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Foi também sob o mando do governo Fleury que aconteceu o massacre no presídio do Carandiru, onde morreram 111 presos.  O então governador, em testemunho no júri, legitimou a ordem, pois “existiam pessoas que estavam matando umas as outras. A polícia não pode se omitir”. No entanto, apenas 9 foram assassinados com arma branca (facas ou estiletes), por outros presos, e a PM matou 102 para evitar mais mortes.
Foi também sob o mando do governo Fleury que aconteceu o massacre no presídio do Carandiru, onde morreram 111 presos.  O então governador, em testemunho no júri, legitimou a ordem, pois “existiam pessoas que estavam matando umas as outras. A polícia não pode se omitir”. No entanto, apenas 9 foram assassinados com arma branca (facas ou estiletes), por outros presos, e a PM matou 102, o que evidenciou o massacre, afastando a tese de legítima defesa.


==Denúncias==
==Denúncias==

Revisão das 00h58min de 5 de outubro de 2017

Luiz Antônio Fleury Filho
Luiz Antônio Fleury Filho
29.º Governador de São Paulo
Período 15 de março de 1991
até 1 de janeiro de 1995
Vice-governador Aloysio Nunes
Antecessor(a) Orestes Quércia
Sucessor(a) Mário Covas
Deputado Federal por São Paulo
Período 1 de fevereiro de 1999
até 1 de fevereiro de 2007
(2 mandatos consecutivos)
Secretário de Segurança Pública de São Paulo
Período 16 de março de 1987
até 22 de março de 1990
Governador Orestes Quércia
Antecessor(a) Eduardo Augusto Muylaert Antunes
Sucessor(a) Antônio Claudio Mariz de Oliveira
Dados pessoais
Nascimento 30 de março de 1949 (75 anos)
São José do Rio Preto, SP, Brasil
Nacionalidade brasileiro
Primeira-dama Ika Fleury
Partido PMDB
Profissão Professor e promotor

Luiz Antônio Fleury Filho (São José do Rio Preto, 30 de março de 1949) é um político brasileiro, ex-governador do Estado de São Paulo, Promotor de Justiça e professor universitário.

Biografia

Foi aluno da Academia de Polícia Militar de São Paulo onde chegou ao posto de tenente. Formou-se em Direito pelas Faculdades Metropolitanas Unidas, em 1972, passando a atuar como professor universitário e promotor de justiça, já em 1973. Foi professor de Direito Penal na mesma FMU e também em cursinhos especializados.[1]

Exerceu atividades no Ministério Público até 1987, tornando-se uma das suas principais lideranças ainda muito jovem. Chegou a ser presidente do Conselho Nacional do Ministério Público, por três mandatos sucessivos e da Associação Paulista do Ministério Público.[1] Em 87, passou a ocupar o cargo de Secretário de Segurança Pública do governo Orestes Quércia, criando grupos especiais de ação na Polícia Militar (como o radio-patrulhamento padrão), investindo na Polícia Civil (com forte combate à corrupção na corporação).[carece de fontes?] Deu a ordem para a invasão do presídio do Carandiru em 1992, que resultou na morte de 111 presos, conhecido como Massacre do Carandiru.

Fleury não tem parentesco nenhum com o antigo delegado Sérgio Fleury.[2]

Governo

Em 1990, sob a legenda do PMDB, Fleury foi eleito governador. Uma eleição difícil contra nomes conhecidos como Mario Covas e Maluf, a primeira em dois turnos para o governo de São Paulo. O segundo turno foi contra Paulo Maluf. Fleury venceu. Em sua gestão, deu continuidade a obras públicas do governo anterior, destacando-se a Hidrovia Tietê - Paraná, que viabilizou a navegação até o sul de Goiás, a partir do sistema de eclusas da Usina Hidrelétrica de Nova Avanhandava e do Canal Pereira Barreto, o que barateou o transporte de alimentos no estado e ajudou a desenvolver a região. Construiu o complexo de aproveitamento múltiplo Mogi Guaçu e deu prosseguimento ao complexo de Canoas.

Durante seu governo, Fleury iniciou o Projeto Tietê, uma série de iniciativas com a intenção de despoluir o Rio Tietê, na Região Metropolitana de São Paulo. O governo do Estado, por meio da empresa estatal de saneamento – Sabesp –, conseguiu um empréstimo junto a organismos internacionais, principalmente o banco japonês JBIC, mas o empréstimo só foi liberado pelo Governo Federal de fato no governo seguinte, o de Mário Covas, aliado do governo.

Foi também sua iniciativa de buscar melhorias no transporte ferroviário do metropolitano de SP, quando esteve em Brasília, com então presidente Itamar Franco e solicitando a tomada da administração das mãos da CBTU (FEDERAL) para comando do governo do estado. Logo a seguir foram estudadas as possibilidades de se criar uma nova empresa de transportes ferroviários, vindo então a ser criada a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, com a colaboração do hoje Senador, outrora Secretário dos Transportes Metropolitanos, Aloysio Nunes Ferreira, em 1994. Hoje é a maior e mais moderna companhia ferroviária do Brasil, englobando inclusive a tradicional FEPASA (Ferrovia Paulista S/A).

Durante seu governo, conviveu com 3 moedas diferentes, dois Presidentes da República, oito Ministros da Fazenda, diversos planos econômicos e até o impeachment de Fernando Collor.

Uma de suas últimas obras entregues foi a Rodovia Carvalho Pinto.

Foi autor do maior projeto habitacional da história do país até então. O programa habitacional do seu governo registrou um recorde histórico: construiu mais casas populares do que todas as administrações anteriores. Foram investidos recursos da ordem de US$ 1 bilhão, viabilizando a construção de 250 mil moradias. Também foi autor do maior plano de saneamento básico de São Paulo. Diminui a mortalidade infantil no estado a níveis nunca vistos. As Campanhas de Vacinação conseguiram índice de cobertura de 97,1% e o trabalho de imunização contra a poliomielite garantiu ao Estado de São Paulo um prêmio da Fundação Meriéux de Paris. Quando assumiu o governo, a segurança era a quinta preocupação da população do estado. Ao deixar o governo, segurança tinha caído para a oitava posição, voltando a ser a primeira no segundo ano de mandato do governo que o sucedeu.

Na educação, o projeto das "escolas-padrão" nasceu do trabalho de 100 conceituados educadores e representantes da sociedade convocados a sugerir medidas para melhorar o nível de ensino. Em quatro anos, de uma rede de 6,7 mil escolas, 2.225 delas foram transformadas em padrão, ganhando também autonomia pedagógica e financeira. Uma caixa de custeio, onde se somavam recursos do Estado e doações da comunidade e empresas, permitia, de forma ágil e sem burocracia, a aquisição de mobiliário e equipamentos, manutenção do prédio, reforço da merenda e contratação de serviços.

Apesar de ter feito um governo com fortes e profundos investimentos sociais, o governo Fleury Filho contraiu inúmeras dívidas durante sua gestão e quebrou o estado de São Paulo. Isso, inclusive, foi plataforma de campanha publicitária do governo de Mário Covas em seu início.

Carandiru

Foi também sob o mando do governo Fleury que aconteceu o massacre no presídio do Carandiru, onde morreram 111 presos.  O então governador, em testemunho no júri, legitimou a ordem, pois “existiam pessoas que estavam matando umas as outras. A polícia não pode se omitir”. No entanto, apenas 9 foram assassinados com arma branca (facas ou estiletes), por outros presos, e a PM matou 102, o que evidenciou o massacre, afastando a tese de legítima defesa.

Denúncias

Banespa

O final de seu mandato também foi marcado pela intervenção do Banco Central no Banespa, que, à época, era o maior banco estadual do Brasil. Intervenção feita no último dia de seu mandato.

Prisão de delegados-gerais da Polícia Civil

A justiça de São Paulo condenou a dezesseis anos de prisão por peculato dois ex-delegados-gerais da Polícia Civil do Estado de São Paulo : Álvaro Luz Pinto e Luís Paulo Braga Braun. Segundo o Ministério Público de São Paulo os réus se envolveram em fraude em licitações. A sentença proferida pelo juiz Edison Aparecido Brandão só se refere ao crime de peculato, acontecido na cidade de Barão de Antonina, onde foram desviados cerca de US$ 657 mil.[3]

Os dois delegados trabalharam no Governo Fleury e no Governo Quércia.

Fleury foi convocado a participar do processo de defesa como testemunha.[3]

Os delegados alegaram ser inocentes e ainda podem recorrer da sentença.[3]

Eletropaulo

O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo relacionou um funcionário do Governo Estadual por irregularidades na construção da sede da Eletropaulo. A obra, que foi realizada pela construtora Andrade Gutierrez, e pode ter causado prejuízos ao estado. É um dos maiores focos de irregularidades que se tem notícia no relacionamento entre uma empreiteira e o poder público, segundo o conselheiro do TCE/SP Antônio Roque Citadini, responsável pelas investigações.[4]

A obra teve seu contrato assinado em 27 de marco de 1991 pelo presidente da estatal Alfredo Almeida Júnior que meses depois perderia o cargo por irregularidades administrativas. Almeida Júnior foi denunciado pelo Ministério Público por enriquecimento ilícito.[4]

A justiça chegou a decretar a prisão de Almeida Júnior, que mais tarde conseguiu um habeas corpus.[4]

Deputado federal

Após o término de seu governo, transferiu-se para o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB]), partido pelo qual se elegeu deputado federal em 1998 e 2002. Não conseguiu se reeleger em 2006.

Atualidade

Afastado de cargos públicos e disputas eleitorais, em 2011 retornou ao PMDB, partido que havia deixado após brigas com seu ex-padrinho político, Orestes Quércia.

Referências

  1. a b «Dr. Luiz Antonio Fleury Filho». Secretaria da Segurança Pública de SP. Consultado em 12 de dezembro de 2016 
  2. Percival de Souza (13 de dezembro de 2010). «O porão de Fleury». Época. Consultado em 12 de dezembro de 2016 
  3. a b c Alexandre Hisayasu (6 de dezembro de 2005). «Ex-chefes da polícia são condenados à prisão em São Paulo». Folha online. Consultado em 12 de dezembro de 2016 
  4. a b c «TCE liga Fleury a obra irregular de estatal». Citadini.com.br. Consultado em 12 de dezembro de 2016 

Precedido por
Orestes Quércia
Governador do Estado de São Paulo
1991 — 1995
Sucedido por
Mário Covas