Alexandre Maria Pinheiro Torres
Alexandre Pinheiro Torres | |
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Nome completo | Alexandre Maria Pinheiro Torres |
Nascimento | 27 de Dezembro 1923 Amarante, Portugal |
Morte | 3 de Agosto de 1999 Cardiff, Pais de Gales |
Nacionalidade | ![]() |
Ocupação | Professor, escritor, crítico literário e tradutor |
Prémios | Prémio da Associação Portuguesa de Escritores para estudos inéditos (1979) |
Magnum opus | A nau de Quixibá : romance |
Alexandre Maria Pinheiro Torres (Amarante, 27 de dezembro de 1923 – Cardiff, 3 de agosto de 1999) foi um escritor, historiador de literatura, crítico literário português do movimento neo-realista.
Biografia[editar | editar código-fonte]
Filho de João Maria Pinheiro Torres e de Margarida Francisca da Silva Pinheiro Torres, estudou na Universidade do Porto, onde se bacharelou em Ciências Físico-Químicas. Mais tarde, na Universidade de Coimbra, licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas.
Foi um dos fundadores da revista A Serpente.
Enquanto residia em Coimbra, conviveu em com diversos poetas da sua época. Esse grupo de poetas tiveram parte das suas obras poéticas reunidas no Novo Cancioneiro.
Foi professor do ensino secundário até ao momento em que foi obrigado a exilar-se no Brasil. A partir de 1965 esse exílio foi continuado em Cardiff (País de Gales), onde foi professor na Faculdade de Cardiff.
O exílio de Pinheiro Torres foi consequência de ter sido proibido de ensinar em Portugal, pelo regime salazarista. Essa proibição foi consequência de o escritor, quando convidado pela Sociedade Portuguesa de Escritores para fazer parte em 1965 do júri do Grande Prémio de Ficção ter querido atribuir esse prémio à obra “Luuanda” de Luandino Vieira que estava preso no Tarrafal em Cabo Verde por motivos políticos. Este exílio só seria quebrado quando regressava a Portugal em férias ou de passagem.
Na Universidade de Cardiff em 1970, criou a disciplina “Literatura Africana de Expressão Portuguesa”. Foi a primeira universidade inglesa a ter essa disciplina. Em 1976 fundou um departamento designado por “Departamento de Estudos Portugueses e Brasileiros”.
Ao longo da sua vida traduziu Hemingway e de D. H. Lawrence.
A Sociedade Portuguesa de Autores fez, em 27 de novembro de 1997, uma sessão solene de homenagem comemorando os 50 anos de vida literária do escritor.
Colaborações literárias[editar | editar código-fonte]
- Colaborou em várias revistas como Seara Nova, Gazeta Musical e de Todas as Artes e Jornal de Letras, Artes e Ideias e ainda, no semanário Mundo Literário [1] (1946-1948).
- Colaborou no Diário de Lisboa, escrevendo regularmente uma coluna sobre crítica.
- A Revista Amarante Municipal, fez na sua segundo edição uma capa com uma aguarela de Pinheiro Torres, feita pela artista Júlia Pintão e no seu interior, um artigo com a colaboração de Agustina Bessa Luís, sobre a vida do escritor.
- Apresentou diversos obras no auditório da Bibiloteca Municipal da Póvoa de Varzim, onde se encontra parte do seu espólio.
Prémios[editar | editar código-fonte]
- 1979 - Prémio de Ensaio Jorge de Sena pela Associação Portuguesa de Escritores. (Portugal)
- 1983 - Prémio de Ensaio Ruy Belo. (Portugal)
- 1983 - Prémio de Poesia pela Associação Portuguesa de Escritores.
- Cidadão honorário de São Tomé e Príncipe.
- Membro da Academia Maranhense de Letras de São Luís do Maranhão (Brasil).
Obras[editar | editar código-fonte]
- Científico-Cosmogónico-metafísico de Perseguição (1942) (ensaio)
- Novo Génesis (1950) (poesia)
- Quarteto para Instrumentos de Dor (1950) (poesia)
- A Voz Recuperada (1953) (poesia)
- O Mundo em Equação (1967) (ficção)
- A Ilha do Desterro (1968) (poesia)
- A Terra de Meu Pai (1972) (poesia)
- Vida e Obra de José Gomes Ferreira (ensaios) (1975)
- Vida e Obra de José Gomes Ferreira (1975) (ensaio)
- O Neo-realismo Literário Português (1977) (ensaio)
- A Nau de Quixibá (1977) (romance)
- Os Romances de Alves Redol (1979) (ensaio)
- O Ressentimento de um Ocidental (1981) (poesia)
- A Flor Evaporada (1984) (poesia)
- A Flor Evaporada (1984) (poesia)
- Antologia da poesia brasileira do Padre Anchieta a João Cabral de Melo Neto (1984) (antologia)
- Contos (1985) (romance)
- Tubarões e Peixe Miúdo (1986) (ficção) (ISBN 972-21-0234-6)
- Espingardas e Música Clássica (1987) (ficção) (ISBN 972-21-0235-4)
- Antologia da Poesia Trovadoresca Galego-Portuguesa (1987) (antologia)
- Ensaios Escolhidos I'(1989) (ensaio)
- Ensaios Escolhidos II (1990) (ensaio)
- O Adeus às Virgens (1992) (romance)
- Sou Toda Sua, Meu Guapo Cavaleiro (1994) (ficção) (ISBN 972-21-0955-3)
- A Quarta Invasão Francesa (1995) (romance)
- Trocar de Século (1995) (poesia)
- A Ilha do Desterro (1996) (poesia)
- Vai Alta a Noite (1997) (romance)
- O Meu Anjo Catarina (1998) (romance)
- Amor, Só Amor, Tudo Amor (1999) (romance)
- A Paleta de Cesário Verde' (2003) (ensaio)
Traduções[editar | editar código-fonte]
- A Conquista do Everest, de Eric Shipton (1959)
- A Capital do Mundo e Outras Histórias, de Ernest Hemingway (tradução conjunta de Virgínia Motta e Alexandre Pinheiro Torres (1959)
- Um Gato à Chuva, de Ernest Hemingway (1960)
- Viajando na Noruega, de Beth Hogg e Garry Hogg (1960)
- Lendas do Mundo Antigo, de Nathaniel Hawthorne (1961)
- A Ilha do Tesouro, de Robert Louis Stevenson (1961)
- A Vida Quotidiana na Babilónia e na Assíria, de Georges Coutenau (tradução conjunta de Leonor de Almeida e de Alexandre Pinheiro Torres (1961)
- O Índio do Packard, de William Saroyan (1961)
- O Raposo, de D. H. Lawrence (1962)
- Viajando na Inglaterra, de Geoffrey Trease (1962)
- O Mundo das Formas, de Henri Focillon (tradução conjunta de Maria José Lagos Trindade e Alexandre Pinheiro Torres (1962)
- Viajando na Suíça, de Mariann Meier (1963)
- História de Jenni; O Ouvido do Conde Chesterfield, de Voltaire (1964)
- A Casa na Praia, de Daphne du Maurier (1973)
- Contos, de Ernest Hemingway (tradução conjunta de Alexandre Pinheiro Torres e Fernanda Pinto Rodrigues (1975)
- As Torrentes da Primavera, de Ernest Hemingway (tradução conjunta de Maria Luísa Osório e Alexandre Pinheiro Torres) (1975)
- A Virgem e o Cigano, de D. H. Lawrence (1961)
- Os Cavalos Também se Abatem, de Horace McCoy (1973)
- História da Filosofia, de Julián Marias (1985)
- O Mundo que Nós Perdemos, de Peter Laslett (1976)
Ver também[editar | editar código-fonte]
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- Literatura Portuguesa no Mundo (dicionário Ilustrado) (ISBN 972-0-01-253-6).
- O Grande Livro dos Portugueses (Círculo de Leitores – ISBN 972-42-0143-0).
- Grande Enciclopédia Universal (publicada pelo jornal Diário da Manhã) (ISBN 972-747-931-6).
Referências
- ↑ Helena Roldão (27 de janeiro de 2014). «Ficha histórica: Mundo literário : semanário de crítica e informação literária, científica e artística (1946-1948).» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 3 de Novembro de 2014
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Página pública no “Facebook” (ler poemas, discussões, e mais!)
- Biografia
- Alexandre Pinheiro Torres ou A História Como Ficção Literária (em A Página de Educação)
- Alexandre Pinheiro Torres, Antigo Estudante da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto
- Nascidos em 1923
- Mortos em 1999
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- Historiadores de Portugal
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