Nucleossíntese primordial: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Queituron (discussão | contribs)
Formatando referências
Queituron (discussão | contribs)
Formatando referências, deutério, hélio-4, abundância de hélio
Linha 6: Linha 6:
A teoria que descreve a formação dos elementos químicos primordiais, conhecida como teoria Alpher-Bethe-Gamow, foi elaborada por [[Ralph Alpher]] quando era doutorando em física, orientado por George Gamow. A tese de Alpher afirmava que o Big Bang deveria criar [[hidrogênio]], [[hélio]] e elementos mais pesados em determinadas proporções para explicar sua abundância no [[universo]] primordial.
A teoria que descreve a formação dos elementos químicos primordiais, conhecida como teoria Alpher-Bethe-Gamow, foi elaborada por [[Ralph Alpher]] quando era doutorando em física, orientado por George Gamow. A tese de Alpher afirmava que o Big Bang deveria criar [[hidrogênio]], [[hélio]] e elementos mais pesados em determinadas proporções para explicar sua abundância no [[universo]] primordial.


Em 1 de abril de 1948, foi publicado um artigo na [[Physical Review Letters|Physical Review]] por [[Ralph Alpher]], [[Hans Bethe]] e [[George Gamow]], intitulado "A Origem dos Elementos Químicos".<ref>{{Citar periódico |titulo=The Origin of Chemical Elements |url=https://link.aps.org/doi/10.1103/PhysRev.73.803 |jornal=Physical Review |data=1948-04-01 |paginas=803–804 |numero=7 |acessodata=2020-11-26 |doi=10.1103/PhysRev.73.803 |primeiro=R. A. |ultimo=Alpher |primeiro2=H. |ultimo2=Bethe |primeiro3=G. |ultimo3=Gamow}}</ref> O trabalho ficou conhecido como ''αβγ paper'', pois os sobrenomes dos autores fazia uma alusão às três primeiras letras do [[alfabeto grego]] - [[alfa]], [[beta]] e [[gama]] (α, β, γ). No entanto, esta configuração de autores não foi uma coincidência: Gamow era famoso por seu senso de humor e adicionou seu amigo Bethe, conhecido por seu trabalho com nucleossíntese estelar, para fazer o trocadilho com o alfabeto grego. Na época, Alpher como estudante de doutorado se opôs à adição de Bethe, pois o nome do físico poderia ofuscar sua contribuição no trabalho, mas Gamow publicou o artigo apesar das objeções.<ref>{{Citar web |url=http://www.aps.org/publications/apsnews/200804/physicshistory.cfm |titulo=This Month in Physics History |acessodata=2020-11-26 |website=www.aps.org |lingua=en}}</ref>
Em 1 de abril de 1948, foi publicado um artigo na [[Physical Review Letters|Physical Review]] por [[Ralph Alpher]], [[Hans Bethe]] e [[George Gamow]], intitulado "A Origem dos Elementos Químicos"<ref>{{Citar periódico |titulo=The Origin of Chemical Elements |url=https://link.aps.org/doi/10.1103/PhysRev.73.803 |jornal=Physical Review |data=1948-04-01 |paginas=803–804 |numero=7 |acessodata=2020-11-26 |doi=10.1103/PhysRev.73.803 |primeiro=R. A. |ultimo=Alpher |primeiro2=H. |ultimo2=Bethe |primeiro3=G. |ultimo3=Gamow}}</ref>. O trabalho ficou conhecido como ''αβγ paper'', pois os sobrenomes dos autores fazia uma alusão às três primeiras letras do [[alfabeto grego]] - [[alfa]], [[beta]] e [[gama]] (α, β, γ). No entanto, esta configuração de autores não foi uma coincidência: Gamow era famoso por seu senso de humor e adicionou seu amigo Bethe, conhecido por seu trabalho com nucleossíntese estelar, para fazer o trocadilho com o alfabeto grego. Na época, Alpher como estudante de doutorado se opôs à adição de Bethe, pois o nome do físico poderia ofuscar sua contribuição no trabalho, mas Gamow publicou o artigo apesar das objeções<ref>{{Citar web |url=http://www.aps.org/publications/apsnews/200804/physicshistory.cfm |titulo=This Month in Physics History |acessodata=2020-11-26 |website=www.aps.org |lingua=en}}</ref>.


== A criação de elementos leves ==
== A criação de elementos leves ==
Linha 15: Linha 15:
Um importante vínculo para os modelos cosmológicos é a razão nêutrons/prótons. Nos primeiros segundos de formação do universo <math>(t \approx 10^{-4}s)</math> com temperaturas <math>T = 10^{12} K</math> a taxa de formação destas partículas permanecia praticamente constante:
Um importante vínculo para os modelos cosmológicos é a razão nêutrons/prótons. Nos primeiros segundos de formação do universo <math>(t \approx 10^{-4}s)</math> com temperaturas <math>T = 10^{12} K</math> a taxa de formação destas partículas permanecia praticamente constante:


* <math>n\rightarrow e^{-}+\bar{v}_{e}</math> (decaimento beta): nesta caso o nêutron pode decair em um próton e um antineutrino associado ao elétron.
* <math>n\rightarrow e^{-}+\bar{v}_{e}</math> (decaimento beta): nesta caso o nêutron pode decair em um próton e um [[Neutrino|antineutrino]] associado ao elétron.
* <math>p+e^{-} \rightarrow n+v_{e}
* <math>p+e^{-} \rightarrow n+v_{e}
</math> (captura de elétron): o próton se une a um elétron gerando um nêutron e um neutrino relacionado ao elétron; para que ocorra esta reação a energia do elétron deve ser <math>E>(m_n-m_p)c^2</math> para que ocorra a conservação de energia.
</math> (captura de elétron): o próton se une a um elétron gerando um nêutron e um neutrino relacionado ao elétron; para que ocorra esta reação a energia do elétron deve ser <math>E>(m_n-m_p)c^2</math> para que ocorra a conservação de energia.


Quando a temperatura diminui, a taxa de produção de próton é mais alta de vido à massa do nêutron ser ligeiramente superior à do próton, consequentemente a razão entre as partículas diminui.
Quando a temperatura diminui, a taxa de produção de próton é mais alta devido à massa do nêutron ser ligeiramente superior à do próton, consequentemente a razão entre as partículas diminui.<ref>{{Citar periódico |titulo=Extragalactic Astronomy and Cosmology |url=http://dx.doi.org/10.1007/978-3-540-33175-9 |data=2006 |acessodata=2020-11-27 |doi=10.1007/978-3-540-33175-9}}</ref>

=== Formação de Deutério ===
O elemento mais simples formado é o Deutério, o núcleo atômico é composto por um próton e um nêutron. Na sua reação <math>p+n \rightarrow D+ \gamma</math> também são gerados fótons de radiação gama. Esta abundância de fótons altamente energéticos é muito maior que a de [[Bárion|bárions,]] por isso o deutério sofre foto-dissociação para altas temperaturas quando <math>T_D \approx 8 \times 10^{8} K (t \sim 3 min)</math><ref>{{Citar periódico |titulo=Extragalactic Astronomy and Cosmology |url=http://dx.doi.org/10.1007/978-3-540-33175-9 |data=2006 |acessodata=2020-11-27 |doi=10.1007/978-3-540-33175-9}}</ref> , assim a taxa de Deutério produzida se torna maior que a destruída atingindo uma densidade considerável, que após um período muito curto devido a forte interação, virtualmente todos nêutrons vinculam-se ao Deutério.

O <sup>3</sup>He é formado da captura de um próton pelo deutério, ou por meio de colisões envolvendo dois núcleos de Deutério.

=== Hélio-4 ===
Devida a alta densidade de Deutério quase toda sua produção se transforma em <sup>4</sup>He, em que é basicamente formado pela captura de um Deutério pelo Trítio, ou pela colisão de dois núcleos de <sup>3</sup>He <ref>{{Citar web |url=http://www.astro.iag.usp.br/~maciel/teaching/artigos/elementos/elementos.html |titulo=Formacao dos elementos |acessodata=2020-11-27 |website=www.astro.iag.usp.br}}</ref>. Este elemento possui uma energia de ligação alta (núcleo de dois prontos e dois nêutrons) e não sofre foto-dissociação,

==== Abundância de Hélio ====
Com a formação de <sup>4</sup>He, virtualmente todos os nêutrons estão presos em seu núcleo. A partir desta informação pode-se estimar a abundância de [[Hélio]] primordial dividindo as densidades numéricas do número de nêutrons por dois: <math>n_{He} = n_n/2</math>. Sendo assim, a fração de massa ''Y'' de <sup>4</sup>He é dada por:

<math>Y = {4n_{He}\over 4n_{He} +n_{H} }= {2n_n\over n_{p}+n_{n}}={2(2n_n/n_p)\over {1+(n_n+n_p)}} \approx 0,25</math>

Em que, a massa de Hélio é dividida pela massa total (massa de Hélio mais Hidrogênio (ou prótons)). Note que foi considerado uma aproximação, na qual o <sup>4</sup>He é quatro vezes "mais pesado" que o H; os prótons livres neste momento estão ligados ao <sup>4</sup>He ou Hidrogênio, a diferença de densidades entre essas duas partículas deve ser igual à densidade de hidrogênio <math>n_H=n_p+n_n</math>. E, é conhecido que a razão <math>n_n/n_p \approx 1/7</math> em <math>T = T_D \approx 8 \times 10^{8}K</math> <ref>{{Citar periódico |titulo=Cosmological helium production simplified |url=https://link.aps.org/doi/10.1103/RevModPhys.61.25 |jornal=Reviews of Modern Physics |data=1989-01-01 |paginas=25–39 |numero=1 |acessodata=2020-11-28 |doi=10.1103/RevModPhys.61.25 |primeiro=Jeremy |ultimo=Bernstein |primeiro2=Lowell S. |ultimo2=Brown |primeiro3=Gerald |ultimo3=Feinberg}}</ref><ref>{{Citar periódico |titulo=Primordial nucleosynthesis: From precision cosmology to fundamental physics |ultimo=Iocco |primeiro5=Pasquale D. |ultimo4=Pisanti |primeiro4=Ofelia |ultimo3=Miele |primeiro3=Gennaro |ultimo2=Mangano |primeiro2=Gianpiero |primeiro=Fabio |url=http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0370157309000374 |lingua=en |doi=10.1016/j.physrep.2009.02.002 |acessodata=2020-11-28 |numero=1 |paginas=1–76 |issn=0370-1573 |data=2009-03-01 |jornal=Physics Reports |ultimo5=Serpico}}</ref><ref>{{Citar periódico |titulo=Nucleosynthesis Without Computer |url=https://doi.org/10.1023/B:IJTP.0000048169.69609.77 |jornal=International Journal of Theoretical Physics |data=2004-03-01 |issn=1572-9575 |paginas=669–693 |numero=3 |acessodata=2020-11-28 |doi=10.1023/B:IJTP.0000048169.69609.77 |lingua=en |primeiro=V. |ultimo=Mukhanov}}</ref>. Portanto, a partir destas previsões, os modelos cosmológicos preveem aproximadamente 1/4 da matéria bariônica neste período era composto por <sup>4</sup>He<ref>{{Citar periódico |titulo=Big Bang nucleosynthesis and physics beyond the Standard Model |url=http://arxiv.org/abs/hep-ph/9602260 |jornal=Reports on Progress in Physics |data=1996-12-01 |issn=0034-4885 |paginas=1493–1609 |numero=12 |acessodata=2020-11-28 |doi=10.1088/0034-4885/59/12/001 |primeiro=Subir |ultimo=Sarkar}}</ref>.


== Ver também ==
== Ver também ==

Revisão das 03h34min de 28 de novembro de 2020

Em Cosmologia, a nucleossíntese primordial (ou nucleossíntese do Big Bang) se refere a um período de 10 segundos a 20 minutos que se iniciou após o Big Bang,[1] durante o qual foram formados alguns elementos químicos leves: o abundante hidrogênio-1 (1H), também conhecido como prótio, seu isótopo, o deutério (2H ou D), os isótopos hélio-3 (3He), hélio-4 (4He) e lítio-7 (7Li). Além desses núcleos estáveis foram também foram produzidos dois isótopos instáveis: o trítio (3H) e o berílio-7 (7Be).

História da teoria

Principais cadeias de reações nucleares na nucleossíntese primordial.

A teoria que descreve a formação dos elementos químicos primordiais, conhecida como teoria Alpher-Bethe-Gamow, foi elaborada por Ralph Alpher quando era doutorando em física, orientado por George Gamow. A tese de Alpher afirmava que o Big Bang deveria criar hidrogênio, hélio e elementos mais pesados em determinadas proporções para explicar sua abundância no universo primordial.

Em 1 de abril de 1948, foi publicado um artigo na Physical Review por Ralph Alpher, Hans Bethe e George Gamow, intitulado "A Origem dos Elementos Químicos"[2]. O trabalho ficou conhecido como αβγ paper, pois os sobrenomes dos autores fazia uma alusão às três primeiras letras do alfabeto grego - alfa, beta e gama (α, β, γ). No entanto, esta configuração de autores não foi uma coincidência: Gamow era famoso por seu senso de humor e adicionou seu amigo Bethe, conhecido por seu trabalho com nucleossíntese estelar, para fazer o trocadilho com o alfabeto grego. Na época, Alpher como estudante de doutorado se opôs à adição de Bethe, pois o nome do físico poderia ofuscar sua contribuição no trabalho, mas Gamow publicou o artigo apesar das objeções[3].

A criação de elementos leves

Durante o curto período de nucleossíntese a formação de elementos dependia de uma série de parâmetros - hoje observado através do Modelo Padrão da física de partículas - principalmente partículas elementares.

Razão entre nêutrons e prótons

Um importante vínculo para os modelos cosmológicos é a razão nêutrons/prótons. Nos primeiros segundos de formação do universo com temperaturas a taxa de formação destas partículas permanecia praticamente constante:

  • (decaimento beta): nesta caso o nêutron pode decair em um próton e um antineutrino associado ao elétron.
  • (captura de elétron): o próton se une a um elétron gerando um nêutron e um neutrino relacionado ao elétron; para que ocorra esta reação a energia do elétron deve ser para que ocorra a conservação de energia.

Quando a temperatura diminui, a taxa de produção de próton é mais alta devido à massa do nêutron ser ligeiramente superior à do próton, consequentemente a razão entre as partículas diminui.[4]

Formação de Deutério

O elemento mais simples formado é o Deutério, o núcleo atômico é composto por um próton e um nêutron. Na sua reação também são gerados fótons de radiação gama. Esta abundância de fótons altamente energéticos é muito maior que a de bárions, por isso o deutério sofre foto-dissociação para altas temperaturas quando [5] , assim a taxa de Deutério produzida se torna maior que a destruída atingindo uma densidade considerável, que após um período muito curto devido a forte interação, virtualmente todos nêutrons vinculam-se ao Deutério.

O 3He é formado da captura de um próton pelo deutério, ou por meio de colisões envolvendo dois núcleos de Deutério.

Hélio-4

Devida a alta densidade de Deutério quase toda sua produção se transforma em 4He, em que é basicamente formado pela captura de um Deutério pelo Trítio, ou pela colisão de dois núcleos de 3He [6]. Este elemento possui uma energia de ligação alta (núcleo de dois prontos e dois nêutrons) e não sofre foto-dissociação,

Abundância de Hélio

Com a formação de 4He, virtualmente todos os nêutrons estão presos em seu núcleo. A partir desta informação pode-se estimar a abundância de Hélio primordial dividindo as densidades numéricas do número de nêutrons por dois: . Sendo assim, a fração de massa Y de 4He é dada por:

Em que, a massa de Hélio é dividida pela massa total (massa de Hélio mais Hidrogênio (ou prótons)). Note que foi considerado uma aproximação, na qual o 4He é quatro vezes "mais pesado" que o H; os prótons livres neste momento estão ligados ao 4He ou Hidrogênio, a diferença de densidades entre essas duas partículas deve ser igual à densidade de hidrogênio . E, é conhecido que a razão em [7][8][9]. Portanto, a partir destas previsões, os modelos cosmológicos preveem aproximadamente 1/4 da matéria bariônica neste período era composto por 4He[10].

Ver também

Referências

  1. Coc, Alain; Vangioni, Elisabeth (agosto de 2017). «Primordial nucleosynthesis». International Journal of Modern Physics E (08). 1741002 páginas. ISSN 0218-3013. doi:10.1142/S0218301317410026. Consultado em 22 de novembro de 2020 
  2. Alpher, R. A.; Bethe, H.; Gamow, G. (1 de abril de 1948). «The Origin of Chemical Elements». Physical Review (7): 803–804. doi:10.1103/PhysRev.73.803. Consultado em 26 de novembro de 2020 
  3. «This Month in Physics History». www.aps.org (em inglês). Consultado em 26 de novembro de 2020 
  4. «Extragalactic Astronomy and Cosmology». 2006. doi:10.1007/978-3-540-33175-9. Consultado em 27 de novembro de 2020 
  5. «Extragalactic Astronomy and Cosmology». 2006. doi:10.1007/978-3-540-33175-9. Consultado em 27 de novembro de 2020 
  6. «Formacao dos elementos». www.astro.iag.usp.br. Consultado em 27 de novembro de 2020 
  7. Bernstein, Jeremy; Brown, Lowell S.; Feinberg, Gerald (1 de janeiro de 1989). «Cosmological helium production simplified». Reviews of Modern Physics (1): 25–39. doi:10.1103/RevModPhys.61.25. Consultado em 28 de novembro de 2020 
  8. Iocco, Fabio; Mangano, Gianpiero; Miele, Gennaro; Pisanti, Ofelia; Serpico, Pasquale D. (1 de março de 2009). «Primordial nucleosynthesis: From precision cosmology to fundamental physics». Physics Reports (em inglês) (1): 1–76. ISSN 0370-1573. doi:10.1016/j.physrep.2009.02.002. Consultado em 28 de novembro de 2020 
  9. Mukhanov, V. (1 de março de 2004). «Nucleosynthesis Without Computer». International Journal of Theoretical Physics (em inglês) (3): 669–693. ISSN 1572-9575. doi:10.1023/B:IJTP.0000048169.69609.77. Consultado em 28 de novembro de 2020 
  10. Sarkar, Subir (1 de dezembro de 1996). «Big Bang nucleosynthesis and physics beyond the Standard Model». Reports on Progress in Physics (12): 1493–1609. ISSN 0034-4885. doi:10.1088/0034-4885/59/12/001. Consultado em 28 de novembro de 2020 
Ícone de esboço Este artigo sobre física é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.