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Aracruz

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Se procura Aracruz associado a FIBRIA, veja Aracruz Celulose.
Aracruz
  Município do Brasil  
Símbolos
Bandeira de Aracruz
Bandeira
Brasão de armas de Aracruz
Brasão de armas
Hino
Gentílico aracruzense
Localização
Localização de Aracruz no Espírito Santo
Localização de Aracruz no Espírito Santo
Localização de Aracruz no Espírito Santo
Aracruz está localizado em: Brasil
Aracruz
Localização de Aracruz no Brasil
Mapa
Mapa de Aracruz
Coordenadas 19° 49' 12" S 40° 16' 22" O
País Brasil
Unidade federativa Espírito Santo
Municípios limítrofes Linhares, Fundão, Ibiraçu, João Neiva e Oceano Atlântico
Distância até a capital 83 km
Administração
Prefeito(a) Ademar Coutinho Devens (2009–2012)
Características geográficas
Área total 1,436,020 km²
População total (est. IBGE/2009 [1]) 78,658 hab.
Densidade 51,3 hab./km²
Clima Não disponível
Altitude 0 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2000 [2]) 0,772 alto
PIB (IBGE/2005 [3]) R$ 2.377.700 mil
PIB per capita (IBGE/2005 [3]) R$ 32 894,00

Aracruz é um município brasileiro do estado do Espírito Santo. Sua população estimada em 2004 era de 70.898 habitantes.

História

Localizado no litoral norte capixaba, o município de Aracruz iniciou-se como um aldeamento jesuíta denominado Aldeia Nova, à margem do rio Piraqueaçu, em 1556. No decorrer de sua formação, o município teve diversos nomes como Santa Cruz, Sauaçu e por fim, Aracruz. A denominação Sauaçu, que em tupi-guarani significa macaco grande, foi dada ao local (hoje cidade de Aracruz) devido a região ser mata fechada e habitada por macacos de grande porte. Por não existirem na Itália, esses animais com suas algazarras atraíam a atenção de trabalhadores da região e principalmente dos imigrantes italianos estabelecidos no município.

Durante o período colonial e império a região não teve um papel de muita importância tanto na política quanto na econômica do Espírito Santo.

Em 1832 o imigrante italiano Pietro Tabacchi, chegou à região de Santa Cruz, e fundou a Fazenda Nova Trento em homenagem a sua terra natal. Posteriormente, o mesmo seria o responsável pela vinda de 386 famílias italianas saídas do Porto de Gênova em 3 de janeiro de 1874, trazendo consigo instrumentos agrícolas.

Com a Resolução nº 2, em 3 de abril de 1848, foi criado o Município de Santa Cruz (hoje Aracruz), com sede na Vila de Santa Cruz. Mas somente em 1891, a Vila de Santa Cruz foi elevada à categoria de cidade, em base no decreto estadual nº 19. Tornou-se muito próspero, com um Porto Fluvial (no rio Piraqueaçu) muito movimentado, no entanto, o desenvolvimento do porto foi prejudicado pela construção da Estrada de Ferro Vitória x Minas, e da BR-101, em 1940. No tocante a política, obteve destaque no início do século XX, a família Lamêgo, que tinha como patriarca o agricultor de ascendência portuguesa Augusto Corrêa Lamêgo, vulgo Coronel Lamêgo, que dominou a política santacruzense (a sede era no distrito de Santa Cruz) por mais de quarenta anos.

A transposição da sede foi aprovada na câmara de vereadores em 1948. No entanto, houve descontentamento em grande parte da população do distrito Santa Cruz. No dia da mudança, foi chamado reforço policial, temia-se a reação pública. A transferência ocorreu somente dois anos depois, durante o governo de Luiz Theodoro Musso. Vale ressaltar que a transposição da sede, foi feita com o intuito de unir os vários distritos, dado que a nova sede encontrava-se estrategicamente localizada no meio do município.


Economia

A base produtiva era essencialmente rural, se destacando a pecuária, o café e a pesca. Nesse período, a população girava em torno de 12.000 habitantes e o Município era uma amostra fiel das características dos demais municípios do interior do Espírito Santo.

Atualmente, Aracruz é muito procurado pelos turistas por causa de suas belas praias. Com economia emergente, devido ao seu ponto estratégico, e sua logística tem suas relações comerciais. Possuindo uma grande quantidade de indústrias abastecendo a sua economia, e possui até um porto que foi feito principalmente para o transporte do produto (celulose).

Setor primário

Antes da indústria chegar no município a economia era simples, e as pessoas que moravam em comunidades litorâneas os influenciavam à pesca. A pesca era a principal fonte de renda dessas comunidades. Mas ela ultimamente, vem perdendo importância.

Em dezembro de 2008 o pescador recebeu um apoio importante para garantir renda constante (a pesca está proibida na região).

O Centro Vocacional Tecnológico (CVT), com o apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia, fechou um acordo com a prefeitura da cidade e irá formar mão-de-obra especializada em recursos hídricos para tornar a pesca rudimentar em atividade sustentável. Sendo assim os pescadores artesanais irão aprender a manter o recurso do qual retiram o sustento de forma renovável, sem extrair excessivamente da natureza.

Setor secundário

A partir da instalação da FIBRIA, ocorre uma transformação sócio-econômica da região, dando início ao segundo ciclo que culminou com o desenvolvimento dos setores de indústria, comércio e serviços, a população de aproximadamente 75.000 habitantes passou a ser predominantemente urbana, com um Produto Interno Bruto de R$ 2.377 bilhões e uma renda per capita/ano de 32 mil reais por habitante.

Como exemplos desta nova realidade, destacam-se:

  • A importância estratégica do Município para a logística e a matriz energética brasileira, considerando as possibilidades de distribuição de biodiesel e etanol contemplados no Plano de Aceleração do Crescimento do Governo Federal;
  • A modernização e diversificação do Porto de Barra do Riacho, incluindo os investimentos da Transpetro para implantação do terminal de beneficiamento e transporte do Gás Liquefeito de Petróleo – GLP, e as possibilidades de movimentação de granéis líquidos e carga geral em contêineres;
  • A duplicação do terminal portuário especializado em celulose e madeira “Projeto Portocel 2”;
  • Os grandes investimentos em petróleo, gás e derivados, pela Petrobras;
  • Os novos empreendimentos relacionados à logística e operações portuárias;
  • A instalação de novos fornecedores de produtos e serviços para estes grandes projetos, integrando e diversificando as Cadeias Produtivas Locais;
  • A instalação de empreendimento de beneficiamento de celulose;
  • A previsão de vultosos investimentos públicos em transportes com a construção de novas malhas viárias: rodovias, ferrovias e marítimas.

Recentemente, a Petrobras descobriu reservas de petróleo no município, e isso contribuiu com que as reservas de petróleo do estado do Espírito Santo ficasse em segundo lugar do país, atrás somente do Rio de Janeiro.

Gasodutos:

  1. São Mateus/Vitória, que atravessa a orla de Aracruz tangenciando a zona portuária e o Centro Empresarial de Vila do Riacho; e
  2. Cacimbas-Porto, ligando as plataformas do Norte do Estado ao Porto de Barra do Riacho, objetivando a exportação do gás capixaba.

Setor terciário

O ministério do turismo vem aumentando os investimentos nos pontos turísticos da cidade.

Infra-estrutura

Transporte

Aracruz é um município de economia emergente, por ser um ponto estratégico de fácil acesso e boa estrutura logística, o que possibilita boas perspectivas comerciais. Os principais modais de transporte que consolidam as vantagens competitivas da região são:

Aéreo

Localizado a 20 km da sede do município, o aeroporto construído pela FIBRIA e de seu uso privado possui uma pista com extensão de 1.600 metros de comprimento com 30 metros de largura. Tem capacidade para receber aeronaves do tipo Fokker 100 (capacidade para transportar até 100 passageiros).

Ferroviário

O ramal ferroviário liga a Ferrovia Vitória-Minas diretamente ao Porto de Barra do Riacho, interligado ao pátio de madeira da fábrica da FIBRIA. O ramal possui um desvio de 252 metros, o que possibilita também o recebimento de outros insumos.

Este ramal ferroviário também atende ao Centro Empresarial de Vila do Riacho.

Rodovias

As rodovias que servem ao Município são: BR 101 e ES-010, 124, 257, 261.

Marítimo

O Terminal Especializado de Barra do Riacho é o maior do Brasil em manuseio e embarque de fardos de celulose.

Área portuária em expansão e diversificação, contém uma das retroáreas do Brasil. Atualmente, está em operação o terminal da Portocel, onde é escoado toda a produção da FIBRIA, Cenibra, Veracel e Suzano Bahia Sul.

Através da Portocel são embarcadas 70% da produção nacional de celulose de fibra curta branqueada, e ainda, sal e peróxido de hidrogênio. O Porto dispõe de 900.000 m² de retroárea e as operações podem ser realizadas nos 365 dias do ano, 24 horas por dia.

A área da Portocel é constituída por dois Molhes, ao norte com 850 m de comprimento e ao sul com 1.420 m de comprimento; cais; docas; pontes e píeres de atracação e acostagem; armazéns; edificação em geral e vias rodo-ferroviárias internas de circulação.

Atualmente, estão previstas para a área o desenvolvimento do Porto de Barra do Riacho através da instalação de um terminal para a Petrobras (especializado em exportação de gás) e um terminal para transporte de Carga Geral (Contêineres).

Litoral

Praia de Putiri.

Um dos seus principais pontos turísticos são as belas praias de Barra do Sahy, Mar Azul, Putiri, Praia dos Padres, Coqueiral, Barra do Riacho e Santa Cruz. A mais badalada do município é a de Barra do Sahy. Elas são visitadas principalmente por mineiros e pessoas da região centro-oeste do país em temporadas de verão.

Infelizmente, o turismo em Barra do Sahy vem sendo prejudicado devido aos baixos investimentos da prefeitura municipal do municipio nas festividades de verao e Carnaval.

Questão indígena

Durante 40 anos, houve uma disputa por terras entre a população indígena do município (etnias Tupiniquim e Guarani) e a empresa FIBRIA. Os indígenas alegavam possuir direitos sobre cerca de 18.000 ha da terra utilizada pela empresa para plantação de eucalipto desde de meados da década de 1960.

Em 1983 foi demarcado pela primeira vez cerca de 2000 ha através de um acordo entre a empresa e a Fundação Nacional do Índio (Funai). Os quais passaram a compor as Terras Indígenas Caeiras Velhas, Comboios e Pau Brasil.

Esse acordo foi realizado dentro da política indigenista da época, porém seria considerado inconstitucional pela legislação atual. Desde meados dos anos 1980, os índios lutavam pela revisão da extensão das terras, consideradas por eles como insuficientes para sua reprodução física e cultural.

Em 1994 um estudo antropológico elaborado pela FUNAI, dentro das determinações da legislação indigenista pós-88, propôs o aumento das terras demarcadas em 16.000 ha.

Porém, o Ministro da Justiça da época autorizou a demarcação de uma área menor (cerca de 5.000 hectares, totalizando pouco mais de 7.000 ha). O conflito pelos 11.000 ha restantes se desenrolou de 1998 até 2007.

Em 2007, após 40 anos de conflito entre a empresa e a população indígena, o Ministro da Justiça Tarso Genro editou portaria declarando os 18.000 ha reivindicados como terras indígenas, cuja demarcação foi viablizada por um acordo com a empresa, na qual ela abria mão de contestar a demarcação judicialmente e em troca poderia retira o eucalipto já plantado e os índios se comprometeriam a não mais reivindicar expansões nas TIs.

Referências

  1. «Estimativas da população para 1º de julho de 2009» (PDF). Estimativas de População. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 14 de agosto de 2009. Consultado em 16 de agosto de 2009 
  2. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008 
  3. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2002-2005» (PDF). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 19 de dezembro de 2007. Consultado em 11 de outubro de 2008 

Ligações externas