Mateja Kežman
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Kežman em 2009 | ||
Informações pessoais | ||
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Nome completo | Mateja Kežman | |
Data de nascimento | 12 de abril de 1979 (46 anos) | |
Local de nascimento | Belgrado, Iugoslávia | |
Altura | 1,82 m | |
Pé | ambidestro[1] | |
Informações profissionais | ||
Clube atual | aposentado | |
Posição | atacante | |
Clubes de juventude | ||
1986–1996 | Zemun | |
Clubes profissionais | ||
Anos | Clubes | Jogos e gol(o)s |
1996–1997 1997 1998 1998–2000 2000–2004 2004–2005 2005–2006 2006–2008 2008–2009 2009–2010 2009 2011 2011 2012 |
Radnički Pirot Loznica Smederevo Partizan PSV Eindhoven Chelsea Atlético de Madrid Fenerbahçe → Paris Saint-Germain (emp.) Paris Saint-Germain → Zenit São Petersburgo (emp.) South China BATE Borisov South China |
13 (5) 14 (4) 54 (33) 122 (105) 24 (4) 30 (8) 46 (20) 21 (3) 14 (2) 10 (2) 6 (2) 6 (0) 0 (0) | 17 (11)
Seleção nacional | ||
1996 1996–1997 1998–2000 2000–2002 2003–2006 |
Iugoslávia Sub-18 Iugoslávia Sub-21 Iugoslávia Sub-23 Iugoslávia Sérvia e Montenegro |
4 (4) 27 (9) 22 (8) | 8 (1)
Mateja Kežman (em sérvio: Матеја Кежман; Belgrado, 12 de abril de 1979) é um ex-futebolista sérvio que atuava como atacante.
Carreira
[editar | editar código-fonte]Partizan e PSV Eindhoven
[editar | editar código-fonte]Desde 1996, já servia as Seleções de base da então República Federal da Iugoslávia, entre Sub-18, Sub-21 e Sub-23.[2] Após passar por quatro clubes locais, despontou no Partizan. Em duas temporadas, foi campeão iugoslavo na primeira (1998-99) e artilheiro da segunda (1999–2000), na qual foi eleito também o melhor jogador do torneio - vindo a estrear em maio de 2000 pela Seleção Iugoslava adulta. Na ocasião, marcou gol em vitória de 2–0 sobre a China,[1] acabando por ser convocado à Eurocopa daquele ano mesmo sem ter participado das Eliminatórias; o veterano Dejan Savićević, lesionado no mesmo mês, pedira ele próprio dispensa da convocação para dar oportunidade a mais jovens.[3]
Na Euro, contudo, Kežman ficou marcado negativamente ao ser expulso apenas 90 segundos depois de entrar em campo, na segunda rodada, contra a Noruega.[4][5] Recuperou-se com o desempenho no PSV Eindhoven, clube para o qual veio a se transferir; já em sua primeira temporada, foi artilheiro do Campeonato Neerlandês, com 24 gols em 33 jogos.[1]
Ao todo, foram 105 gols em 122 partidas pelo PSV na Eredivisie,[6] e 129 gols em 176 jogos no geral.[7] Ágil e ambidestro,[1] empreendeu recordada dupla ofensiva com Arjen Robben.[8] Ela chegou a ser apelidada de Batman & Robin,[9] em trocadilho com o sobrenome do colega: Kežman era o Batman, a ponto do tema musical do personagem ser utilizado no sistema de som do Philips Stadion a cada gol marcado pelo sérvio.[1]
Em paralelo, porém, chegava a anunciar sua retirada da seleção: ainda em 2001, a Iugoslávia deixou de se classificar-se à Copa do Mundo FIFA de 2002, eliminada no grupo com Rússia e Eslovênia;[10] para Kežman, o estopim foi empate em 2–2 com o Azerbaijão em fevereiro de 2003, a tornar complicadas as chances de classificação à Eurocopa 2004.[11][12] Aquela foi precisamente a primeira partida da Sérvia e Montenegro, nome novo que o país oficializara na véspera.[13][14] A nova Seleção Servo-Montenegrina, de fato, não iria àquela Euro.[15]
Ele justificava sua decisão pelo contraste de qualidade que sentia entre a seleção e o PSV,[11] onde chegava a ter números melhores que os de Robben.[16] O sérvio foi artilheiro da Eredivise novamente nas temporadas de 2002–03,[1] sendo campeão na última rodada,[17] e de 2003–04.[1] A dupla Kežman e Robben terminou contratada conjuntamente pelo Chelsea, em meados de 2004.[18][19]
Com destaque apenas na Seleção
[editar | editar código-fonte]Kežman integrou temporada na qual o Chelsea encerrou cinquenta anos sem vencer a primeira divisão inglesa, desde aquele que era precisamente a primeira e ainda única conquista dos Blues no torneio.[19] Mesmo participando de todas as 38 rodadas da campanha campeã na Premier League,[7] não conseguiu reeditar em Stamford Bridge e nos clubes seguintes sucesso comparável ao que tivera nos Países Baixos.[6][20] Teve sua imagem prejudicada desde cedo por uma expulsão, vindo a marcar pelo Chelsea apenas sete gols dentre todas as competições, em 41 jogos.[1] O marfinense Didier Drogba, que também chegou na mesma temporada, rapidamente ganhou a disputa pela titularidade e a afeição da torcida.[7]
Seu gol mais importante foi o do título da Copa da Liga Inglesa, marcando o terceiro da vitória de 3–2 sobre o Liverpool em fevereiro de 2005;[19] aquele foi precisamente o primeiro troféu da chamada "Era Abramovich" no Chelsea,[21][22] e o primeiro em cerca de cinco anos, desde a Supercopa da Inglaterra de 2000.[23] Mas, após uma única temporada em Londres, Kežman foi negociado com o Atlético de Madrid, admitindo que não pôde demonstrar "nem 20% do seu futebol" na Inglaterra.[1] Apesar do insucesso a ponto de ser visto como um dos supostamente "amaldiçados" da camisa 9 no Chelsea, guarda carinho e declara não arrepender-se do que viveu lá.[24]
Em seu novo clube, Kežman também não se consolidou plenamente,[6] embora pudesse ser titular.[1] Em tempos anteriores ao comando técnico de Diego Simeone, o Atleti portava-se como uma equipe de meio de tabela em La Liga, longe de classificar-se às competições europeias, além de vivenciar expressivo jejum a atravessar toda a década de 2000 no dérbi de Madrid.[25] Kežman pôde dar mostras de qualidade justamente no clássico, com um gol de letra para enganar Iker Casillas e empatar provisoriamente em 1-1 em março de 2006, mas saindo ao fim derrotado por uma escalação praticamente reserva usada pelo Real Madrid (por 2-1) naquela ocasião.[26] Marcou dez vezes na temporada 2005-06 entre 33 jogos de todas as competições,[7] embora houvesse prometido 25 gols quando chegou.[1] A principal referência ofensiva dos colchoneros seguiu sendo Fernando Torres.[7]
Inversamente, contudo, Kežman em paralelo se destacava nas eliminatórias europeias à Copa do Mundo FIFA de 2006:[15] foi o artilheiro da classificação da Seleção Servo-Montenegrina ao Mundial, com ela terminando na liderança do grupo.[27] Os gols de Kežman incluíram os dois que asseguraram o regresso do país ao torneio, nas duas últimas rodadas - o do empate com a Espanha, que acabaria sujeita à necessidade de uma repescagem; e, na rodada final, o único de duelo com a Bósnia-Herzegovina,[1] partida com tensão especial pelos recentes rancores mútuos decorrentes da Guerra da Bósnia (encerrada dez anos antes)[28] e também por eventual vitória adversária em Belgrado significar a classificação do rival balcânico.[29]
Decadência
[editar | editar código-fonte]Na Copa do Mundo FIFA de 2006, Kežman chegou ao chamado "grupo da morte" sob certa badalação pelo desempenho com sua seleção,[30] mas decepcionou.[1] Na estreia, em derrota de 1–0 para os Países Baixos, foi considerado o segundo pior servo-montenegrino em campo,[31] terminando por ser substituído na metade do segundo tempo;[1] na segunda rodada, foi efetivamente o pior jogador em campo na goleada de 6–0 para a Argentina,[32][31] prejudicado por nova expulsão,[1] que lhe suspendeu para a rodada final, contra a Costa do Marfim.[33]
Ele não voltou mais a jogar partidas de seleção:[2] a Sérvia e Montenegro havia se dissolvido antes mesmo do Mundial, a ponto de o duelo contra os marfinenses ser o último da seleção deste país, diante da eliminação consumada precocmente ainda na segunda rodada da Copa;[33] e o atacante terminou não chamado pela Seleção Sérvia independente, ausentando-se desde a convocação inicial feita por esta, em agosto de 2006.[34]
Após a Copa, Kežman jogou por duas temporadas no Fenerbahçe, marcando 20 gols em 46 partidas pelo campeonato turco.[35] Foi decisivo em especial em clássico com o Beşiktaş vencido na casa adversária em maio de 2007, marcando para o time do técnico Zico o único gol do duelo a três rodadas do final, a encaminhar o título turco da temporada 2006-07 sobre o próprio Beşiktaş.[36] Sua estadia na equipe de Istambul foi a mais razoável desde os tempos em que ainda se mostrava um goleador,[7] rendendo negociação com o Paris Saint-Germain - inicialmente, por empréstimo.[35]
O PSG, por sua vez, anteriormente aos investimentos do Qatar, ainda era visto como clube decadente naquele ano.[37] O sérvio tampouco fez sucesso na Ligue 1; passou a temporada 2008-09 emprestado ao Zenit e teve seu contrato com os parisienses rescindido em novembro de 2010, após somente duas partidas na temporada 2010-11.[38] Sem ele, a Sérvia pôde classificar-se à Copa do Mundo FIFA de 2010, não vindo Kežman a receber oportunidades de última hora na convocação final.[39]
Kežman seguiu carreira em 2011 inicialmente no futebol de Hong Kong até acertar em agosto com o BATE Borisov para voltar a jogar a Liga dos Campeões da UEFA pela equipe então dominante na Bielorrússia.[6] Embora declarasse que a Copa da Ásia fosse o "pior torneio" que havia jogado, havia se declarado feliz pela vida levada em Hong Kong, onde defendia o South China.[40]
Veio a regressar ao South China em janeiro de 2012 apenas para despedir-se propriamente, parando ali definitivamente de jogar.[41]
Títulos
[editar | editar código-fonte]- Partizan
- Campeonato Servo-Montenegrino: 1998–99
- PSV
- Supercopa dos Países Baixos: 2000, 2001 e 2003
- Eredivisie: 2000–01 e 2002–03
- Chelsea
- Premier League: 2004–05
- Copa da Liga Inglesa: 2004–05
- Fenerbahçe
- Süper Lig: 2006–07
- Supercopa da Turquia: 2007
- Paris Saint-Germain
- South China
- Copa FA de Hong Kong: 2010–11
- BATE Borisov
- Vysshaya Liga: 2011
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o «Kezman». UOL. 2006. Consultado em 9 de abril de 2025
- ↑ a b «Mateja Kežman». 11v11. Consultado em 9 de abril de 2025
- ↑ «Savicevic out of Yugoslav squad». BBC. 14 de maio de 2000. Consultado em 9 de abril de 2025
- ↑ «Milošević dá vitória à Jugoslávia». UEFA. 6 de outubro de 2003. Consultado em 9 de abril de 2025
- ↑ BOŠKOVIĆ, Aleksandar (7 de maio de 2016). «Heróis do EURO: 2000 – Savo Milošević». UEFA. Consultado em 9 de abril de 2025
- ↑ a b c d «Ex-Chelsea, Kezman jogará Liga dos Campeões pelo BATE Borisov». Trivela. 31 de agosto de 2011. Consultado em 4 de abril de 2025
- ↑ a b c d e f OLIVAN, Lucas (23 de outubro de 2017). «Blue Perdido #8 – Um matador sem munição». Chelsea Brasil. Consultado em 9 de abril de 2025
- ↑ «Robben preferiu respeitar o corpo e se despedir do futebol, deixando à memória a imagem de quem sempre será craque». Trivela. 4 de julho de 2019. Consultado em 9 de abril de 2025
- ↑ «Kezman assina com time de Hong Kong». Trivela. 20 de janeiro de 2011. Consultado em 9 de abril de 2025
- ↑ «A PEQUENA CROÁCIA?». Placar n. 1220, p. 44. Maio de 2002. Consultado em 9 de abril de 2025
- ↑ a b «Kezman despede-se da selecção da Sérvia e Montenegro». MaisFutebol. 18 de fevereiro de 2003. Consultado em 9 de abril de 2025
- ↑ «Kezman quits national team». UEFA. 18 de fevereiro de 2003. Consultado em 9 de abril de 2025
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