Aristóbulo II
Aristóbulo II | |
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Nascimento | 100 a.C. |
Morte | 49 a.C. |
Sepultamento | Jerusalém |
Cidadania | Reino da Judeia |
Progenitores | |
Filho(a)(s) | Antígono, Alexandre, Alexandra |
Irmão(ã)(s) | Hircano II |
Causa da morte | veneno |
Aristóbulo II (ca. 100 a.C. — 49 a.C.) foi um rei da dinastia dos asmoneus e Sumo Sacerdote dos judeus. Era filho de Alexandre Janeu e Salomé Alexandra.
Família
[editar | editar código-fonte]Alexandre Janeu, ao contrário dos seus antecessores, tomou o título de "rei dos judeus", um título que pertencia apenas à família do Rei Davi.[1] Ele se casou com Salomé Alexandra, que o sucedeu e, depois da morte desta, em 67 a.C., por Hircano, seu filho, que havia sido sumo sacerdote.[2] Os líderes do exército e a nobreza se uniram ao irmão mais novo, Aristóbulo, o que levou o país à guerra civil.[2] O conflito foi resolvido com a intervenção de Pompeu, que adicionou a Palestina à República Romana.[2][Nota 1]
Conflito com Hircano
[editar | editar código-fonte]Durante o reinado de Salomé Alexandra, Aristóbulo conflita com sua mãe, devido ao favorecimento que ela concede aos Fariseus. Apoiado pelos Saduceus (a nobreza judaica), ele aproveita-se que a rainha se encontra enferma para recrutar um exército no Líbano e, ganhando o apoio da maior parte da Judeia, proclama-se rei (67 a.C.). Salomé morre pouco tempo depois, deixando o trono para seu filho Hircano II. Então, instala-se a guerra civil entre os dois irmãos [3].
Três meses [Nota 2] após a morte de Alexandra[4], os dois exércitos enfrentam-se em uma batalha travada às proximidades de Jericó. A maior parte dos soldados de Hircano passa para bando de seu irmão. Diante disso, Hircano abdica em favor de Aristóbulo, concordando em retirar-se da vida pública, em troca de uma pensão vitalícia [5].
Todavia, Hircano realmente não pretende abrir mão de sua herança materna.[carece de fontes] Em 66 a.C., Antípatro ajuda-o a fugir para Petra, onde ganha o apoio do rei Aretas, em troca da promessa de devolver as doze cidades tomadas por Alexandre Janeu[6].
Em 65 a.C., à frente de um exército de 50 000 homens, Aretas derrota as forças de Aristóbulo e o sitia no Templo de Jerusalém[7]. Marco Emílio Escauro foi enviado por Pompeu a Damasco, durante as Guerras Mitridáticas; Hircano e Aristóbulo enviam emissários a Damasco, com presentes para o romano, pretendendo ganhar seu apoio, e embaixadores a Pompeu[7].
Conquista de Jerusalém por Pompeu
[editar | editar código-fonte]Em 64 a.C., Pompeu invade a Judeia, mas Aristóbulo fecha as portas. Somente após três meses de luta e 12 000 mortos, os romanos conseguem tomar Jerusalém. Hircano II é confirmado como Sumo Sacerdote, mas é proibido de usar a coroa[8]. Aristóbulo II e seus filhos são deportados para Roma[carece de fontes].
Aristóbulo tinha duas filhas e vários filhos, dentre estes Antígono, que foi levado à Roma por Pompeu junto de suas irmãs.[9]
Retorno à Judeia
[editar | editar código-fonte]Aristóbulo fugiu de Roma com seu filho Antígono, chegou à Judeia e iniciou a reconstrução do Alexândrio, que havia sido recentemente demolido. A ele se juntaram vários judeus, um total de oito mil soldados, mas os romanos os atacaram e derrotaram. Gabínio enviou Aristóbulo de volta a Roma, onde ele foi acorrentado, porém o Senado deixou seus filhos livres, porque Gabínio havia dito que este foi o acordo que ele tinha feito com a mãe deles para que ela entregasse a fortaleza.[10]
Gabínio pretendia atacar os partas, mas retornou e foi ao Egito, para restaurar Ptolemeu ao trono. Antípatro [Nota 3] ajudou o exército romano, que derrotou o usurpador Arquelau. Na volta, Gabínio encontrou a Síria em desordem, porque Alexandre, filho de Aristóbulo, havia tomado o governo à força, e estava sitiando o monte Gerizim, onde os romanos haviam se retirado.[11]
Gabínio enviou Antípatro para tentar vencer os judeus pela diplomacia, mas Alexandre, que tinha trinta mil homens, enfrentou Gabínio e foi derrotado.[12]
Após Júlio César ter derrotado Pompeu em Roma, este libertou Aristóbulo, mas ele foi envenenado pelos seguidores de Pompeu. Em seguida, Cipião, aliado de Pompeu, assassinou Alexandre, filho de Aristóbulo, e cortou sua cabeça. Os demais filhos de Aristóbulo foram salvos por Ptolemeu, filho de Meneu, que governava Cálcis. Ptolemeu trouxe a viúva de Aristóbulo, Antígono e as filhas de Aristóbulo, uma das quais, Alexandra, se casou com Filípio, filho de Ptolemeu, e, depois que Ptolemeu executou o próprio filho, se casou com Ptolemeu.[13]
Notas e referências
Notas
- ↑ Pelo texto de Ben Zion Bokser, Pompeu adicionou a Palestina ao Império Romano.
- ↑ O texto de Josefo traz "três anos", o que, segundo Ussher, é um erro.
- ↑ Antípatro é o pai de Herodes, o Grande.
Referências
- ↑ Jona Lendering, Hasmonaeans [em linha]
- ↑ a b c Ben Zion Bokser, The Wisdom of the Talmud (1951), The Forerunners of the Talmud, The Pharisees and Sadducees [em linha]
- ↑ Flavio Josefo, Antiguidades judaicas 13, 422-429 e Guerras Judias 1, 117 - 118.
- ↑ James Ussher, The Annals of the World 67 BC [em linha]
- ↑ Schürer, "Gesch." i. 291, note 2.
- ↑ James Ussher, The Annals of the World 66 BC
- ↑ a b James Ussher, The Annals of the World 65 BC
- ↑ James Ussher, The Annals of the World 64 BC
- ↑ Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, Livro XIV, Capítulo 4, Como Pompeu, após os cidadãos de Jerusalém terem fechado as portas para ele, cercou a cidade e a tomou à força, e as outras coisas que ele fez na Judeia, 5 [em linha]
- ↑ Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, Livro XIV, Capítulo 6 Como Gabínio capturou Aristóbulo depois que ele fugiu de Roma, e o enviou de volta a Roma; e como o mesmo Gabínio, retornando do Egito, derrotou Alexandre e os nabateus em batalha, 1
- ↑ Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, Livro XIV, 6.2
- ↑ Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, Livro XIV, 6.3
- ↑ Flávio Josefo, Antiguidades Judaicas, Livro XIV, Capítulo 7, Como Crasso chegou na Judeia e pilhou o Templo; e depois marchou contra os partas e morreu, com seu exército. Como Cássio obteve a Síria, e pôs um limite aos partas e depois foi para a Judeia, 4
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Borger, Hans. Uma história do povo judeu (vol. 1). São Paulo, Ed. Sêfer Ltda, 1999.