Cirilo I de Moscou
Cirilo I Кирилл | |
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Patriarca | |
Patriarca de Moscou e Toda Rússia | |
Patriarca Cirilo I em sua entronização, 2009. | |
Igreja |
Igreja Ortodoxa Russa |
Hierarquia | |
Atividade Eclesiástica | |
Predecessor | Aleixo II |
Ordenação e nomeação | |
Ordenação presbiteral | 7 de abril de 1969 |
Ordenação episcopal | 14 de março de 1976 |
Nomeado metropolita | 26 de dezembro de 1984 |
Patriarcado | |
Nomeado Patriarca | 27 de janeiro de 2009 |
Entronizado | 1 de fevereiro de 2009 |
Brasão patriarcal | |
Dados pessoais | |
Nome secular | Vladimir Mikhailovich Gundyayev |
Nascimento | Leningrado 20 de novembro de 1946 (75 anos) |
Portal:Igreja Ortodoxa Projeto Cristianismo | |
Cirilo (em russo: Кирилл, Патриарх Московский и всея Руси), (nome secular: Vladimir Mikhailovich Gundyayev (em russo: Владимир Михайлович Гундяев - Leningrado, União Soviética, 20 de novembro de 1946) é um bispo ortodoxo russo e Patriarca de Moscou e Toda a Rússia e Primaz da Igreja Ortodoxa Russa desde 1 de fevereiro de 2009.
Antes de se tornar Patriarca, Cirilo foi arcebispo (mais tarde metropolita) de Esmolensco e Caliningrado desde 26 de dezembro de 1984. Cirilo era também presidente do Departamento de Relações Externas da Igreja Ortodoxa Russa e um membro permanente do Santo Sínodo Russo desde novembro de 1989.
Biografia[editar | editar código-fonte]
Início[editar | editar código-fonte]
Cirilo nasceu em Leningrado, atual São Petersburgo, então União Soviética. Seu pai, Mikhail, e seu avô Vasiliy eram padres ortodoxos russos. Em 3 de abril de 1969, ele tomou os votos monásticos e foi ordenado hierodiácono em 7 de abril e hieromonge em 1 de junho. Em 1970, Cirilo graduou-se na Academia Teológica de Leningrado, onde foi mantido como professor de teologia dogmática e assessor do inspector da academia. Tornou-se secretário pessoal do Metropolita Nikodim (Rotov) de Leningrado em 30 de agosto de 1970.
Em 12 de setembro de 1971, Cirilo tornou-se arquimandrita e foi enviado como representante da Igreja Ortodoxa Russa ao Conselho Mundial de Igrejas (CMI), em Genebra, Suíça. Em 26 de dezembro de 1974, foi nomeado reitor da Academia e Seminário de Leningrado. Desde dezembro de 1975, Cirilo foi membro do Comitê Central do CMI e do Comitê Executivo.
Carreira episcopal[editar | editar código-fonte]

Em 1976, Cirilo foi consagrado Bispo de Vyborg. Em 1977, tornou-se arcebispo. Desde 1978, ele foi o gerente de paróquias do patriarca na Finlândia. Em 1984, tornou-se arcebispo de Smolensk e Vyazma. O título foi alterado para o arcebispo de Esmolensco e Caliningrado, em 1989. Em 1991, tornou-se bispo metropolita.
Entre 1974 e 1984, Cirilo foi reitor da Academia e Seminário Espiritual de Leningrado.
Em 1971, foi nomeado representante do Patriarcado de Moscou no Conselho Mundial de Igrejas e tem participado ativamente na atividade ecumênica da Igreja Ortodoxa Russa desde então.
Em 1978, Cirilo foi nomeado vice-presidente, e em novembro de 1989, presidente do Departamento das Relações Externas do Patriarcado de Moscou e membro permanente do Santo Sínodo.
Foi criticado por alguns por falhas da Igreja Ortodoxa Russa na Diocese de Sourozh e na Ucrânia.[1][2][3]
Em 6 de dezembro de 2008, o dia após a morte do Patriarca Aleixo II de Moscou, o Santo Sínodo elegeu-o lugar-tenente do trono patriarcal. Em 9 de dezembro, durante o funeral de Aleixo II na Catedral de Cristo Salvador de Moscou, que foi transmitido ao vivo por canais de TV estatal da Rússia, Cirilo teve, segundo relatos, um desmaio durante a decorrência do funeral.[4][5] Em 29 de dezembro, ao falar para jornalistas, Cirilo disse que se opõe a qualquer reforma de caráter litúrgico ou doutrinária da Igreja.[6]
Patriarcado[editar | editar código-fonte]
Cirilo foi eleito patriarca em 27 de janeiro de 2009, no Conselho Local da Igreja Ortodoxa Russa, e empossado durante uma liturgia na Catedral de Cristo Salvador de Moscou em 1 de fevereiro de 2009. A cerimônia contou com a presença, entre outros, do presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, e do primeiro-ministro russo, Vladimir Putin.[7]
No dia seguinte, o presidente russo Medvedev ofereceu uma recepção (um banquete formal[8][9]) para os bispos da Igreja Ortodoxa Russa no Grande Palácio do Kremlin, onde Cirilo expôs o conceito bizantino de sinfonia como sua visão das relações ideais entre a igreja e o estado, embora reconhecendo que não era possível atingir plenamente a isso na Rússia de hoje.[10][11]
Em 17 de agosto de 2012, Cirilo e o arcebispo da Polônia Jozef Michalik assinaram um histórico chamado à reconciliação entre poloneses e russos, depois de séculos de disputas muitas vezes sangrentas.[12]
Pontos de vista[editar | editar código-fonte]
Ecumenismo[editar | editar código-fonte]
A ala conservadora da Igreja Ortodoxa Russa criticou a prática do ecumenismo de Cirilo em toda a década de 1990. Em 2008, o bispo separatista Diomid de Anadyr e Chukotka criticou-o por associar-se com a Igreja Católica Romana.[13] No entanto, em uma declaração recente, Cirilo afirmou que não haveria compromisso doutrinário com a Igreja Católica, e que as discussões com eles não tinham o objetivo de buscar a unificação.[14]
Relações com Cuba[editar | editar código-fonte]
Em 20 de outubro de 2008, durante uma viagem pela América Latina, Cirilo teve uma reunião com o primeiro-secretário do Partido Comunista de Cuba, Fidel Castro. Castro elogiou o metropolita Cirilo como seu aliado na luta contra o imperialismo norte-americano .[15][16][17] Cirilo abençoou Fidel Castro e seu irmão Raúl Castro, em nome do patriarca Aleixo II no reconhecimento da sua decisão de construir a primeira Igreja Ortodoxa Russa em Havana, para servir os expatriados russos que ali vivem.[18]
Comunicações[editar | editar código-fonte]
Desde 1994, Cirilo tem um programa de televisão semanal ortodoxa no Perviy Kanal.
Controvérsias públicas[editar | editar código-fonte]
Ligações com a KGB[editar | editar código-fonte]
Na década de 1990, Cirilo foi acusado de ter ligações com a KGB durante boa parte do período soviético, assim como muitos membros da hierarquia da Igreja Ortodoxa Russa, e de ter os interesses do estado acima dos interesses da igreja.[19][20][21][22][23][24] Seu suposto nome secreto como agente da KGB seria "Mikhailov".
Importação de cigarros[editar | editar código-fonte]
Jornalistas dos jornais Kommersant e Moskovskij Komsomolets acusaram Cirilo de especulação econômica e abuso de privilégio pela importação franquiada de cigarros concedida pela igreja em meados da década de 1990, e Cirilo ganhou o apelido "metropolita do tabaco".[25] Segundo relatos, o Departamento de Relações Externas da igreja agiu como o maior provedor de cigarros estrangeiros na Rússia.[26] Estima-se que os bens pessoais de Cirilo totalisem 1,5 bilhão de dólares, segundo o sociologista Nikolai Miotrokhin,em 2004. Segundo o The Moscow News, o patrimônio de Cirilo poderia alcançar 4 bilhões de dólares em 2006.[24][27] No entanto, Nathaniel Davis notou que "... Não há evidências que o metropolita Cirilo tenha desviado recursos da igreja. O que é mais provável é que os lucros da importação de tabaco tenham sido usados para motivos urgentes, expressando as custas da igreja."[26] A importação franquiada de cigarros foi finalizada em 1997. Numa entrevista de 2002 para o Izvestia, o então metropolita Cirilo chamou as alegações sobre suas especulações comerciais como uma campanha política contra ele.[28]
Referências
- ↑ Игрок глобального масштаба. 60-летие митрополита Кирилла через призму украинских церковных проблем
- ↑ Митрополит Кирилл после Украины. В минуты «триумфа» не грех вспомнить и о неудачах нынешнего председателя ОВЦС МП Oleg Vladimirov, 1 August 2008
- ↑ Первые киевские итоги: методы церковной внешней политики РПЦ МП и роль одной личности в одной истории portal-credo.ru July 24, 2008
- ↑ «Russians bid farewell to Patriarch at grand funeral» (em inglês). Moscow: Reuters. 9 de dezembro de 2008. Consultado em 9 de dezembro de 2008
- ↑ «Упокоился с миром» (em russo). Moscow: Gazeta.ru. 9 de dezembro de 2008. Consultado em 9 de dezembro de 2008
- ↑ Russia’s prospective church leader says opposed to reforms RIA Novosti December 29, 2008.
- ↑ «Orthodox Church enthrones leader» (em inglês). BBC. 31 de janeiro de 2009. Consultado em 31 de janeiro de 2009
- ↑ Патриарх Кирилл призвал Церковь и государство к взаимодействию NEWSru February 2, 2009.
- ↑ Miedwiediew: Państwo będzie wspierało Cerkiew[ligação inativa] Gazeta Wyborcza February 2, 2009.
- ↑ Архипастыри — участники Поместного Собора присутствовали на приеме в Георгиевском зале Большого кремлевского дворца patriarchi.ru February 2, 2009.
- ↑ Приём от имени Президента России в честь архиереев – участников Поместного собора Русской православной церкви kremlin.ru February 2, 2009.
- ↑ «Ortodoxos russos e católicos poloneses assinam reconciliação histórica». Uol Notícias. Consultado em 17 de agosto de 2012
- ↑ «Cópia arquivada». Consultado em 14 de dezembro de 2009. Arquivado do original em 11 de dezembro de 2008
- ↑ Russian Church against compromise on belief-preaching with Catholics — Metropolitan Kirill Interfax, January 21, 2009.
- ↑ Fidel Castro considers Metropolitan Kirill his ally in opposing American imperialism Arquivado em 13 de março de 2012, no Wayback Machine. Interfax October 23, 2008.
- ↑ Митрополит Кирилл встретился с Фиделем Кастро ROC official web site, October 21, 2008
- ↑ Фидель Кастро считает митрополита Кирилла своим союзником в противостоянии американскому империализму ROC official web site, October 21, 2008
- ↑ The Russian Orthodox Church awards the Castro brothers Arquivado em 13 de março de 2012, no Wayback Machine. Interfax October 20, 2008.
- ↑ Tony Halpin, "Russian Orthodox Church choses between 'ex-KGB candidates' as Patriarch". The Times (of London) online, January 26, 2009.
- ↑ (em russo)Митрополит Кирилл попал в поле зрения американской газеты The Washington Times January 26, 2005.
- ↑ (em russo)Разведка России использует Эстонскую Православную Церковь Arquivado em 3 de fevereiro de 2016, no Wayback Machine. Simon Araloff, AIA European section, May 17, 2006.
- ↑ (em russo) Американская газета назвала митрополита Кирилла возможным преемником Алексия II
- ↑ (em russo)Священник Георгий Эдельштейн опасается, что патриархом станет «офицер КГБ, атеист и порочный человек» www.grani.ru May 27, 2003.
- ↑ a b (em russo)Божественные голоса Arquivado em 30 de janeiro de 2009, no Wayback Machine. The New Times № 50, December 15, 2008.
- ↑ Митрополит Смоленский и Калининградский Кирилл portal-credo.ru
- ↑ a b Nathaniel Davis (2000). Tribulations, trials and Troubles for the Russian Orthodox Church. Religion in Eastern Europe 20 (6): 39-50.
- ↑ (em russo)Уходящий год ознаменовался историческим событием: две разделенные части Православной Церкви — Русская Православная Церковь (РПЦ) и Русская Православная Церковь Заграницей (РПЦЗ) — подписали Акт о каноническом общении Arquivado em 16 de junho de 2007, no Wayback Machine. The New Times № 46, December 24, 2007
- ↑ Митрополит Кирилл: «Пусть благословенье Божье пребывает со всеми нами» Izvestia, December 24, 2002.
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