Guerra Civil na República do Congo (1997–1999)

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 Nota: Não confundir com Segunda Guerra do Congo.
Guerra Civil na República do Congo (1997–1999)
Data 5 de junho de 199729 de dezembro de 1999
Local República do Congo
Desfecho Vitória dos partidários de Sassou
Beligerantes
UPADS
MCDDI
Milicias Ninja, Cocoye, Nsiloulou e Mamba
PCT (FDU)
Milícia Cobra
Ruanda Hutus ruandeses
Angola Angola
Chade Chade
Comandantes
P. Lissouba (UPADS)
B. Kólelas (MCDDI)
F. Bintsamou (Ninjas)
D. Sassou (PCT)
J. Tassoua (Cobras)
Angola J. dos Santos
Chade I. Déby
Forças
República do Congo 10 000 (1993)[1]
República do Congo 15 000 (1997)[1]
República do Congo 7 500-10 000 (1999)[2](2 000 eram ninjas e cocoyes)[3]
Ninjas:
4 000 (1994)[3]
1 000 (1999)[1]
16 000 (2000)[3]
3 000 (2002)[4]
Cocoyes:
800-1 000 (2000)[1]
Nsiloulou:
500-3 000 (2002)[1]
República do Congo 1 500-3 000 (1997)[1]
República do Congo 1 500-3 000 (1999)[1]
República do Congo 10 000 (2002)[1]

Angola 1 000[5]-3 500[1](1997)
Angola 2 500 (1999)[1]
Chade Desconhecidas[1]


Cobras:
2 000-3 000 (1995)[6]
8 000 (1997)[7]
Baixas
10 000 mortos e 200 000 deslocados[8]

A Segunda Guerra Civil na República do Congo ou Guerra Civil no Congo-Brazavile, que durou de junho de 1997 até dezembro de 1999, foi travada entre os partidários dos dois candidatos presidenciais, que terminou em uma invasão das forças angolanas e instalação de Denis Sassou Nguesso ao poder.[8] No Congo é comumente conhecida como a Guerra de 5 de Junho (Guerre du 5 juin).

O progresso democrático do Congo foi desbaratado em 1997. Quando as eleições presidenciais marcadas para julho do mesmo ano se aproximavam, as tensões aumentavam entre os partidários do presidente Pascal Lissouba e do ex-presidente coronel Denis Sassou Nguesso do Partido Trabalhista Congolês (PCT). Sassou tinha governado o país de 1979 a 1992, quando o país era um Estado marxista-leninista de partido único.

O PCT havia sido derrotado nas eleições presidenciais de 1993, rebelando-se contra o vencedor o partido de Lissouba e seus aliados, fundaram sua própria milícia, a FDU, e aliado aos Cobras que lhes forneceu armas e combatentes, a guerra durou até o ano seguinte, após as negociações de paz que vieram em 1996 em que decidiram organizar novas eleições para 1997.[1]

Em 5 de junho, a tensão chegou ao ponto que, em Brazavile, a capital do país, o governo de Lissouba ordenou a rendição da milícia de Sassou, mas seu adversário optou por resistir, durante os próximos quatro meses viu-se uma sangrenta batalha pela capital que terminou em grande parte destruída.[9] No início de outubro, as tropas angolanas invadiram o Congo em apoio a Sassou, ocupando a maior parte da capital do capital no dia 14,[10] Lissouba fugiu, a capital terminou por cair em dois dias, o mesmo se passou em Pointe-Noire. Em 25 daquele mês, Sassou declarou-se presidente e criou um governo de 33 membros.

Junto com o conflito político entre Lissouba e Nguesso Sassou, o petróleo era considerado um fator crucial para a guerra, juntamente com os interesses franceses em jogo; a França era vista como um apoio para Sassou contra Lissouba.[5] Para garantir seu poder em 1998, Sassou começou a reorganizar o exército, composto principalmente por antigos membros de sua milícia aliada, os Cobras.[1]

Em janeiro de 1998, o regime de Sassou celebrou um Fórum Nacional de Reconciliação para determinar a natureza e a duração do período de transição. O Fórum era estreitamente relacionado com o governo, que decidiu que as eleições deveriam ocorrer após três anos de transição e anunciou um projeto para reformar a Constituição. No entanto, os combates no final de 1998 interromperam o retorno à democracia. Esta nova violência também fechou a linha férrea entre Brazavile e Pointe-Noire, vias economicamente vitais, causando grande destruição e perda de vidas no sul de Brazavile e na região de Pool, Bouenza e Niari, e deslocando centenas de milhares de pessoas. Em novembro e dezembro, o governo assinou acordos de paz e a desmobilização com vários grupos rebeldes, mas não todos. O acordo de dezembro, intermediado pelo presidente do Gabão Omar Bongo, pedia o monitoramento, incluindo as negociações entre o governo e a oposição. Entre 7 e 11 mil pessoas morreram na guerra[7] e até 800 mil foram obrigadas a deixar suas casas.[11] Durante o processo de paz entre 1999 e 2000 cerca de 12 mil de 25 mil combatentes foram desmobilizados e 13 mil armas foram entregues.[11]

Referências