene, permitiu a exclusão do RD-500 do projeto inicial, recebendo a desginação interna de "81". A outra grande mudança foi a instalação de um radar de navegação "PSBN" que requeria um quinto membro da tripulação, sendo esta rejeitada pela Força Aérea Soviética. A Tupolev trabalhou então para eliminar as torres dorsais e ventrais para reduzir a tripulação para apenas três membros: um piloto, um bombardeiro-navegador e um atirador de cauda. O projeto manteve os dois canhões fixos no nariz, o Nudelman-Rikhter NR-23 de 23 mm, mas o desenho da fuselagem foi alterado para dar ao atirador seu próprio compartimento pressurizado e uma torre de cauda KDU-81 com outro par de canhões NR-23.[5]

A construção do protótipo foi iniciada em Agosto de 1949, utilizando componentes dos protótipos cancelados do Tu-73S, e foi finalizado em Outubro. Os testes do fabricante ocorreram entre 13 de Outubro de 1949 e 21 de Janeiro de 1950. Os testes de aceitação pelo estado duraram de 23 de Janeiro a 27 de Maio de 1950 e foi aceito para produção, desde que alguns problemas com a torre KDU-81 fossem resolvidos, que assentos ejetores fossem instalados para o piloto e atirador, um sistema de degelo por sangria do ar fosse instalado e que os canhões instalados no nariz revisados. As primeiras cinco aeronaves produzidas não incorporaram estas mudanças por estarem aproveitando os componentes do Tu-73S, após a fábrica em Irkutsk ter iniciado prematuramente a produção deste bombardeiro. Um destes foi enviado a Moscou onde foi avaliado pela Aviação Naval Soviética para uso como torpedeiro. A sexta aeronave incorporou então todas estas mudanças, sendo avaliada em Maio de 1951. Foi recomendado para produção e entrou em serviço em 1952 com a Aviação Naval.[6]

Cerca de 150 aeronaves foram produzidas e serviram em regimentos até 1959. Após, foi aposentada e várias foram utilizadas em programas de teste, incluindo teste de motores ramjet.[6] Até 50 unidades usadas foram entregues à Força Aérea do Exército Popular de Libertação. Entretanto, a quantidade e datas não podem ser confirmadas.[7][8]

O segundo Tu-14 de pré-produção foi convertido em um avião de reconhecimento fotográfico diurno e noturno, recebendo a desginação da OKB de "89". A conversão foi pequena e envolvida uma cabine central despressurizada que acomodavam duas câmeras, dois tanques de combustível, outra câmera na baia de bombas e mais uma para fotos oblíquas, instalada na cauda da aeronave para operações diurnas. Todas as câmeras e suas viseiras tinham aquecimento elétrico para evitar humidade e congelamento em altas altitudes. Para fotos noturnas, os tanques de combustível e a câmera na baia de bombas eram removidos e uma grande variedade de bombas de sinalização eram instaladas para iluminar os alvos. Além disso, a tela do radar de navegação "PSBN-M" poderia ser fotografado por uma câmera especial e ambos o piloto e navegador podiam gravar suas observações usando um gravador de voz.[9] Entretanto, a Força Aérea Soviética já havia decidido por usar o a versão de reconhecimento do Il-28, o Il-28R à época que o "89" voou pela primeira vez em 23 de Março de 1951 e a Tupolev decidiu não enviá-lo para testes do estado.[9]

Variantes[editar | editar código-fonte]

  • Tu-14 – Versão de bombardeiro leve (não aceito para serviço).
  • Tu-14R – Versão de reconhecimento (apenas um protótipo). Conhecido também como Tu-89.
  • Tu-14T – Versão de bombardeiro torpedeiro.
    • Tu-81 - Designação inicial do Tu-14T.

Operadores[editar | editar código-fonte]

 União Soviética
  • Aviação Naval Soviética
 China

Ver também[editar | editar código-fonte]

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Referências[editar | editar código-fonte]

Notas
  1. Duffy & Kandalov 1996, p.105
  2. Gunston. Tupolev Aircraft since 1922. [S.l.: s.n.] 
  3. «Designation-Systems.Net» (em inglês) 
  4. «Designation-Systems.Net» (em inglês) 
  5. Gordon, pp. 126–27
  6. a b Gordon, p. 128
  7. Gunston, p. 142
  8. «TU-14 Bosun» (em inglês) 
  9. a b Gordon, p. 129
Bibliografia
  • Duffy, Paul; Kandalov, A. I. Tupolev: The Man and His Aircraft. [S.l.]: SAE 
  • Gordon, Yefim; Rigamant, Vladimir (2005). OKB Tupolev: A History of the Design Bureau and its Aircraft. Hinckley, Reino Unido: Midland Publishing. ISBN 1-85780-214-4 
  • Gunston, Bill (1995). Tupolev Aircraft since 1922. Annapolis, Maryland: Naval Institute Press. ISBN 1-55750-882-8