Saltar para o conteúdo

Câmara Cascudo: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Primeiros anos e formação
Expansão da página, fontes
Linha 1: Linha 1:
{{mais-notas|data=julho de 2017| angola=| arte=| Brasil=| ciência=| geografia=| música=| Portugal=| sociedade=|1=|2=|3=|4=|5=|6=}}
{{Info/Biografia
{{Info/Biografia
|nome = Luís da Câmara Cascudo
|nome = Luís da Câmara Cascudo
Linha 31: Linha 30:
Iniciou os estudos de Medicina na [[Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia]] (UFBA), porém não o concluiu.<ref name=":2">{{citar web |url=http://bndigital.bn.gov.br/artigos/intelectuais-brasileiros-i-luis-da-camara-cascudo/ |titulo=INTELECTUAIS BRASILEIROS I LUÍS DA CÂMARA CASCUDO |data=30 de julho de 2020 |acessodata=01/04/2021 |publicado=[[Biblioteca Nacional do Brasil]]}}</ref> Posteriormente estudou [[Direito]] entre os anos de 1924 e 1928, na [[Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco]] (UFPE), formando-se na instituição.<ref name=":2" />
Iniciou os estudos de Medicina na [[Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia]] (UFBA), porém não o concluiu.<ref name=":2">{{citar web |url=http://bndigital.bn.gov.br/artigos/intelectuais-brasileiros-i-luis-da-camara-cascudo/ |titulo=INTELECTUAIS BRASILEIROS I LUÍS DA CÂMARA CASCUDO |data=30 de julho de 2020 |acessodata=01/04/2021 |publicado=[[Biblioteca Nacional do Brasil]]}}</ref> Posteriormente estudou [[Direito]] entre os anos de 1924 e 1928, na [[Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco]] (UFPE), formando-se na instituição.<ref name=":2" />


No ano de 1934, torna-se sócio correspondente do [[Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro]] (IHGB), tornando-se um ativo escritor no instituto.<ref>{{Citar web |url=https://ihgb.org.br/perfil/userprofile/ldcc.html |titulo=Luis da Câmara Cascudo |acessodata=2021-04-02 |website=[[Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro]]}}</ref><ref name=":3">{{Citar web |ultimo=Cultural |primeiro=Instituto Itaú |url=http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa1772/luis-da-camara-cascudo |titulo=Luís da Câmara Cascudo |acessodata=2021-04-02 |website=[[Enciclopédia Itaú Cultural]] |lingua=pt-br}}</ref> Paralelamente, trabalhou para os jornais ''A República'' e do ''Diário de Natal''.<ref name=":0" />
Pesquisador das manifestações culturais brasileiras, deixou uma extensa obra, inclusive o [[Dicionário do Folclore Brasileiro]] (1952). Entre seus muitos títulos destacam-se: ''Alma patrícia'' (1921), obra de estreia, e ''Contos tradicionais do Brasil'' (1946). Estudioso do período das [[invasões holandesas no Brasil|invasões holandesas]], publicou ''Geografia do Brasil holandês'' (1956). Suas memórias, ''O tempo e eu'' (1971), foram editadas postumamente.


=== Folclore e pesquisas ===
Cascudo quase chegou a ser demitido de sua posição como professor por estudar figuras folclóricas como o [[lobisomem]].
No ano de 1941, fundou a Sociedade Brasileira de Folclore.<ref>{{Citar periódico |url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0020-38742017000200249&lng=en&nrm=iso&tlng=pt |titulo=“Mário de Andrade da Câmara Cascudo” |data=2017-08 |acessodata=2021-04-02 |jornal=Revista do Instituto de Estudos Brasileiros |número=67 |ultimo=Moraes |primeiro=Marcos Antonio de |ultimo2=Moraes |primeiro2=Marcos Antonio de |paginas=249–254 |lingua=pt |doi=10.11606/issn.2316-901x.v0i67p249-254 |issn=0020-3874}}</ref> Em 1943, a convite do jornalista [[Augusto Meyer]] começa a escrever, o livro que seria considerado seu ''[[Magnum opus]]'', o [[Dicionário do Folclore Brasileiro]] que seria publicado pela primeira vez em 1954.<ref>{{citar web |ultimo=Carvalho |primeiro=Flávia |url=https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/14651/1/2013_FlaviaMedeirosdeCarvalho.pdf |titulo=O DICIONÁRIO DO FOLCLORE BRASILEIRO: UM ESTUDO DE CASO DA ETNOTERMINOLOGIA E TRADUÇÃO ETNOGRÁFICA |data=2013 |acessodata=02/04/2021 |publicado=[[Universidade de Brasília]]}}</ref>


Dono de diversas publicações sobre folclore, Cascudo tornou-se um dos principais folcloristas do país e dono de uma vasta produção literária sobre o assunto.<ref>{{citar web |ultimo=Miller |primeiro=Francisca |url=http://coletiva.labjor.unicamp.br/index.php/artigo/jangada-os-jangadeiros-e-o-etnografo/ |titulo=Jangada, os jangadeiros e o etnógrafo |data=2010 |acessodata=02/04/2021 |publicado=[[Universidade Estadual de Campinas]]}}</ref><ref>{{citar web |ultimo=Gaspar |primeiro=Lúcia |url=http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=304 |titulo=Luís da Câmara Cascudo |data=18 de julho de 2003 |acessodata=02/04/2021 |publicado=Fundação Joaquim Nabuco}}</ref><ref>{{citar web |ultimo=Galvão |primeiro=Cláudio |url=https://teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-20062011-111223/publico/2010_ClaudioAugustoPintoGalvao.pdf |titulo=Alguns compassos. Câmara Cascudo e a música (1920/1960) |data=2010 |acessodata=02/04/2021 |publicado=[[Universidade de São Paulo]]}}</ref> Entre seus muitos títulos destacam-se: ''Alma patrícia'' (1921), obra de estreia, e ''Contos tradicionais do Brasil'' (1946).<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books/about/Alma_patr%C3%ADcia.html?id=x5gtAAAAYAAJ|título=Alma patrícia: crítica literária|ultimo=Cascudo|primeiro=Luís da Câmara|data=1998|editora=Fundação José Augusto|lingua=pt-BR}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books/about/Contos_tradicionais_do_Brasil_para_joven.html?id=2iUgBQAAQBAJ&source=kp_book_description|título=Contos tradicionais do Brasil para jovens|ultimo=Cascudo|primeiro=Luís da Câmara|data=2015-09-04|editora=Global Editora|lingua=pt-BR}}</ref> Estudioso do período das [[invasões holandesas no Brasil|invasões holandesas]], publicou ''Geografia do Brasil holandês'' (1956).<ref>{{citar web |url=http://acervo.bn.gov.br/sophia_web/acervo/detalhe/1196320?guid=1617371380344&returnUrl=%2fsophia_web%2fresultado%2flistar%3fguid%3d1617371380344%26quantidadePaginas%3d1%26codigoRegistro%3d1196320%231196320&i=4 |titulo=Geografia do Brasil holandês... documentação gravuras flamengas. |acessodata=02/04/2021 |publicado=[[Biblioteca Nacional do Brasil]]}}</ref> Suas memórias, ''O tempo e eu'' (1971), foram editadas postumamente.
Em entrevista ao jornal "A Província", disse o seguinte acerca do seu interesse por história:<blockquote>"Queria saber a história de todas as cousas do campo e da cidade. Convivência dos humildes, sábios, analfabetos, sabedores dos segredos do Mar das Estrelas, dos morros silenciosos. Assombrações. Mistérios. Jamais abandonei o caminho que leva ao encantamento do passado. Pesquisas. Indagações. Confidências que hoje não têm preço."</blockquote>Começou o trabalho como jornalista aos 19 anos em "A Imprensa", de propriedade de seu pai, e depois passou pelo "A República" e o "Diário de Natal" - nos anos 1960 já havia publicado quase 2 mil textos.<ref name="DANTAS">[http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrissima/156576-camara-cascudo-e-aquela-do-papagaio.shtml DANTAS, Audálio.] Câmara Cascudo e aquela do papagaio: Natal, 1970. Folha de S.Paulo, Ilustríssima, 16 de março de 2014, p. 9. Acesso em 3 março 2014.</ref>

Dono de grande produção intelectual nos anos 1960 já havia publicado quase 2 mil textos.<ref name="DANTAS">[http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrissima/156576-camara-cascudo-e-aquela-do-papagaio.shtml DANTAS, Audálio.] Câmara Cascudo e aquela do papagaio: Natal, 1970. Folha de S.Paulo, Ilustríssima, 16 de março de 2014, p. 9. Acesso em 3 março 2014.</ref>

Cascudo quase chegou a ser demitido de sua posição como professor por estudar figuras folclóricas como o [[lobisomem]].<ref>{{citar web |ultimo=Cascudo |primeiro=Câmara |url=https://periodicos.ufrn.br/imburana/article/download/9914/7013/ |titulo=Licantropia Sertaneja |data=2014 |acessodata=02/04/2021 |publicado=[[Universidade Federal do Rio Grande do Norte]]}}</ref><ref>{{citar web |ultimo=Santos |primeiro=Jamile |url=https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/28473/3/ProjecoesLobisomemLiteratura.pdf |titulo=Projeções do lobisomem na literatura: uma arqueogenealogia do corpo-espaço lupino |data=28/11/2019 |acessodata=02/04/2021 |publicado=[[Universidade Federal de Uberlândia]]}}</ref><ref>{{citar web |ultimo=Castro |primeiro=Eliane |url=https://faustomag.com/luis-da-camara-cascudo-quem-tem-medo-do-lobisomem/ |titulo=Luís da Câmara Cascudo: quem tem medo do lobisomem? |data=06/08/2020 |acessodata=02/04/2021 |publicado=Faustomag}}</ref>



Em entrevista ao jornal "A Província", disse o seguinte acerca do seu interesse por história:<blockquote>"Queria saber a história de todas as cousas do campo e da cidade. Convivência dos humildes, sábios, analfabetos, sabedores dos segredos do Mar das Estrelas, dos morros silenciosos. Assombrações. Mistérios. Jamais abandonei o caminho que leva ao encantamento do passado. Pesquisas. Indagações. Confidências que hoje não têm preço."<ref>{{Citar web |url=https://educacao.uol.com.br/biografias/luis-da-camara-cascudo.htm |titulo=Luís da Câmara Cascudo |data=30 de julho de 2005 |acessodata=2021-04-02 |website=Educação |publicado=[[UOL]] |lingua=pt-br}}</ref></blockquote>

=== Professor catedrático e novas pesquisas ===
Na década de 1950, tornou-se professor da [[Universidade Federal do Rio Grande do Norte]] (UFRN), onde tinha sido aluno no curso de [[Direito]] alguns anos antes.<ref name=":2" /> Foi professor da matéria de [[Direito internacional]] na instituição.<ref name=":3" /> No ano de 1963, viajou para o continente africano, onde visitou uma série de países como Angola, Guiné, Congo, São Tomé, Cabo Verde e Guiné-Bissau para fazer pesquisas para seus livros ''A Cozinha Africana no Brasil'' e ''[[História da Alimentação no Brasil (livro)|História da Alimentação no Brasil]].''<ref>{{Citar web |ultimo=Ribeiro |primeiro=Ramon |url=http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/ca-mara-cascudo-obra-hista-ria-da-alimentaa-a-o-no-brasil-completa-50-anos/420623 |titulo=Tribuna do Norte - Câmara Cascudo: obra ''História da alimentação no Brasil'' completa 50 anos |data=08/08/2018 |acessodata=2021-04-02 |website=Tribuna do Norte |lingua=pt-br}}</ref><ref>{{citar web |ultimo=Corção |primeiro=Mariana |url=http://cascudo.org.br/var/upload/3c0890caf53c8a1c6705a6e516e803ce5462fc66d114f66b8909d6e804c5a02c.pdf |titulo=Câmara Cascudo, O “Provinciano Incurável”: Desvendando os Caminhos de História da Alimentação no Brasil |data=2014 |acessodata=18/03/2021 |publicado=[[Universidade Federal do Paraná]]}}</ref>

== Morte ==
Câmara Cascudo morreu na cidade de Natal, aos 87 anos em [[30 de julho]] de [[1986]], vítima de uma [[parada cardíaca]].<ref>{{Citar web |ultimo= |url=https://history.uol.com.br/hoje-na-historia/morre-o-folclorista-luis-da-camara-cascudo |titulo=Morre o folclorista Luís da Câmara Cascudo |data=2013-10-14 |acessodata=2021-04-02 |website=[[History]] |publicado=[[UOL]] |lingua=pt-br}}</ref><ref>{{citar web |url=https://www20.opovo.com.br/app/opovo/opovoehistoria/2016/07/30/noticiasjornalopovoehistoria,3641830/morre-escritor-camara-cascudo-aos-87-anos.shtml |titulo=Morre escritor Câmara Cascudo, aos 87 anos |data=13/07/2016 |acessodata=02/04/2021 |publicado=[[O Povo]]}}</ref>


== Posições políticas ==
== Posições políticas ==
Câmara Cascudo foi adepto de ideais [[Monarquista|monarquistas]] nas primeiras décadas do [[século XX]] e durante a [[década de 1930]] combateu a crescente influência [[marxista]] no Brasil.<ref>{{Citar web |ultimo=Lyra |primeiro=Anderson |url=http://www.historiaegenealogia.com/2013/12/camara-cascudo-monarquista_24.html |titulo=Câmara Cascudo monarquista |data=24 de dezembro de 2013 |acessodata=2021-04-02 |publicado=História e Genealogia |lingua=pt-BR}}</ref> <ref name=":4">{{Citar web |url=https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2011/08/01/senado-homenageia-luis-da-camara-cascudo |titulo=Senado homenageia Luís da Câmara Cascudo |data=01/08/2011 |acessodata=2021-04-02 |website=[[Senado Federal do Brasil]] |lingua=pt-br}}</ref>
Câmara Cascudo foi monarquista nas primeiras décadas do [[século XX]] e durante a [[década de 1930]] combateu a crescente influência [[marxista]] no Brasil. Também combateu, em parte, sob a impressão causada pela assim chamada [[Intentona Comunista]] de [[1935]], quando [[Natal (Rio Grande do Norte)|Natal]] foi palco e sede da primeira tentativa de um governo fundado nas ideias [[Marxistas-leninistas|marxistas]] da [[América Latina]], Cascudo aderiu ao integralismo brasileiro e foi membro destacado e Chefe Regional da [[Ação Integralista Brasileira]], o movimento nacionalista encabeçado por [[Plínio Salgado]].

Também combateu, em parte, sob a impressão causada pela assim chamada [[Intentona Comunista]] de [[1935]], quando [[Natal (Rio Grande do Norte)|Natal]] foi palco e sede da primeira tentativa de um governo fundado nas ideias [[Marxistas-leninistas|marxistas]] da [[América Latina]], Cascudo aderiu ao integralismo brasileiro e foi membro destacado e Chefe Regional da [[Ação Integralista Brasileira]], o movimento nacionalista encabeçado por [[Plínio Salgado]].<ref>{{citar livro|título=A insurreição comunista de 1935|ultimo=COSTA|primeiro=Homero|editora=EDUFRN - (Editora da UFRN)|ano=2015|local=[[Natal (Rio Grande do Norte)|Natal]]|páginas=241}}</ref><ref name=":5">{{citar web |url=https://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs27129806.htm |titulo=A decepção política de um fidalgo do sertão |data=27 de dezembro de 1998 |acessodata=02/04/2021 |publicado=[[Folha de S. Paulo]]}}</ref>


Desencantou-se rapidamente com o [[Integralismo]]; durante a [[Segunda Guerra Mundial]] favoreceu os [[Aliados]], demonstrando sua antipatia aos [[fascistas]] italianos e aos [[nazistas]] alemães. Fiel ao seu pensamento [[anticomunismo|anticomunista]], não se opôs ao [[Golpe Militar de 1964]], mas protegeu e ajudou diversos [[Rio Grande do Norte|potiguares]] perseguidos pelos militares.
Desencantou-se rapidamente com o [[Integralismo]]; durante a [[Segunda Guerra Mundial]] favoreceu os [[Aliados]], demonstrando sua antipatia aos [[fascistas]] italianos e aos [[nazistas]] alemães.<ref name=":5" /> Fiel ao seu pensamento [[anticomunismo|anticomunista]], não se opôs ao [[Golpe Militar de 1964]], mas protegeu e ajudou diversos [[Rio Grande do Norte|potiguares]] perseguidos pelos militares.<ref>{{Citar web |ultimo=Dantas |primeiro=Audálio |url=https://m.folha.uol.com.br/ilustrissima/2014/03/1425372-camara-cascudo-e-aquela-do-papagaio.shtml |titulo=Câmara Cascudo e aquela do papagaio - 16/03/2014 - Ilustríssima - Folha de S.Paulo |data=16/03/2014 |acessodata=2021-04-02 |website=[[Folha de S. Paulo]]}}</ref><ref name=":3" />


Câmara Cascudo muito contribuiu para a cultura na gestão de [[Djalma Maranhão]], o prefeito de Natal naquela época.
Câmara Cascudo muito contribuiu para a cultura na gestão de [[Djalma Maranhão]], o prefeito de Natal naquela época.<ref>{{citar web |ultimo=Ribeiro |primeiro=Isa |url=https://repositorio.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/16924/1/IsaPZR.pdf |titulo=As praças da cultura no governo de câmara cascudo (1960-1964) |data=2008 |acessodata=02/04/2021 |publicado=[[Universidade Federal do Rio Grande do Norte]]}}</ref>


==Obra==
==Obra==
O conjunto da obra de Luís da Câmara Cascudo é considerável em quantidade e qualidade. O autor escreveu 31 livros e 9 plaquetas sobre o [[folclore]] brasileiro, em um total de {{Fmtn|8533}} páginas. A sua obra ganhou reconhecimento internacional.{{carece de fontes}}
O conjunto da obra de Luís da Câmara Cascudo é considerável em quantidade e qualidade. O autor escreveu 31 livros e 9 plaquetas sobre o [[folclore]] brasileiro, em um total de {{Fmtn|8533}} páginas. A sua obra ganhou reconhecimento internacional.<ref>{{Citar web |url=http://www.cascudo.org.br/biblioteca/obra/decascudo/?decada=1950&p=7 |titulo=Obra de Cascudo - Ludovicus - Instituto Câmara Cascudo |acessodata=2021-04-02 |website=Cascudo}}</ref><ref>{{Citar web |ultimo=Monteiro |primeiro=Maria |url=http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/obra-completa-de-cascudo/155505 |titulo=Tribuna do Norte - Obra completa de Cascudo |data=30/07/2010 |acessodata=2021-04-02 |website=Tribuna do norte |lingua=pt-br}}</ref>


=== Lista das obras ===
=== Lista das obras ===
Linha 124: Linha 140:
* ''Três ensaios franceses'', FJA, 1977 (do ''Motivos da Literatura Oral da França no Brasil'', Recife, 1964 – Roland, Mereio e Heptameron)
* ''Três ensaios franceses'', FJA, 1977 (do ''Motivos da Literatura Oral da França no Brasil'', Recife, 1964 – Roland, Mereio e Heptameron)
* ''Mouros e Judeus'' – Depto. de Cultura, Recife, 1978
* ''Mouros e Judeus'' – Depto. de Cultura, Recife, 1978
* ''Superstição no Brasil'' – Itatiaia, S. Paulo, 1985
* ''[[Superstição no Brasil (livro)|Superstição no Brasil]]'' – Itatiaia, S. Paulo, 1985
{{Dividir em colunas fim}}
{{Dividir em colunas fim}}


== Homenagens ==
== Homenagens e legado ==
[[Ficheiro:Cédula 50000 Cruzeiros Câmara Cascudo AnvRev.jpg|miniaturadaimagem|145x145px|Cédula de 50 000 cruzeiros com a efígie de Câmara Cascudo.]]
[[Ficheiro:Cédula 50000 Cruzeiros Câmara Cascudo AnvRev.jpg|miniaturadaimagem|145x145px|Cédula de 50 000 cruzeiros com a efígie de Câmara Cascudo.]]
Em 1991, 5 anos após sua morte, a [[Casa da Moeda do Brasil]] emitiu a cédula de 50 mil [[cruzeiros]] em sua homenagem. A cédula possui sua [[efígie]] ao lado de uma cena de jangadeiros, e no [[reverso]], uma cena do [[Bumba meu boi]], bailado popular do folclore brasileiro. A cédula ficou em circulação entre 09 de dezembro de 1991 e 15 de setembro de 1994, período relativamente curto, devido à inflação que levou o Brasil a fazer outras reformas monetárias. Durante o governo de [[Itamar Franco]], o cruzeiro foi substituído pelo [[cruzeiro real]], e a cédula foi carimbada para retificar seu valor para 50 [[Cruzeiro real|cruzeiros reais]].<ref>{{citar web|url=http://www.bcb.gov.br/htms/museu-espacos/cedulas/CR90.asp?idpai=CEDBC#CR5000000|titulo=Museu de Valores do Banco Central do Brasil|data=09/12/1991|acessodata=21/02/2017|publicado=Banco Central do Brasil|ultimo=do Brasil|primeiro=Casa da Moeda}}</ref>
Em 1991, cinco anos após sua morte, a [[Casa da Moeda do Brasil]] emitiu a cédula de 50 mil [[cruzeiros]] em sua homenagem.<ref name=":6">{{Citar web |ultimo=Araujo |primeiro=Henrique |url=https://curiozzzo.com/2017/07/30/ja-existiu-uma-cedula-de-50-mil-cruzeiros-com-o-rosto-do-natalense-camara-cascudo/ |titulo=Já existiu uma cédula de 50 mil cruzeiros com o rosto do natalense Câmara Cascudo |data=2017-07-31 |acessodata=2021-04-02 |website=Curiozzzo - Super curiosidades do Rio Grande do Norte |lingua=pt-BR}}</ref> A cédula possui sua [[efígie]] ao lado de uma cena de jangadeiros, e no [[reverso]], uma cena do [[Bumba meu boi]], bailado popular do folclore brasileiro.<ref name=":6" /> A cédula ficou em circulação entre 09 de dezembro de 1991 e 15 de setembro de 1994, período relativamente curto, devido à inflação que levou o [[Brasil]] a fazer outras reformas monetárias.<ref>{{Citar periódico |url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0103-63512006000100003&lng=en&nrm=iso&tlng=pt |titulo=As origens e a gênese do Plano Collor |data=2006-04 |acessodata=2021-04-02 |jornal=Nova Economia |número=1 |ultimo=Carvalho |primeiro=Carlos Eduardo |paginas=101–134 |lingua=pt |doi=10.1590/S0103-63512006000100003 |issn=0103-6351}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0101-31572018000400781&lng=en&nrm=iso&tlng=pt |titulo=Quem, afinal, apoiou o Plano Collor? |data=2018-10 |acessodata=2021-04-02 |jornal=Brazilian Journal of Political Economy |número=4 |ultimo=Andrada |primeiro=Alexandre F. S. |ultimo2=Andrada |primeiro2=Alexandre F. S. |paginas=781–799 |lingua=pt |doi=10.1590/0101-35172018-2713 |issn=0101-3157}}</ref> Durante o governo de [[Itamar Franco]], o cruzeiro foi substituído pelo [[cruzeiro real]], e a cédula foi carimbada para retificar seu valor para 50 [[Cruzeiro real|cruzeiros reais]].<ref>{{citar web|url=http://www.bcb.gov.br/htms/museu-espacos/cedulas/CR90.asp?idpai=CEDBC#CR5000000|titulo=Museu de Valores do Banco Central do Brasil|data=09/12/1991|acessodata=21/02/2017|publicado=Banco Central do Brasil|ultimo=do Brasil|primeiro=Casa da Moeda}}</ref>


A [[TV Brasil]] fez um programa chamado [[O Teco Teco]], em que o personagem se chama Cascudo, em homenagem a Câmara Cascudo, que é amigo de Betinho, personagem em homenagem a [[Santos Dumont|Alberto Santos Dumont]].
A [[TV Brasil]] fez um programa chamado [[O Teco Teco]], em que o personagem se chama Cascudo, em homenagem a Câmara Cascudo, que é amigo de Betinho, personagem em homenagem a [[Santos Dumont|Alberto Santos Dumont]].<ref>{{Citation|title=O Teco Teco {{!}} TV Brasil|url=https://tvbrasil.ebc.com.br/o-teco-teco|accessdate=2021-04-02|language=pt-br}}</ref><ref name=":4" />


Na [[Mostra de Cinema de Gostoso]], em [[São Miguel do Gostoso]], o Troféu Luís da Câmara Cascudo é concedido aos melhores filmes curta e longa-metragem da Mostra Competitiva. O prêmio homenageia a contribuição intelectual de Cascudo à cultura potiguar.
Na [[Mostra de Cinema de Gostoso]], em [[São Miguel do Gostoso]], o Troféu Luís da Câmara Cascudo é concedido aos melhores filmes curta e longa-metragem da Mostra Competitiva.<ref>{{Citar web |url=http://2017.mostradecinemadegostoso.com.br/ |titulo=Mostra de Cinema de Gostoso |acessodata=2021-04-02 |website=Mostra de Cinema de Mato Grosso}}</ref> O prêmio homenageia a contribuição intelectual de Cascudo à cultura potiguar.<ref name=":4" />

Sua obra ainda é extremamente relevante e dialogada em diversos âmbitos acadêmicos e ainda muita debatida.<ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.11606/t.8.2012.tde-18122012-121921 |titulo=Erudição e cultura popular na atividade intelectual de Luís da Câmara Cascudo |acessodata=2021-04-02 |jornal=Estudos Históricos |publicado=[[Fundação Getúlio Vargas]] |ultimo=Oliveira |primeiro=Aluizio Lins de}}</ref><ref>{{citar web |ultimo=Gico |primeiro=Vânia |url=https://sapientia.pucsp.br/handle/handle/4092 |titulo=Luís da Câmara Cascudo: itinerário de um pensador |data=30/11/1998 |acessodata=02/04/2021 |publicado=[[ Pontifícia Universidade Católica de São Paulo]]}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.2307/40085476 |titulo=Vaqueiros e Cantadores |data=1941 |acessodata=2021-04-02 |jornal=Books Abroad |número=3 |ultimo=Jones |primeiro=Willis Knapp |ultimo2=Cascudo |primeiro2=Luis da Camara |paginas=362 |doi=10.2307/40085476 |issn=0006-7431}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://dx.doi.org/10.12957/revmar.2017.28475 |titulo="Entre os artistas amigos o momento bom de ternura é o aparecimento de obra nova": O exercício da crítica literária na correspondência de Luís da Câmara Cascudo e Mário de Andrade (1924-1928) |data=2017-07-20 |acessodata=2021-04-02 |jornal=Revista Maracanan |número=17 |ultimo=Oliveira |primeiro=Giuseppe Roncalli Ponce Leon |ultimo2=Lima |primeiro2=Marinalva Vilar de |doi=10.12957/revmar.2017.28475 |issn=2359-0092 |ultimo3=Nóbrega |primeiro3=José Machado da}}</ref><ref>{{citar web |ultimo=Neves |primeiro=Margarida |url=https://www.historia.uff.br/tempo/artigos_dossie/artg17-5.pdf |titulo=Literatura: prelúdio e fuga do real |data=2004 |acessodata=02/04/2021 |publicado=[[Universidade Federal Fluminense]]}}</ref>


== Ver também ==
== Ver também ==
Linha 148: Linha 166:
* {{Link||2=http://espacoculturalcamaracascudo.blogspot.com/ |3=Espaço Cultural Câmara Cascudo}}
* {{Link||2=http://espacoculturalcamaracascudo.blogspot.com/ |3=Espaço Cultural Câmara Cascudo}}


{{Portal3|Literatura|Rio Grande do Norte}}
{{Portal3|Biografias|Direito|Educação|História|Literatura|Conservadorismo|Rio Grande do Norte|Brasil}}
{{controle de autoridade}}
{{controle de autoridade}}


{{DEFAULTSORT:Camara Cascudo}}
{{DEFAULTSORT:Camara Cascudo}}
[[Categoria:Naturais de Natal (Rio Grande do Norte)]]
[[Categoria:Naturais de Natal (Rio Grande do Norte)]]
[[Categoria:Alunos da Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia]]
[[Categoria:Alunos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte]]
[[Categoria:Antropólogos do Brasil]]
[[Categoria:Antropólogos do Brasil]]
[[Categoria:Escritores do Rio Grande do Norte]]
[[Categoria:Escritores do Rio Grande do Norte]]
Linha 162: Linha 182:
[[Categoria:Historiadores do Rio Grande do Norte]]
[[Categoria:Historiadores do Rio Grande do Norte]]
[[Categoria:Monarquistas do Brasil]]
[[Categoria:Monarquistas do Brasil]]
[[Categoria:Professores do Rio Grande do Norte]]
[[Categoria:Professores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte]]
[[Categoria:Professores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte]]
[[Categoria:Alunos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte]]
[[Categoria:Anticomunistas do Brasil]]
[[Categoria:Mortes por parada cardíaca]]
[[Categoria:!Wikiconcurso Casa Brasileira (artigos)]]
[[Categoria:!Wikiconcurso Casa Brasileira (artigos)]]

Revisão das 14h58min de 2 de abril de 2021

Luís da Câmara Cascudo
Câmara Cascudo
Cascudo em 1928, em colação de grau na Faculdade de Direito do Recife.
Nascimento 30 de dezembro de 1898
Natal, Rio Grande do Norte
Morte 30 de julho de 1986 (87 anos)
Natal, Rio Grande do Norte
Nacionalidade brasileiro
Ocupação Historiador, antropólogo, advogado e jornalista
Prémios Prémio Machado de Assis (1956)

Prêmio Juca Pato (1977)

Movimento literário modernismo, regionalismo
Magnum opus Dicionário do Folclore Brasileiro
Casarão de Câmara Cascudo no Centro Histórico de Natal, Rio Grande do Norte.

Luís da Câmara Cascudo (Natal,[1] 30 de dezembro de 1898 — Natal, 30 de julho de 1986) foi um historiador, antropólogo, advogado e jornalista brasileiro. Câmara Cascudo passou toda a sua vida em Natal e dedicou-se ao estudo da cultura brasileira. Foi professor da Faculdade de Direito de Natal, hoje Curso de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), cujo Instituto de Antropologia leva seu nome.

Biografia

Primeiros anos e formação

Câmara Cascudo nasceu em Natal, capital do Rio Grande do Norte no ano de 1898.[2] É filho do coronel Francisco Justino de Oliveira Cascudo e de Ana Maria da Câmera Cascudo, iniciando o hábito da leitura muito cedo.[3]

Francisco Justino de Oliveira Cascudo era dono do jornal A Imprensa, onde Câmara aos dezenoves ano começou a trabalhar no jornal onde publicou sua primeira crônica, O Tempo e Eu.[3][4][5]

Aos vinte anos escreveu as notas e a introdução de antologia poética de Lourival Açucena intitulado Versos Reunidos.[6][2]

Iniciou os estudos de Medicina na Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), porém não o concluiu.[7] Posteriormente estudou Direito entre os anos de 1924 e 1928, na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), formando-se na instituição.[7]

No ano de 1934, torna-se sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), tornando-se um ativo escritor no instituto.[8][9] Paralelamente, trabalhou para os jornais A República e do Diário de Natal.[2]

Folclore e pesquisas

No ano de 1941, fundou a Sociedade Brasileira de Folclore.[10] Em 1943, a convite do jornalista Augusto Meyer começa a escrever, o livro que seria considerado seu Magnum opus, o Dicionário do Folclore Brasileiro que seria publicado pela primeira vez em 1954.[11]

Dono de diversas publicações sobre folclore, Cascudo tornou-se um dos principais folcloristas do país e dono de uma vasta produção literária sobre o assunto.[12][13][14] Entre seus muitos títulos destacam-se: Alma patrícia (1921), obra de estreia, e Contos tradicionais do Brasil (1946).[15][16] Estudioso do período das invasões holandesas, publicou Geografia do Brasil holandês (1956).[17] Suas memórias, O tempo e eu (1971), foram editadas postumamente.

Dono de grande produção intelectual nos anos 1960 já havia publicado quase 2 mil textos.[18]

Cascudo quase chegou a ser demitido de sua posição como professor por estudar figuras folclóricas como o lobisomem.[19][20][21]


Em entrevista ao jornal "A Província", disse o seguinte acerca do seu interesse por história:

"Queria saber a história de todas as cousas do campo e da cidade. Convivência dos humildes, sábios, analfabetos, sabedores dos segredos do Mar das Estrelas, dos morros silenciosos. Assombrações. Mistérios. Jamais abandonei o caminho que leva ao encantamento do passado. Pesquisas. Indagações. Confidências que hoje não têm preço."[22]

Professor catedrático e novas pesquisas

Na década de 1950, tornou-se professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde tinha sido aluno no curso de Direito alguns anos antes.[7] Foi professor da matéria de Direito internacional na instituição.[9] No ano de 1963, viajou para o continente africano, onde visitou uma série de países como Angola, Guiné, Congo, São Tomé, Cabo Verde e Guiné-Bissau para fazer pesquisas para seus livros A Cozinha Africana no Brasil e História da Alimentação no Brasil.[23][24]

Morte

Câmara Cascudo morreu na cidade de Natal, aos 87 anos em 30 de julho de 1986, vítima de uma parada cardíaca.[25][26]

Posições políticas

Câmara Cascudo foi adepto de ideais monarquistas nas primeiras décadas do século XX e durante a década de 1930 combateu a crescente influência marxista no Brasil.[27] [28]

Também combateu, em parte, sob a impressão causada pela assim chamada Intentona Comunista de 1935, quando Natal foi palco e sede da primeira tentativa de um governo fundado nas ideias marxistas da América Latina, Cascudo aderiu ao integralismo brasileiro e foi membro destacado e Chefe Regional da Ação Integralista Brasileira, o movimento nacionalista encabeçado por Plínio Salgado.[29][30]

Desencantou-se rapidamente com o Integralismo; durante a Segunda Guerra Mundial favoreceu os Aliados, demonstrando sua antipatia aos fascistas italianos e aos nazistas alemães.[30] Fiel ao seu pensamento anticomunista, não se opôs ao Golpe Militar de 1964, mas protegeu e ajudou diversos potiguares perseguidos pelos militares.[31][9]

Câmara Cascudo muito contribuiu para a cultura na gestão de Djalma Maranhão, o prefeito de Natal naquela época.[32]

Obra

O conjunto da obra de Luís da Câmara Cascudo é considerável em quantidade e qualidade. O autor escreveu 31 livros e 9 plaquetas sobre o folclore brasileiro, em um total de 8 533 páginas. A sua obra ganhou reconhecimento internacional.[33][34]

Lista das obras

Abaixo, a relação de suas publicações, algumas das quais já reeditadas por outras editoras. Os títulos listados estão seguidos das publicações originais e suas respectivas editoras:

  • Alma Patrícia, critica literária – Atelier Typ. M. Vitorino, 1921
  • Histórias que o tempo leva – Ed. Monteiro Lobato, S. Paulo, (outubro 1923), 1924.
  • Joio – crítica e literatura – Of. Graph. d’A Imprensa, Natal (jun), 1924
  • Lopez do Paraguay – Typ. d’A República, 1927
  • Conde d’Eu – Ed. Nacional, 1933
  • O homem americano e seus temas – Imprensa Oficial, Natal, 1933
  • Viajando o sertão – Imprensa Oficial, Natal, 1934
  • Em memória de Stradelli – Livraria Clássica, Manaus, 1936
  • O Doutor Barata – Imprensa Oficial, Bahia, 1938
  • O Marquês de Olinda e seu Tempo – Ed. Nacional, S. Paulo, 1938
  • Governo do Rio Grande do Norte – Liv. Cosmopolita, Natal, 1939.
  • Vaqueiros e Cantadores – (Globo, 1939) – Ed. Itatiaia, S. Paulo, 1984.
  • Antologia do Folclore Brasileiro – Martins Editora, S. Paulo, 1944
  • Os melhores contos populares de Portugal – Dois Mundos, 1944
  • Lendas brasileiras – 1945
  • Contos tradicionais do Brasil – (Col. Joaquim Nabuco), 1946 - Ediouro
  • Geografia dos mitos brasileiros – Ed. José Olímpio, 1947. 2ª edição, Rio, 1976.
  • História da Cidade do Natal – Prefeitura Mun. do Natal, 1947
  • Os holandeses no Rio Grande do Norte – Depto. Educação, Natal, 1949
  • Anubis e outros ensaios – (Ed. O Cruzeiro, 1951), 2ª edição, Funarte/UFRN, 1983
  • Meleagro – Ed. Agir, 1951 – 2ª edição, Rio, 1978
  • Literatura oral no Brasil – Ed. José Olímpio, 1952 – 2ª edição, Rio, 1978
  • Cinco livros do povo – Ed. José Olímpio, 1953 – 2ª edição, ed. Univ. UFPb, 1979.
  • Em Sergipe del Rey – Movimento Cultural de Sergipe, 1953
  • Dicionário do Folclore Brasileiro – INL, Rio, 1954 – 3ª edição, 1972
  • História de um homem – (João Câmara) – Depto. de Imprensa, Natal, 1954
  • Antologia de Pedro Velho – Depto. de Imprensa, Natal, 1954
  • História do Rio Grande do Norte – MEC, 1955
  • Notas e documentos para a história de Mossoró – Coleção Mossoroense, 1955
  • Trinta "estórias" brasileiras – ed. Portucalense, 1955
  • Geografia do Brasil Holandês – Ed. José Olímpio, 1956
  • Tradições populares da pecuária nordestina –MA-IAA n.9, Rio, 1956
  • Jangada – MEC, 1957
  • Jangadeiros – Serviço de Informação Agrícola, 1957
  • Superstições e Costumes – Ed. Antunes & Cia, Rio, 1958
  • Canto de Muro – Ed. José Olímpio, (dez. 1957), 1959
  • Rede de dormir – MEC (1957), 1959 – 2ª edição, Funarte/UFRN, 1983
  • Ateneu Norte-Rio-Grandense – Imp. Oficial, Natal, 1961
  • Vida breve de Auta de Souza – Imp. Oficial, Recife, 1961
  • Dante Alighieri e a tradição popular no Brasil – PUC, Porto Alegre, 1963 – 2ª edição Fundação José Augusto (FJA), Natal, 1979
  • Dois ensaios de História – (Imp Oficial Natal, 1933 e 1934) Ed. Universitária, 1965
  • História da República do Rio Grande do Norte – Edições do Val, Rio, 1965
  • Made in África – Ed. Civilização Brasileira, 1965
  • Nosso amigo Castriciano – Imp. Universitária, Recife, 1965
  • Flor dos romances trágicos – Ed. Cátedra, Rio, 1966 – 2ª ed. Cátedra/FJA, 1982
  • Voz de Nessus – Depto. Cultural, UFPb, 1966
  • Folclore no Brasil – Fundo de Cultura, Rio, 1967 – 2ª edição, FJA, Natal;, 1980
  • História da alimentação no Brasil – Ed. Nacional (2 vol) fev. 1963), 1967, (col. Brasiliana 322 e 323) – 2ª ed. Itatitaia, 1983
  • Jerônimo Rosado (1861-1930) – ed. Pongetti, Rio, 1967
  • Seleta, Luís da Câmara Cascudo – Ed. José Olímpio, Rio, 1967 – org. por Américo de Oliveira Costa. – 2ª Ed. 1972.
  • Coisas que o povo diz – Bloch, 1968
  • Nomes da Terra – Fundação José Augusto, Natal, 1968
  • O tempo e eu – Imp. Universitária – UFRN, 1968
  • Prelúdio da cachaça – IAA, (maio, 1967), 1968
  • Pequeno manual do doente aprendiz – Ed. Universitária – UFRN, 1969
  • Gente viva – Ed. Universitária UFPe, 1970
  • Locuções tradicionais no Brasil – UFPE, 1970 – 2ª edição, MEC, Rio, 1977
  • Ensaios de etnografia brasileira – INL, 1971
  • Na ronda do tempo – Ed. Universitária, UFRN, 1971 (livro biográfico)
  • Sociologia do Açúcar – MIC – IAA, 1971. Coleção Canavieira n. 5
  • Tradição, ciência do povo – Perspectiva, S. Paulo, 1971
  • Ontem – (maginações) – Ed. Universitária UFRN, 1972
  • Uma História da Assembleia Legislativa do RN – FJA, 1972
  • Civilização e cultura (2 vol.) – MEC/Ed. José Olímpio, 1973
  • Movimento da independência no RN – FJA, 1973
  • O Livro das velhas figuras – (6 vol.) – 1, 1974; 2, 1976; 3, 1977; 4, 1978; 5, 1981; 6, 1989 – Inst. Histórico e Geográfico do RN
  • Prelúdio e fuga do real – FJA, 1974
  • Religião no povo – Imprensa Universitária, UFPb, 1974
  • História dos nossos gestos – Ed. Melhoramentos, 1976
  • O Príncipe Maximiliano no Brasil – Kosmos editora, 1977
  • Antologia da alimentação no Brasil – Livros Técnicos e Científicos ed., 1977
  • Três ensaios franceses, FJA, 1977 (do Motivos da Literatura Oral da França no Brasil, Recife, 1964 – Roland, Mereio e Heptameron)
  • Mouros e Judeus – Depto. de Cultura, Recife, 1978
  • Superstição no Brasil – Itatiaia, S. Paulo, 1985

Homenagens e legado

Cédula de 50 000 cruzeiros com a efígie de Câmara Cascudo.

Em 1991, cinco anos após sua morte, a Casa da Moeda do Brasil emitiu a cédula de 50 mil cruzeiros em sua homenagem.[35] A cédula possui sua efígie ao lado de uma cena de jangadeiros, e no reverso, uma cena do Bumba meu boi, bailado popular do folclore brasileiro.[35] A cédula ficou em circulação entre 09 de dezembro de 1991 e 15 de setembro de 1994, período relativamente curto, devido à inflação que levou o Brasil a fazer outras reformas monetárias.[36][37] Durante o governo de Itamar Franco, o cruzeiro foi substituído pelo cruzeiro real, e a cédula foi carimbada para retificar seu valor para 50 cruzeiros reais.[38]

A TV Brasil fez um programa chamado O Teco Teco, em que o personagem se chama Cascudo, em homenagem a Câmara Cascudo, que é amigo de Betinho, personagem em homenagem a Alberto Santos Dumont.[39][28]

Na Mostra de Cinema de Gostoso, em São Miguel do Gostoso, o Troféu Luís da Câmara Cascudo é concedido aos melhores filmes curta e longa-metragem da Mostra Competitiva.[40] O prêmio homenageia a contribuição intelectual de Cascudo à cultura potiguar.[28]

Sua obra ainda é extremamente relevante e dialogada em diversos âmbitos acadêmicos e ainda muita debatida.[41][42][43][44][45]

Ver também

Referências

  1. adcon.rn.gov.br (PDF)
  2. a b c Frazão, Dilva. «Biografia de Luís da Câmara Cascudo». eBiografia. Consultado em 1 de abril de 2021 
  3. a b Gomes, Ramonildes Alves; Gomes, Valdeci Feliciano (abril de 2009). «Laços matrimoniais, amarras tradicionais: a família como autoconstituição em Câmara Cascudo». Caderno CRH (55): 185–200. ISSN 0103-4979. doi:10.1590/S0103-49792009000100012. Consultado em 1 de abril de 2021 
  4. Béhague, Gerard (2001). «Cascudo, Luiz da Câmara». Oxford University Press. Oxford Music Online. Consultado em 1 de abril de 2021 
  5. «Câmara Cascudo – O Tempo e eu (e vc)». Museu da Língua Portuguesa. 20 de outubro de 2015. Consultado em 1 de abril de 2021 
  6. «Lourival Açucena». Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Consultado em 1 de abril de 2021 
  7. a b c «INTELECTUAIS BRASILEIROS I LUÍS DA CÂMARA CASCUDO». Biblioteca Nacional do Brasil. 30 de julho de 2020. Consultado em 1 de abril de 2021 
  8. «Luis da Câmara Cascudo». Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Consultado em 2 de abril de 2021 
  9. a b c Cultural, Instituto Itaú. «Luís da Câmara Cascudo». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 2 de abril de 2021 
  10. Moraes, Marcos Antonio de; Moraes, Marcos Antonio de (agosto de 2017). «"Mário de Andrade da Câmara Cascudo"». Revista do Instituto de Estudos Brasileiros (67): 249–254. ISSN 0020-3874. doi:10.11606/issn.2316-901x.v0i67p249-254. Consultado em 2 de abril de 2021 
  11. Carvalho, Flávia (2013). «O DICIONÁRIO DO FOLCLORE BRASILEIRO: UM ESTUDO DE CASO DA ETNOTERMINOLOGIA E TRADUÇÃO ETNOGRÁFICA» (PDF). Universidade de Brasília. Consultado em 2 de abril de 2021 
  12. Miller, Francisca (2010). «Jangada, os jangadeiros e o etnógrafo». Universidade Estadual de Campinas. Consultado em 2 de abril de 2021 
  13. Gaspar, Lúcia (18 de julho de 2003). «Luís da Câmara Cascudo». Fundação Joaquim Nabuco. Consultado em 2 de abril de 2021 
  14. Galvão, Cláudio (2010). «Alguns compassos. Câmara Cascudo e a música (1920/1960)» (PDF). Universidade de São Paulo. Consultado em 2 de abril de 2021 
  15. Cascudo, Luís da Câmara (1998). Alma patrícia: crítica literária. [S.l.]: Fundação José Augusto 
  16. Cascudo, Luís da Câmara (4 de setembro de 2015). Contos tradicionais do Brasil para jovens. [S.l.]: Global Editora 
  17. «Geografia do Brasil holandês... documentação gravuras flamengas.». Biblioteca Nacional do Brasil. Consultado em 2 de abril de 2021 
  18. DANTAS, Audálio. Câmara Cascudo e aquela do papagaio: Natal, 1970. Folha de S.Paulo, Ilustríssima, 16 de março de 2014, p. 9. Acesso em 3 março 2014.
  19. Cascudo, Câmara (2014). «Licantropia Sertaneja». Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Consultado em 2 de abril de 2021 
  20. Santos, Jamile (28 de novembro de 2019). «Projeções do lobisomem na literatura: uma arqueogenealogia do corpo-espaço lupino» (PDF). Universidade Federal de Uberlândia. Consultado em 2 de abril de 2021 
  21. Castro, Eliane (6 de agosto de 2020). «Luís da Câmara Cascudo: quem tem medo do lobisomem?». Faustomag. Consultado em 2 de abril de 2021 
  22. «Luís da Câmara Cascudo». Educação. UOL. 30 de julho de 2005. Consultado em 2 de abril de 2021 
  23. Ribeiro, Ramon (8 de agosto de 2018). «Tribuna do Norte - Câmara Cascudo: obra História da alimentação no Brasil completa 50 anos». Tribuna do Norte. Consultado em 2 de abril de 2021 
  24. Corção, Mariana (2014). «Câmara Cascudo, O "Provinciano Incurável": Desvendando os Caminhos de História da Alimentação no Brasil» (PDF). Universidade Federal do Paraná. Consultado em 18 de março de 2021 
  25. «Morre o folclorista Luís da Câmara Cascudo». History. UOL. 14 de outubro de 2013. Consultado em 2 de abril de 2021 
  26. «Morre escritor Câmara Cascudo, aos 87 anos». O Povo. 13 de julho de 2016. Consultado em 2 de abril de 2021 
  27. Lyra, Anderson (24 de dezembro de 2013). «Câmara Cascudo monarquista». História e Genealogia. Consultado em 2 de abril de 2021 
  28. a b c «Senado homenageia Luís da Câmara Cascudo». Senado Federal do Brasil. 1 de agosto de 2011. Consultado em 2 de abril de 2021 
  29. COSTA, Homero (2015). A insurreição comunista de 1935. Natal: EDUFRN - (Editora da UFRN). 241 páginas 
  30. a b «A decepção política de um fidalgo do sertão». Folha de S. Paulo. 27 de dezembro de 1998. Consultado em 2 de abril de 2021 
  31. Dantas, Audálio (16 de março de 2014). «Câmara Cascudo e aquela do papagaio - 16/03/2014 - Ilustríssima - Folha de S.Paulo». Folha de S. Paulo. Consultado em 2 de abril de 2021 
  32. Ribeiro, Isa (2008). «As praças da cultura no governo de câmara cascudo (1960-1964)» (PDF). Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Consultado em 2 de abril de 2021 
  33. «Obra de Cascudo - Ludovicus - Instituto Câmara Cascudo». Cascudo. Consultado em 2 de abril de 2021 
  34. Monteiro, Maria (30 de julho de 2010). «Tribuna do Norte - Obra completa de Cascudo». Tribuna do norte. Consultado em 2 de abril de 2021 
  35. a b Araujo, Henrique (31 de julho de 2017). «Já existiu uma cédula de 50 mil cruzeiros com o rosto do natalense Câmara Cascudo». Curiozzzo - Super curiosidades do Rio Grande do Norte. Consultado em 2 de abril de 2021 
  36. Carvalho, Carlos Eduardo (abril de 2006). «As origens e a gênese do Plano Collor». Nova Economia (1): 101–134. ISSN 0103-6351. doi:10.1590/S0103-63512006000100003. Consultado em 2 de abril de 2021 
  37. Andrada, Alexandre F. S.; Andrada, Alexandre F. S. (outubro de 2018). «Quem, afinal, apoiou o Plano Collor?». Brazilian Journal of Political Economy (4): 781–799. ISSN 0101-3157. doi:10.1590/0101-35172018-2713. Consultado em 2 de abril de 2021 
  38. do Brasil, Casa da Moeda (9 de dezembro de 1991). «Museu de Valores do Banco Central do Brasil». Banco Central do Brasil. Consultado em 21 de fevereiro de 2017 
  39. O Teco Teco | TV Brasil, consultado em 2 de abril de 2021 
  40. «Mostra de Cinema de Gostoso». Mostra de Cinema de Mato Grosso. Consultado em 2 de abril de 2021 
  41. Oliveira, Aluizio Lins de. «Erudição e cultura popular na atividade intelectual de Luís da Câmara Cascudo». Fundação Getúlio Vargas. Estudos Históricos. Consultado em 2 de abril de 2021 
  42. Gico, Vânia (30 de novembro de 1998). «Luís da Câmara Cascudo: itinerário de um pensador». Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Consultado em 2 de abril de 2021 
  43. Jones, Willis Knapp; Cascudo, Luis da Camara (1941). «Vaqueiros e Cantadores». Books Abroad (3). 362 páginas. ISSN 0006-7431. doi:10.2307/40085476. Consultado em 2 de abril de 2021 
  44. Oliveira, Giuseppe Roncalli Ponce Leon; Lima, Marinalva Vilar de; Nóbrega, José Machado da (20 de julho de 2017). «"Entre os artistas amigos o momento bom de ternura é o aparecimento de obra nova": O exercício da crítica literária na correspondência de Luís da Câmara Cascudo e Mário de Andrade (1924-1928)». Revista Maracanan (17). ISSN 2359-0092. doi:10.12957/revmar.2017.28475. Consultado em 2 de abril de 2021 
  45. Neves, Margarida (2004). «Literatura: prelúdio e fuga do real» (PDF). Universidade Federal Fluminense. Consultado em 2 de abril de 2021 

Ligações externas

Wikiquote
Wikiquote
O Wikiquote possui citações de ou sobre: Luís da Câmara Cascudo