Daniel Pellizzari
Daniel Pellizzari | |
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Nascimento | 1974 (51 anos) Manaus, Amazonas |
Nacionalidade | Brasileiro |
Alma mater | Universidade Federal do Rio Grande do Sul |
Prémios | Prêmio Açorianos de Literatura 2003 |
Website | www.cabrapreta.org |
Daniel Pellizzari (Manaus, 1974) é um escritor, tradutor e editor brasileiro que cresceu em Porto Alegre e atualmente vive em São Paulo.
Carreira
[editar | editar código-fonte]Pellizzari começou a publicar seus textos em antologias no início da década de 1990 e, a partir de 1995, pela internet, tendo criado[1] o segundo site brasileiro dedicado à publicação individual de literatura. Entre 1998 e 2001 fez parte da equipe do fanzine digital CardosOnline.
Em 2001, fundou[2] a editora Livros do Mal, em parceria com Daniel Galera e Guilherme Pilla, também ex-colunistas do CardosOnline. Por sua editora, que recebeu em 2003 o Prêmio Açorianos de Literatura de Editora do Ano[3], lançou autores mais tarde consagrados como Daniel Galera, Joca Reiners Terron e Paulo Scott.
Também pela Livros do Mal lançou seus próprios dois primeiros livros[4], os volumes de contos Ovelhas que voam se perdem no céu (2001), publicado na Itália em 2004 como Pecore che volano si perdono nel cielo[5], e O livro das cousas que acontecem (2002). Em 2003, foi um dos autores escolhidos por Nelson de Oliveira para a antologia Geração 90: Os trangressores: Os melhores contistas brasileiros surgidos no final do século XX, da Boitempo Editorial.
Em 2005 lançou pela editora DBA o romance absurdista Dedo negro com unha, considerado uma obra única[6] na literatura brasileira, misto de bricolagem, feminismo e neobarroco. Foi em 2012 um dos autores mencionados na série Os melhores escritores ainda não traduzidos, da edição estadunidense da revista literária Granta. [7]. No mesmo ano, publicou exclusivamente em ebook, de forma independente, a antologia Melhor seria nunca ter existido, com contos retirados de seus dois primeiros livros e de antologias coletivas.
Em 2013 lançou o romance Digam a Satã que o recado foi entendido[8], romance integrante do projeto Amores Expressos, realizado pela RT Features e pela Companhia das Letras e que o levou a Dublin, na Irlanda, em 2007. Satã foi eleito o melhor livro de 2013 pelos leitores do jornal gaúcho Zero Hora[9] e foi incluído na "Breve Queerlist da Literatura Brasileira Contemporânea"[10] do site literário Posfácio.
Tradução
[editar | editar código-fonte]Como tradutor, é especializado em literatura contemporânea de língua inglesa e histórias em quadrinhos. Já traduziu para o português brasileiro obras de William S. Burroughs, David Foster Wallace, Kurt Vonnegut, Irvine Welsh e Hunter S. Thompson, entre outros.
Jornalismo
[editar | editar código-fonte]Escreveu sobre games de 2013 a 2014 no caderno Tec da Folha de S. Paulo[11], além de, entre 2013 e 2018, ter assinado uma coluna sobre temas variados no blog do Instituto Moreira Salles[12], onde trabalha como editor.
Adaptações
[editar | editar código-fonte]Em 2002, Ovelhas que voam se perdem no céu recebeu uma adaptação teatral pelo grupo paulistano Cemitério de Automóveis, de Mário Bortolotto. O grupo encenou novas montagens da peça em 2014 e 2024[13].
HQs
[editar | editar código-fonte]Pellizzari está produzindo a série em quadrinhos Furry Water com o quadrinista Rafael Grampá, a ser publicada pela editora norte-americana Dark Horse Comics.[14]
Obras
[editar | editar código-fonte]Romance
[editar | editar código-fonte]- Digam a Satã que o recado foi entendido, Companhia das Letras, 2013.
- Dedo negro com unha, editora DBA, 2005.
Contos
[editar | editar código-fonte]- Melhor seria nunca ter existido, [2], Livros do Mal 2.0, 2012.
- O livro das cousas que acontecem, editora Livros do Mal, 2002;
- Ovelhas que voam se perdem no céu, editora Livros do Mal, 2001.
Participação em antologias
[editar | editar código-fonte]- Hotel #7. Spring 2021. Partisan Hotel, Reino Unido, 2021;
- Apocalipse? Anuário Todavia 2018/2019, Todavia, 2018;
- La paz es cosa de niños, Pez en Hielo, Uruguai, 2018;
- Lusofonica: La nuova narrativa in lingua portoghese, La Nuova Frontiera, Itália, 2006;
- Contos do novo milênio, Instituto Estadual do Livro/RS, 2006;
- Sex'n'Bossa, Mondadori, Itália, 2005;
- Contos de bolso, Casa Verde, 2005;
- Wunderblogs.com, Barracuda, 2004;
- Os cem menores contos brasileiros do século, Ateliê Editorial, 2004;
- Geração 90: Os trangressores, Boitempo Editorial, 2003;
- Pata maldita, Armazém Digital, 2001;
- Contos de Oficina 18, EdiPUCRS, 1997;
- Jovem escritor 90, Nova Dimensão, 1990.
Obras traduzidas para outros idiomas
[editar | editar código-fonte]- Pecore che volano si perdono nel cielo, Arcana Libri, Itália, 2004.
Prêmios
[editar | editar código-fonte]- Prêmio Açorianos de Literatura: Editora do Ano (Porto Alegre, 2003)
Algumas traduções para o português
[editar | editar código-fonte]- Medo e delírio em Las Vegas: Uma jornada selvagem ao coração do sonho americano - Conrad Editora do Brasil, 2007, ISBN 9788576162513); LP&M, 2010.
- Rum: Diário de um jornalista bêbado - Conrad Editora do Brasil, 2005, ISBN 8576161087; LP&M, 2011.
- Screwjack (Screwjack and other stories) - Conrad Editora do Brasil, 2005.
- Almoço nu: versão definitiva (Naked lunch: the restored text) - Ediouro, 2005.
- Piano mecânico (Player Piano) - Intrínseca, 2020.
- Matadouro-Cinco (Slaughterhouse-Five) - Intrínseca, 2019.
- Ficando longe do fato de já estar meio que longe do tudo - com Daniel Galera - Companhia das Letras, 2012.
- Grandes dias e outras histórias (40 Stories) - Rocco, 2019.
- O pai morto (The Dead Father) - Rocco, 2015.
- Skagboys - com Daniel Galera - Rocco, 2014.
- Pornô - com Daniel Galera - Rocco, 2006.
- Trainspotting - com Daniel Galera - Rocco, 2004.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ "Livros do Mal: um problema de história editorial", dissertação de mestrado de Milton Colonetti (UFRGS), pág. 50
- ↑ Livros do Mal: da publicação virtual à autolegitimação editorial, artigo de Rosângela Fachel de Medeiros (UFPel)
- ↑ Lista Completa de Vencedores do Prêmio Açorianos de Literatura (1994 a 2007)
- ↑ Fábulas metarrealistas : realidades grotescas na literatura brasileira contemporânea em “O livro das cousas que acontecem” de Daniel Pellizzari, dissertação de mestrado de Luciéle Bernardi de Souza (PUCRS)
- ↑ Pecore che volano si perdono nel cielo, Daniel Pellizzari
- ↑ Bricolage, Feminismus oder Neobarock? Dedo Negro com Unha von Daniel Pellizzari, artigo de Georg Wink (Universidade de Copenhague)
- ↑ Granta - The Best Untranslated Writers
- ↑ ‘Digam a Satã que o recado foi entendido’, de Daniel Pellizzari, retrata uma Dublin caótica
- ↑ Satã, de Daniel Pellizzari, é eleito o melhor livro de 2013 - Zero Hora
- ↑ Breve Queerlist da Literatura Brasileira Contemporânea
- ↑ Folha de SP - Colunas
- ↑ Textos de Daniel Pellizzari no Blog do IMS [1]
- ↑ Ovelhas que voam se perdem no céu, montagem de 2024
- ↑ «Furry Water Flows at Dark Horse». Publishers Weekly. Consultado em 28 de julho de 2009
Ligações externas
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- Nascidos em 1974
- Romancistas do Brasil
- Tradutores do Brasil
- Naturais de Manaus
- Escritores contemporâneos do Brasil
- Brasileiros de ascendência italiana
- Brasileiros de ascendência indígena
- Escritores do Amazonas
- Prêmio Açorianos
- Roteiristas de histórias em quadrinhos do Brasil
- Alunos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul