Eduardo Alberto Lima Basto

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Eduardo Alberto Lima Basto
Eduardo Alberto Lima Basto
Presidente da Câmara Municipal de Lisboa
Período abril de 1914 até dezembro de 1914
Antecessor(a) João Catanho de Meneses
Sucessor(a) Henrique Jardim Vilhena
Ministro do Fomento
Período 12 de dezembro de 1914 até 25 de janeiro de 1915
Antecessor(a) João Maria de Almeida Lima
Sucessor(a) Joaquim Pimenta de Castro
Ministro do Trabalho
Período 5 de novembro de 1917 a 10 de dezembro de 1917
Antecessor(a) António Maria da Silva
Sucessor(a) Junta Revolucionária de 1917
Ministro do Trabalho e Previdência Social
Período 25 de abril de 1917 a 5 de novembro de 1917
Antecessor(a) António Maria da Silva
Sucessor(a) Junta Revolucionária de 1917
Ministro do Comércio e Comunicações
Período 6 de fevereiro de 1922 a 18 de outubro de 1922
Antecessor(a) Nuno Simões
Sucessor(a) Vasco Borges
Ministro das Finanças
Período 26 de agosto de 1922 a 14 de setembro de 1922 (interino)
1 de julho de 1925 a 1 de agosto de 1925
Antecessor(a) Vitorino Máximo de Carvalho Guimarães
Sucessor(a) António Alberto Torres Garcia
Dados pessoais
Nascimento 4 de fevereiro de 1875
Lisboa, Reino de Portugal Portugal
Morte 18 de junho de 1942 (67 anos)
Lisboa, República Portuguesa Portugal
Nacionalidade Português
Alma mater Escola Superior Agrária de Coimbra
Esposa Angélica Pereira Lima Basto
Partido Partido Democrático
Profissão político
agrónomo
professor

Eduardo Alberto Lima Basto (Lisboa, 4 de fevereiro de 1875- Lisboa, 18 de junho de 1942) foi um professor, agrónomo e político português, ministro de várias pastas durante a 1ª República. Professor em Coimbra, em 1902 passa para o Instituto Superior de Agricultura de Lisboa em 1906, como Chefe de serviço.[1] [2]Professor na Escola Superior Colonial até 1942.

Maçon desde 1908 e militante dos democráticos, esteve ligado a Afonso Costa.[3]

Como ministro do trabalho em 1917, enfrenta a chamada Revolta dos Abastecimentos, tentando superar a questão através do decreto de mobilização agrícola, decretado a 27 de outubro.[4][5]

Foi também presidente da Associação Comercial de Lisboa, de 1932 a 1933.[6] Publicou A fermentação alcoólica (1902), O Ensino Agrícola em Portugal (Conferência de 1914), Política Comercial Portuguesa (1934) e Inquérito Económico-Agrícola (1936, 4 volumes), entre outros.[7]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Eduardo Alberto Lima Basto nasceu em Lisboa a 4 de fevereiro de 1875, na cidade de Lisboa.

Frequentou Engenharia Agrónoma na Universidade de Coimbra, até 1902, quando terminou o curso com 15 valores. Foi depois, na mesma escola onde se formou, presidente nesse mesmo ano.

Em 1906, regressa para Lisboa, onde se torna Chefe de serviço do Instituto Superior de Agronomia. Foi nesse mesmo ano que publica A cultura do tabaco nos países tropicais.[1]

É em Lisboa que entra em contacto com a maçonaria, acabando por se tornar maçon em 1908, na loja José Estêvão, com o nome simbólico Berlese.[8] De ideais republicanos e carbonários, entra em contacto e torna-se próximo a Afonso Costa. Não obstante, é, nesse mesmo ano, chefe de gabinete de Luís de Castro.[8]

Ainda neste mesmo ano, torna-se professor na Escola Colonial de Lisboa, onde mantém o seu cargo de professor, até à sua morte. [1][8]

Depois da Implantação da República, torna-se intimamente ligado à política nacional e membro do Partido Democrático.

Em 1912, é chefe dos serviços agronómicos do Ministério das Colónias, e no ano seguinte, chefe de repartição do ensino agrícola do Ministério de Instrução.[9]

Foi nomeado para se deslocar à Bélgica, em missão oficial, e estudar a maquinaria agrícola e tomar parte no Congresso de Instrução Primária, vindo a ser o relator das teses sobre o ensino primário agrícola.[9]

Logo em 1914, é presidente da Câmara Municipal de Lisboa, de abril a dezembro. Começa a lecionar no Instituto Superior de Agronomia, onde até à jubilação, torna-se um dos mais importantes e proeminentes professores do instituto.[8]

A 12 de dezembro de 1914, é designado como Ministro do Fomento do 8.º governo republicano, de Azevedo Coutinho, ficando como ministro apenas durante 44 dias.

Continua, no entanto, as suas publicações académicas, participando na Conferência realizada na Associação Central da Agricultura Portuguesa, sob o título O ensino agrícola em Portugal.

Em 1915, é eleito para a Câmara dos Deputados, pelo círculo de Santarém, lugar que ocupou até 1917. Interessado pelos diversos problemas agrários nacionais, desde os abastecimentos de pão e subsistências das populações, à modernização da agricultura.

Defendeu também a formação teórico-prática durante a aprendizagem dos conhecimentos agrícolas, e a formação da mulher rural em escolas doméstico-agrícolas.

Em 1917, abandona o lugar de deputado para se tornar membro do Governo. No governo de Afonso Costa, é feito Ministro do Trabalho e Previdência Social. Com a deterioração das condições socioeconómicas no País, o crescente descontentamento geral da população com a guerra, e a inflação, Lima Basto vê-se em mãos com a Revolta dos Abastecimentos, gerada principalmente pela falta de recursos alimentares. De forma a dar resposta à corrente crise, promulga o "Decreto de Mobilização Agrícola", que passa, mas sem grande sucesso.

Com o Golpe de Estado de Dezembro de 1917, liderado por Sidónio Pais, é afastado da pasta ministerial.

Eduardo de Lima Basto a 19 de setembro de 1922(terceiro a contar da direita), dando lugar ao novo ministro das Finanças.

Com a entrada dos anos 20, Lima Basto volta a ser indigitado a Ministro.

Em 1922, no 35.º governo republicano de António Maria da Silva, Eduardo Lima Basto entra no cargo de Ministro do Comércio e Comunicações, lugar que ocupa durante 254 dias. Durante esse período, ocupa também. interinamente o cargo de Ministro das Finanças, de 26 de agosto a 14 de setembro, sucedendo a Albano Portugal Durão e precedendo Vitorino Guimarães.

Três anos depois, iria chefiar pela última vez um Ministério. e seria de novo o Ministério das Finanças.

A 1 de julho de 1925, é constituído o gabinete do futuro governo chefiado por António Maria da Silva. Todos os ministros, excepto o ministro da marinha, eram bonzos, membros de uma ala política dentro do Partido Democrático.[10]

No polémico Governo dos Bonzos, Lima Bastos ocupa o cargo de ministro das finanças de 1 de julho de 1925 a 1 de agosto de 1925, apenas 1 mês. [8][10]Com as divisões internas do Partido Democrático, entre bonzos e canhotos, a grande instabilidade política que se vivia no país e com o definitivo golpe do 28 de maio de 1926, Eduardo Lima Basto decide afastar-se de toda a atividade política. [8]

A sua carreira política foi diretamente influenciada pela grande instabilidade política que se vivia no país, não tendo ficado como ministro mais do que uns meses.

No entanto, enquanto governante defendeu a aplicação de várias medidas reformistas que conduzissem a mudanças estruturais da Nação, tal como a redistribuição da terra e reconversão de produções agrícolas e alargamento da irrigação.[8]

Foi, depois de ter abandonado a vida política que publicou os seus trabalhos mais notórios. Com estes, cimentou a sua relevância em trabalhos de Agronomia em Portugal e uma figura importante e relevante nos estudos Agrónomos. Os seus trabalhos influenciaram diretamente a geração seguinte de agrónomos, como Eugénio de Castro Caldas e Henrique de Barros. [8]

Faleceu em Lisboa, a 18 de junho de 1942, com 67 anos. [1][3][8]

Referências

  1. a b c d «PROFESSOR EDUARDO ALBERTO LIMA BASTO (1875 – 1942)» (PDF). Consultado em 20 de julho de 2022 
  2. «Persons With History | Instituto Superior de Agronomia». www.isa.ulisboa.pt. Consultado em 20 de julho de 2022 
  3. a b «Basto, Eduardo Alberto Lima (1875-1942) | Politipedia». Consultado em 20 de julho de 2022 
  4. «Diário do Govêrno». 6 de setembro de 1917 
  5. «Diário do Govêrno». 11 de outubro de 1917 
  6. «História». www.ccip.pt. Consultado em 20 de julho de 2022 
  7. Infopédia. «Lima Basto - Infopédia». infopedia.pt - Porto Editora. Consultado em 20 de julho de 2022 
  8. a b c d e f g h i Freire, Dulce (1 de janeiro de 2013). «AUTHOR, Basto, Eduardo Alberto de Lima (1875-1942)». Freire, D. (2013). Basto, Eduardo Alberto de Lima (1875-1942). In Rollo, M. F. (coord.), Dicionário de História da I República e do Republicanismo (Vol. I, pp.396-397). Lisboa: Assembleia da República. Consultado em 20 de julho de 2022 
  9. a b «Biblioteca Digital do Alentejo - Artigo:LIMA BASTO, Eduardo Alberto». www.bdalentejo.net. Consultado em 20 de julho de 2022 
  10. a b «Governo de António Maria da Silva (1925) | Politipedia». Consultado em 20 de julho de 2022