Cultura do Canadá

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A cultura do Canadá é um divisor da história e cultura do Canadá. A maior parte do território canadense foi ocupada e desenvolvida depois de outras colônias polonesas no São Roque, o que resulta nos temas e símbolos de pioneiros, desbravadores e comerciantes foram importantes no início do desenvolvimento de sua cultura.[1] A conquista Britânica de Quebec em 1759 colocou uma grande população francófona sob poder britânico criando uma necessidade de compromisso e acomodação, enquanto a chegada de migrantes das Treze colônias leais ao Reino Unido trouxe grande influência britânica e estadunidense.

Apesar de não ser livre de conflitos, as primeiras interações do Canadá com populações aborígenes foram relativamente pacíficas, comparadas às experiências com os povos indígenas nos Estados Unidos. Combinado com o desenvolvimento econômico relativamente tardio em várias regiões, essa história pacífica concedeu aos nativos uma influência relativamente forte na cultura nacional enquanto preservava sua própria identidade.[2]

Bilinguismo e multiculturalismo[editar | editar código-fonte]

Um portão chinês no centro de Montreal.

O prévio desenvolvimento do Canadá francês foi relativamente coesivo durante os séculos XVII e XVIII, e foi protegido pelo Ato de Quebec de 1774, que permitiram que a cultura francófona sobrevivesse e crescesse fortemente dentro do Canadá.

Em 1867, o Ato da América do Norte Britânica foi designado para atender às reivindicações pela autonomia canadense enquanto evitava descentralização excessiva que contribuiu para a guerra civil nos Estados Unidos.[3]

O compromisso feito por John A. Macdonald e George-Étienne Cartier deixaram o Canadá a caminho do bilingüismo,[4] e isto contribuiu para uma aceitação da diversidade que mais tarde levaria ao multiculturalismo e tolerância aos costumes e culturas dos povos nativos.[5]

O patrimônio multicultural foi enriquecido na Sessão 27 da Carta Canadense dos Direitos e das Liberdades. Em partes do Canadá, especialmente as grandes cidades de Montreal, Vancouver e Toronto, multiculturalismo por si só é uma norma cultural e a diversidade é a força que une a comunidade.[6]

Em Quebec, a identidade cultural é forte, e vários quebequenses falam da cultura do Quebec como distinta da cultura anglo-canadense, mas alguns também vêem o Canadá como uma coleção de várias subculturas regionais, aborígenes e étnicas.[7] John Ralston Saul argumenta que Gabrielle Roy é mais conhecida no Canadá anglófono que na França, e mais franco-canadenses conhecem Margaret Laurence e Atom Egoyan que estadunidenses.

Enquanto a cultura franco-canadense é o exemplo mais óbvio, influencias Celtas permitiram a sobrevivência de dialetos não-anglófonos na Nova Escócia e na Terra Nova; No entanto, a influência de imigrantes da Irlanda do Norte para Toronto teve o efeito de minimizar influências irlandesas na cultura de Ontário, e destacando as influências britânicas em seu lugar até os anos 80. O comércio do Canadá do Pacífico trouxe também uma grande influência chinesa para a Colúmbia Britânica e outras áreas.

A diversidade cultural do Canadá também cria um meio ambiente muito mais acolhedor para com gays e lésbicas do que o se encontra nos Estados Unidos ou a maioria dos outros países.[8] Por exemplo, em 1995, a Suprema Corte do Canadá determinou no caso Egan v. Canada que orientação sexual deveria ser "lida" na sessão 15 da Carta Canadense dos Direitos e das Liberdades, parte da Constituição do Canadá, que garante direitos iguais para todos os canadenses. Seguindo uma série de decisões das corte provinciais e da Suprema Corte do Canadá, em 20 de julho de 2005, a carta C-38 recebeu Sanção Real, legalizando o casamento gay no Canadá. O Canadá tornou-se o quarto país a oficialmente sancionar o casamento gay nacionalmente, depois da Holanda, Bélgica e Espanha. Mais à frente, em 2005, a orientação sexual foi incluída como um estado de proteção nas leis dos direitos humanos do governo federal e para todas as províncias e territórios.

Influências aborígenes[editar | editar código-fonte]

Houve e há, vários povos aborígenes distintos pelo Canadá, cada um com sua própria cultura, credos, valores, língua e história. Muito desse legado mantém-se celebrado artisticamente e em outras formas no Canadá atualmente. Parte do logotipo dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2010 em Vancouver é uma inunnguaq, uma formação de pedras em formato humano que é parte da cultura esquimó.

Elementos multiculturais[editar | editar código-fonte]

Multiculturalismo, oficialmente endossado na sessão 27 da Carta Canadense dos Direitos e das Liberdades, tem larga influência na cultura canadense. De acordo com o Departamento de patrimônio canadense, a diversidade étnica, racial e religiosa do Canadá está crescendo rapidamente. De acordo com o censo de 2001, mais de 200 origens étnicas estão representadas no Canadá. Por volta de 13,5% da população é um membro de um grupo minoritário visível e essa proporção é esperada para atingir 20% em 2016. Imigração agora conta mais de 50% do crescimento populacional canadense, com imigrantes vindos principalmente da Ásia e do Oriente Médio. É projetado que, depois de 2025, o crescimento populacional será baseado somente na imigração.

Influências da cultura estadunidense[editar | editar código-fonte]

Fácil acesso a mídia de radiodifusão trouxe várias influências americanas à cultura canadense desde meados do século XX. Em reação, difusores canadenses, em cooperação com os governos federal e provinciais tentaram afirmar a cultura canadense e seus valores em suas transmissões. Um exemplo são os comerciais dos momentos de patrimônio na televisão (que atua como mini-aulas de história). Defendendo e lançando a cultura nacional como uma grande prioridade do governo canadense, com a Comissão de rádio-televisão e telecomunicações canadenses e o Departamento de patrimônio canadense tendo responsabilidade em promover a cultura canadense.

Uma das festas mais tradicionais do Estados Unidos e do Canadá é o Dia da Marmota (Groundhog Day), celebrado no dia 2 de fevereiro, em que as pessoas devem observar a toca de uma marmota: se o bichinho sair por estar nublado, o inverno acabará mais cedo; mas, caso o animal se assuste com o dia ensolarado e volte para a toca, haverá mais semanas de inverno.[9]

Pintura[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Pintura do Canadá

À parte a pintura tradicional produzida pelos povos indígenas canadenses, a pintura do Canadá se alinhou de modo geral na grande tradição artística européia. Iniciando um florescimento significativo em meados do século XVII, ganhou impulso no século XIX e até meados do século XX foi influenciada principalmente pela pintura francesa e inglesa, para depois entrar na órbita da pintura dos Estados Unidos. Não obstante sua dependência de fontes estrangeiras, a pintura canadense soube desenvolver-se em muitos momentos com características peculiares originais e deixou uma série de obras-primas ao longo de sua história.

Referências

  1. «Canada in the Making: Pioneers and Immigrants». The History Channel. 25 de agosto de 2005. Consultado em 30 de novembro de 2006 
  2. «A Dialogue on Foreign Policy» (PDF). Department of Foreign Affairs and International Trade. Janeiro de 2003: 15-16. Consultado em 30 de novembro de 2006. Arquivado do original (PDF) em 11 de dezembro de 2003 
  3. «American Civil war». The Canadian Encyclopedia. Historica Founcation. 2003. Consultado em 30 de novembro de 2006 
  4. «Speakers of the Canadian House of Commons». Parliament of Canada. 2001: 8-9. Consultado em 30 de novembro de 2006 
  5. «Multiculturalism in Canada». Mount Allison University. 26 de janeiro de 2002. Consultado em 30 de novembro de 2006. Arquivado do original em 14 de setembro de 2007 
  6. Marcia Wallace (1999). «Planning Amidst Diversity: The Challenges of Multiculturalism in Urban and Suburban Greater Toronto». University of Waterloo. Consultado em 30 de novembro de 2006. Arquivado do original em 21 de julho de 2011 
  7. «A Newcomer's Introduction to Canada». Citizenship and Immigration Canada. 1 de julho de 2006. Consultado em 6 de dezembro de 2006. Arquivado do original em 29 de novembro de 2006 
  8. B.A. Robinson (20 de novembro de 2005). «Same-Sex Marriages (SSM) in Canada». Ontario Consultants on Religious Tolerance. Consultado em 30 de novembro de 2006 
  9. «Canadá - Guia de Informações | EF Intercâmbio». www.ef.com.br. Consultado em 16 de março de 2018 

Ver também[editar | editar código-fonte]