Úlcera de Lipschütz: diferenças entre revisões
Linha 12: | Linha 12: | ||
|MeshID = |
|MeshID = |
||
}} |
}} |
||
'''Úlcera de Lipschütz''', ou '''''ulcus vulvae acutum''''' (em [[Língua portuguesa|português]]: ''ulceração aguda da vulva'') é uma doença rara, caracterizada por dolorosas úlceras genitais, febre e [[linfadenopatia]], ocorrendo mais comumente em adolescentes e mulheres jovens (particularmente [[Virgindade|virgens]]).<ref name=Torok>{{Citar periódico |autor=Török L, Domján K, Faragó E |data= |ano=2000 |mes= |titulo=Ulcus vulvae acutum |jornal=Acta Dermatovenereologica Alpina, Pannonia et Adriatica |volume=9 |numero=1 |paginas= |editora= |local= |issn=1581-2979 |pmid= |doi= |bibcode= |oclc= |id= |url=http://ibmi.mf.uni-lj.si/acta-apa/acta-apa-00-1/torok.html |lingua2=en |lingua3= |idioma= |formato= |acessadoem= |aspas= |notas= }}</ref> Não é uma [[doença sexualmente transmissível]], e muitas vezes é diagnosticada,<ref name="Kluger">{{Citar periódico |autor=Kluger N, Garcia C, Guillot B |data= |ano=2009 |mes=Outubro de |titulo=Lipschütz acute genital ulcer |jornal=J Gynecol Obstet Biol Reprod (Paris) |volume=38 |numero=6 |paginas=528–30 |editora= |local= |issn= |pmid=19744804 |doi=10.1016/j.jgyn.2009.08.005 |bibcode= |oclc= |id= |url= |lingua2=fr |lingua3= |idioma= |formato= |acessadoem= |aspas= |notas= }}</ref><ref name=whonamedit>{{citar web |url=http://www.whonamedit.com/synd.cfm/2265.html |título=Lipschütz' ulcer |acessodata= |autor= |coautores= |data= |ano= |mes= |formato= |obra= |publicado=[[Who Named It?]] |páginas= |língua= |língua2=en |língua3= |lang= |citação= }}</ref> por vezes, como um sintoma da [[doença de Behçet]].<ref name=Braun-Falco>{{Citar livro|autor= |título=Dermatologie und Venereologie |subtítulo= |idioma=alemão |edição= |local=Berlim |editora=Springer |editor=Braun-Falco O, Plewig G, Wolff HH, Burgdorf WHC, Landthaler M |ano=2005 |página=1030 |páginas= |capítulo=Erkrankungen des weiblichen Genitales |volumes= |isbn=978-3-540-40525-2 }}</ref> |
'''Úlcera de Lipschütz''', ou '''''ulcus vulvae acutum''''' (em [[Língua portuguesa|português]]: ''ulceração aguda da vulva'') é uma doença rara, caracterizada por dolorosas úlceras genitais, febre e [[linfadenopatia]], ocorrendo mais comumente em adolescentes e mulheres jovens (particularmente [[Virgindade|virgens]]).<ref name=Torok>{{Citar periódico |autor=Török L, Domján K, Faragó E |data= |ano=2000 |mes= |titulo=Ulcus vulvae acutum |jornal=Acta Dermatovenereologica Alpina, Pannonia et Adriatica |volume=9 |numero=1 |paginas= |editora= |local= |issn=1581-2979 |pmid= |doi= |bibcode= |oclc= |id= |url=http://ibmi.mf.uni-lj.si/acta-apa/acta-apa-00-1/torok.html |lingua2=en |lingua3= |idioma= |formato= |acessadoem= |aspas= |notas= }}</ref> Não é uma [[doença sexualmente transmissível]], e muitas vezes é diagnosticada,<ref name="Kluger">{{Citar periódico |autor=Kluger N, Garcia C, Guillot B |data= |ano=2009 |mes=Outubro de |titulo=Lipschütz acute genital ulcer |jornal=J Gynecol Obstet Biol Reprod (Paris) |volume=38 |numero=6 |paginas=528–30 |editora= |local= |issn= |pmid=19744804 |doi=10.1016/j.jgyn.2009.08.005 |bibcode= |oclc= |id= |url= |lingua2=fr |lingua3= |idioma= |formato= |acessadoem= |aspas= |notas= }}</ref><ref name=whonamedit>{{citar web |url=http://www.whonamedit.com/synd.cfm/2265.html |título=Lipschütz' ulcer |acessodata=04 de outubro de 2014 |autor= |coautores= |data= |ano= |mes= |formato= |obra= |publicado=[[Who Named It?]] |páginas= |língua= |língua2=en |língua3= |lang= |citação= }}</ref> por vezes, como um sintoma da [[doença de Behçet]].<ref name=Braun-Falco>{{Citar livro|autor= |título=Dermatologie und Venereologie |subtítulo= |idioma=alemão |edição= |local=Berlim |editora=Springer |editor=Braun-Falco O, Plewig G, Wolff HH, Burgdorf WHC, Landthaler M |ano=2005 |página=1030 |páginas= |capítulo=Erkrankungen des weiblichen Genitales |volumes= |isbn=978-3-540-40525-2 }}</ref> |
||
A úlcera de Lipschütz tem o nome de [[Benjamin Lipschütz]], que a descreveu pela primeira vez em 1912.<ref name=Lipschutz>{{Citar periódico |autor=Lipschütz B |data= |ano=2012 |mes=Outubro de |titulo=Über eine eigenartige Geschwürsform des weiblichen Genitales (Ulcus vulvae acutum) |jornal=Arch Dermatol Res |volume=114 |numero=1 |paginas=363–96 |editora= |local= |issn= |pmid= |doi=10.1007/BF01973166 |bibcode= |oclc= |id= |url=http://www.springerlink.com/content/g61624734477n147/fulltext.pdf |lingua2=de |lingua3= |idioma= |formato=PDF |acessadoem= |aspas= |notas= }}</ref><ref name=whonamedit/> A [[etiologia]] é desconhecida, embora tenha sido associada com várias causas infecciosas, incluindo [[febre paratifoide]], [[citomegalovírus]] e a infecção pelo vírus [[Epstein-Barr]].<ref name="pmid23636284"/><ref name="Pelletier">{{Citar periódico |autor=Pelletier F, Aubin F, Puzenat E, ''et al.'' |data= |ano=2003 |mes= |titulo=Lipschütz genital ulceration: a rare manifestation of paratyphoid fever |jornal=Eur J Dermatol |volume=13 |numero=3 |paginas=297–8 |editora= |local= |issn= |pmid=12804994 |doi= |bibcode= |oclc= |id= |url= |lingua2=en |lingua3= |idioma= |formato= |acessadoem= |aspas= |notas= }}</ref><ref>{{Citar periódico |autor=Martín JM, Godoy R, Calduch L, Villalon G, Jordá E |data= |ano=2008 |mes= |titulo=Lipschütz acute vulval ulcers associated with primary cytomegalovirus infection |jornal=Pediatr Dermatol |volume=25 |numero=1 |paginas=113–5 |editora= |local= |issn= |pmid=18304169 |doi=10.1111/j.1525-1470.2007.00597.x |bibcode= |oclc= |id= |url= |lingua2=en |lingua3= |idioma= |formato= |acessadoem= |aspas= |notas= }}</ref> |
A úlcera de Lipschütz tem o nome de [[Benjamin Lipschütz]], que a descreveu pela primeira vez em 1912.<ref name=Lipschutz>{{Citar periódico |autor=Lipschütz B |data= |ano=2012 |mes=Outubro de |titulo=Über eine eigenartige Geschwürsform des weiblichen Genitales (Ulcus vulvae acutum) |jornal=Arch Dermatol Res |volume=114 |numero=1 |paginas=363–96 |editora= |local= |issn= |pmid= |doi=10.1007/BF01973166 |bibcode= |oclc= |id= |url=http://www.springerlink.com/content/g61624734477n147/fulltext.pdf |lingua2=de |lingua3= |idioma= |formato=PDF |acessadoem= |aspas= |notas= }}</ref><ref name=whonamedit/> A [[etiologia]] é desconhecida, embora tenha sido associada com várias causas infecciosas, incluindo [[febre paratifoide]], [[citomegalovírus]] e a infecção pelo vírus [[Epstein-Barr]].<ref name="pmid23636284"/><ref name="Pelletier">{{Citar periódico |autor=Pelletier F, Aubin F, Puzenat E, ''et al.'' |data= |ano=2003 |mes= |titulo=Lipschütz genital ulceration: a rare manifestation of paratyphoid fever |jornal=Eur J Dermatol |volume=13 |numero=3 |paginas=297–8 |editora= |local= |issn= |pmid=12804994 |doi= |bibcode= |oclc= |id= |url= |lingua2=en |lingua3= |idioma= |formato= |acessadoem= |aspas= |notas= }}</ref><ref>{{Citar periódico |autor=Martín JM, Godoy R, Calduch L, Villalon G, Jordá E |data= |ano=2008 |mes= |titulo=Lipschütz acute vulval ulcers associated with primary cytomegalovirus infection |jornal=Pediatr Dermatol |volume=25 |numero=1 |paginas=113–5 |editora= |local= |issn= |pmid=18304169 |doi=10.1111/j.1525-1470.2007.00597.x |bibcode= |oclc= |id= |url= |lingua2=en |lingua3= |idioma= |formato= |acessadoem= |aspas= |notas= }}</ref> |
||
Linha 24: | Linha 24: | ||
== Tratamento == |
== Tratamento == |
||
O tratamento é sintomático, e geralmente de pouco valor; na maioria dos casos, a úlcera cura espontaneamente dentro de quatro a seis semanas, deixando cicatrizes. Analgésicos e anestésicos tópicos, assim como aplicação tópica de desinfectantes/[[Adstringência|adstringentes]], tais como [[permanganato de potássio]] (em banhos de assento), são geralmente utilizados.<ref name=Heller/> Em casos graves, tem sido recomendado uma combinação de [[glicocorticoide]]s sistêmicos e antibióticos de amplo espectro. |
O tratamento é sintomático, e geralmente de pouco valor; na maioria dos casos, a úlcera cura espontaneamente dentro de quatro a seis semanas, deixando cicatrizes. Analgésicos e anestésicos tópicos, assim como aplicação tópica de desinfectantes/[[Adstringência|adstringentes]], tais como [[permanganato de potássio]] (em banhos de assento), são geralmente utilizados.<ref name=Heller/> Em casos graves, tem sido recomendado uma combinação de [[glicocorticoide]]s sistêmicos e antibióticos de amplo espectro. |
||
== Epidemiologia == |
|||
A doença geralmente aparece entre os jovens e adolescentes, entretanto casos em crianças a partir dos 17 meses têm sido relatados.<ref name="pmid23636284">{{Citar periódico |autor=Burguete Archel E, Ruiz Goikoetxea M, Recari Elizalde E, Beristain Rementería X, Gómez Gómez L, Iceta Lizarraga A |data= |ano=2013 |mes=Maio de |titulo=Lipschütz ulcer in a 17-month-old girl: a rare manifestation of Epstein-Barr primoinfection |jornal=Eur. J. Pediatr. |volume=172 |numero=8 |paginas=1121–3 |editora= |local= |issn= |pmid=23636284 |doi=10.1007/s00431-013-2013-8 |bibcode= |oclc= |id= |url= |lingua2=en |lingua3= |idioma= |formato= |acessadoem= |aspas= |notas= }}</ref> |
|||
== História == |
|||
A doença foi descrita pela primeira vez em outubro de 1912 pelo dermatologista e microbiologista austríaco naturalizado [[Galícia (Europa Central)|galego]] [[Benjamin Lipschütz]], que publicou uma série de quatro casos em meninas com idades entre 14 a 17. Ele inicialmente a atribuiu a úlcera de infecção com "''Bacillus Crasso''" (''[[Lactobacillus acidophilus]]'').<ref name=Lipschutz/><ref name=whonamedit/> |
|||
{{Referências}} |
{{Referências}} |
Revisão das 03h32min de 4 de outubro de 2014
Úlcera de Lipschütz | |
---|---|
Um dos primeiros casos publicados de úlcera de Lipschütz | |
Classificação e recursos externos | |
CID-9 | 616.50 |
Leia o aviso médico |
Úlcera de Lipschütz, ou ulcus vulvae acutum (em português: ulceração aguda da vulva) é uma doença rara, caracterizada por dolorosas úlceras genitais, febre e linfadenopatia, ocorrendo mais comumente em adolescentes e mulheres jovens (particularmente virgens).[1] Não é uma doença sexualmente transmissível, e muitas vezes é diagnosticada,[2][3] por vezes, como um sintoma da doença de Behçet.[4]
A úlcera de Lipschütz tem o nome de Benjamin Lipschütz, que a descreveu pela primeira vez em 1912.[5][3] A etiologia é desconhecida, embora tenha sido associada com várias causas infecciosas, incluindo febre paratifoide, citomegalovírus e a infecção pelo vírus Epstein-Barr.[6][7][8]
Sinais e sintomas
A forma de apresentação mais comum é uma única úlcera grande, profunda (embora possam ocorrer várias úlceras pequenas) na superfície interna de um ou ambos os pequenos lábios.[9] Os grandes lábios podem ser afetados, assim como a vagina e a uretra. A úlcera se desenvolve muito rapidamente, e geralmente é precedida por início súbito de febre e mal-estar.[9]
Diagnóstico
O diagnóstico é eminentemente clínico e centrado na eliminação de outras causas mais comuns de úlceras vulvares. Todavia, foi proposto que a detecção do vírus de Epstein-Barr utilizando reação em cadeia da polimerase para o genoma do vírus pode ajudar a alcançar um diagnóstico mais cedo.[6]
Tratamento
O tratamento é sintomático, e geralmente de pouco valor; na maioria dos casos, a úlcera cura espontaneamente dentro de quatro a seis semanas, deixando cicatrizes. Analgésicos e anestésicos tópicos, assim como aplicação tópica de desinfectantes/adstringentes, tais como permanganato de potássio (em banhos de assento), são geralmente utilizados.[9] Em casos graves, tem sido recomendado uma combinação de glicocorticoides sistêmicos e antibióticos de amplo espectro.
Epidemiologia
A doença geralmente aparece entre os jovens e adolescentes, entretanto casos em crianças a partir dos 17 meses têm sido relatados.[6]
História
A doença foi descrita pela primeira vez em outubro de 1912 pelo dermatologista e microbiologista austríaco naturalizado galego Benjamin Lipschütz, que publicou uma série de quatro casos em meninas com idades entre 14 a 17. Ele inicialmente a atribuiu a úlcera de infecção com "Bacillus Crasso" (Lactobacillus acidophilus).[5][3]
Referências
- ↑ Török L, Domján K, Faragó E (2000). «Ulcus vulvae acutum». Acta Dermatovenereologica Alpina, Pannonia et Adriatica (em inglês). 9 (1). ISSN 1581-2979
- ↑ Kluger N, Garcia C, Guillot B (2009). «Lipschütz acute genital ulcer». J Gynecol Obstet Biol Reprod (Paris) (em francês). 38 (6): 528–30. PMID 19744804. doi:10.1016/j.jgyn.2009.08.005
- ↑ a b c «Lipschütz' ulcer» (em inglês). Who Named It?. Consultado em 04 de outubro de 2014 Verifique data em:
|acessodata=
(ajuda) - ↑ Braun-Falco O, Plewig G, Wolff HH, Burgdorf WHC, Landthaler M, ed. (2005). «Erkrankungen des weiblichen Genitales». Dermatologie und Venereologie (em alemão). Berlim: Springer. p. 1030. ISBN 978-3-540-40525-2
- ↑ a b Lipschütz B (2012). «Über eine eigenartige Geschwürsform des weiblichen Genitales (Ulcus vulvae acutum)» (PDF). Arch Dermatol Res (em alemão). 114 (1): 363–96. doi:10.1007/BF01973166
- ↑ a b c Burguete Archel E, Ruiz Goikoetxea M, Recari Elizalde E, Beristain Rementería X, Gómez Gómez L, Iceta Lizarraga A (2013). «Lipschütz ulcer in a 17-month-old girl: a rare manifestation of Epstein-Barr primoinfection». Eur. J. Pediatr. (em inglês). 172 (8): 1121–3. PMID 23636284. doi:10.1007/s00431-013-2013-8
- ↑ Pelletier F, Aubin F, Puzenat E; et al. (2003). «Lipschütz genital ulceration: a rare manifestation of paratyphoid fever». Eur J Dermatol (em inglês). 13 (3): 297–8. PMID 12804994
- ↑ Martín JM, Godoy R, Calduch L, Villalon G, Jordá E (2008). «Lipschütz acute vulval ulcers associated with primary cytomegalovirus infection». Pediatr Dermatol (em inglês). 25 (1): 113–5. PMID 18304169. doi:10.1111/j.1525-1470.2007.00597.x
- ↑ a b c Heller DS, Wallach RC (2007). Vulvar disease: a clinicopathological approach (em inglês). [S.l.]: Informa Healthcare. p. 51–2. ISBN 0-8493-3793-3