AIM-9 Sidewinder

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AIM-9 Sidewinder
Tipo Míssil ar-ar
Local de origem  Estados Unidos
História operacional
Utilizadores África do Sul
 Alemanha
Arábia Saudita
 Argentina
 Austrália
 Áustria
 Bélgica
 Bahrein
 Brasil
 Canadá
 Chile
Coreia do Sul Coreia do Sul
 Dinamarca
 Egito
Espanha
 Estados Unidos
 Etiópia
Filipinas
 Finlândia
 Grécia
 Hungria
Indonésia
Irã Irão
 Iraque
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 Japão
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 Malásia
 Marrocos
 México
 Noruega
 Nova Zelândia
 Países Baixos
Paquistão
 Polónia
Portugal Portugal
 Reino Unido
 Chéquia
Singapura Singapura
 Suécia
Suíça
 Tailândia
Taiwan
 Turquia
 Venezuela
 Zimbabwe
Histórico de produção
Fabricante Raytheon Corporation; Ford Aerospace; Loral Corp.
Custo unitário US$ 381 069 (Bloco II)
US$ 399 500 (Bloco II +)
US$ 209 492 (míssil de treinamento)
(até 2019)[1]
Período de
produção
1953–presente
Especificações
Peso 201 lb (91,2 kg)
Comprimento 112 in (2 840 mm)
Diâmetro in (127 mm)
Alcance efetivo 1,0 a 35,4 km
Peso da ogiva 9.4 kg (20.8 lb) fragmentação anular
Envergadura 24,8 in (630 mm)
Sistema de
orientação
infravermelhos

O AIM-9 Sidewinder é um míssil ar-ar orientado por radiação infravermelha de curto alcance, utilizado por vários caças. Deve o seu nome à cobra Sidewinder, com quem partilha o seu padrão de movimento. O Sidewinder foi o primeiro míssil ar-ar realmente eficaz, largamente imitado e copiado. As variantes mais modernas continuam ao serviço.

O Sidewinder é o míssil ar-ar mais utilizado no Ocidente, com mais de 110,000 unidades produzidas em 27 nações, excluindo os Estados Unidos. Foi construído em outros países (incluindo a Suécia, que o constrói sob uma designação local Rb24) mediante licenciamento específico. O AIM-9 é um dos mísseis ar-ar mais antigos, menos onerosos e mais bem sucedidos.

Diz-se que o objectivo da produção do Sidewinder original seria produzir um míssil eficaz e fiável com complexidade electrónica simples, equivalentes à de um rádio com componentes mecânicos de uma máquina de lavar, objectivos estes, atingidos nas primeiras versões.

Desenvolvimento[editar | editar código-fonte]

Desenvolvido pela Marinha dos Estados Unidos nos finais da década de 1940, o Sidewinder introduziu muitas novas tecnologias que o tornaram mais simples e fiável que o seu concorrente da Força Aérea, o AIM-4 Falcon. Após as terríveis experiências com o Falcon na Guerra do Vietnam, a Força Aérea norte-americana substituiu os Falcon pelo Sidewinder.

A primeira grande vantagem do Sidewinder era a inclusão de um sistema de orientação/detecção bastante sofisticado. Durante a II Guerra Mundial os alemães fizeram experiências com sistemas teleguiados por infravermelhos no míssil de alto calibre Enzian, mas não o conseguiram implementar confiabilidade suficiente. O sistema usava um detector de infravermelhos montado num pequeno telescópio direccionável, e usava um mecanismo que, junto com o espelho, permitia detectar de que lado do centro se encontrava o alvo. O míssil seria guiado em direção ao alvo através de movimentos insistentes da fuselagem em direção ao telescópio. Esta técnica é conhecida como perseguição pura.

O Sidewinder foi melhorado em relação a este sistema em vários pontos. O primeiro foi a substituição do espelho direcionável por um sistema de um espelho rotativo em torno de um eixo apontado à parte da frente do míssil, com o detector fixado à sua frente. Em vez de tentar rastrear o alvo pelo espelho, o sensor IV veria o alvo em pequenos flashes, quando o espelho se alinhasse com o alvo. Sabendo onde estava o flash com o espelho rodando, a direção também podia ser conhecida. Para além disso, este sistema também permitia rastrear o ângulo em relação ao alvo de uma forma inteligente. Se o alvo se encontrasse para além do campo de vista, o flash capturado pelo sensor seria menor devido à maior taxa de movimento do espelho.

Por fim, este tipo de sinal tornou o sistema de rastreio mais simples e melhor. Em oposição ao alinhamento do míssil com o alvo (não eficiente), o sistema de orientação do Sidewinder consegue memorizar cada direção do flash e sua duração. Pela relação das mudanças a um zero absoluto, em vez das diferenças entre o ângulo do míssil e detector, o Sidewinder realiza assim um voo conhecido por perseguição proporcional, que se revelou muito mais eficaz.

Contudo, este sistema impõe que o míssil mantenha um ângulo fixo durante o voo. Se o míssil girar demais, o cálculo do tempo (baseado na velocidade de rotação do espelho) não terá precisão suficiente. As correções para o movimento giratório requer algum tipo de sensor que indique o sentido "para baixo" e adicione então as correções. Porém, os engenheiros do Sidewinder conseguiram contornar esta situação: superfícies de controle foram colocadas na traseira do míssil, com discos giratórios; a passagem de ar pelos discos fá-los girar a grande velocidade, e se o míssil tentar rodar sobre si, a força giroscópia do disco fará com que a superfície de controle seja direcionada para a corrente de ar, produzindo a correção. Curiosamente, a equipe do Sidewinder resolveu este problema do sistema de controle potencialmente complexo com apenas um pedaço de metal.

Entrada ao serviço[editar | editar código-fonte]

O protótipo do Sidewinder, o XAAM-N-7 (mais tarde AIM-9A) foi disparado pela primeira vez em Setembro de 1953. A versão de produção original, designada AAM-N-7 (mais tarde AIM-9B), entrou ao serviço em 1956, e a partir daí começou a ser melhorado.

A primeira utilização deste míssil em combate foi em 1958 com a Força Aérea da República da China (ROC), em Taiwan. Nessa altura, a China estava envolvida em batalhas aéreas com a República Popular da China (RPC) sobre o Estreito de Taiwan. Os Estados Unidos da América disponibilizaram algumas unidades para as forças da ROC, que confirmaram a sua eficiência contra MiG 15s da RPC, trazendo um novo elemento no combate aéreo que, até então, era apenas desempenhado através de metralhadoras.

Variantes[editar | editar código-fonte]

Nestas versões, uma das melhorias foi introduzida no modelo AIM-9L ("Lima"), em 1978. Este foi o primeiro Sidewinder capaz de atacar a partir de qualquer ângulo. O modelo seguinte, o AIM-9M ("Mike") mantém esta característica e introduziu melhorias nas contra-medidas de infravermelhos, optimização da capacidade de discriminação, e um motor optimizado. Estas modificações aumentam a capacidade de localizar e distinguir um alvo, e diminuem as probabilidades de ser detectado. O AIM-9M-7 foi uma modificação especial do AIM-9M em resposta a ameaças previstas no Golfo Pérsico.

Características (AIM-9L)[editar | editar código-fonte]

  • Comprimenro: 2,85 m (9 ft 4.2 in)
  • Envergadura: 630 mm (24.8 in)
  • Diâmetro: 127 mm (5 in)
  • Peso: 91 kg (190 lb)
  • Velocidade: Mach 2.5
  • Alcance: 18 km (11.3 mi)
  • Orientação: infravermelhos
  • Ogivas: 9,4 kg (20.8 lb) (NT|annular blast-fragmentation|fragmentação anular)
  • Fabricante: Raytheon Corporation; Ford Aerospace; Loral Corp.
  • Preço: US$ 84.000

Ver também[editar | editar código-fonte]

Commons
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O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre AIM-9 Sidewinder

Referências

  1. «Department of Defense Fiscal Year (FY) 2021 Budget Estimates» (PDF). US Navy. Fevereiro de 2020. 105 páginas. Consultado em 11 de janeiro de 2023. Arquivado do original (PDF) em 19 de dezembro de 2020 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Babcock, Elizabeth (1999). Sidewinder – Invention and Early Years. The China Lake Museum Foundation. 26 pp. Um registo completo do desenvolvimento da versão original do Sidewinder e as pessoas envolvidas na sua concepção