Estimulação magnética transcraniana: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:Transcranial magnetic stimulation.jpg|commoldura|Diagrama esquemático do funcionamento de uma estimulação magnética transcraniana.]]
A '''estimulação magnética transcraniana''' (EMT) é uma técnica não invasiva e indolor com grande potencial, tanto como ferramenta diagnóstica como terapêutica, no tratamento de transtornos neuropsiquiátricos, como [[depressão]] e [[esquizofrenia]], e neurológicos, como [[doença de Parkinson]], [[dor crônica]] e [[epilepsia]].
A '''estimulação magnética transcraniana''' ou '''EMT''' (em inglês: ''Transcranical magnetic stimulation'' ou ''TMS'') é uma técnica não invasiva, de uso diagnóstico e terapêutico, que usa [[Campo magnético|campos magnéticos]] para estimular pequenas regiões do cérebro por [[indução eletromagnética]] através de um gerador, ou "bobina", colocado próximo da cabeça do paciente.<ref name="NICE20142">NiCE. January 2014 [https://www.nice.org.uk/guidance/IPG477 Transcranial magnetic stimulation for treating and preventing migraine]</ref> Desde sua introdução, em 1985, a estimulação magnética transcraniana consolidou-se como uma ferramenta útil na pesquisa [[Neurociência|neurocientífica]]. A EMT é usada em diagnósticos para medir a conexão entre o cérebro e um músculo para avaliar danos, lesões e outros transtornos neurológicos.<ref name="diagnostic15">{{cite journal|last1=Groppa|first1=S|last2=Oliviero|first2=A|last3=Eisen|first3=A|last4=Quartarone|first4=A|last5=Cohen|first5=LG|last6=Mall|first6=V|last7=Kaelin-Lang|first7=A|last8=Mima|first8=T|last9=Rossi|first9=S|last10=Thickbroom|first10=GW|last11=Rossini|first11=PM|last12=Ziemann|first12=U|last13=Valls-Solé|first13=J|last14=Siebner|first14=HR|title=A practical guide to diagnostic transcranial magnetic stimulation: Report of an IFCN committee|journal=Clinical Neurophysiology|volume=123|issue=5|pages=858–882|year=2012|doi=10.1016/j.clinph.2012.01.010|pmid=22349304|pmc=}}</ref>


A técnica pode ser útil para várias condições neurológicas como [[síndrome de Parkinson]], [[distonia]], [[zumbido]], [[enxaqueca]], e condições psiquiátricas, como [[depressão]] e alucinações auditivas. No entanto, o potencial da estimulação magnética transcraniana para diagnósticos e tratamentos neurológicos ainda está sendo comprovado, por falta de estudos clínicos a longo prazo.<ref name="Ridding">Ridding MC & Rothwell, JC. (2007) "Is there a future for therapeutic use of transcranial magnetic stimulation?" ''Nature Reviews Neuroscience'' '''8''': 559-567</ref>
Criada em 1975 na Grã-Bretanha, a EMT foi aprimorada em 1985 pelo cientista Anthony T. Barker, que a descreveu como indolor, não invasiva e relativamente simples. No Brasil, a técnica passou a ser utilizada apenas em 2006, devido a uma aprovação tardia por parte da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).{{carece de fontes}}


Evidências sugerem que ela é útil para tratar dor neuropática<ref name="Lefaucher1">{{cite journal|author=Lefaucheur, JP|title=Evidence-based guidelines on the therapeutic use of repetitive transcranial magnetic stimulation (rTMS)|journal=Clinical Neurophysiology|volume=125|number=11|pages=2150–2206|year=2014|doi=10.1016/j.clinph.2014.05.021|pmid=25034472|display-authors=etal}}</ref> e [[Depressão nervosa|transtornos depressivos maiores]] resistentes ao tratamento.<ref name="Lefaucher1"/><ref name="AHRQ">{{cite journal|last1=George|first1=MS|last2=Post|first2=RM|doi=10.1176/appi.ajp.2010.10060864|title=Daily Left Prefrontal Repetitive Transcranial Magnetic Stimulation for Acute Treatment of Medication-Resistant Depression|journal=American Journal of Psychiatry|volume=168|issue=4|pages=356–364|year=2011|pmid=21474597|pmc=}}</ref><ref name=":1">{{cite web|author=Gaynes BN, Lux L, Lloyd S, Hansen RA, Gartlehner G, Thieda P, Brode S, Swinson Evans T, Jonas D, Crotty K, Viswanathan M, Lohr KN, Research Triangle Park, North Carolina|archiveurl=http://www.webcitation.org/6BLBRlpyk|archivedate=2012-10-11|url=http://www.effectivehealthcare.ahrq.gov/ehc/products/76/792/TRD_CER33_20111110.pdf|title=Nonpharmacologic Interventions for Treatment-Resistant Depression in Adults. Comparative Effectiveness Review Number 33. (Prepared by RTI International-University of North Carolina (RTI-UNC) Evidence-based Practice Center)|work=AHRQ Publication No. 11-EHC056-EF|page=36|location=Rockville, Maryland|publisher=Agency for Healthcare Research and Quality|date=September 2011|accessdate=2011-10-11|titulo=|data=|acessodata=|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref><ref name=":2">{{cite journal|last1=Berlim|first1=MT|last2=Van den Eynde|first2=F|last3=Jeff Daskalakis|first3=Z|title=Clinically meaningful efficacy and acceptability of low-frequency repetitive transcranial magnetic stimulation (rTMS) for treating primary major depression: a meta-analysis of randomized, double-blind and sham-controlled trials.|journal=Neuropsychopharmacology|date=March 2013|volume=38|issue=4|pages=543–551|pmid=23249815|doi=10.1038/npp.2012.237}}</ref><ref name=":3">{{cite web|author=Perera T, George M, Grammer G, Janicek P, Pascual-Leone, A, Wirecki, T|title=TMS Therapy For Major Depressive Disorder: Evidence Review and Treatment: Recommendations for Clinical Practice: A White Paper|work=Clinical TMS Society|publisher=TMS Center of Colorado|year=2015|archiveurl=https://web.archive.org/web/20160218222950/http://tmscenterofcolorado.com/wp-content/uploads/2015/09/Clinical-TMS-Society-WhitePaper_2015.pdf|archivedate=2016-02-18|url=http://tmscenterofcolorado.com/wp-content/uploads/2015/09/Clinical-TMS-Society-WhitePaper_2015.pdf|accessdate=2016-02-18}}</ref><ref name=":4">{{cite journal|author=Bersani FS|date=Jan 2013|title=Deep transcranial magnetic stimulation as a treatment for psychiatric disorders: a comprehensive review|url=|journal=Eur Psychiatry|volume=28|issue=1|pages=30–9|doi=10.1016/j.eurpsy.2012.02.006|pmid=22559998|display-authors=etal}}</ref> Uma publicação da [[Colaboração Cochrane|Cochrane]] de 2015 não encontrou provas suficientes para tirar conclusões sobre o tratamento de [[esquizofrenia]].<ref name="Doug2015">{{cite journal|last1=Dougall|first1=N|last2=Maayan|first2=N|last3=Soares-Weiser|first3=K|last4=McDermott|first4=LM|last5=McIntosh|first5=A|title=Transcranial magnetic stimulation (TMS) for schizophrenia.|journal=The Cochrane database of systematic reviews|date=20 August 2015|volume=8|pages=CD006081|pmid=26289586|doi=10.1002/14651858.CD006081.pub2}}</ref> Para [[Esquizofrenia|sintomas negativos]], outra análise encontrou possível eficácia.<ref name="Lefaucher1"/> A partir de 2014, todas as outras pesquisas de uso repetitivo de EMT encontraram apenas possível ou nenhuma eficácia clínica.<ref name="Lefaucher1"/>
O aparelho utilizado gera um campo magnético capaz de atravessar o crânio e aplicar cargas elétricas que estimulam o cérebro e, com isso, reordenam atividades cerebrais danificadas. Em termos mais técnicos, os efeitos obtidos pela EMT são decorrentes da despolarização dos neurônios por meio do campo elétrico. A carga se movimenta pela membrana neuronal excitável, não pelo campo magnético induzido. Dessa forma, é possível afirmar que o procedimento é uma estimulação elétrica sem eletrodos.


Existem diversas técnicas de EMT, aplicadas para diferentes objetivos, que, por serem consideradas seguras, se tornaram úteis para a neurologia clínica, já que a prática tem capacidade de mapear o córtex cerebral e estabelecer sua excitabilidade. Por outro lado, a EMT repetitiva (EMTr), mais poderosa e relativamente com riscos maiores que EMT de pulso único, consiste na aplicação de estímulos magnéticos em intervalos regulares. Ela possui capacidade para bloquear ou facilitar as estruturas corticais, dependendo da área de aplicação e da intensidade dos estímulos, e pode ser utilizada no tratamento de diversos transtornos neuropsiquiátricos e neurológicos, conforme citado acima.
Existem diversas técnicas de EMT, aplicadas para diferentes objetivos, que, por serem consideradas seguras, se tornaram úteis para a neurologia clínica, já que a prática tem capacidade de mapear o córtex cerebral e estabelecer sua excitabilidade. Por outro lado, a EMT repetitiva (EMTr), mais poderosa e relativamente com riscos maiores que EMT de pulso único, consiste na aplicação de estímulos magnéticos em intervalos regulares. Ela possui capacidade para bloquear ou facilitar as estruturas corticais, dependendo da área de aplicação e da intensidade dos estímulos, e pode ser utilizada no tratamento de diversos transtornos neuropsiquiátricos e neurológicos, conforme citado acima.


Distinguir entre efeitos verdadeiros e placebo em EMT é um problema que influencia os resultados de ensaios clínicos.<ref name="Lefaucher1"/><ref name="Rossi">{{cite journal |vauthors=Rossi S, etal | date = Dec 2009 | title = Safety, ethical considerations, and application guidelines for the use of transcranial magnetic stimulation in clinical practice and research | url = | journal = Clin Neurophysiol | volume = 120 | issue = 12| pages = 2008–39 | pmid = 19833552 | doi=10.1016/j.clinph.2009.08.016 | pmc=3260536}}
Existem várias técnicas de EMT: [[Estimulação magnética transcraniana de pulso únicoo|pulsos únicos]] ou [[Estimulação magnética transcraniana repetitiva|repetitivos]].
</ref><ref name="Duecker">{{cite journal | doi = 10.3389/fpsyg.2015.00210| title = Rethinking the role of sham TMS| journal = Frontiers in Psychology| volume = 6| year = 2015| last1 = Duecker | first1 = F | last2 = Sack | first2 = AT | pmid = 25767458 | pages=210}}</ref><ref name="Davis">{{cite journal| last1 = Davis | first1 = NJ | last2 = Gold | first2 = E | last3= Pascual-Leone | first3 = A | last4= Bracewell | first4 = RM | title = Challenges of proper placebo control for non-invasive brain stimulation in clinical and experimental applications | journal = European Journal of Neuroscience | volume = 38 | issue = 7 | pages = 2973–2977 | pmid = 23869660 | doi = 10.1111/ejn.12307 | year = 2013}}</ref> A EMT possui baixos riscos, com casos raros de [[Síncope (medicina)|síncope]] e convulsões induzidas, além de possível dor ou desconforto, e outros efeitos transitórios de curto prazo.<ref name="Rossi"/>


== Fundamentos ==
== História ==
As primeiras tentativas na estimulação do cérebro usando um campo magnético incluem as de [[Jacques-Arsène d'Arsonval|Jacques-Arsène d'Arsonval]] em Paris no ano de 1896, e, em 1910, de Silvanus P. Thompson, em Londres.<ref><cite class="citation web">[http://www.scholarpedia.org/article/Transcranial_magnetic_stimulation "Transcranial magnetic stimulation"]. ''scholarpedia.org''.</cite><span class="Z3988" title="ctx_ver=Z39.88-2004&rfr_id=info%3Asid%2Fen.wikipedia.org%3ATranscranial+magnetic+stimulation&rft.atitle=Transcranial+magnetic+stimulation&rft.genre=unknown&rft_id=http%3A%2F%2Fwww.scholarpedia.org%2Farticle%2FTranscranial_magnetic_stimulation&rft.jtitle=scholarpedia.org&rft_val_fmt=info%3Aofi%2Ffmt%3Akev%3Amtx%3Ajournal">&nbsp;</span></ref> O princípio da estimulação cerebral indutiva com [[Corrente de Foucault|correntes de Foucault]] tem sido observado desde o século XX. O primeiro estudo de EMT bem sucedido foi realizado em 1985 por Anthony Barker e seus colegas do Royal Hallamshire Hospital em [[Sheffield]], Inglaterra.<ref name="Barker2">{{cite journal|author=Barker AT, Jalinous R, Freeston IL.|year=1985|month=|title=Non-invasive magnetic stimulation of human motor cortex.|journal=Lancet|volume=1|issue=|pages=1106-1107|doi=|id=|url=|format=|accessdate=}}</ref> Suas primeiras aplicações demonstraram a condução de impulsos nervosos do [[córtex motor]] para a [[medula espinhal]], estimulando contrações musculares na mão. Comparado com o método anterior de estimulação transcraniana proposto por Merton e Morton, em 1980,<ref name="Merton2">{{cite journal|last1=Merton|first1=PA|last2=Morton|first2=HB|doi=10.1038/285227a0|title=Stimulation of the cerebral cortex in the intact human subject|journal=Nature|volume=285|issue=5762|pages=227|year=1980|pmid=7374773|pmc=}}</ref> em que uma corrente elétrica direta era aplicada no couro cabeludo, o uso de [[Eletroímã|eletroímãs]] reduziu significativamente o desconforto do procedimento, e permitiu o mapeamento do [[córtex cerebral]] e suas conexões.
Composto por uma unidade fixa e outra móvel, o aparelho responsável pelas sessões de EMT contém um ou mais capacitores de armazenamento, alternador de carga e circuitos para modelar a forma do pulso e a recuperação de energia, além de um painel de controle em sua unidade fixa. Já a parte móvel conta com uma bobina e um cabo que a conecta com a parte fixa. Um circuito elétrico é responsável pela conexão do capacitor com a bobina.


== Usos médicos ==
Assim que posicionada sobre a cabeça do paciente, a bobina gera o campo eletromagnético. Como o couro cabeludo e o osso do crânio possuem alta resistência elétrica, a pequena corrente elétrica fluente nessas estruturas diminui o desconforto que poderia ser causado pela excitação de terminações nociceptivas. Vale ressaltar também que a área estimulada depende de outros fatores como a intensidade e a variação em relação ao tempo do campo magnético, o tipo de bobina e o posicionamento no couro cabeludo. 
O uso da EMT pode ser dividido primariamente em diagnóstico e terapêutico:


=== Diagnóstico ===
== Aplicações e parâmetros diagnósticos ==
No geral, a estimulação magnética transcraniana é utilizada para investigar mecanismos fisiológicos e fisiopatológicos corticais. Em termos técnicos, a EMT é capaz de mapear o cortex cerebral e estudar o tempo de condução motora central, além da cronometria de relações casuais do cérebro-comportamento. A técnica proporciona medidas de facilitação e inibição, assim como o estudo das interações corticocorticais. Para a realização da EMT, é necessária também a compreensão de parâmetros como potencial evocado motor (PEM), período silente (PS) e limiar motor (LM).
No geral, a estimulação magnética transcraniana é utilizada para investigar mecanismos fisiológicos e fisiopatológicos corticais. Em termos técnicos, a EMT é capaz de mapear o cortex cerebral e estudar o tempo de condução motora central, além da cronometria de relações casuais do cérebro-comportamento. A técnica proporciona medidas de facilitação e inibição, assim como o estudo das interações corticocorticais.


A EMT pode ser usada clinicamente para medir a atividade e função de circuitos cerebrais específicos em seres humanos.<ref name="diagnostic15" /> O uso mais robusto e amplamente aceito é na medição da conexão entre o [[córtex motor primário]] e um músculo para avaliar danos causados por [[acidente vascular cerebral]], [[esclerose múltipla]], [[esclerose lateral amiotrófica]], [[doença do neurônio motor]], distúrbios do movimento e lesões e outros transtornos que afetam [[Nervo facial|nervos faciais]] e outros [[nervos cranianos]] e a [[medula espinhal]].<ref name="diagnostic15" /> A EMT tem sido sugerida como um meio de avaliar inibição intracortical de intervalo curto (''SICI'', do inglês ''short-interval intracortical inhibition''), que mede as vias internas do [[córtex motor]], mas este uso ainda não foi validado.<ref name="Kujirai2">{{cite journal|last1=Kujirai|first1=T.|last2=Caramia|first2=M. D.|last3=Rothwell|first3=J. C.|last4=Day|first4=B. L.|last5=Thompson|first5=P. D.|last6=Ferbert|first6=A.|last7=Wroe|first7=S.|last8=Asselman|first8=P.|last9=Marsden|first9=C. D.|title=Corticocortical inhibition in human motor cortex|journal=The Journal of Physiology|volume=471|pages=501–519|year=1993|pmid=8120818|pmc=1143973|doi=10.1113/jphysiol.1993.sp019912}}</ref>
O primeiro é responsável pela ativação das fibras musculares das unidades motoras estimuladas. Já o segundo é reproduzido na aplicação do estímulo transcraniano durante a contração voluntária do músculo efetor e se apresenta logo após o PEM. Por último, o Limiar motor, se refere a menor intensidade de estímulo com capacidade de gerar um PEM.


Para a realização da EMT, é necessária também a compreensão de parâmetros como [[potencial evocado]] motor (PEM), período silente (PS) e limiar motor (LM). O primeiro é responsável pela ativação das fibras musculares das unidades motoras estimuladas. Já o segundo é reproduzido na aplicação do estímulo transcraniano durante a contração voluntária do músculo efetor e se apresenta logo após o PEM. Por último, o limiar motor, se refere a menor intensidade de estímulo com capacidade de gerar um PEM.
== Principais doenças ==
Principais doenças que cursam com alterações dos parâmetros neurofisiológicos obtidos pela EMT com base nas descrições do artigo “O que é estimulação magnética transcraniana?”


É possível também medir a excitabilidade corticoespinhal (CSE) com o uso de EMT. Em uma pesquisa realizada no Brasil, EMT de pulso único foi utilizada para provocar potenciais evocados motores, permitindo a medição posterior dos efeitos procurados - no caso, o efeito no [[trato corticoespinhal]], responsável pela motricidade, de observar objetos com carga emocional serem manipulados.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Nogueira-Campos|primeiro=Anaelli A.|coautores=Ghislain|data=2016-01-01|titulo=Observing Grasping Actions Directed to Emotion-Laden Objects: Effects upon Corticospinal Excitability|jornal=Frontiers in Human Neuroscience|paginas=434|pmid=27625602|doi=10.3389/fnhum.2016.00434|url=http://journal.frontiersin.org/Article/10.3389/fnhum.2016.00434/abstract}}</ref>

=== Terapêutico ===
Para a dor neuropática, para a qual há poucos tratamentos eficazes, a [[Estimulação magnética transcraniana repetitiva|EMT repetitiva]] (EMTr) de alta frequência (HF) parece eficaz.<ref name="Lefaucher1"/> Para [[Depressão nervosa|distúrbio depressivo maior]] resistente a tratamento, a EMTr-HF do [[córtex pré-frontal]] dorsolateral (DLPFC) esquerdo parece eficaz e a EMTr de baixa frequência (LF) do DLPFC direito tem provável eficácia.<ref name="Lefaucher1"/><ref name="AHRQ"/><ref name=":1" /><ref name=":2" /><ref name=":3" /><ref name=":4" />

== Principais doenças ==
Diversas doenças causam alterações dos parâmetros neurofisiológicos que podem ser diagnosticados por EMT, como:<ref name=":0">{{citar periódico|ultimo=Müller|primeiro=Vanessa Teixeira et al|ano=2013|mes=jan-fev-mar|titulo=O que é estimulação magnética transcraniana?|jornal=Revista Brasileira de Neurologia|volume=49|numero=1|paginas=pp. 20-31|doi=|url=http://files.bvs.br/upload/S/0101-8469/2013/v49n1/a3589.pdf|acessadoem=}}</ref>
{| class="wikitable"
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!Doença
!Doença
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|TCMC aumentado com TCMP normal
|TCMC aumentado com TCMP normal
|Possui sensibilidade de 100% e especificidade de 84,4% em diferenciar a presença ou
|Possui sensibilidade de 100% e especificidade de 84,4% em diferenciar a presença ou

ausência de alteração medular, vista em RNM.
ausência de alteração medular, vista em RNM.
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|Determinação do nível de compressão medular
|Determinação do nível de compressão medular
|TCMC aumentado no nível da compressão medular
|TCMC aumentado no nível da compressão medular
|Enquanto o exame de imagem pode revelar diversos níveis de compressão medular, a EMT pode revelar qual o nível com compressão mais importante. Aplicabilidade principalmente em mielopatia cervical. 
|Enquanto o exame de imagem pode revelar diversos níveis de compressão medular, a EMT pode revelar qual o nível com compressão mais importante. Aplicabilidade principalmente em mielopatia cervical.
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|Doença do neurônio motor (DNM)
|Doença do neurônio motor (DNM)
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|Compressão medular x DNM
|Compressão medular x DNM
|TCMC aumentado
|TCMC aumentado
|O TCMC na DNM está prolongado apenas em alguns segundos, enquanto esse aumento é maior na compressão medular. Além disso, a DNM causa aumento do TCMC em músculos inervados por nervos com origem acima do forame magno (p. ex.: trapézio e língua).    
|O TCMC na DNM está prolongado apenas em alguns segundos, enquanto esse aumento é maior na compressão medular. Além disso, a DNM causa aumento do TCMC em músculos inervados por nervos com origem acima do forame magno (p. ex.: trapézio e língua).
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|Desordens do nervo facial
|Desordens do nervo facial
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|Esclerose múltipla (EM)
|Esclerose múltipla (EM)
|TCMC aumentado    
|TCMC aumentado
|A mensuração do TCMC integrado a um escore multimodal de potencial evocado revelou correlação com a escala EDSS, principal escala utilizada para acompanhamento da EM, inclusive mantendo correlação nas mudanças de estágio/nível conforme o acompanhamento longitudinal Permite, assim, um acompanhamento da incapacidade motora e monitorização do tratamento.
|A mensuração do TCMC integrado a um escore multimodal de potencial evocado revelou correlação com a escala EDSS, principal escala utilizada para acompanhamento da EM, inclusive mantendo correlação nas mudanças de estágio/nível conforme o acompanhamento longitudinal Permite, assim, um acompanhamento da incapacidade motora e monitorização do tratamento.
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|Acidente vascular cerebral (AVC)
|Acidente vascular cerebral (AVC)
|Presença, ausência e amplitude do PEM
|Presença, ausência e amplitude do PEM
|Ainda é controverso, mas estudos apontam para a presença de redução do PS em casos de [[migrânea]] com ou sem aura. Por outro lado, também há registro de PS prolongado em migrânea crônica Em pacientes com migrânea com aura foi encontrado um LM reduzido na EMT occipital, o que seria sugestivo da hiperexcitabilidade da área e consequente indução de fosfinas.    
|Ainda é controverso, mas estudos apontam para a presença de redução do PS em casos de [[migrânea]] com ou sem aura. Por outro lado, também há registro de PS prolongado em migrânea crônica Em pacientes com migrânea com aura foi encontrado um LM reduzido na EMT occipital, o que seria sugestivo da hiperexcitabilidade da área e consequente indução de fosfinas.
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|Epilepsia
|Epilepsia
|Aumento ou redução do LM    
|Aumento ou redução do LM
|O uso da EMT na epilepsia está relacionado à determinação da excitabilidade cortical, a qual varia conforme o tipo de crise, período (interictal ou pós-ictal) e utilização de DAE O LM está reduzido em pacientes com GI sem tratamento ou em até 48h após uma crise. Já em pacientes com crise GI ou parcial em tratamento com DAE o LM está geralmente aumentado.    
|O uso da EMT na epilepsia está relacionado à determinação da excitabilidade cortical, a qual varia conforme o tipo de crise, período (interictal ou pós-ictal) e utilização de DAE O LM está reduzido em pacientes com GI sem tratamento ou em até 48h após uma crise. Já em pacientes com crise GI ou parcial em tratamento com DAE o LM está geralmente aumentado.
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|Migrânea
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== Efeitos adversos ==
Ver também:
Embora a EMT é geralmente considerada como segura, os riscos aumentam nos usos terapêuticos da EMTr comparado à EMT de pulso único ou pareado para fins de diagnóstico.<ref>{{cite journal|author=Van , den Noort M, Lim S, Bosch P|year=2014|title=Recognizing the risks of brain stimulation|url=|journal=Science|volume=346|issue=6215|page=1307|doi=10.1126/science.346.6215.1307-a}}</ref> No campo terapêutico, os riscos aumentam com frequências mais altas.<ref name="Rossi"/> Os maiores riscos da EMT são ocorrências raras de [[Síncope (medicina)|síncope]] e, menos comumente, convulsões induzidas.<ref name="Rossi"/><ref name="Fitzgerald22">{{cite book|last=Fitzgerald|first=PB|last2=Daskalakis|first2=ZJ|url=https://books.google.com/books?id=2VFEAAAAQBAJ&printsec=frontcover&f=false#v=onepage&q&f=false|title=Repetitive Transcranial Magnetic Stimulation for Depressive Disorders|chapter=7. rTMS-Associated Adverse Events|pages=81–90|location=Berlin Heidelberg|publisher=Springer-Verlag|year=2013|doi=10.1007/978-3-642-36467-9|isbn=978-3-642-36466-2}} ''At'' [[Google Books]].</ref> Outros efeitos adversos a curto prazo da EMT incluem dor ou desconforto, indução transitória de [[hipomania]], alterações cognitivas transitórias, perda auditiva transitória, comprometimento transitório da memória e correntes induzidas em circuitos elétricos em dispositivos implantados.<ref name="Rossi"/>
* [[Estimulação transcraniana por corrente contínua]]

== Dispositivos e procedimento ==
Composto por uma unidade fixa e outra móvel, o aparelho responsável pelas sessões de EMT contém um ou mais capacitores de armazenamento, alternador de carga e circuitos para modelar a forma do pulso e a recuperação de energia, além de um painel de controle em sua unidade fixa. Já a parte móvel conta com uma bobina e um cabo que a conecta com a parte fixa. Um circuito elétrico é responsável pela conexão do capacitor com a bobina.

Durante um procedimento de EMT, a bobina é colocado perto da cabeça do paciente.<ref name="NICE20142" /> Ela é conectada a um gerador de pulsos, ou estimulador, que fornece corrente elétrica para a mesma,<ref name="Harvard2">Michael Craig Miller for Harvard Health Publications. July 26, 2012 [http://www.health.harvard.edu/blog/magnetic-stimulation-a-new-approach-to-treating-depression-201207265064 Magnetic stimulation: a new approach to treating depression?]</ref> produzindo pequenas correntes elétricas na região do cérebro sob a bobina por [[indução eletromagnética]]. Dessa forma o cérebro pode ser modulado sem necessidade de [[cirurgia]] ou [[Elétrodo|eletrodos]] externos.<ref name=":0" /> A bobina é posicionada encontrando-se pontos anatômicos do crânio, incluindo, mas não limitado a, o [[ínion]] ou o [[násio]].<ref>{{cite journal|last=Nauczyciel|first=C|last2=Hellier|first2=P|last3=Morandi|first3=X|last4=Blestel|first4=S|last5=Drapier|first5=D|last6=Ferre|first6=JC|last7=Barillot|first7=C|last8=Millet|first8=B|title=Assessment of standard coil positioning in transcranial magnetic stimulation in depression|journal=Psychiatry Research|date=30 April 2011|volume=186|issue=2-3|pmid=20692709|doi=10.1016/j.psychres.2010.06.012|pages=232–8}}</ref> Como o couro cabeludo e o osso do crânio possuem alta resistência elétrica, a pequena corrente elétrica fluente nessas estruturas diminui o desconforto que poderia ser causado pela excitação de terminações nociceptivas. Vale ressaltar também que a área estimulada depende de outros fatores como a intensidade e a variação em relação ao tempo do campo magnético, o tipo de bobina e o posicionamento no couro cabeludo.

== Informações técnicas ==
[[Ficheiro:TMS_focal_field.png|miniaturadaimagem|Ação do campo magnético de uma bobina de EMT]]A EMT usa [[indução eletromagnética]] para gerar uma corrente elétrica através do [[couro cabeludo]] e o [[crânio]], sem contato físico. Uma bobina de arame envolta em plástico é mantida junto ao crânio, e quando ativada, produz um [[campo magnético]] orientado ortogonalmente ao plano da bobina. O campo magnético passa desimpedido através da pele e do crânio, induzindo uma corrente direcionada opostamente no cérebro que ativa células nervosas próximas de modo muito similar a correntes aplicadas diretamente na superfície cortical.<ref>{{cite book|title=Handbook of psychophysiology|year=2007|publisher=Cambridge Univ. Press|location=New York|isbn=0-521-84471-1|edition=3rd|editor1=Cacioppo, JT|editor2=Tassinary, LG|editor3=Berntson, GG.|page=121}}</ref>

O caminho dessa corrente é difícil de modelar porque o cérebro é de forma irregular e a eletricidade e o magnetismo não são [[Condutividade elétrica|conduzidas]] de maneira uniforme em todos os seus tecidos. O campo magnético tem aproximadamente a mesma força de uma [[Imagem por ressonância magnética|ressonância magnética]], e o pulso alcança, geralmente, não mais do que 5 centímetros de profundidade no cérebro, a menos que se esteja usando uma estimulação magnética transcraniana profunda, uma variante de EMT.<ref>{{cite web|url=http://www.nimh.nih.gov/health/topics/brain-stimulation-therapies/brain-stimulation-therapies.shtml|title=Brain Stimulation Therapies|accessdate=2010-07-14|date=2009-11-17|publisher=[[National Institute of Mental Health]]}}</ref> Também chamada de ''Deep TMS'', pode chegar a até 6&#x20;cm do cérebro para estimular as camadas mais profundas do [[córtex motor]], como a que controla o movimento das pernas.<ref>{{cite journal|last1=Zangen|first1=A.|last2=Roth|first2=Y.|last3=Voller|first3=B.|last4=Hallett|first4=M.|title=Transcranial magnetic stimulation of deep brain regions: Evidence for efficacy of the H-Coil|doi=10.1016/j.clinph.2004.11.008|journal=Clinical Neurophysiology|volume=116|issue=4|pages=775–779|year=2005|pmid=15792886|pmc=}}</ref><ref>{{cite journal|last1=Huang|first1=YZ|last2=Sommer|first2=M|last3=Thickbroom|first3=G|last4=Hamada|first4=M|last5=Pascual-Leonne|first5=A|last6=Paulus|first6=W|last7=Classen|first7=J|last8=Peterchev|first8=AV|last9=Zangen|first9=A|last10=Ugawa|first10=Y|doi=10.1016/j.brs.2008.09.007|title=Consensus: New methodologies for brain stimulation|journal=Brain Stimulation|volume=2|issue=1|pages=2–13|year=2009|pmid=20633398|pmc=}}</ref>

=== Mecanismo de ação ===
Da [[Lei de Biot-Savart|lei de Biot–Savart]],

<center><math>\mathbf B = \frac{\mu_0}{4\pi} I \int_C \frac{d\mathbf l \times \mathbf{\hat r}}{r^2}</math>,</center>

tem se demonstrado que uma corrente elétrica através de um fio gera um campo magnético em torno desse fio. A estimulação magnética transcraniana é conseguida por meio de uma rápida corrente descarregada a partir de um grande [[capacitor]] em uma bobina para produzir pulsos de [[Campo magnético|campos magnéticos]] entre 2 e 3 [[Tesla (unidade)|T]].<ref name="Walsh4">V. Walsh and A. Pascual-Leone, "Transcranial Magnetic Stimulation: A Neurochronometrics of Mind." Cambridge, Massachusetts: MIT Press, 2003.</ref> Ao direcionar o pulso de campo magnético em uma área desejada do [[Encéfalo|cérebro]], pode se [[Despolarização|despolarizar]] ou [[Hiperpolarização|hiperpolarizar]] os neurônios na região. O pulso de densidade de fluxo magnético gerado pelo pulso de corrente através da bobina causa um campo elétrico, como explicado pela [[Indução eletromagnética|equação de Maxwell-Faraday]],

<center><math>\nabla \times \mathbf{E} = -\frac{\partial \mathbf{B}} {\partial t}</math>. </center>

Esse campo elétrico provoca uma alteração na corrente transmembrana do neurônio, o que leva à despolarização ou hiperpolarização do neurônio e o disparo de um [[potencial de ação]].<ref name="Walsh4" />

Os detalhes exatos de como a EMT funciona ainda estão sendo explorados. Os efeitos da EMT podem ser divididos em dois tipos, dependendo do modo de estimulação:
* A EMT de pulso único ou pareado faz com que os neurônios do neocórtex da área da estimulação [[Despolarização|despolarizem]] e disparem um [[potencial de ação]]. Se usada no [[córtex motor primário]], produz a atividade muscular referida como um potencial evocado motor (''MEP''), que pode ser registrado por [[eletromiografia]]. Se for utilizado no [[Lóbulo occipital|córtex occipital]], o sujeito pode perceber [[Fosfeno|fosfenos]] (flashes de luz). Na maioria das outras áreas do córtex, o participante não experiencia qualquer efeito conscientemente, mas seu comportamento pode ser ligeiramente alterado (por exemplo, um tempo de reação mais lento em uma tarefa cognitiva), ou mudanças na atividade cerebral podem ser detectadas por meio de outros equipamentos.<ref name="Handbook of Transcranial Magnetic Stimulation2">{{cite book|author=Pascual-Leone A; Davey N; Rothwell J; Wassermann EM; Puri BK|year=2002|title=Handbook of Transcranial Magnetic Stimulation|publisher=Edward Arnold|location=London|isbn=0-340-72009-3}}</ref>
* A EMT repetitiva produz efeitos mais duradouros que persistem passado o período inicial de estimulação. A EMTr pode aumentar ou diminuir a excitabilidade do [[trato corticoespinhal]], dependendo da intensidade do estímulo, orientação da bobina e da frequência. O mecanismo desses efeitos não é claro, embora amplamente acredita-se refletir alterações na eficácia sináptica semelhante a [[potenciação de longa duração]] (LTP) e [[depressão de longa duração]] (LTD).<ref name="Fitzgerald3">{{cite journal|last1=Fitzgerald|first1=P|last2=Fountain|first2=S|last3=Daskalakis|first3=Z|doi=10.1016/j.clinph.2006.06.712|title=A comprehensive review of the effects of rTMS on motor cortical excitability and inhibition|journal=Clinical Neurophysiology|volume=117|issue=12|pages=2584–2596|year=2006|pmid=16890483|pmc=}}</ref>
Imagens de ressonância magnética, gravadas durante a EMT do córtex motor do cérebro, correspondem muito semelhantemente com [[Tomografia por emissão de positrões|tomografias por emissão de pósitrons]] (''PET'') produzidos por movimentos voluntários dos músculos da mão inervada por EMT, com 5 a 22&#x20;mm de precisão.<ref name="Wassermann19962">{{cite journal|last1=Wassermann|first1=EM|last2=Wang|first2=B|last3=Zeffiro|first3=TA|last4=Sadato|first4=N|last5=Pascual-Leone|first5=A|last6=Toro|first6=C|last7=Hallett|first7=M|doi=10.1006/nimg.1996.0001|title=Locating the Motor Cortex on the MRI with Transcranial Magnetic Stimulation and PET|journal=NeuroImage|volume=3|issue=1|pages=1–9|year=1996|pmid=9345470|pmc=}}</ref> A localização das áreas motoras com a EMT também tem sido observada se correlacionar estreitamente a [[magnetoencefalografia]]<ref name="Morioka2">{{cite journal|author1=Morioka T.|author2=Yamamoto T.|author3=Mizushima A.|author4=Tombimatsu S.|author5=Shigeto H.|author6=Hasuo K.|author7=Nishio S.|author8=Fujii K.|author9=Fukui M.|year=1995|title=Comparison of magnetoencephalography, functional MRI, and motor evoked potentials in the localization of the sensory-motor cortex|url=|journal=Neurol. Res.|volume=17|issue=5|pages=361–367}}</ref> e também a [[Imagem por ressônancia magnética funcional|imagem por ressonância magnética funcional]].<ref name="Terao2">{{cite journal|last1=Terao|first1=Y|last2=Ugawa|first2=Y|last3=Sakai|first3=K|last4=Miyauchi|first4=S|last5=Fukuda|first5=H|last6=Sasaki|first6=Y|last7=Takino|first7=R|last8=Hanajima|first8=R|last9=Furubayashi|first9=T|last10=püTz|first10=B|last11=Kanazawa|first11=I|doi=10.1007/s002210050446|title=Localizing the site of magnetic brain stimulation by functional MRI|journal=Experimental Brain Research|volume=121|issue=2|pages=145–152|year=1998|pmid=|pmc=}}</ref>

=== Tipos de bobinas ===
As bobinas de estimulação magnética transcraniana usadas no tratamento, diagnóstico ou estudos experimentais podem variar em vários aspectos. Estas diferenças devem ser consideradas na interpretação de qualquer resultado de estudo e o tipo de bobina utilizada deve ser especificado no estudo de métodos para quaisquer publicações.

As considerações mais importantes incluem:
* o tipo de material utilizado para a construção do núcleo da bobina;
* a geometria da configuração da bobina;
* as características biofísicas do pulso produzido pela bobina.
Com relação à composição da bobina, o material do núcleo pode ser um substrato magneticamente inerte, por exemplo, a bobina com "núcleo de ar", ou possuir um material sólido, ferromagneticamente ativo, chamado de "núcleo sólido", seja de [[ferro]], [[ferrite]] ou pó de metal. Bobinas de núcleo sólido resultam em uma transferência mais eficiente de energia elétrica em campo magnético, com redução substancial da quantidade de energia dissipada em forma de calor, e, portanto, podem ser operadas sob ciclos mais agressivos de trabalho, muitas vezes exigidos em protocolos terapêuticos, sem interrupção do tratamento devido a acumulação de calor ou o uso de um método de resfriamento da bobina durante a operação. Variar o formato geométrico da bobina em si também pode resultar em variações no foco, forma e profundidade de penetração cortical do campo magnético. Diferenças na substância da bobina, bem como da operação eletrônica da fonte de alimentação da bobina também podem resultar em variações nas características biofísicas do pulso magnético resultante como a largura ou a duração do pulso de campo magnético. Todas estas características devem ser consideradas quando se compara resultados obtidos a partir de diferentes estudos, com relação à segurança e a eficácia.<ref>{{cite book|title=Oxford Handbook of Transcranial Stimulation|veditors=Wassermann EM, Epstein CM, Ziemann U, Walsh V, Paus T, Lisanby SH|chapter=TMS Stimulator Design|author=Riehl M|year=2008|publisher=Oxford University Press|location=Oxford|isbn=0-19-856892-4|pages=[https://books.google.com/books?id=YeKleGrKwC4C&pg=PA13#v=onepage&q&f=false 13–23], [https://books.google.com/books?id=YeKleGrKwC4C&pg=PA25#v=onepage&q&f=false 25–32]}}</ref>

Existem diferentes tipos de bobinas, cada uma produzindo diferentes padrões de campo magnético. Alguns exemplos:
* bobina circular: o tipo original de bobina de EMT
* bobina em oito (ou bobina borboleta): resulta em um padrão de ativação mais focal
* bobina em duplo-cone: segue a forma da cabeça, útil para uma estimulação mais profunda
* bobina de quatro folhas: para estimulação focal de nervos periféricos<ref name="roth22">{{cite journal|last1=Roth|first1=BJ|last2=MacCabee|first2=PJ|last3=Eberle|first3=LP|last4=Amassian|first4=VE|last5=Hallett|first5=M|last6=Cadwell|first6=J|last7=Anselmi|first7=GD|last8=Tatarian|first8=GT|doi=10.1016/0168-5597(94)90093-0|title=In vitro evaluation of a 4-leaf coil design for magnetic stimulation of peripheral nerve|journal=Electroencephalography and Clinical Neurophysiology/Evoked Potentials Section|volume=93|pages=68–74|year=1994|pmid=7511524|pmc=|issue=1}}</ref>
* bobina H: para a estimulação magnética transcraniana profunda
Variações na forma das bobinas de EMT permitem uma penetração mais profunda do cérebro do que o padrão de profundidade de 1,5 a 2,5 cm. Bobinas de coroa circular, bobinas Hesed (ou H), bobinas de cone duplo, e outros tipos de variações experimentais podem induzir a excitação ou inibição de neurônios mais profundos no cérebro, incluindo a ativação de neurônios motores para o [[cerebelo]], pernas e do diafragma pélvico. Embora capazes de penetrar mais profundamente no cérebro, eles são menos capazes de produzir uma resposta localizada concentrada e são relativamente não-focais.<ref name="Rossi"/>

== Pesquisas ==
O uso de EMT em estudos com animais é limitado, e há um número limitado de bobinas específicas para estudos em animais<ref>{{cite journal|doi=10.1016/j.pharmthera.2011.09.003|volume=133|title=Transcranial magnetic brain stimulation: Therapeutic promises and scientific gaps|journal=Pharmacology|pages=98–107}}</ref> Há algumas tentativas na literatura mostrando novos projetos de bobinas para ratos com um maior perfil de estimulação.<ref>{{cite journal|doi=10.1109/TMAG.2014.2316479|volume=50|title=Thermal and Mechanical Analysis of Novel Transcranial Magnetic Stimulation Coil for Mice|journal=IEEE Transactions on Magnetics|pages=1–5}}</ref>

Áreas de pesquisa com EMT incluem:
* reabilitação de [[afasia]] e desabilidade motora após [[acidente vascular cerebral]]<ref name="Lefaucher1"/><ref name="Rossi" /><ref name="Dimyan2">{{cite journal|last1=Dimyan|first1=MA|last2=Cohen|first2=LG|doi=10.1177/1545968309345270|title=Contribution of Transcranial Magnetic Stimulation to the Understanding of Functional Recovery Mechanisms After Stroke|journal=Neurorehabilitation and Neural Repair|volume=24|issue=2|pages=125–135|year=2009|pmid=19767591|pmc=2945387}}</ref><ref name="Nowak2">{{cite journal|last1=Nowak|first1=D|last2=Bösl|first2=K|last3=Podubeckà|first3=J|last4=Carey|first4=J|title=Noninvasive brain stimulation and motor recovery after stroke|journal=Restorative Neurology and Neuroscience|volume=28|issue=4|pages=531–544|year=2010|pmid=20714076|doi=10.3233/RNN-2010-0552}}</ref><ref>{{cite journal|doi=10.1007/s11910-009-0067-9|last1=Martin|first1=PI|last2=Naeser|first2=MA|last3=Ho|first3=M|last4=Treglia|first4=E|last5=Kaplan|first5=E|last6=Baker|first6=EH|last7=Pascual-Leone|first7=A|title=Research with Transcranial Magnetic Stimulation in the Treatment of Aphasia|journal=Current Neurology and Neuroscience Reports|volume=9|issue=6|pages=451–458|year=2009|pmid=19818232|pmc=2887285}}</ref><ref>{{cite journal|last1=Corti|first1=M|last2=Patten|first2=C|last3=Triggs|first3=W|doi=10.1097/PHM.0b013e318228bf0c|title=Repetitive Transcranial Magnetic Stimulation of Motor Cortex after Stroke|journal=American Journal of Physical Medicine & Rehabilitation|volume=91|issue=3|pages=254–270|year=2012|pmid=22042336|pmc=}}</ref>
* [[tinido]]<ref name="Lefaucher1"/><ref>{{cite journal|pmid=19205161|year=2008|last1=Kleinjung|first1=T|last2=Vielsmeier|first2=V|last3=Landgrebe|first3=M|last4=Hajak|first4=G|last5=Langguth|first5=B|title=Transcranial magnetic stimulation: a new diagnostic and therapeutic tool for tinnitus patients|volume=14|issue=2|pages=112–8|journal=The international tinnitus journal}}</ref>
* [[Transtorno de ansiedade|transtornos de ansiedade]],<ref name="Lefaucher1"/> incluindo [[Transtorno de pânico|síndrome do pânico]]<ref>{{cite journal|last1=Li|first1=H|last2=Wang|first2=J|last3=Li|first3=C|last4=Xiao|first4=Z|title=Repetitive transcranial magnetic stimulation (rTMS) for panic disorder in adults.|journal=The Cochrane database of systematic reviews|date=Sep 17, 2014|volume=9|pages=CD009083|pmid=25230088|doi=10.1002/14651858.CD009083.pub2}}</ref> e [[transtorno obsessivo-compulsivo]].<ref name="Lefaucher1"/> A área mais promissora para o tratamento de TOC aparenta ser o córtex orbitofrontal e a área motora suplementar.<ref name="Berlim20132">{{cite journal|vauthors=Berlim MT, Neufeld NH, Van den Eynde F|title=Repetitive transcranial magnetic stimulation (rTMS) for obsessive-compulsive disorder (OCD): an exploratory meta-analysis of randomized and sham-controlled trials|journal=Journal of Psychiatric Research|volume=47|issue=8|pages=999–1006|year=2013|pmid=23615189|doi=10.1016/j.jpsychires.2013.03.022|url=}}</ref> Protocolos mais antigos que focavam no córtex pré-frontal dorsal foram menos bem sucedidos em tratar TOC.<ref name="Saba20152">{{cite journal|vauthors=Saba G, Moukheiber A, Pelissolo A|title=Transcranial cortical stimulation in the treatment of obsessive-compulsive disorders: efficacy studies|journal=Current Psychiatry Reports|volume=17|issue=5|pages=36|year=2015|pmid=25825002|doi=10.1007/s11920-015-0571-3|url=}}</ref>
* [[esclerose lateral amiotrófica]]<ref name="Lefaucher1"/><ref>{{cite journal|last1=Fang|first1=J|last2=Zhou|first2=M|last3=Yang|first3=M|last4=Zhu|first4=C|last5=He|first5=L|title=Repetitive transcranial magnetic stimulation for the treatment of amyotrophic lateral sclerosis or motor neuron disease.|journal=The Cochrane database of systematic reviews|date=31 May 2013|issue=5|pages=CD008554|pmid=23728676}}</ref>
* [[esclerose múltipla]]<ref name="Lefaucher1"/>
* [[epilepsia]]<ref name="Lefaucher1"/><ref name="PereiraMüller20162">{{cite journal|last1=Pereira|first1=Luisa Santos|last2=Müller|first2=Vanessa Teixeira|last3=da Mota Gomes|first3=Marleide|last4=Rotenberg|first4=Alexander|last5=Fregni|first5=Felipe|title=Safety of repetitive transcranial magnetic stimulation in patients with epilepsy: A systematic review|journal=Epilepsy & Behavior|volume=57|year=2016|pages=167–176|issn=1525-5050|doi=10.1016/j.yebeh.2016.01.015}}</ref>
* [[doença de Alzheimer]]<ref name="Lefaucher1"/>
* [[doença de Parkinson]]<ref>{{cite journal|doi=10.1586/ern.09.132|title=Treatment of Parkinson’s disease by cortical stimulation|year=2009|last1=Lefaucheur|first1=JP|journal=Expert Review of Neurotherapeutics|volume=9|pages=1755–1771|pmid=19951135|issue=12}}(2) {{cite journal|doi=10.1186/1755-7682-1-2|pmc=2375865|pmid=18471317|title=Basic mechanisms of rTMS: Implications in Parkinson's disease|year=2008|last1=Arias-Carrión|first1=O|journal=International Archives of Medicine|volume=1|issue=1|pages=2}}</ref>
* [[esquizofrenia]]<ref name="Lefaucher1"/><ref name="Doug2015"/>
* [[Drogadição|abuso de substâncias]],<ref name="Lefaucher1"/> [[Dependência psicológica|dependência]],<ref name="Lefaucher1"/><ref>{{cite journal|vauthors=Nizard J, Lefaucher JP, Helbert M, de Chauvigny E, Nguyen JP|archiveurl=http://www.webcitation.org/6NZCOko3C|archivedate=2014-02-21|url=http://www.discoverymedicine.com/Julien-Nizard/2012/07/24/non-invasive-stimulation-therapies-for-the-treatment-of-refractory-pain/|title=Non-invasive stimulation therapies for the treatment of chronic pain|journal=Discovery Medicine|volume=14|number=74|pages=21–31|year=2012|issn=1539-6509|pmid=22846200}}</ref> e [[Transtorno de estresse pós-traumático|estresse pós-traumático]] (PTSD)<ref name="Lefaucher1"/><ref>{{cite journal|last1=Osuch|first1=EA|last2=Benson|first2=BE|last3=Luckenbaugh|first3=DA|last4=Geraci|first4=M|last5=Post|first5=RM|last6=McCann|first6=U|doi=10.1016/j.janxdis.2008.03.015|title=Repetitive TMS combined with exposure therapy for PTSD: A preliminary study|journal=Journal of Anxiety Disorders|volume=23|issue=1|pages=54–59|year=2009|pmid=18455908|pmc=2693184}}</ref><ref>{{cite journal|last1=Watts|first1=BV|last2=Landon|first2=B|last3=Groft|first3=A|last4=Young-Xu|first4=Y|title=A sham controlled study of repetitive transcranial magnetic stimulation for posttraumatic stress disorder|doi=10.1016/j.brs.2011.02.002|journal=Brain Stimulation|volume=5|issue=1|pages=38–43|year=2012|pmid=22264669|pmc=}}</ref>
* [[autismo]]<ref name="Oberman20162">{{cite journal|vauthors=Oberman LM, Enticott PG, Casanova MF, Rotenberg A, Pascual-Leone A, McCracken JT|title=Transcranial magnetic stimulation in autism spectrum disorder: Challenges, promise, and roadmap for future research|journal=Autism Research|volume=9|issue=2|pages=184–203|year=2016|pmid=26536383|doi=10.1002/aur.1567|url=}}</ref>
* [[morte cerebral]], [[coma]] e outros [[Estado vegetativo|estados vegetativos]] persistentes.<ref name="Lefaucher1"/>

== Estudos cegos ==
É difícil estabelecer uma forma convincente de EMT "simulada" para testar o efeito [[placebo]] durante [[Ensaio clínico|ensaios]] [[Grupo de controle|controlados]] em indivíduos [[consciência|conscientes]], devido às dores de garganta ou de cabeça e aos espasmos no couro cabeludo ou na parte superior do rosto associados com a intervenção.<ref name=“Lefaucher1"/<ref name="Rossi"/> Manipulações de EMT "falsas" podem afetar o [[Glicólise|metabolismo de glicose]] [[Telencéfalo|cerebral]] e [[Potencial evocado|potenciais evocados]] motores, que podem confundir os resultados.<ref name="pmid176555582">{{cite journal|doi=10.1111/j.1600-0447.2007.01033.x|title=Neurostimulation therapies in depression: a review of new modalities|year=2007|last1=Marangell|first1=LB|last2=Martinez|first2=M|last3=Jurdi|first3=RA|last4=Zboyan|first4=H|journal=Acta Psychiatrica Scandinavica|volume=116|pages=174–181|pmid=17655558|issue=3}}</ref> Este problema é agravado quando usando medidas de melhoria [[Subjetividade|subjetiva]].<ref name="Rossi"/> Respostas placebo em ensaios de EMTr para depressão estão inversamente associadas com resistência ao tratamento, variam entre os estudos e podem influenciar os resultados.<ref>{{cite journal|last1=Brunoni|first1=A. R.|last2=Lopes|first2=M.|last3=Kaptchuk|first3=T. J.|last4=Fregni|first4=F.|editor1-last=Hashimoto|editor1-first=Kenji|title=Placebo Response of Non-Pharmacological and Pharmacological Trials in Major Depression: A Systematic Review and Meta-Analysis|doi=10.1371/journal.pone.0004824|journal=PLoS ONE|volume=4|issue=3|pages=e4824|year=2009|pmid=19293925|pmc=2653635}}</ref>

Uma análise de 2011 constatou que apenas 13,5% de 96 [[Atribuição aleatória|estudos de controle randomizado]] de EMTr para o córtex pré-frontal dorsolateral relataram sucesso em [[Duplo-cego|ocultar]] o teste, e que, nesses estudos, as pessoas nos grupos de EMTr real eram significativamente mais propensas a pensar que eles tinham recebido EMT real, em comparação com aqueles em grupos de EMTr "falsa".<ref>{{cite journal|doi=10.3109/15622975.2010.541281|title=Blinding success of rTMS applied to the dorsolateral prefrontal cortex in randomised sham-controlled trials: A systematic review|journal=World Journal of Biological Psychiatry|volume=12|issue=4|pages=240–8|year=2011|last1=Broadbent|first1=H. J.|last2=Van Den Eynde|first2=F.|last3=Guillaume|first3=S.|last4=Hanif|first4=E. L.|last5=Stahl|first5=D.|last6=David|first6=A. S.|last7=Campbell|first7=I. C.|last8=Schmidt|first8=U.|pmid=21426265}}</ref> Dependendo das questões de pesquisa formuladas e do design experimental, combinar o desconforto da EMTr para distinguir efeitos verdadeiros de placebo pode ser um problema importante.<ref name="Lefaucher1"/><ref name="Rossi"/><ref name="Duecker"/><ref name="Davis"/>

== Veja também ==
{{Commonscat|Transcranial magnetic stimulation|Estimulação magnética transcraniana}}
* [[Eletroconvulsoterapia]]
* [[Eletroconvulsoterapia]]
* [[Estimulação magnética transcraniana repetitiva]]
* [[Estimulação transcraniana por corrente contínua]]
* [[Estimulação cerebral profunda]]

== Ligações externas ==
* [http://www.overstream.net/view.php?oid=n7aomgtia5ul Vídeo demonstrativo: gagueira desencadeada por EMT]

{{Referências|col=2}}


== Referências ==
== Leia mais ==
* {{cite book |last=Wassermann|first=EM|last2=Epstein|first2=CM|last3=Ziemann|first3=U|last4=Walsh|first4=V|last5=Paus|first5=T|last6=Lisanby|first6=SH|title=Oxford Handbook of Transcranial Stimulation (Oxford Handbooks) |publisher=[[Oxford University Press]], USA |location= |year=2008 |pages= |isbn=0-19-856892-4 |oclc= |doi= |accessdate= | url = https://books.google.com/?id=YeKleGrKwC4C&printsec=frontcover#v=onepage&q}}
* "O que é estimulação magnética transcraniana? What is transcranial magnetic stimulation?" - http://vtmneurodiagnostico.com.br/site/wp-content/uploads/2015/06/a3589.pdf
* {{cite journal | last1 = Freeston | first1 = I | last2 = Barker | first2 = A | doi = 10.4249/scholarpedia.2936 | title = Transcranial magnetic stimulation | journal = Scholarpedia | volume = 2 | issue = 10 | pages = 2936 | year = 2007 | pmid = | pmc = }}
* {{cite book |last=George|first=Mark S.|last2=Belmaker|first2=Robert H.|title=Transcranial Magnetic Stimulation in Neuropsychiatry |publisher=American Psychiatric Press |year=2000 |isbn=9780880489485}}
* {{Citar periódico|titulo = Neuromodulation of group prejudice and religious belief|url = http://scan.oxfordjournals.org/content/early/2015/10/10/scan.nsv107|jornal = Social Cognitive and Affective Neuroscience|data = 04/09/2015|issn = 1749-5016|pmid = 26341901|paginas = nsv107v1|doi = 10.1093/scan/nsv107|idioma = inglês|primeiro = Colin|ultimo = Holbrook|coautores = Keise Izuma, Choi Deblieck, Daniel M. T. Fessler, Marco Iacoboni|formato = requer pagamento}}


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Revisão das 22h24min de 21 de outubro de 2016

Diagrama esquemático do funcionamento de uma estimulação magnética transcraniana.

A estimulação magnética transcraniana ou EMT (em inglês: Transcranical magnetic stimulation ou TMS) é uma técnica não invasiva, de uso diagnóstico e terapêutico, que usa campos magnéticos para estimular pequenas regiões do cérebro por indução eletromagnética através de um gerador, ou "bobina", colocado próximo da cabeça do paciente.[1] Desde sua introdução, em 1985, a estimulação magnética transcraniana consolidou-se como uma ferramenta útil na pesquisa neurocientífica. A EMT é usada em diagnósticos para medir a conexão entre o cérebro e um músculo para avaliar danos, lesões e outros transtornos neurológicos.[2]

A técnica pode ser útil para várias condições neurológicas como síndrome de Parkinson, distonia, zumbido, enxaqueca, e condições psiquiátricas, como depressão e alucinações auditivas. No entanto, o potencial da estimulação magnética transcraniana para diagnósticos e tratamentos neurológicos ainda está sendo comprovado, por falta de estudos clínicos a longo prazo.[3]

Evidências sugerem que ela é útil para tratar dor neuropática[4] e transtornos depressivos maiores resistentes ao tratamento.[4][5][6][7][8][9] Uma publicação da Cochrane de 2015 não encontrou provas suficientes para tirar conclusões sobre o tratamento de esquizofrenia.[10] Para sintomas negativos, outra análise encontrou possível eficácia.[4] A partir de 2014, todas as outras pesquisas de uso repetitivo de EMT encontraram apenas possível ou nenhuma eficácia clínica.[4]

Existem diversas técnicas de EMT, aplicadas para diferentes objetivos, que, por serem consideradas seguras, se tornaram úteis para a neurologia clínica, já que a prática tem capacidade de mapear o córtex cerebral e estabelecer sua excitabilidade. Por outro lado, a EMT repetitiva (EMTr), mais poderosa e relativamente com riscos maiores que EMT de pulso único, consiste na aplicação de estímulos magnéticos em intervalos regulares. Ela possui capacidade para bloquear ou facilitar as estruturas corticais, dependendo da área de aplicação e da intensidade dos estímulos, e pode ser utilizada no tratamento de diversos transtornos neuropsiquiátricos e neurológicos, conforme citado acima.

Distinguir entre efeitos verdadeiros e placebo em EMT é um problema que influencia os resultados de ensaios clínicos.[4][11][12][13] A EMT possui baixos riscos, com casos raros de síncope e convulsões induzidas, além de possível dor ou desconforto, e outros efeitos transitórios de curto prazo.[11]

História

As primeiras tentativas na estimulação do cérebro usando um campo magnético incluem as de Jacques-Arsène d'Arsonval em Paris no ano de 1896, e, em 1910, de Silvanus P. Thompson, em Londres.[14] O princípio da estimulação cerebral indutiva com correntes de Foucault tem sido observado desde o século XX. O primeiro estudo de EMT bem sucedido foi realizado em 1985 por Anthony Barker e seus colegas do Royal Hallamshire Hospital em Sheffield, Inglaterra.[15] Suas primeiras aplicações demonstraram a condução de impulsos nervosos do córtex motor para a medula espinhal, estimulando contrações musculares na mão. Comparado com o método anterior de estimulação transcraniana proposto por Merton e Morton, em 1980,[16] em que uma corrente elétrica direta era aplicada no couro cabeludo, o uso de eletroímãs reduziu significativamente o desconforto do procedimento, e permitiu o mapeamento do córtex cerebral e suas conexões.

Usos médicos

O uso da EMT pode ser dividido primariamente em diagnóstico e terapêutico:

Diagnóstico

No geral, a estimulação magnética transcraniana é utilizada para investigar mecanismos fisiológicos e fisiopatológicos corticais. Em termos técnicos, a EMT é capaz de mapear o cortex cerebral e estudar o tempo de condução motora central, além da cronometria de relações casuais do cérebro-comportamento. A técnica proporciona medidas de facilitação e inibição, assim como o estudo das interações corticocorticais.

A EMT pode ser usada clinicamente para medir a atividade e função de circuitos cerebrais específicos em seres humanos.[2] O uso mais robusto e amplamente aceito é na medição da conexão entre o córtex motor primário e um músculo para avaliar danos causados por acidente vascular cerebral, esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica, doença do neurônio motor, distúrbios do movimento e lesões e outros transtornos que afetam nervos faciais e outros nervos cranianos e a medula espinhal.[2] A EMT tem sido sugerida como um meio de avaliar inibição intracortical de intervalo curto (SICI, do inglês short-interval intracortical inhibition), que mede as vias internas do córtex motor, mas este uso ainda não foi validado.[17]

Para a realização da EMT, é necessária também a compreensão de parâmetros como potencial evocado motor (PEM), período silente (PS) e limiar motor (LM). O primeiro é responsável pela ativação das fibras musculares das unidades motoras estimuladas. Já o segundo é reproduzido na aplicação do estímulo transcraniano durante a contração voluntária do músculo efetor e se apresenta logo após o PEM. Por último, o limiar motor, se refere a menor intensidade de estímulo com capacidade de gerar um PEM.

É possível também medir a excitabilidade corticoespinhal (CSE) com o uso de EMT. Em uma pesquisa realizada no Brasil, EMT de pulso único foi utilizada para provocar potenciais evocados motores, permitindo a medição posterior dos efeitos procurados - no caso, o efeito no trato corticoespinhal, responsável pela motricidade, de observar objetos com carga emocional serem manipulados.[18]

Terapêutico

Para a dor neuropática, para a qual há poucos tratamentos eficazes, a EMT repetitiva (EMTr) de alta frequência (HF) parece eficaz.[4] Para distúrbio depressivo maior resistente a tratamento, a EMTr-HF do córtex pré-frontal dorsolateral (DLPFC) esquerdo parece eficaz e a EMTr de baixa frequência (LF) do DLPFC direito tem provável eficácia.[4][5][6][7][8][9]

Principais doenças

Diversas doenças causam alterações dos parâmetros neurofisiológicos que podem ser diagnosticados por EMT, como:[19]

Doença Parâmetros neurofisiológicos Importância da EMT
Mielopatia TCMC aumentado com TCMP normal Possui sensibilidade de 100% e especificidade de 84,4% em diferenciar a presença ou

ausência de alteração medular, vista em RNM.

Mielopatia associada à radiculopatia TCMC e TCMP aumentados Pode detectar compressão da medula incipiente, ou seja, antes do desenvolvimento de sinais clínicos ou radiológicos.
Determinação do nível de compressão medular TCMC aumentado no nível da compressão medular Enquanto o exame de imagem pode revelar diversos níveis de compressão medular, a EMT pode revelar qual o nível com compressão mais importante. Aplicabilidade principalmente em mielopatia cervical.
Doença do neurônio motor (DNM) TCMC e tempo de latência do PEM aumentados. Na ELA, o LM sofre uma redução no estágio inicial e, com o avanço da doença, ocorre um aumento do LM O interesse está, principalmente, na detecção da disfunção do neurônio motor superior em estágio subclínico A sensibilidade varia de 50% a 100%, dependendo da fase da doença em que se encontra o paciente Seu uso também assume importância no seguimento de pacientes com ELA.
Compressão medular x DNM TCMC aumentado O TCMC na DNM está prolongado apenas em alguns segundos, enquanto esse aumento é maior na compressão medular. Além disso, a DNM causa aumento do TCMC em músculos inervados por nervos com origem acima do forame magno (p. ex.: trapézio e língua).
Desordens do nervo facial Presença, ausência e alterações da RM (amplitude e latência) A condução do nervo facial é avaliada pela estimulação em três níveis: córtex, no meato acústico interno e perifericamente distante do forame estilomastoide Na paralisia de Bell há hipoexcitabilidade unilateral à EMT mantida independentemente da resposta/melhora clínica. Dessa forma, uma RM normal torna esse diagnóstico menos provável Uma RM anormal bilateral sugere uma polirradiculoneuropatia (síndrome de Guillain-Barré, infecção por SIDA, doença de Lyme ou sarcoidose) Na lesão traumática a EMT assume importância na demonstração da integridade do nervo facial A ausência de RM unilateral nos três níveis em vigência de paralisia facial afasta o diagnóstico de paralisia de Bell e aproxima a possibilidade de trauma ou paralisia por herpes-zóster.
Esclerose múltipla (EM) TCMC aumentado A mensuração do TCMC integrado a um escore multimodal de potencial evocado revelou correlação com a escala EDSS, principal escala utilizada para acompanhamento da EM, inclusive mantendo correlação nas mudanças de estágio/nível conforme o acompanhamento longitudinal Permite, assim, um acompanhamento da incapacidade motora e monitorização do tratamento.
Acidente vascular cerebral (AVC) Presença, ausência e amplitude do PEM Ainda é controverso, mas estudos apontam para a presença de redução do PS em casos de migrânea com ou sem aura. Por outro lado, também há registro de PS prolongado em migrânea crônica Em pacientes com migrânea com aura foi encontrado um LM reduzido na EMT occipital, o que seria sugestivo da hiperexcitabilidade da área e consequente indução de fosfinas.
Epilepsia Aumento ou redução do LM O uso da EMT na epilepsia está relacionado à determinação da excitabilidade cortical, a qual varia conforme o tipo de crise, período (interictal ou pós-ictal) e utilização de DAE O LM está reduzido em pacientes com GI sem tratamento ou em até 48h após uma crise. Já em pacientes com crise GI ou parcial em tratamento com DAE o LM está geralmente aumentado.
Migrânea Duração do PS e LM reduzido Ainda é controverso, mas estudos apontam para a presença de redução do PS em casos de migrânea com ou sem aura. Por outro lado, também há registro de PS prolongado em migrânea crônica Em pacientes com migrânea com aura foi encontrado um LM reduzido na EMT occipital, o que seria sugestivo da hiperexcitabilidade da área e consequente indução de fosfinas.
Transtornos do movimento (TM) PS, LM e TCMC A EMT conferiu maior contribuição para o entendimento da fisiopatologia dos TM, assumindo um papel de pouca importância no diagnóstico Na DP os seguintes achados podem estar presentes: LM em repouso reduzido na presença de rigidez intensa, LM em atividade aumentado na presença de bradicinesia acentuada e PS reduzido (pode estar prolongado quando houver uso de drogas dopaminérgicas) Na atrofia de múltiplos sistemas e na paralisia supranuclear progressiva o TCMC pode estar prolongado Já na presença de transtorno obsessivo-compulsivo ou de tique pode ser encontrado um LM reduzido O PS pode estar encurtado na distonia facial e da mão (sem alteração após injeção de toxina botulínica), na mioclonia cortical e na síndrome de Tourette, enquanto no tremor essencial e no tremor tarefa-específico o PS é normal.

Efeitos adversos

Embora a EMT é geralmente considerada como segura, os riscos aumentam nos usos terapêuticos da EMTr comparado à EMT de pulso único ou pareado para fins de diagnóstico.[20] No campo terapêutico, os riscos aumentam com frequências mais altas.[11] Os maiores riscos da EMT são ocorrências raras de síncope e, menos comumente, convulsões induzidas.[11][21] Outros efeitos adversos a curto prazo da EMT incluem dor ou desconforto, indução transitória de hipomania, alterações cognitivas transitórias, perda auditiva transitória, comprometimento transitório da memória e correntes induzidas em circuitos elétricos em dispositivos implantados.[11]

Dispositivos e procedimento

Composto por uma unidade fixa e outra móvel, o aparelho responsável pelas sessões de EMT contém um ou mais capacitores de armazenamento, alternador de carga e circuitos para modelar a forma do pulso e a recuperação de energia, além de um painel de controle em sua unidade fixa. Já a parte móvel conta com uma bobina e um cabo que a conecta com a parte fixa. Um circuito elétrico é responsável pela conexão do capacitor com a bobina.

Durante um procedimento de EMT, a bobina é colocado perto da cabeça do paciente.[1] Ela é conectada a um gerador de pulsos, ou estimulador, que fornece corrente elétrica para a mesma,[22] produzindo pequenas correntes elétricas na região do cérebro sob a bobina por indução eletromagnética. Dessa forma o cérebro pode ser modulado sem necessidade de cirurgia ou eletrodos externos.[19] A bobina é posicionada encontrando-se pontos anatômicos do crânio, incluindo, mas não limitado a, o ínion ou o násio.[23] Como o couro cabeludo e o osso do crânio possuem alta resistência elétrica, a pequena corrente elétrica fluente nessas estruturas diminui o desconforto que poderia ser causado pela excitação de terminações nociceptivas. Vale ressaltar também que a área estimulada depende de outros fatores como a intensidade e a variação em relação ao tempo do campo magnético, o tipo de bobina e o posicionamento no couro cabeludo.

Informações técnicas

Ação do campo magnético de uma bobina de EMT

A EMT usa indução eletromagnética para gerar uma corrente elétrica através do couro cabeludo e o crânio, sem contato físico. Uma bobina de arame envolta em plástico é mantida junto ao crânio, e quando ativada, produz um campo magnético orientado ortogonalmente ao plano da bobina. O campo magnético passa desimpedido através da pele e do crânio, induzindo uma corrente direcionada opostamente no cérebro que ativa células nervosas próximas de modo muito similar a correntes aplicadas diretamente na superfície cortical.[24]

O caminho dessa corrente é difícil de modelar porque o cérebro é de forma irregular e a eletricidade e o magnetismo não são conduzidas de maneira uniforme em todos os seus tecidos. O campo magnético tem aproximadamente a mesma força de uma ressonância magnética, e o pulso alcança, geralmente, não mais do que 5 centímetros de profundidade no cérebro, a menos que se esteja usando uma estimulação magnética transcraniana profunda, uma variante de EMT.[25] Também chamada de Deep TMS, pode chegar a até 6 cm do cérebro para estimular as camadas mais profundas do córtex motor, como a que controla o movimento das pernas.[26][27]

Mecanismo de ação

Da lei de Biot–Savart,

,

tem se demonstrado que uma corrente elétrica através de um fio gera um campo magnético em torno desse fio. A estimulação magnética transcraniana é conseguida por meio de uma rápida corrente descarregada a partir de um grande capacitor em uma bobina para produzir pulsos de campos magnéticos entre 2 e 3 T.[28] Ao direcionar o pulso de campo magnético em uma área desejada do cérebro, pode se despolarizar ou hiperpolarizar os neurônios na região. O pulso de densidade de fluxo magnético gerado pelo pulso de corrente através da bobina causa um campo elétrico, como explicado pela equação de Maxwell-Faraday,

.

Esse campo elétrico provoca uma alteração na corrente transmembrana do neurônio, o que leva à despolarização ou hiperpolarização do neurônio e o disparo de um potencial de ação.[28]

Os detalhes exatos de como a EMT funciona ainda estão sendo explorados. Os efeitos da EMT podem ser divididos em dois tipos, dependendo do modo de estimulação:

  • A EMT de pulso único ou pareado faz com que os neurônios do neocórtex da área da estimulação despolarizem e disparem um potencial de ação. Se usada no córtex motor primário, produz a atividade muscular referida como um potencial evocado motor (MEP), que pode ser registrado por eletromiografia. Se for utilizado no córtex occipital, o sujeito pode perceber fosfenos (flashes de luz). Na maioria das outras áreas do córtex, o participante não experiencia qualquer efeito conscientemente, mas seu comportamento pode ser ligeiramente alterado (por exemplo, um tempo de reação mais lento em uma tarefa cognitiva), ou mudanças na atividade cerebral podem ser detectadas por meio de outros equipamentos.[29]
  • A EMT repetitiva produz efeitos mais duradouros que persistem passado o período inicial de estimulação. A EMTr pode aumentar ou diminuir a excitabilidade do trato corticoespinhal, dependendo da intensidade do estímulo, orientação da bobina e da frequência. O mecanismo desses efeitos não é claro, embora amplamente acredita-se refletir alterações na eficácia sináptica semelhante a potenciação de longa duração (LTP) e depressão de longa duração (LTD).[30]

Imagens de ressonância magnética, gravadas durante a EMT do córtex motor do cérebro, correspondem muito semelhantemente com tomografias por emissão de pósitrons (PET) produzidos por movimentos voluntários dos músculos da mão inervada por EMT, com 5 a 22 mm de precisão.[31] A localização das áreas motoras com a EMT também tem sido observada se correlacionar estreitamente a magnetoencefalografia[32] e também a imagem por ressonância magnética funcional.[33]

Tipos de bobinas

As bobinas de estimulação magnética transcraniana usadas no tratamento, diagnóstico ou estudos experimentais podem variar em vários aspectos. Estas diferenças devem ser consideradas na interpretação de qualquer resultado de estudo e o tipo de bobina utilizada deve ser especificado no estudo de métodos para quaisquer publicações.

As considerações mais importantes incluem:

  • o tipo de material utilizado para a construção do núcleo da bobina;
  • a geometria da configuração da bobina;
  • as características biofísicas do pulso produzido pela bobina.

Com relação à composição da bobina, o material do núcleo pode ser um substrato magneticamente inerte, por exemplo, a bobina com "núcleo de ar", ou possuir um material sólido, ferromagneticamente ativo, chamado de "núcleo sólido", seja de ferro, ferrite ou pó de metal. Bobinas de núcleo sólido resultam em uma transferência mais eficiente de energia elétrica em campo magnético, com redução substancial da quantidade de energia dissipada em forma de calor, e, portanto, podem ser operadas sob ciclos mais agressivos de trabalho, muitas vezes exigidos em protocolos terapêuticos, sem interrupção do tratamento devido a acumulação de calor ou o uso de um método de resfriamento da bobina durante a operação. Variar o formato geométrico da bobina em si também pode resultar em variações no foco, forma e profundidade de penetração cortical do campo magnético. Diferenças na substância da bobina, bem como da operação eletrônica da fonte de alimentação da bobina também podem resultar em variações nas características biofísicas do pulso magnético resultante como a largura ou a duração do pulso de campo magnético. Todas estas características devem ser consideradas quando se compara resultados obtidos a partir de diferentes estudos, com relação à segurança e a eficácia.[34]

Existem diferentes tipos de bobinas, cada uma produzindo diferentes padrões de campo magnético. Alguns exemplos:

  • bobina circular: o tipo original de bobina de EMT
  • bobina em oito (ou bobina borboleta): resulta em um padrão de ativação mais focal
  • bobina em duplo-cone: segue a forma da cabeça, útil para uma estimulação mais profunda
  • bobina de quatro folhas: para estimulação focal de nervos periféricos[35]
  • bobina H: para a estimulação magnética transcraniana profunda

Variações na forma das bobinas de EMT permitem uma penetração mais profunda do cérebro do que o padrão de profundidade de 1,5 a 2,5 cm. Bobinas de coroa circular, bobinas Hesed (ou H), bobinas de cone duplo, e outros tipos de variações experimentais podem induzir a excitação ou inibição de neurônios mais profundos no cérebro, incluindo a ativação de neurônios motores para o cerebelo, pernas e do diafragma pélvico. Embora capazes de penetrar mais profundamente no cérebro, eles são menos capazes de produzir uma resposta localizada concentrada e são relativamente não-focais.[11]

Pesquisas

O uso de EMT em estudos com animais é limitado, e há um número limitado de bobinas específicas para estudos em animais[36] Há algumas tentativas na literatura mostrando novos projetos de bobinas para ratos com um maior perfil de estimulação.[37]

Áreas de pesquisa com EMT incluem:

Estudos cegos

É difícil estabelecer uma forma convincente de EMT "simulada" para testar o efeito placebo durante ensaios controlados em indivíduos conscientes, devido às dores de garganta ou de cabeça e aos espasmos no couro cabeludo ou na parte superior do rosto associados com a intervenção.[11] Manipulações de EMT "falsas" podem afetar o metabolismo de glicose cerebral e potenciais evocados motores, que podem confundir os resultados.[53] Este problema é agravado quando usando medidas de melhoria subjetiva.[11] Respostas placebo em ensaios de EMTr para depressão estão inversamente associadas com resistência ao tratamento, variam entre os estudos e podem influenciar os resultados.[54]

Uma análise de 2011 constatou que apenas 13,5% de 96 estudos de controle randomizado de EMTr para o córtex pré-frontal dorsolateral relataram sucesso em ocultar o teste, e que, nesses estudos, as pessoas nos grupos de EMTr real eram significativamente mais propensas a pensar que eles tinham recebido EMT real, em comparação com aqueles em grupos de EMTr "falsa".[55] Dependendo das questões de pesquisa formuladas e do design experimental, combinar o desconforto da EMTr para distinguir efeitos verdadeiros de placebo pode ser um problema importante.[4][11][12][13]

Veja também

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Estimulação magnética transcraniana

Ligações externas

Referências

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