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Conflito de Caprivi

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Conflito de Caprivi

Uma escolta militar pela Faixa de Caprivi.
Data 1994 - 1999
Local Faixa de Caprivi, Namibia
Desfecho Vitória do governo da Namíbia
Beligerantes
Namíbia Governo da Namíbia Exército de Libertação de Caprivi
Comandantes
N/A Mishake Muyongo
Faixa de Caprivi no nordeste da Namíbia
Localização da Região de Caprivi no mapa da Namíbia

O conflito de Caprivi foi um conflito armado entre o governo da Namíbia e o Exército de Libertação de Caprivi, um grupo rebelde que lutava pela secessão da Faixa de Caprivi.[1]

A Faixa de Caprivi, no nordeste da Namíbia, é habitada principalmente pelo povo Lozi. Eles compartilham uma linguagem e história comum, e muitas vezes se sentem mais conectados com os povos Lozi nos países vizinhos Zâmbia, Angola e Botswana.

O governo da Namíbia acusou o ELV de estar aliado ao movimento rebelde angolano UNITA. A UNITA é muito impopular na Namíbia, uma vez que ajudou a África do Sul a combater a SWAPO durante sua luta de libertação,[2] e é considerado um inimigo do Estado por muitos. [quem?]

Uma das causas do conflito pode ser vista em uma luta de poder entre o precedente Mishake Muyongo e a liderança da Swapo durante o exílio em Angola. Em julho de 1980, Muyongo foi expulso do posto de vice-presidente da Swapo sob o pretexto de estar envolvido em atividades subversivas e perseguir ambições separatistas. Ele foi posteriormente detido na Zâmbia e Tanzânia, seguido por um expurgo contra os caprivianos na Swapo.[3]

Após o seu regresso à Namíbia em 1985, Muyongo formou o Partido Democrático Unido (PDU) que aderiu à Aliança Democrática de Turnhalle (ADT). Ele foi presidente da ADT de 1991 a 1998, quando foi expulso como resultado de seu apoio à secessão de sua região de origem. [4]

Curso do conflito

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O Exército de Libertação de Caprivi foi formado em 1994. O objetivo do movimento rebelde é o autogoverno de Caprivi.

Em outubro de 1998, a Força de Defesa da Namíbia, com o apoio da Força Especial de Campo descobriu e invadiu um acampamento de treinamento do ELC. Isso resultou em mais de 100 homens armados do ELC e cerca de 2.500 civis a fugirem para Botswana. Entre os refugiados estavam líderes do ELC, ou seja Mishake Muyongo e Chefe Mafwe Bonifácio Mamili. A ambos foi concedido asilo na Dinamarca. A Namíbia exigiu sem sucesso que a Botswana e a Dinamarca entregassem os rebeldes, e o presidente Sam Nujoma chamou os rebeldes de "traidores e assassinos" e afirmou que eles seriam punidos por seus crimes. [5]

Na madrugada de 2 de agosto de 1999, o ELC lançou um ataque em Katima Mulilo, a capital provincial da região de Caprivi, ocupando a estação de rádio estatal e atacando uma delegacia de polícia, o posto fronteiriço de Wanella, e uma base do exército. As forças de segurança da Namíbia foram apanhadas desprevenidas. No combate que se seguiu entre rebeldes e forças do governo 14 pessoas foram mortas. Um estado de emergência foi declarado na província, e o governo prendeu alegados apoiantes do ELC.[6] Mishake Muyongo disse que a rebelião era "apenas o começo", porém a dura repressão do governo obrigou-o a uma parada abrupta.

No conflito ocorreram muitos abusos dos direitos humanos. Tanto as forças angolanas e da Namíbia, e a UNITA foram acusadas ​​de cometer violações dos direitos humanos contra a população da Faixa de Caprivi.[7]

Consequência

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Em 1999, 132 supostos participantes foram presos e acusados ​​de alta traição, assassinatos e uma série de outros crimes. A sentença proferida no julgamento que decorreu, conhecido como o julgamento pela traição de Caprivi ainda não foi entregue, uma situação que a Anistia Internacional reclamou várias vezes.[8]

Em 7 de outubro de 2002, a nação Itengese rompeu todos os laços com a Namíbia e declarou a independência, o soberano Estado Livre de da Faixa de Caprivi/Itenge como seu lar nacional.[9] Esta nação não é reconhecida por qualquer governo.

Referências

  1. «Caprivi Liberation Front». fas.org. Consultado em 13 de agosto de 2008 
  2. Colin Leys & John S. Saul (1994): Liberation without Democracy? The Swapo Crisis of 1976. In: Journal of Southern African Studies 20 (1)
  3. Justine Hunter (2008): Die Politik der Erinnerung und des Vergessens in Namibia. Frankfurt /M. (Peter Lang)
  4. Graham Hopwood (2008): Guide to Namibian Politics. Windhoek (NID), p. 214-215
  5. «Namibia calls on Botswana to hand over rebels». BBC. 8 de novembro de 1998. Consultado em 26 de agosto de 2006 
  6. «Civil supremacy of the military in Namibia: A retrospective case study». NamibWeb. Consultado em 8 de novembro de 2008 
  7. «Civilians suffer as Angolan conflict fuels insecurity on the Namibian border». Amnesty International. Consultado em 13 de agosto de 2008. Arquivado do original em 12 de setembro de 2008 
  8. «Namibia: Justice delayed is justice denied. The Caprivi treason trial». Amnesty International. Consultado em 16 de junho de 2009 
  9. «Caprivi Liberation Front/Caprivi Liberation Movement». Global Security. Consultado em 19 de junho de 2009