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Endometriose: diferenças entre revisões

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{{Não confundir com|Endometrite}}
{{Não confundir com|Endometrite}}
{{Info/Patologia |
{{Info/Patologia
Nome = Endometriose |
| Nome = Endometriose
Imagem = Endometriosis loc en.svg|
| Imagem = Endometriosis.jpg
| Legenda = Endometriose observada durante uma [[laparoscopia]]
Legenda = Áreas mais comuns de serem atingidas pela endometriose. |
| Especialidade = [[Ginecologia]]
| Sintomas = Dor na parte inferior do abdómen, infertilidade<ref name=Bulletti2010/>
| Complicações =
| Início = 30–40 anos de idade<ref name=WH2014/><ref name=Mc2013/>
| Duração = [[Doença crónica|Crónica]]<ref name=Bulletti2010/>
| Causas = Desconhecidas<ref name=Bulletti2010/>
| Riscos = [[Antecedentes familiares]]<ref name=WH2014/>
| Diagnóstico = Baseado nos sintomas, [[imagiologia médica|exames imagiológicos]], [[biópsia]]<ref name=WH2014/>
| Diferencial = [[Doença inflamatória pélvica]], [[síndrome do cólon irritável]], [[cistite intersticial]], [[fibromialgia]]<ref name=Bulletti2010/>
| Prevenção = [[Pílula contraceptiva oral combinada|Contracetivos orais combinados]], exercício<ref name=WH2014/><ref name=Ver2011/>
| Tratamento = [[AINE]]s, continuação da toma da pílula, [[Sistema intrauterino|dispositivo intrauterino com progestógeno]], cirurgia<ref name=WH2014/>
| Medicação =
| Prognóstico =
| Frequência = 10,8 milhões (2015)<ref name=GBD2015Pre>{{citar periódico| vauthors = |título= Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 310 diseases and injuries, 1990-2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015 |periódico= Lancet | volume = 388 |número= 10053 |páginas= 1545–1602 |data=outubro de 2016 | pmid = 27733282 | pmc = 5055577 | doi = 10.1016/S0140-6736(16)31678-6 }}</ref>
| Mortes = ~100 (2015)<ref name=GBD2015De>{{citar periódico| vauthors = |título= Global, regional, and national life expectancy, all-cause mortality, and cause-specific mortality for 249 causes of death, 1980-2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015 |periódico= Lancet | volume = 388 |número= 10053 |páginas= 1459–1544 |data=outubro de 2016 | pmid = 27733281 | pmc = 5388903 | doi = 10.1016/S0140-6736(16)31012-1 }}</ref>
| DiseasesDB = 4269
| DiseasesDB = 4269
| ICD10 = {{ICD10|N|80||n|80}}
| ICD10 = {{ICD10|N|80||n|80}}
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<!-- Definição e sintomas -->
'''Endometriose''' (de ''endo''-, dentro; ''-metri-'' = útero; ''-ose'' = condição ou doença) é uma doença feminina caracterizada pelo crescimento de tecido [[endométrio|endometrial]] fora do útero.<ref name="TortoraDerrickson2012">Gerard J. Tortora; Bryan Derrickson (2012). [http://books.google.com/books?id=G9O2rbQSqr8C&pg=PA594 ''Corpo Humano : Fundamentos de anatomia e fisiologia''] - 8ed. Artmed. p. 594. ISBN 978-85-363-2718-1.</ref><ref name="RUMACKWilson">CAROL M. RUMACK; Carol M. Rumack, J. William Charboneau, Stephanie R. Wilson; J. WILLIAM CHARBONEAU. [http://books.google.com/books?id=HfcIVjcq57MC&pg=PA560 ''Tratado de Ultra-sonografia Diagnostica'']. Elsevier (medicina). p. 560. ISBN 978-85-352-1711-7.</ref> Seus principais sintomas são [[dor pélvica]] e [[infertilidade]], quase metade da mulheres acometidas tem [[dor pélvica crônica]], enquanto em 70% a dor ocorre durante a [[menstruação]]. Dor durante o sexo também é comum e a infertilidade ocorre em até metade das pessoas.<ref name=Bulletti2010/> A endometriose pode ter efeitos sociais e psicológicos.<ref>{{citar jornal | autor = Culley L, Law C, Hudson N, Denny E, Mitchell H, Baumgarten M, Raine-Fenning N | título= The social and psychological impact of endometriosis on women's lives: A critical narrative review | jornal = Human Reproduction Update | volume = 19 |número= 6 | páginas= 625–639 | ano= 2013 | pmid = 23884896 | pmc = | doi = 10.1093/humupd/dmt027 }}</ref> Os sintomas menos comuns incluem sintomas urinários ou intestinais e cerca de 25% das mulheres não apresentam sintomas.<ref name=Bulletti2010>{{citar jornal | autor = Bulletti C, Coccia ME, Battistoni S, Borini A | título= Endometriosis and infertility | jornal = J. Assist. Reprod. Genet. | volume = 27 |número= 8 | páginas= 441–7 |data= agosto de 2010 | pmid = 20574791 | pmc = 2941592 | doi = 10.1007/s10815-010-9436-1 }}</ref>
'''Endometriose''' é uma condição em que [[células]] semelhantes às do [[endométrio]] – a camada de tecido que reveste o [[útero]] – crescem no seu exterior.<ref>{{citar web|url=https://www.nichd.nih.gov/health/topics/endometri/Pages/default.aspx|título=Endometriosis: Overview|website=www.nichd.nih.gov|língua=en-US|acessodata=20 de maio de 2017|urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170518203025/https://www.nichd.nih.gov/health/topics/endometri/Pages/default.aspx|arquivodata=18 de maio de 2017|df=}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.nichd.nih.gov/health/topics/endometri/conditioninfo/Pages/default.aspx|título=Endometriosis: Condition Information|website=www.nichd.nih.gov|língua=en-US|acessodata=20 de maio de 2017|urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170430215956/https://www.nichd.nih.gov/health/topics/endometri/conditioninfo/Pages/default.aspx|arquivodata=30 de abril de 2017|df=}}</ref> Os locais de crescimento mais frequentes são os [[ovários]], as [[trompas de Falópio]] e o tecido que envolve o útero e os ovários. Em casos raros, podem também crescer noutras partes do corpo.<ref name=WH2014/> Os principais sintomas são dor na parte inferior do [[abdómen]] e [[infertilidade]].<ref name=Bulletti2010/> Cerca de metade dos casos apresentam dor pélvica crónica, enquanto em 70% a dor ocorre durante a [[menstruação]].<ref name=Bulletti2010/> Também é comum ocorrer [[Dispareunia|dor durante as relações sexuais]].<ref name=Bulletti2010/> A infertilidade afeta cerca de metade das mulheres com a condição.<ref name=Bulletti2010/> Entre sintomas pouco comuns estão sintomas urinários ou intestinais.<ref name=Bulletti2010/> Cerca de 25% das mulheres não manifesta sintomas.<ref name=Bulletti2010/> A endometriose pode ter sequelas sociais e psicológicas.<ref>{{citar periódico| vauthors = Culley L, Law C, Hudson N, Denny E, Mitchell H, Baumgarten M, Raine-Fenning N |título= The social and psychological impact of endometriosis on women's lives: a critical narrative review |periódico= Human Reproduction Update | volume = 19 |número= 6 |páginas= 625–39 |data=1 de novembro de 2013 | pmid = 23884896 | doi = 10.1093/humupd/dmt027 }}</ref>


<!-- Causa e diagnóstico -->
A causa não é totalmente clara, <ref name=Bulletti2010/> os fatores de risco incluem ter um histórico familiar da doença. A endometriose mais frequentemente ocorre no [[ovário]],[[trompa de falópio]], ligamento largo e fundo de saco posterior, mas pode ocorrer em qualquer parte do corpo como bexiga ou intestinos.<ref name="RumackWilson2012">Carol M. Rumack; Stephanie r. Wilson; J. William CHARBONEAU (2012). [http://books.google.com/books?id=asl9BjlNQHUC&pg=RA5-PT1579 ''Tratado De Ultra-Sonografia Diagnóstica'']. Elsevier Health Sciences Brazil. p. 5. ISBN 978-85-352-5993-3.</ref> As áreas de endometriose sangram a cada mês, o que resulta em inflamação e cicatrização.<ref name=Bulletti2010/> Outras causas de sintomas semelhantes incluem: [[síndrome do intestino irritável]], [[cistite intersticial]], e [[fibromialgia]].<ref name=Bulletti2010/>
A causa não é totalmente clara.<ref name=Bulletti2010/> Entre os [[fatores de risco]] estão [[antecedentes familiares]] da doença.<ref name=WH2014/> As áreas de endometriose sangram todos os meses, dando origem a inflamação e cicatrização.<ref name=Bulletti2010/><ref name=WH2014/> As formações de tecido causadas pela endometriose não são [[cancro]].<ref name=WH2014/> O diagnóstico é suspeito com base nos sintomas e em [[imagiologia médica|exames imagiológicos]],<ref name=WH2014/> podendo ser confirmado com [[biópsia]] dos tecidos.<ref name=WH2014/> Entre outras condições que causam sintomas semelhantes estão a [[doença inflamatória pélvica]], a [[síndrome do cólon irritável]], a [[cistite intersticial]] e a [[fibromialgia]].<ref name=Bulletti2010/>

<!-- Prevenção e tratamento -->
Algumas evidências sugerem que o uso de [[Pílula contraceptiva oral combinada|contracetivos orais combinados]] diminui o risco de desenvolver endometriose.<ref name="Ver2011">{{citar periódico| vauthors = Vercellini P, Eskenazi B, Consonni D, Somigliana E, Parazzini F, Abbiati A, Fedele L |título= Oral contraceptives and risk of endometriosis: a systematic review and meta-analysis |periódico= Human Reproduction Update | volume = 17 |número= 2 |páginas= 159–70 |data=1 de março de 2011 | pmid = 20833638 | doi = 10.1093/humupd/dmq042 }}</ref> O exercício físico e evitar consumo de grandes quantidades de álcool pode também prevenir a condição.<ref name=WH2014/> Embora não exista cura para a endometriose, estão disponíveis vários tratamentos para melhorar os sintomas.<ref name=Bulletti2010/> Entre eles estão os [[analgésico]]s, tratamentos [[hormona]]is ou cirurgia.<ref name=WH2014/> Os analgésicos recomendados são geralmente [[anti-inflamatórios não esteroides]] (AINEs) como o [[naproxeno]].<ref name=WH2014/> A toma continuada do componente ativo da pílula contracetiva ou a utilização de um [[dispositivo intrauterino]] com progestógeno pode também ser útil.<ref name=WH2014/> A administração de um [[agonista da hormona libertadora da gonadotrofina]] pode melhorar a capacidade de [[Gravidez|engravidar]] em mulheres inférteis.<ref name=WH2014/> A remoção cirúrgica da endometriose pode ser viável no tratamento de casos que não melhoram com outros tratamentos.<ref name="WH2014">{{citar web|url=https://www.womenshealth.gov/a-z-topics/endometriosis |título=Endometriosis |website=womenshealth.gov|língua=en|data=13 de fevereiro de 2017|acessodata=20 de maio de 2017 |urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170513091846/https://www.womenshealth.gov/a-z-topics/endometriosis |arquivodata=13 de maio de 2017|df=}}</ref>

<!-- Epidemiologia -->
Um estudo estima que em 2015 a condição afetasse 10,8 milhões de mulheres em todo o mundo.<ref name=GBD2015Pre/> Outros estudos estimam que afete entre 6% e 10% de todas as mulheres.<ref name="Bulletti2010">{{citar periódico| vauthors = Bulletti C, Coccia ME, Battistoni S, Borini A |título= Endometriosis and infertility |periódico= Journal of Assisted Reproduction and Genetics | volume = 27 |número= 8 |páginas= 441–7 |data=agosto de 2010 | pmid = 20574791 | pmc = 2941592 | doi = 10.1007/s10815-010-9436-1 }}</ref> A endometriose é mais comum na casa dos 30 e 40 anos de idade. No entanto, pode ter início em idades tão precoces como oito anos.<ref name=WH2014/><ref name="Mc2013">{{citar livro|último1 =McGrath|primeiro1 =Patrick J.|último2 =Stevens|primeiro2 =Bonnie J.|último3 =Walker|primeiro3 =Suellen M.|último4 =Zempsky|primeiro4 =William T. | name-list-format = vanc |título=Oxford Textbook of Paediatric Pain|data=2013|publicado=OUP Oxford|isbn=9780199642656|página=300|url=https://books.google.com/books?id=xWyrAAAAQBAJ&pg=PA300|língua=en|urlmorta= não|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170910181816/https://books.google.com/books?id=xWyrAAAAQBAJ&pg=PA300|arquivodata=2017-09-10|df=}}</ref> Raramente causa a morte.<ref name="GDB2013">{{citar periódico| vauthors = ((GBD 2013 Mortality and Causes of Death Collaborators)) |título= Global, regional, and national age-sex specific all-cause and cause-specific mortality for 240 causes of death, 1990-2013: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2013 |periódico= Lancet | volume = 385 |número= 9963 |páginas= 117–71 |data=janeiro de 2015 | pmid = 25530442 | pmc = 4340604 | doi = 10.1016/S0140-6736(14)61682-2 }}</ref> Foi só na década de 1920 que se determinou que a endometriose era uma condição distinta.<ref name=Bro2012/> Até então, a endometriose e a [[adenomiose]] eram consideradas a mesma doença.<ref name=Bro2012/> Não é ainda claro quem terá descrito primeiro a doença.<ref name="Bro2012">{{citar livro| vauthors = Brosens I |título=Endometriosis: Science and Practice|data=2012|publicado=John Wiley & Sons|isbn=9781444398496|página=3 |url = https://books.google.com/books?id=Wu0gfwFUfz8C&pg=PA3 }}</ref>


==Sinais e sintomas==
==Sinais e sintomas==
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==Fatores de risco==
==Fatores de risco==
A predisposição genética desempenha um papel na endometriose.<ref name=Fauser2011>{{citar jornal | autor = Fauser BC, Diedrich K, Bouchard P, Domínguez F, Matzuk M, Franks S, Hamamah S, Simón C, Devroey P, Ezcurra D, Howles CM | título= Contemporary genetic technologies and female reproduction | jornal = Hum. Reprod. Update | volume = 17 |número= 6 | páginas = 829–47 | ano = 2011 | pmid = 21896560 | pmc = 3191938 | doi = 10.1093/humupd/dmr033 }}</ref> Filhas ou irmãs de mulheres com endometriose estão em maior risco de desenvolver a endometriose; baixos níveis de [[progesterona]] podem ser genéticas e pode contribuir para um desequilíbrio hormonal.<ref name=emed>Kapoor D, Davila W (2005). [http://www.emedicine.com/med/topic3419.htm Endometriosis,] ''eMedicine''.</ref> Há uma incidência de cerca seis vezes maior em mulheres com um parente de primeiro grau afetado.<ref>{{citar jornal |autor=Giudice LC, Kao LC |título=Endometriosis |jornal=Lancet |volume=364 |número=9447 |página=1789–99 |ano=2004 |pmid=15541453 |doi=10.1016/S0140-6736(04)17403-5}}</ref>
A predisposição genética desempenha um papel na endometriose.<ref name=Fauser2011>{{citar jornal | autor = Fauser BC, Diedrich K, Bouchard P, Domínguez F, Matzuk M, Franks S, Hamamah S, Simón C, Devroey P, Ezcurra D, Howles CM | título= Contemporary genetic technologies and female reproduction | jornal = Hum. Reprod. Update | volume = 17 |número= 6 | páginas = 829–47 | ano = 2011 | pmid = 21896560 | pmc = 3191938 | doi = 10.1093/humupd/dmr033 }}</ref> Filhas ou irmãs de mulheres com endometriose estão em maior risco de desenvolver a endometriose; baixos níveis de [[progesterona]] podem ser genéticas e pode contribuir para um desequilíbrio hormonal.<ref name=emed>Kapoor D, Davila W (2005). [http://www.emedicine.com/med/topic3419.htm Endometriosis,] ''eMedicine''.</ref> Há uma incidência de cerca seis vezes maior em mulheres com um parente de primeiro grau afetado.<ref>{{citar jornal |autor=Giudice LC, Kao LC |título=Endometriosis |jornal=Lancet |volume=364 |número=9447 |página=1789–99 |ano=2004 |pmid=15541453 |doi=10.1016/S0140-6736(04)17403-5}}</ref>



== Tipos ==
== Tipos ==
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A '''Endometriose profunda''' é uma das apresentações da endometriose. Atualmente consideramos que existem três formas de endometriose. A superficial, a ovariana (o endometrioma de ovário) e a profunda.
A '''Endometriose profunda''' é uma das apresentações da endometriose. Atualmente consideramos que existem três formas de endometriose. A superficial, a ovariana (o endometrioma de ovário) e a profunda.
São consideradas profundas as lesões que ultrapassam 5 mm abaixo do epitélio peritoneal. As lesões profundas podem acometer outros orgãos como o intestino, bexiga e ureter. Os segmentos intestinais mais atingidos(90%) são sigmóide e reto.
São consideradas profundas as lesões que ultrapassam 5 mm abaixo do epitélio peritoneal. As lesões profundas podem acometer outros orgãos como o intestino, bexiga e ureter. Os segmentos intestinais mais atingidos(90%) são sigmóide e reto.



Cerca de 10 a 15% das mulheres com endometriose apresentam acometimento intestinal. Os sintomas normalmente apresentados por essas pacientes , além das cólicas habituais e infertilidade, são dor para evacuar principalmente durante o período menstrual e em casos mais raros sangramento intestinal.
Cerca de 10 a 15% das mulheres com endometriose apresentam acometimento intestinal. Os sintomas normalmente apresentados por essas pacientes , além das cólicas habituais e infertilidade, são dor para evacuar principalmente durante o período menstrual e em casos mais raros sangramento intestinal.
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O ginecologista pode suspeitar de uma endometriose na sua paciente que estiver com [[infertilidade]] sem explicação. O exame físico pode indicar a presença da doença. O médico pode fazer o toque vaginal em busca de espessamento e/ou dor em ligamentos útero-sacros e [[nódulo]] em fundo de [[saco de Douglas]].
O ginecologista pode suspeitar de uma endometriose na sua paciente que estiver com [[infertilidade]] sem explicação. O exame físico pode indicar a presença da doença. O médico pode fazer o toque vaginal em busca de espessamento e/ou dor em ligamentos útero-sacros e [[nódulo]] em fundo de [[saco de Douglas]].


Em geral, a confirmação da doença pode ser feita através da [[videolaparoscopia]] ou utilizando substâncias como anticorpos antiendométrio, propeptídeo protocolágeno tipo III, proteína C reativa, anticorpos anticardiolipina, proteína sérica amilóide A, CA19-9, CA15-3, antígeno carcinoembrionário, alfa-feto-proteína e beta-2-microglobulina, entre outras.<ref name=USP/> Os marcadores bioquímicos, biofísicos e moleculares não apresentam sensibilidade adequada para o diagnóstico da endometriose. Os exames complementares ajudam a identificar presença de lesões de endometriose ovariana ou profunda infiltrativa <ref>[https://endometrioseonline.com.br http://portaldaendometriose.com].</ref>
Em geral, a confirmação da doença pode ser feita através da [[videolaparoscopia]] ou utilizando substâncias como anticorpos antiendométrio, propeptídeo protocolágeno tipo III, proteína C reativa, anticorpos anticardiolipina, proteína sérica amilóide A, CA19-9, CA15-3, antígeno carcinoembrionário, alfa-feto-proteína e beta-2-microglobulina, entre outras.<ref name=USP>Sérgio Podgaec e Maurício Simões Abrão. Endometriose: aspectos atuais do diagnóstico e tratamento. Disponível em: http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?id_materia=2567&fase=imprime</ref> Os marcadores bioquímicos, biofísicos e moleculares não apresentam sensibilidade adequada para o diagnóstico da endometriose. Os exames complementares ajudam a identificar presença de lesões de endometriose ovariana ou profunda infiltrativa<ref>[https://endometrioseonline.com.br http://portaldaendometriose.com].</ref>
Outros exames como a [[ultrassonografia]] e a [[ressonância magnética]] nuclear também podem ser utilizados.
Outros exames como a [[ultrassonografia]] e a [[ressonância magnética]] nuclear também podem ser utilizados.


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Nos casos mais graves pode ser necessário a remoção de partes de órgãos como útero, ovários, tubas ou de porções do intestino. A excisão total de todas as lesões visíveis e palpáveis da doença traz melhora significativa da dor pélvica e da fertilidade.<ref>Vercellini, P.; De Giorgi, O.; Pisacreta, A. Surgical management of endometriosis. Baillieres Clin Obstet Gynaecol 2000; 14:501-23.</ref>
Nos casos mais graves pode ser necessário a remoção de partes de órgãos como útero, ovários, tubas ou de porções do intestino. A excisão total de todas as lesões visíveis e palpáveis da doença traz melhora significativa da dor pélvica e da fertilidade.<ref>Vercellini, P.; De Giorgi, O.; Pisacreta, A. Surgical management of endometriosis. Baillieres Clin Obstet Gynaecol 2000; 14:501-23.</ref>



{{Referências}}
{{Referências}}

Revisão das 17h16min de 5 de dezembro de 2018

 Nota: Não confundir com Endometrite.
Endometriose
Endometriose
Endometriose observada durante uma laparoscopia
Especialidade Ginecologia
Sintomas Dor na parte inferior do abdómen, infertilidade[1]
Início habitual 30–40 anos de idade[2][3]
Duração Crónica[1]
Causas Desconhecidas[1]
Fatores de risco Antecedentes familiares[2]
Método de diagnóstico Baseado nos sintomas, exames imagiológicos, biópsia[2]
Condições semelhantes Doença inflamatória pélvica, síndrome do cólon irritável, cistite intersticial, fibromialgia[1]
Prevenção Contracetivos orais combinados, exercício[2][4]
Tratamento AINEs, continuação da toma da pílula, dispositivo intrauterino com progestógeno, cirurgia[2]
Frequência 10,8 milhões (2015)[5]
Mortes ~100 (2015)[6]
Classificação e recursos externos
CID-10 N80
CID-9 617.0
CID-11 1838213761
OMIM 131200
DiseasesDB 4269
MedlinePlus 000915
eMedicine med/3419 ped/677 emerg/165
MeSH D004715
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Endometriose é uma condição em que células semelhantes às do endométrio – a camada de tecido que reveste o útero – crescem no seu exterior.[7][8] Os locais de crescimento mais frequentes são os ovários, as trompas de Falópio e o tecido que envolve o útero e os ovários. Em casos raros, podem também crescer noutras partes do corpo.[2] Os principais sintomas são dor na parte inferior do abdómen e infertilidade.[1] Cerca de metade dos casos apresentam dor pélvica crónica, enquanto em 70% a dor ocorre durante a menstruação.[1] Também é comum ocorrer dor durante as relações sexuais.[1] A infertilidade afeta cerca de metade das mulheres com a condição.[1] Entre sintomas pouco comuns estão sintomas urinários ou intestinais.[1] Cerca de 25% das mulheres não manifesta sintomas.[1] A endometriose pode ter sequelas sociais e psicológicas.[9]

A causa não é totalmente clara.[1] Entre os fatores de risco estão antecedentes familiares da doença.[2] As áreas de endometriose sangram todos os meses, dando origem a inflamação e cicatrização.[1][2] As formações de tecido causadas pela endometriose não são cancro.[2] O diagnóstico é suspeito com base nos sintomas e em exames imagiológicos,[2] podendo ser confirmado com biópsia dos tecidos.[2] Entre outras condições que causam sintomas semelhantes estão a doença inflamatória pélvica, a síndrome do cólon irritável, a cistite intersticial e a fibromialgia.[1]

Algumas evidências sugerem que o uso de contracetivos orais combinados diminui o risco de desenvolver endometriose.[4] O exercício físico e evitar consumo de grandes quantidades de álcool pode também prevenir a condição.[2] Embora não exista cura para a endometriose, estão disponíveis vários tratamentos para melhorar os sintomas.[1] Entre eles estão os analgésicos, tratamentos hormonais ou cirurgia.[2] Os analgésicos recomendados são geralmente anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) como o naproxeno.[2] A toma continuada do componente ativo da pílula contracetiva ou a utilização de um dispositivo intrauterino com progestógeno pode também ser útil.[2] A administração de um agonista da hormona libertadora da gonadotrofina pode melhorar a capacidade de engravidar em mulheres inférteis.[2] A remoção cirúrgica da endometriose pode ser viável no tratamento de casos que não melhoram com outros tratamentos.[2]

Um estudo estima que em 2015 a condição afetasse 10,8 milhões de mulheres em todo o mundo.[5] Outros estudos estimam que afete entre 6% e 10% de todas as mulheres.[1] A endometriose é mais comum na casa dos 30 e 40 anos de idade. No entanto, pode ter início em idades tão precoces como oito anos.[2][3] Raramente causa a morte.[10] Foi só na década de 1920 que se determinou que a endometriose era uma condição distinta.[11] Até então, a endometriose e a adenomiose eram consideradas a mesma doença.[11] Não é ainda claro quem terá descrito primeiro a doença.[11]

Sinais e sintomas

Os sintomas mais comuns são dismenorreia, dispareunia e dor pélvica crônica não menstrual (acíclica).[12] A dor pode variar desde leve a grave ou cólicas de dor aguda que ocorrem em ambos os lados da bacia, na área inferior das costas e área retal e até mesmo até as pernas. A quantidade de dor que a mulher sente se correlaciona com a extensão ou estágio (1 a 4) da endometriose, porém há casos em que algumas mulheres têm pouca ou nenhuma dor, apesar de ter extensa endometriose ou endometriose com cicatrizes, enquanto que outras mulheres podem ter dor severa, apesar de terem apenas algumas pequenas áreas de endometriose.[13] Os sintomas de dor relacionada à endometriose podem incluir:[14]

  • Dismenorréia - cólica muito dolorosa, às vezes incapacitantes durante o período menstrual; a dor pode piorar ao longo do tempo (dor progressiva), dores nas costas inferiores também ligados à pelve
  • Dor pélvica crônica - normalmente acompanhado de dor lombar ou dor abdominal
  • Dispareunia - sexo doloroso
  • Disúria - urgência em urinar, freqüência e esvaziamento por vezes doloroso

Fatores de risco

A predisposição genética desempenha um papel na endometriose.[15] Filhas ou irmãs de mulheres com endometriose estão em maior risco de desenvolver a endometriose; baixos níveis de progesterona podem ser genéticas e pode contribuir para um desequilíbrio hormonal.[16] Há uma incidência de cerca seis vezes maior em mulheres com um parente de primeiro grau afetado.[17]

Tipos

Pílulas contraceptivas podem diminuir a chance de recorrência de endometriose.[18]

Os locais comuns da endometriose são: ovários, peritônio pélvico, trompas e nas áreas entre o útero, vagina e o reto (septo retovaginal). Sendo menos comum no intestino, bexiga, diafragma, vagina e parede abdominal. Dependendo da área afetada será classificada por uma subcategoria do CID-10:

  • N80.0 Endometriose do útero
  • N80.1 Endometriose do ovário
  • N80.2 Endometriose da trompa de falópio
  • N80.3 Endometriose do peritônio pélvico
  • N80.4 Endometriose do septo retovaginal e da vagina
  • N80.5 Endometriose do intestino
  • N80.6 Endometriose em cicatriz cutânea
  • N80.8 Outra endometriose
  • N80.9 Endometriose não especificada
Endometriose profunda

A Endometriose profunda é uma das apresentações da endometriose. Atualmente consideramos que existem três formas de endometriose. A superficial, a ovariana (o endometrioma de ovário) e a profunda. São consideradas profundas as lesões que ultrapassam 5 mm abaixo do epitélio peritoneal. As lesões profundas podem acometer outros orgãos como o intestino, bexiga e ureter. Os segmentos intestinais mais atingidos(90%) são sigmóide e reto.

Cerca de 10 a 15% das mulheres com endometriose apresentam acometimento intestinal. Os sintomas normalmente apresentados por essas pacientes , além das cólicas habituais e infertilidade, são dor para evacuar principalmente durante o período menstrual e em casos mais raros sangramento intestinal.

O diagnóstico de endometriose profunda depende, como primeira etapa, de detalhada anamnese, atentando-se para os sintomas citados, e cuidadoso exame físico. Neste o especialista pode notar lesões nos ligamentos úterossacrais e paramétrios, além de posição anômala do útero. Recomenda-se que, diante da suspeita de endometriose profunda, solicite-se ressonância magnética de pelve ou ultrassom transvaginal com preparo de cólon. Desta forma o diagnóstico fica fortalecido além de possibilitar a programação do tratamento individual.

O tratamento pode ser clínico (medicamentoso) ou cirúrgico, pela videolaparoscopia. Deve ser individualizado e discutido cuidadosamente com cada paciente. Para algumas mulheres pode ser vantajoso iniciar pelo tratamento medicamentoso. Em alguns casos o tratamento cirúrgico é obrigatório. Atualmente a maioria das cirurgias para endometriose profunda são realizadas por videolaparoscopia. O objetivo do tratamento é a redução máxima das lesões sendo por vezes necessário retirar o segmento intestinal acometido.

Diagnóstico

O ginecologista pode suspeitar de uma endometriose na sua paciente que estiver com infertilidade sem explicação. O exame físico pode indicar a presença da doença. O médico pode fazer o toque vaginal em busca de espessamento e/ou dor em ligamentos útero-sacros e nódulo em fundo de saco de Douglas.

Em geral, a confirmação da doença pode ser feita através da videolaparoscopia ou utilizando substâncias como anticorpos antiendométrio, propeptídeo protocolágeno tipo III, proteína C reativa, anticorpos anticardiolipina, proteína sérica amilóide A, CA19-9, CA15-3, antígeno carcinoembrionário, alfa-feto-proteína e beta-2-microglobulina, entre outras.[19] Os marcadores bioquímicos, biofísicos e moleculares não apresentam sensibilidade adequada para o diagnóstico da endometriose. Os exames complementares ajudam a identificar presença de lesões de endometriose ovariana ou profunda infiltrativa[20] Outros exames como a ultrassonografia e a ressonância magnética nuclear também podem ser utilizados.

Podem também ser utilizados vários exames imagiológicos tais como a Ecografia, a TAC ou TC, RM entre outras.[21]

Tratamento

Caso uma mulher com endometriose grave deseje ter filhos, existem diversas terapias para auxiliá-la como induzir a ovulação, inseminação intrauterina ou, em casos avançados, a fertilização in vitro.[22]

O tratamento varia conforme a vontade de engravidar, a área afetada, a intensidade dos sintomas, tolerância a medicamentos e a idade da paciente.

Dentre os tratamentos possíveis mais conservadores, voltados para casos menos graves, está a administração por 6 a 12 meses de uma combinação de contraceptivos hormonais orais, somado a antiinflamatórios não hormonais de nova geração no período perimenstrual e determinados exercícios físicos.[19]

Casos moderados e graves frequentemente necessitam de cirurgia para remover as células endométricas. Além dos tratamentos cirúrgicos podem ser associados o uso injeções de hormônios ou anti-hormônios, implantes subcutâneos de bastões de medicações ou DIU impregnados por substâncias inibidoras da menstruação.[23]

Nos casos mais graves pode ser necessário a remoção de partes de órgãos como útero, ovários, tubas ou de porções do intestino. A excisão total de todas as lesões visíveis e palpáveis da doença traz melhora significativa da dor pélvica e da fertilidade.[24]

Referências

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  2. ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q r «Endometriosis». womenshealth.gov (em inglês). 13 de fevereiro de 2017. Consultado em 20 de maio de 2017. Cópia arquivada em 13 de maio de 2017 
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  12. ↑ Fernando FREITAS (1989). Rotinas em Ginecologia. Artmed. p. 143. ISBN 978-85-363-2473-9.
  13. ↑ Stratton P, Berkley KJ (2011). «Chronic pelvic pain and endometriosis: translational evidence of the relationship and implications». Hum. Reprod. Update. 17 (3). pp. 327–46. PMC 3072022Acessível livremente. PMID 21106492. doi:10.1093/humupd/dmq050 
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  18. ↑ http://www.sobrage.org.br/a13.html
  19. ↑ a b Sérgio Podgaec e Maurício Simões Abrão. Endometriose: aspectos atuais do diagnóstico e tratamento. Disponível em: http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?id_materia=2567&fase=imprime
  20. ↑ http://portaldaendometriose.com.
  21. ↑ http://www.manualmerck.net/?id=263 Manual Merck
  22. ↑ http://www.endometriose.org.br/site_abend/site/home.asp
  23. ↑ «Home Oficial – Endometriose - O que é, Causas, Sintomas e Tratamentos - Dr Sérgio Podgaec». Endometriose - O que é, Causas, Sintomas e Tratamentos - Dr Sérgio Podgaec (em inglês). Consultado em 9 de fevereiro de 2018 
  24. ↑ Vercellini, P.; De Giorgi, O.; Pisacreta, A. Surgical management of endometriosis. Baillieres Clin Obstet Gynaecol 2000; 14:501-23.

Bibliografia

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  • Possover M et al. Laparoscopic therapy for endometriosis and vascular entrapment of sacral plexus. Fertil Steril. 2011 Feb;95(2):756-8. Epub 2010 Sep 25
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