Saltar para o conteúdo

Marianne Steinbrecher

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Marianne Steinbrecher
campeã olímpica
Marianne Steinbrecher
Mari durante o Grand Prix de 2012.
Voleibol
Nome completo Marianne Steinbrecher
Apelido Mari
Modalidade Voleibol indoor
Nascimento 23 de agosto de 1983 (41 anos)
São Paulo, SP
Nacionalidade brasileira
Compleição Peso: 70 kg • Altura: 1,88 m
Clube Brasil Fluminense FC
Medalhas
Competidora do Brasil
Jogos Olímpicos
Ouro Pequim 2008 Equipe
Campeonatos Mundiais
Prata Japão 2006 Equipe
Grand Prix
Ouro Reggio Calabria 2004 Equipe
Ouro Reggio Calabria 2006 Equipe
Ouro Yokohama 2008 Equipe
Ouro Tóquio 2009 Equipe
Prata Ningbo 2010 Equipe
Prata Ningbo 2012 Equipe
Copa dos Campeões
Prata Japão 2009 Equipe
Jogos Pan-Americanos
Ouro Guadalajara 2011 Equipe
Prata Rio de Janeiro 2007 Equipe
Competidora de Osasco
Torneio Top Volley
Ouro Basileia 2004 Equipe
Ouro Basileia 2014 Equipe
Salonpas Cup
Ouro Fortaleza 2002 Equipe
Ouro São Paulo 2005 Equipe
Campeonato Sul-Americano
Prata Osasco 2015 Equipe
Competidora do Pesaro
Copa CEV
Ouro Belgrado 2008 Equipe

Marianne Steinbrecher, mais conhecida como Mari (São Paulo, 23 de agosto de 1983), é uma jogadora de vôlei brasileira. Atua como ponta e oposto. Atualmente, joga pelo Fluminense.[1][2]

Nascida em 23 de agosto de 1983, Mari é descendente de russos e alemães.[3] Apesar de ter nascido em São Paulo, morou e começou sua carreira na cidade de Rolândia no Paraná. Por crescer demais na adolescência, Mari começou a ficar encurvada e recebeu a orientação médica de que deveria praticar algum esporte para corrigir a postura. Mas as primeiras opções dela não eram o vôlei, e sim o futebol ou o basquete. Quis o destino, porém, que Mari seguisse para o vôlei, já que em Rolândia havia apenas time feminino deste esporte. Além do que, a mãe da jogadora, dona Gisela, por gostar de voleibol, também incentivou a filha nesse caminho. Mari começou a jogar sem muitas pretensões, porém seu treinador viu que a menina de 14 anos tinha vocação e pediu empenho à atleta. Mudou-se para Londrina para atuar no Grêmio Londrinense. Lá ela jogava como meio-de-rede, muito por causa de sua altura. Sua dedicação ao esporte trouxe uma oportunidade em São Paulo, em um time de ponta, o então BCN/Osasco.

No novo time, ainda nas categorias de base, atuou como atacante de extremidade, mais especificamente como oposta. Sua primeira oportunidade de titular no time profissional de Osasco foi no Campeonato Paulista de vôlei de 2003, quando as então principais jogadoras estavam com a seleção brasileira. Mari se destacou tanto que acabou ganhando uma vaga no time titular, jogando como oposta, na Superliga 2003/2004. Acabou o campeonato sendo eleita maior pontuadora, melhor atacante e jogadora revelação daquela temporada. Sua bela atuação pelo clube rendeu-lhe uma convocação para seleção brasileira adulta. Mari jogou ao lado de grandes jogadoras, como Fernanda Venturini, Virna Dias e Érika Coimbra, porém, mesmo sendo a menos experiente do grupo, foi o grande destaque brasileiro na conquista do Grand Prix de 2004 e nos Jogos Olímpicos de Atenas (a entrada de Mari na seleção acabou tirando a experiente jogadora Leila Barros da Olimpíada daquele ano, já que as duas atuavam na mesma posição). Na semifinal contra a Rússia, marcou 37 pontos, se tornando a jogadora que mais pontuou em uma partida de uma olimpíada.[4] A partida, no entanto, foi vencida pela seleção russa, e a seleção brasileira ficou em quarto lugar no torneio, perdendo a disputa de terceiro lugar para Cuba.

No ano de 2005, depois do fracasso na Olimpíada de 2004, a seleção brasileira foi renovada. Mari foi inserida no novo grupo, que contou e conta, atualmente, com jogadoras mais jovens como Fabiana Claudino, Paula Pequeno, Jaqueline Carvalho, Sheilla Castro e outras. Durante a temporada com a seleção, mais precisamente às vésperas do Grad Prix de 2005, Mari foi submetida a uma cirurgia no ombro, que a incomodava desde muito tempo (a jogadora convivia com dores no ombro, tomando remédios e fazendo diversos exercícios para conter a dor). Os medicamentos eram tão parte da vida de Mari, que ela chegou a colocar o nome de um deles em sua cachorra, a Bextra. Porém, a atleta contribuiu, até onde pôde, para a conquista dos seis campeonatos disputados durante o ano de 2005. Em 2006, já recuperada, Mari mais uma vez foi convocada para seleção, contribuindo entre as conquistas mais importantes para o hexa campeonato do Grand Prix e para a medalha de prata no Campeonato Mundial de 2006. Jogou no clube italiano Scavollini Pesaro, ao lado da também brasileira Sheilla Castro, no qual era treinada pelo técnico da seleção feminina brasileira, José Roberto Guimarães.

Convocada para a Seleção Brasileira de Vôlei para a Olimpíada de Pequim 2008, sagrou-se campeã vencendo o time dos Estados Unidos na grande final por 3 sets a 1, levando sua primeira medalha de ouro. Ainda chateada pelas críticas de 4 anos antes, nos Jogos Olímpicos de Atenas na Grécia, Mari comemorou fazendo um gesto de "cala a boca" aos críticos devido a sua grande atuação e declarou: "Agora, vão ter que nos aplaudir. E de pé". Por esse gesto, a jogadora chegou a receber alguns comentários repreensivos, mas ela declarou, posteriormente, não se arrepender do que fez. Pelo contrário, ela acha que o gesto "doeu em quem tinha que doer".[5].

Retornou ao vôlei brasileiro para defender o time do São Caetano/Blausiegel, onde jogou durante as temporadas de 2008/2009 e 2009/2010. Além de Mari, o São Caetano contava com as também campeãs Olímpicas Sheilla e Fofão (as três eram conhecidas como o "trio de ouro" do São Caetano). No entanto, teve que deixar o time do ABC paulista, em 2010, depois de anunciado o fim do patrocínio da empresa de medicamentos, Blausiegel, que bancava o trio olímpico, sem ter conquistado nenhum título expressivo, atingindo apenas o 3º lugar da Superliga de vôlei em ambas as temporadas. Foi então contratada pelo time carioca Unilever, comandado pelo técnico super campeão Bernardinho, para a temporada 2010/2011.

Depois das Olimpíadas de Pequim, no ano de 2009, Mari foi novamente convocada pela seleção brasileira, ganhando quase todos os campeonatos que disputou naquele ano, incluindo o Grand Prix 2009 e o campeonato continental classificatório para o Mundial do Japão de 2010, restando apenas a Copa dos Campeões, vencida pela Itália. No ano seguinte, foi reconvocada, porém, na fase final do Grand Prix de 2010 (em Ningbo, na China). Mari, quando desceu do bloqueio triplo, durante a partida contra a seleção da Polônia, sofreu uma entorse no joelho direito, ficando de fora do resto da competição. A jogadora ainda manteve esperanças até o fim de que a entorse não teria causado uma lesão mais grave. No entanto, de volta ao Brasil, ela passou por uma artroscopia que apontou o rompimento total do ligamento cruzado do joelho direito, o qual foi reconstituído durante este mesmo procedimento. Com isso, Mari teve que adiar novamente o sonho de ser campeã Mundial, pois foi obrigada a ficar parada por 6 meses em recuperação, com previsão de volta para o segundo turno da Superliga nacional de vôlei.

A seleção brasileira conquistou o 2º lugar no campeonato Mundial de 2010, e durante a cerimônia de premiação, Mari foi homenageada pelas suas companheiras, assim como a também cortada por lesão Paula Pequeno. Sheilla segurou a camisa com o nome e número de Mari no pódio, enquanto Adenízia segurou a de Paula, para representar que as duas também faziam parte do grupo.

Depois de quase 6 meses de fisioterapia, em fevereiro de 2011, foi anunciada a volta de Mari às quadras para o jogo do Unilever contra o Usiminas/Minas, pela 4ª rodada do returno da Superliga feminina, que ocorreria no dia 17 de fevereiro de 2011. Apesar de que Mari foi relacionada para o jogo, e a expectativa da torcida era grande para vê-la, finalmente, entrando para jogar. A número 7 do time carioca teve que aguardar mais um pouco, pois Mari assistiu a toda a partida do banco de reservas, sem entrar nenhuma vez. Dois dias depois, no entanto, no jogo contra o BMG Mackenzie, válido pela 5º rodada, sem que ninguém esperasse, o técnico Bernardinho resolveu colocar Mari entre as 7 titulares, e deixou a ponteira em quadra durante os três sets da vitória do Unilever por 3x0, na qual Mari fez 8 pontos. Nas rodadas seguintes, Bernardinho também manteve Mari entre as titulares do time, com o intuito de que a jogadora ganhasse ritmo de jogo antes dos play-offs da Superliga, que começaram em março.

Mostrando uma ótima recuperação, e tendo atuações surpreendentes para quem passou quase 6 meses sem jogar, Mari jogou toda a fase final da Superliga 2010/2011, ganhando inclusive, o prêmio de melhor jogadora de uma das duas partidas das quartas de final, bem como de uma das semifinais, levando o Unilever à grande final, na qual enfrentou a equipe do Sollys/Osasco. Com outra bela atuação de Mari, o time carioca saiu vencedor do confronto e a jogadora voltou a ser campeã da Superliga, tornando-se tetracampeã. (temporadas 2002/2003, 2003/2004, 2004/2005 e 2010/2011).

Depois de ter conquistado o título pela equipe carioca, Mari renovou o contrato com o Unilever para a temporada 2011/2012. Porém, desta vez, a atleta apresentou atuações oscilantes, com bons e maus momentos, e a equipe do Unilever acabou ficando em segundo lugar, perdendo a final para o rival Solly/Osasco.

Na seleção, a ponteira apresentou a mesma falta de regularidade da Superliga. A junção da má fase técnica e o período de recuperação de uma cirurgia no ombro culminou na inconsistência de Mari para atuar na ponta, onde deveria realizar a recepção de saque e ainda atacar.[3] Dada sua importância para a seleção, foi reaproveitada na posição de oposto, onde a única preocupação seria atacar. Mesmo com a mudança, ela não conseguiu atender às expectativas do técnico, que acabou por cortá-la dos Jogos Olímpicos de Londres, onde a seleção sagrou-se bicampeã.

Na temporada 2014/2015, Mari jogou pela equipe do Osasco, onde já havia atuado anteriormente por sete anos.[6] Na temporada 2015/16 foi para a Indonésia jogar no Jakarta Pertamina Energi.[7] Em 2016, acertou seu retorno ao Brasil para jogar no Vôlei Bauru na temporada 2016/17.[2]

Características

[editar | editar código-fonte]

Mari sempre foi uma jogadora de característica ofensiva. Joga como ponta-passadora (o mesmo que ponta ou ponteira), atacante que atua pela entrada-de-rede e é uma das responsáveis pela recepção de saque da equipe (junto com a outra ponta e a líbero), mas fez atuações majestosas na saída-de-rede, atuando como oposta. E, nessa posição, fez suas melhores partidas, tanto na seleção brasileira, quanto no seu antigo clube, Finasa/Osasco. Também é uma bloqueadora excelente, além de ter um saque viagem muito eficiente (contudo, atualmente a jogadora vem optando por um saque mais balanceado). Na temporada de 2006, Mari foi deslocada para posição de ponta na seleção, e a partir daí, começou um intenso treinamento de fundamentos defensivos como recepção e defesa. No clube onde joga, Mari foi contratada como ponteira. Mas, na seleção, a atleta também poderá ser usada na função de oposta, visto que no grupo brasileiro existem jogadoras que podem exercer ambas as funções. Mesmo sendo reconhecidamente uma jogadora de características ofensivas, Mari liderou as estatísticas de recepção da Olimpíada de Pequim durante boa parte do campeonato, terminando em 6º, a melhor posição de uma brasileira. Chegou a declarar que, por não ser uma ponteira nata, tem que treinar constantemente o fundamento recepção para garantir um bom desempenho.

Quando despontou para a fama e o reconhecimento profissional, Mari foi apontada como a maior revelação do vôlei nacional depois de Ana Moser (principalmente após a bela passagem pela seleção adulta). Porém, a atleta atuava como oposto, diferentemente de Ana, que jogava na ponta. Muitos crêem, agora que Mari está jogando na entrada-de-rede, que a mais nova ponteira tenha condições de alcançar o posto de sucessora da eterna nº 2 da seleção brasileira, obtendo a titularidade no time e destaque internacional.

Mari está em um relacionamento com a estudante de educação física, modelo manequim, atriz de novela, cantora, professora de Yoga, Barman e DJ Sintia Valeria.[8]

Clube País De Até
Fluminense FC  Brasil 2020
Volêi Bauru  Brasil 2016 2017
Neruda Volley  Itália 2015 2016
Jakarta Pertamina Energi[7] Indonésia 2015 2016
Molico/Osasco  Brasil 2014 2015
Banana Boat/Praia Clube  Brasil 2013 2014
Fenerbahçe SK  Turquia 2012 2013
Unilever Vôlei/Rio de Janeiro  Brasil 2010 2012
São Caetano E.C./Blausiegel  Brasil 2008 2010
Pesaro  Itália 2006 2008
Finasa/Osasco  Brasil 2003 2006
BCN/Osasco  Brasil 2000 2003
Grêmio Londrina  Brasil 1999 2000
Rolândia Faccar  Brasil 1998 1999

Principais conquistas

[editar | editar código-fonte]

Seleção Brasileira

[editar | editar código-fonte]

Unilever Vôlei/Rio de Janeiro:

São Caetano/Blausiegel

  • 3º lugar da Superliga (2009/2010)
  • Campeã dos Jogos Abertos do Interior (2009)
  • 3° lugar da Superliga (2008/2009)
  • Vice campeã da Copa Brasil de Vôlei (2008)

BCN/Finasa/Osasco:

  • Pentacampeã Paulista (2002, 2003, 2004, 2005 e 2014)
  • Tricampeã da Superliga (02/03, 03/04, 04/05)
  • Bicampeã da Salonpas Cup (2002 e 2005)
  • Bicampeã do Torneio da Basileia (2004 e 2014)

Scavolini Pesaro:

  • Campeã da Copa CEV (2008)
  • Campeã da Liga Italiana Feminina de Vôlei (07/08)
  • Quarto Lugar na Liga Italiana Feminina de Vôlei (06/07)
  • Campeã da Supercopa da Itália (2006)

Pinheiros/Blausiegel:

  • Campeã da Copa São Paulo (2006)

Pela Seleção Brasileira

[editar | editar código-fonte]
  • Melhor atacante e MVP - Copa Pan Americana (2006)
  • MVP - Grand Prix de Vôlei (2008)[9]
  • Melhor atacante - Sul Americano de Vôlei (2011)

Finasa/Osasco:

  • Melhor atacante, maior pontuadora e revelação - Superliga (03/04)
  • Melhor saque - Superliga (04/05)
  • Melhor saque - Torneio da Basiléia (2004)

Referências

  1. «Fluminense confirma chegada da campeã olímpica Mari para a Superliga». Olimpíada Todo Dia. 5 de novembro de 2020. Consultado em 4 de janeiro de 2021 
  2. a b «Olympic Champion Mari Back In The Game». FIVB. 5 de novembro de 2020. Consultado em 4 de janeiro de 2021 
  3. a b «MARI». G1. Globo Esporte.com. Consultado em 11 de fevereiro de 2015 
  4. «A Federação Internacional de Vôlei (FIVB) divulgou a lista das maiores pontuadoras em uma única partida das Olimpíadas. E uma jogadora brasileira é a recordista: Mari Steinbrecher.». Torcedores | Notícias sobre Futebol, Games e outros esportes. 7 de agosto de 2016. Consultado em 4 de janeiro de 2021 
  5. «Entrevista»  da jogadora após a conquista do ouro na Olimpíada de Pequim, em 2008
  6. «Osasco confirma retorno e apresenta Mari após sete anos». Terra. Consultado em 4 de janeiro de 2021 
  7. a b «Mari anuncia que vai para o voleibol da Indonésia». Melhor do Vôlei. 23 de janeiro de 2016. Consultado em 22 de setembro de 2016. Cópia arquivada em 22 de setembro de 2016 
  8. «Jogadora de vôlei Mari recebe declaração de amor da namorada: 'Você e eu sempre'». Extra. 18 de janeiro de 2019. Consultado em 25 de março de 2019. Cópia arquivada em 18 de janeiro de 2019 
  9. «Brazil claim seventh World Grand Prix title». CHINA.ORG.CN. Consultado em 4 de janeiro de 2021 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]