Circuncisão: diferenças entre revisões

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'''Circuncisão,''' '''exérese do prepúcio,''' '''peritomia''' ou '''postectomia''' - é uma operação cirúrgica que consiste na remoção do [[prepúcio]], prega cutânea que recobre a [[glande]] do [[pênis]]. Essa remoção é praticada há mais de 5 mil anos. De acordo com dados da [[Organização Mundial de Saúde]] (OMS), cerca de 30% dos homens no mundo são circuncidados (algo em torno de 665 milhões de homens),<ref>[http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u16184.shtml ONU recomenda a circuncisão masculina contra o HIV]</ref><ref>[http://www.pediatriasaopaulo.usp.br/upload/pdf/213.pdf Fimose, Circuncisão e Postectomia: Conceitos e Controvérsias]</ref> a maioria deles por motivos religiosos, uma vez que 68% deles são [[muçulmanos]].
'''Circuncisão,''' '''exérese do prepúcio,''' '''peritomia''' ou '''postectomia''' - é uma operação cirúrgica<ref>[http://www.bmihealthcare.co.uk/treatment/treatmentsdetail?p_name=Circumcision%20%28child%29&p_treatment_id=315 Bmihealthcare] - Página acessada em [[9 de Maio]] de [[2011]].</ref><ref>[http://www.urologia.com.br/asp/d_urologia.asp?Codigo=13778 Urologia] - Acessado em 9 de Maio de 2011.</ref> que consiste na remoção do [[prepúcio]], prega cutânea que recobre a [[glande]] do [[pênis]]. Essa remoção é praticada há mais de 5 mil anos. De acordo com dados da [[Organização Mundial de Saúde]] (OMS), cerca de 30% dos homens no mundo são circuncidados (algo em torno de 665 milhões de homens),
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O [[UNAIDS|Programa de Combate a AIDS]] da [[Organização das Nações Unidas]] (ONU) defende, de forma controversa, que a circuncisão reduz o risco de contágio do [[HIV]], no caso de [[Sexo vaginal|cópula vaginal]], mas também afirma que o uso do [[preservativo]] é indispensável.<ref>[http://www.aids.gov.br/data/documents/storedDocuments/{B8EF5DAF-23AE-4891-AD36-1903553A3174}/{B892AC26-BF74-4F57-A6DF-F7D17A17B2FF}/Novos_dados_sobre_circuncisao_UNAIDS.pdf Novos dados sobre a circuncisão e a prevenção do HIV: consequências para as políticas e programas]</ref><ref>[http://www.iwhc.org/index.php?option=com_content&task=view&id=3045&Itemid=344 Circuncisão masculina e prevenção do HIV]</ref>
O [[UNAIDS|Programa de Combate a AIDS]] da [[Organização das Nações Unidas]] (ONU) defende, de forma controversa, que a circuncisão reduz o risco de contágio do [[HIV]], no caso de [[Sexo vaginal|cópula vaginal]], mas também afirma que o uso do [[preservativo]] é indispensável.<ref>[http://www.aids.gov.br/data/documents/storedDocuments/{B8EF5DAF-23AE-4891-AD36-1903553A3174}/{B892AC26-BF74-4F57-A6DF-F7D17A17B2FF}/Novos_dados_sobre_circuncisao_UNAIDS.pdf Novos dados sobre a circuncisão e a prevenção do HIV: consequências para as políticas e programas]</ref><ref>[http://www.iwhc.org/index.php?option=com_content&task=view&id=3045&Itemid=344 Circuncisão masculina e prevenção do HIV]</ref>
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Os defensores da circuncisão afirmam que existe um valor prático na circuncisão masculina, como um ato médico.{{carece de fontes}} Como uma medida de higiene, há quem defenda que seja útil para impedir a acumulação de uma secreção genital chamada [[esmegma]], no espaço entre a [[glande]] e o [[prepúcio]] que a recobre.{{carece de fontes}} Se o esmegma não for removido, torna-se um mal cheiroso campo de cultivo de [[bactéria]]s que causam grande irritação e é foco de [[infecções]].{{carece de fontes}} É realizada em certos casos de [[fimose]], [[parafimose]] ou quando a glande masculina não pode ser libertada. Para estes últimos casos, existe como alternativa à circuncisão, uma terapia local de creme [[esteroide]] que parece ser eficaz; e mesmo quando esta falha, há ainda a [[prepucioplastia]], uma cirurgia que corrige o prepúcio sem removê-lo.
Os defensores da circuncisão afirmam que existe um valor prático na circuncisão masculina, como um ato médico.{{carece de fontes}} Como uma medida de higiene, há quem defenda que seja útil para impedir a acumulação de uma secreção genital chamada [[esmegma]], no espaço entre a [[glande]] e o [[prepúcio]] que a recobre.{{carece de fontes}} Se o esmegma não for removido, torna-se um mal cheiroso campo de cultivo de [[bactéria]]s que causam grande irritação e é foco de [[infecções]].{{carece de fontes}} É realizada em certos casos de [[fimose]], [[parafimose]] ou quando a glande masculina não pode ser libertada. Para estes últimos casos, existe como alternativa à circuncisão, uma terapia local de creme [[esteroide]] que parece ser eficaz; e mesmo quando esta falha, há ainda a [[prepucioplastia]], uma cirurgia que corrige o prepúcio sem removê-lo.


No entanto, recentes estudos mostram que a circuncisão pode ajudar a prevenir infecções nos [[rins]] e nas [[vias urinárias]]. Outros estudos<ref>[http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI1780649-EI298,00.html Terra: HIV: circuncisão poderia evitar contágio de milhões]</ref> mostram que os homens incircuncisos têm mais probabilidade de contrair infecções por via sexual do que os homens circuncidados, inclusive de contrair o vírus do [[HIV]]. Sugere-se como um possível motivo que o prepúcio proporciona um ambiente tépido, úmido, que dá ao agente infeccioso mais tempo de sobrevivência e oportunidade para infiltração no organismo. De acordo com notícia publicada no [[site]] do [[jornal]] [[brasil]]eiro [[Folha de São Paulo]]{{nota|1}}, casos de infecção caíram 50% em teste na [[África]] e estudos foram interrompidos após benefício se mostrar tão evidente. Por se tratar de uma proteção parcial, não se dispensa o uso do preservativo.
No entanto, recentes estudos mostram que a circuncisão pode ajudar a prevenir infecções nos [[rins]] e nas [[vias urinárias]]. Outros estudos<ref>[http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI1780649-EI298,00.html Terra: HIV: circuncisão poderia evitar contágio de milhões]</ref> mostram que os homens incircuncisos têm mais probabilidade de contrair infecções por via sexual do que os homens circuncidados, inclusive de contrair o vírus do [[HIV]]. Sugere-se como um possível motivo que o prepúcio proporciona um ambiente tépido, úmido, que dá ao agente infeccioso mais tempo de sobrevivência e oportunidade para infiltração no organismo. De acordo com notícia publicada no [[site]] do [[jornal]] [[brasil]]eiro [[Folha de São Paulo]]<ref name="folha" />, casos de infecção caíram 50% em teste na [[África]] e estudos foram interrompidos após benefício se mostrar tão evidente. Por se tratar de uma proteção parcial, não se dispensa o uso do preservativo.


==Ver também==
==Ver também==

Revisão das 15h08min de 9 de maio de 2011

Ficheiro:Flaccid-erect.jpg
Pênis que passou por circuncisão...
Ficheiro:Human penis flaccid and erect.jpg
... comparado a um pênis não circuncidado.

Circuncisão, exérese do prepúcio, peritomia ou postectomia - é uma operação cirúrgica[1][2] que consiste na remoção do prepúcio, prega cutânea que recobre a glande do pênis. Essa remoção é praticada há mais de 5 mil anos. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 30% dos homens no mundo são circuncidados (algo em torno de 665 milhões de homens), [3] [4] a maioria deles por motivos religiosos, uma vez que 68% deles são muçulmanos.

O Programa de Combate a AIDS da Organização das Nações Unidas (ONU) defende, de forma controversa, que a circuncisão reduz o risco de contágio do HIV, no caso de cópula vaginal, mas também afirma que o uso do preservativo é indispensável.[5][6]

Depois do corte do cordão umbilical – a onfalotomia – a circuncisão talvez seja o mais antigo tipo de cirurgia.[carece de fontes?] O termo circuncisão deriva da junção de 2 palavras latinas, circum e cisióne, e significa literalmente "cortar ao redor". Atualmente, a circuncisão masculina ainda é praticada em muitos lugares da Terra como ritual religioso e também social por vários povos, tais como judeus e muçulmanos. No século XIX e princípio do século XX, no mundo ocidental, em muitos casos a circuncisão médica tinha como motivação principal a prevenção da masturbação, pois o prepúcio é um tecido erógeno. A partir de meados do século XX, a circuncisão tornou-se uma prática médica vulgar, especialmente nos Estados Unidos da América, onde se estima que entre 0,1 e 0,2% dos homens sejam circuncidados.[carece de fontes?] No entanto, a sua frequência reduziu-se progressivamente, pois hoje a prática regular de hábitos de higiene genital, que têm o mesmo efeito da circuncisão, se tornou cada vez mais comum.

Origens e fatores culturais da circuncisão

Ficheiro:Egypt circ.jpg
Relevo da VI dinastia ilustrando a circuncisão no Antigo Egipto.

Um motivo possível para o início da circuncisão masculina era para distinção entre povos. Em muitas culturas, a circuncisão no início da puberdade é encarada como um ritual de passagem - que marca o início da adolescência e a entrada do rapaz na vida adulta. Serve ainda como um sinal permanente de identificação como prova de iniciação num grupo social ou religioso.

Circuncisão na cultura judaica

Ver artigo principal: Brit milá

Embora alguns acreditem que os hebreus tenham assimilado a prática da circuncisão dos egípcios, não há evidencias consistentes que apoiem essa teoria, o mais provável é que os próprios hebreus tenham, em suas raízes mais remotas da época patriarcal, inserido tal prática em seus costumes de maneira independente a quaisquer outros povos, sendo mantenedores dessa tradição em suas práticas religiosas até a presente época.

No Antigo Israel, a circuncisão tinha-se de ser realizada no 8.º dia do nascimento. Tem o sentido de um sinal da aliança entre Deus e Abraão e seus descendentes e um rito de inserção no povo eleito. Deus terá tornado obrigatória a prática da circuncisão masculina para Abraão, um ano antes de nascer Isaque. Todos homens na casa de Abraão, tanto dos seus descendentes como dos dependentes, estavam incluídos, e todos os seus escravos receberam em si este "sinal do pacto" onde entregavam a Deus a sua aliança de carne (anel prepucial) mostrando a reciprocidade deste ato de em seu corpo (levítico).

A desconsideração deste requisito era punível com a morte. A circuncisão torna-se um requisito obrigatório na Lei dada a Moisés. (Levítico 12:2, 3) Isto era tão importante que, se o 8º dia caísse no dia de Sábado, teria-se de realizar a circuncisão. No 1º Século da EC, entre os judeus, era costume social dar nome ao recém-nascido do sexo masculino quando era circuncidado. Mas os profetas do Antigo Testamento mostravam ser mais importante do que a circuncisão literal, é a circuncisão figurativa ou no "circuncisão do coração". (Deuteronômio 10:16; 30:6; Jeremias 4:4; 9:25) Os judeus que não eram sensíveis às palavras dos profetas, são chamados figurativamente de "incircuncisos". (Jeremias 6:10; Atos 7:10)

Influência da cultura grega

A influência da cultura grega começou a predominar no Médio Oriente, e muitos povos abandonaram a circuncisão. Mas, quando o rei sírio Antíoco IV Epifânio proscreveu a circuncisão, ele encontrou mães judias dispostas antes a morrer do que a negar aos seus filhos o "sinal do pacto". Anos mais tarde, o imperador romano Adriano (117-138) obteve a mesma atitude quando proibiu aos judeus circuncidar seus recém-nascidos. Alguns atletas judeus, que desejavam participar dos jogos helenísticos, esforçavam-se a se tornar "incircuncisos" por meio de uma operação destinada a restabelecer certa semelhança de prepúcio, no empenho de evitar zombaria e ridículo.

Sempre no oitavo dia

"Com base na consideração das determinações de vitamina K e de protrombina, o dia perfeito para se realizar uma circuncisão é o oitavo dia". (citação de "Nenhuma Dessas Doenças", Dr. S. I. McMillen, 1986, pág. 21, em inglês) Seguir esta regra ajudava a evitar o perigo de uma grande hemorragia A circuncisão era usualmente feita pelo chefe de família. Em tempos posteriores, usava-se uma pessoa treinada para esta operação. Deus colocou esse ato para distinguir o seu povo de outros povos,sendo que o homem deveria obedecer ao mandado Dele. Também como higiene para poupar seu povo de indesejáveis doenças e tornou isso como prática de .

A circuncisão de Jesus

Ver artigo principal: Controvérsia da circuncisão
A circuncisão de Jesus.

De acordo com a Bíblia, completados os oito dias que determina a tradição judaica, Jesus Cristo foi apresentado ao templo de Jerusalém por sua família para ser circuncidado, quando então foi abençoado por Simeão e Ana. O prepúcio retirado de Jesus é conhecido como prepúcio sagrado, considerada uma relíquia ao longo da história, tendo sua posse sendo clamada ou contestada por diversas igrejas e catedrais. Há vários milagres e poderes atribuídos a esta relíquia sendo muito cobiçada no período medieval.

A circuncisão e o cristianismo

Com a fundação do Cristianismo, a circuncisão deixou de ser um requisito religioso obrigatório para os cristãos judeus, embora não fosse expressamente proibida. (Atos 15:6-29) A perspectiva da Igreja Católica é contrária à circuncisão (rito judaico) desde seus primeiros dias. Conforme o Papa Eugênio IV oficializou na Bula de União com os Coptas, de 1442, a Igreja manda a todos os seus fiéis que

"…não pratiquem a circuncisão, seja antes ou depois do baptismo, pois ponham ou não sua esperança nela, ela não pode ser observada sem a perda da salvação eterna".[7]

Circuncisão como medida profilática

Circuncisão no mundo.

Os defensores da circuncisão afirmam que existe um valor prático na circuncisão masculina, como um ato médico.[carece de fontes?] Como uma medida de higiene, há quem defenda que seja útil para impedir a acumulação de uma secreção genital chamada esmegma, no espaço entre a glande e o prepúcio que a recobre.[carece de fontes?] Se o esmegma não for removido, torna-se um mal cheiroso campo de cultivo de bactérias que causam grande irritação e é foco de infecções.[carece de fontes?] É realizada em certos casos de fimose, parafimose ou quando a glande masculina não pode ser libertada. Para estes últimos casos, existe como alternativa à circuncisão, uma terapia local de creme esteroide que parece ser eficaz; e mesmo quando esta falha, há ainda a prepucioplastia, uma cirurgia que corrige o prepúcio sem removê-lo.

No entanto, recentes estudos mostram que a circuncisão pode ajudar a prevenir infecções nos rins e nas vias urinárias. Outros estudos[8] mostram que os homens incircuncisos têm mais probabilidade de contrair infecções por via sexual do que os homens circuncidados, inclusive de contrair o vírus do HIV. Sugere-se como um possível motivo que o prepúcio proporciona um ambiente tépido, úmido, que dá ao agente infeccioso mais tempo de sobrevivência e oportunidade para infiltração no organismo. De acordo com notícia publicada no site do jornal brasileiro Folha de São Paulo[3], casos de infecção caíram 50% em teste na África e estudos foram interrompidos após benefício se mostrar tão evidente. Por se tratar de uma proteção parcial, não se dispensa o uso do preservativo.

Ver também

Referências

Ligações externas

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