António Júlio de Castro Fernandes

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
António Júlio de Castro Fernandes
António Júlio de Castro Fernandes
António Júlio de Castro Fernandes.
Nascimento 2 de junho de 1903
Lisboa
Morte 1975
Cidadania Portugal
Alma mater
Ocupação dirigente desportivo
Prêmios
  • Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo

António Júlio de Castro Fernandes GCC (Lisboa, 2 de Junho de 1903 — Lisboa, 1975) foi um economista, banqueiro, político e ideólogo do corporativismo português.

Esteve ligado aos sectores da extrema-direita portuguesa no período da transição para o Estado Novo e foi um dos mais activos propagandistas do corporativismo fascista[1]. Foi dirigente da Cruzada Nacional Nun’Álvares nos últimos anos da Primeira República Portuguesa e um dos fundadores do Movimento Nacional-Sindicalista (1932)[2]. Aderiu à Revolução Nacional, e entre muitas outras funções de relevo, foi Subsecretário de Estado das Corporações e Previdência Social (1944 a 1948) e Ministro da Economia (1948 a 1950) do governo de Oliveira Salazar, presidente da Comissão Executiva da União Nacional (1958 a 1961 e 1965 a 1968), deputado à Assembleia Nacional e procurador à Câmara Corporativa[3]. Dedicou-se à banca, tendo sido administrador do Banco Nacional Ultramarino.[4]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Licenciado em Economia pelo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras de Lisboa da Universidade Técnica de Lisboa.[5], foi durante a juventude um dos mais proeminentes aderentes das ideologias totalitárias de extrema-direita do seu tempo.

Aderiu ao ideário da Revolução Nacional e, com o apoio de Oliveira Salazar, estagiou em Itália, antes da Segunda Guerra Mundial, onde estudou os métodos corporativos fascistas. Foi acompanhado no seu estágio por Tullio Cianetti, então Ministro dos Sindicatos do Governo de Benito Mussolini e membro do Grande Conselho Fascista, de quem se tornaria grande amigo e, no seu próprio dizer, irmão[6].

Filiado e dirigente da União Nacional, do seu estágio resultou a obra O Corporativismo Fascista, editada em 1938, iniciando um percurso no sistema corporativo que moldaria a sua carreira. Foi procurador à Câmara Corporativa (I, VII, VIII, X e XI legislaturas)[5], deputado, Subsecretário de Estado das Corporações e Previdência Social (1944-1948), Ministro da Economia (1948-1950) e administrador, vice-governador e governador do Banco Nacional Ultramarino (1951-1974)[2].

Em 26 de Agosto de 1950 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo.[7]

Foi presidente da Assembleia Geral do Clube de Futebol Os Belenenses entre 1962 e 1964.[8].

Obras publicadas[editar | editar código-fonte]

Deixou uma vasta obra dispersa por periódicos e por intervenções e discursos vários e por monografias diversas, entre as quais[9][10]:

  • Patronato e Sindicatos Nacionais, 1934
  • Algumas Palavras, 1937
  • O Corporativismo Fascista, 1938
  • Temas Corporativos, 1944
  • A Organização das Horas Livres, 1944
  • Princípios Fundamentais da Organização Corporativa Portuguesa, 1944
  • A Revolução Social Portuguesa, 1945
  • Casas do Povo, 1945
  • Enfrentando o Destino das Casas do Povo, 1947
  • A Segurança dos Trabalhadores Através do Seguro Social, 1947
  • A Presença de Portugal em África, 1960
  • Três Ciprestes, 1971
  • Arquivo, 1972
  • Le Mouvement «Travail et Joie» au Portugal

Referências e Notas

  1. Pires, Leonardo Aboim (dezembro de 2020). «O ideário de António Castro Fernandes na consolidação da experiência corporativa portuguesa». Intellèctus (2): 309–333. ISSN 1676-7640. doi:10.12957/intellectus.2020.48428. Consultado em 23 de janeiro de 2021 
  2. a b Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. IV, Lisboa, 1997.
  3. Biografia parlamentar de António Júlio de Castro Fernandes.
  4. FERNANDES, António Júlio de Castro no EuroHotSpot Arquivado em 24 de setembro de 2009, no Wayback Machine..
  5. a b Castilho, J. M. Tavares (2010). «Biografia de António Júlio de Castro Fernandes.» (PDF). Procuradores da Câmara Corporativa (1935-1974). Assembleia da República Portuguesa. Consultado em 30 de dezembro de 2012 
  6. Tullio Cianetti refugiou-se em Moçambique após a Segunda Guerra Mundial, estabelecendo-se como industrial e ali falecendo em 1976.
  7. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "António Júlio de Castro Fernandes". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 30 de dezembro de 2012 
  8. Presidentes da AG de Os Belenenses[ligação inativa].
  9. Castro Fernandes[ligação inativa].
  10. Castro Fernandes na BNP.
Ícone de esboço Este artigo sobre uma pessoa é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.