Antônio Prado

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 Nota: Para o político brasileiro, veja Antônio da Silva Prado.
Antônio Prado
  Município do Brasil  
Igreja Matriz da cidade (final do séc. XIX)
Igreja Matriz da cidade (final do séc. XIX)
Igreja Matriz da cidade (final do séc. XIX)
Símbolos
Bandeira de Antônio Prado
Bandeira
Brasão de armas de Antônio Prado
Brasão de armas
Hino
Lema A cidade mais italiana do Brasil[1]
Gentílico pradense
Localização
Localização de Antônio Prado no Rio Grande do Sul
Localização de Antônio Prado no Rio Grande do Sul
Localização de Antônio Prado no Rio Grande do Sul
Antônio Prado está localizado em: Brasil
Antônio Prado
Localização de Antônio Prado no Brasil
Mapa
Mapa de Antônio Prado
Coordenadas 28° 51' 28" S 51° 16' 58" O
País Brasil
Unidade federativa Rio Grande do Sul
Região metropolitana Serra Gaúcha
Municípios limítrofes Flores da Cunha, Ipê, Nova Pádua, Nova Roma do Sul, Protásio Alves, São Marcos, Vila Flores, Veranópolis
Distância até a capital 184 km
História
Fundação 11 de fevereiro de 1899 (125 anos)
Administração
Prefeito(a) Roberto Dalle Molle (PP, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [2] 348,132 km²
População total (2021) [3] 13 041 hab.
 • Posição RS: 139º BR: 2581º
Densidade 37,5 hab./km²
Clima Não disponível
Altitude 658 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 95250-000
Indicadores
IDH (2010) [4] 0,758 alto
 • Posição RS: 74º BR: 400º
Gini (2010) 0.41
PIB (2020) [5] R$ 670 901,34 mil
 • Posição RS: 114º BR: 1250º
PIB per capita (2020) R$ 51 429,77
Sítio https://www.antonioprado.rs.gov.br/ (Prefeitura)
http://www.camaraantonioprado.rs.gov.br/ (Câmara)

Antônio Prado é um município localizado na Serra Gaúcha. A cidade faz parte do estado do Rio Grande do Sul, no sul do Brasil. Possui o maior acervo arquitetônico tombado pelo IPHAN, referente à colonização italiana no Brasil. Sua população está estimada em 13.041 pessoas.[6]

História[editar | editar código-fonte]

A Serra Gaúcha já era habitada por índios caigangues desde tempos imemoriais, os quais foram desalojados violentamente pelos chamados "bugreiros", por conta de uma política oficial do governo brasileiro de "embranquecimento" da população.[7] Isso abriu espaço, no final do século XIX, para que o governo do Império do Brasil colonizasse a região com uma população europeia.

Até o ano de 1880, a floresta milenar que revestia inteiramente o atual município de Antônio Prado era percorrida apenas por indígenas tapes e coroados (caingangues), que se alimentavam dos frutos dos imensos pinhais. Nem os missionários jesuítas, que fundaram a Vacaria dos Pinhais, nem o Padre Francisco Ximenes, que em 1633 efetuou o levantamento da região, nem a bandeira de Raposo Tavares, em 1863, chegaram até o local. Os fazendeiros dos Campos da Vacaria, que no século XIX penetravam na mata que circunda o campo, ocupando terras para implantar suas lavouras e invernadas, não chegaram a ultrapassar a atual linha divisória do município.

Por volta de 1880, Simão David de Oliveira se estabeleceu na margem direita do Rio das Antas. Ele viera a pé de São Paulo, adentrando o território gaúcho por Vacaria. Costeou o Rio Vieira, descendo até o Rio das Antas, em busca de um lugar para construir seu rancho. No único trecho de terras planas que encontrou, junto à foz do Rio Leão e do Arroio Tigre, Simão se fixou. A picada conhecida como Passo do Simão, em princípio de 1886, daria acesso à nova colônia.

Ficou estabelecido em 1885 pelo Imperador D. Pedro II e por outras autoridades que, durante o período de 1886 e 1887, seria criado um núcleo de colonização na margem direita do Rio das Antas. Esse núcleo não tinha nome, por isso o bacharel Manoel Barata Góes, engenheiro-chefe da Comissão de Medição de Lotes, sugeriu e solicitou que fosse dado à nova colônia o nome de Antônio Prado, em homenagem a Antônio da Silva Prado, fazendeiro paulista que, como Ministro da Agricultura da época, promoveu a vinda dos imigrantes italianos ao Brasil e instalou núcleos coloniais no Rio Grande do Sul.

Antônio Prado foi a última colônia italiana criada pela governo imperial. Em 1886, os primeiros italianos se instalam na região, dedicando-se à pequena agricultura. Atualmente, é considerada a cidade com maior influência italiana no Brasil.[1]

O distrito foi criado com a denominação de Antônio Prado pelo Ato Municipal nº 66, de 26 de setembro de 1894, subordinado ao município de Vacaria. Desmembrado de Vacaria, Antônio Prado é elevado à categoria de vila pelo Decreto Estadual nº 220, de 11 de fevereiro de 1899.[8]

Em divisão territorial datada de 2015, o município é constituído de três distritos: Antônio Prado, Linha 21 de Abril e Santana.

Em 28 de setembro de 2016 foi cooficializada a língua talian no município.[9]

Origem do nome[editar | editar código-fonte]

O nome da cidade é homenagem ao fazendeiro paulista Antônio da Silva Prado, que instalou núcleos coloniais no Rio Grande do Sul e promoveu a imigração de italianos para o país, quando foi Ministro da Agricultura.[10]

Política[editar | editar código-fonte]

Antes da emancipação, a Colônia Antônio Prado era administrada pela diretoria da comissão de terras e colonização, indicada pelo Governo. Após a criação do município, por intendentes e prefeitos nomeados, eleitos pelo Poder Legislativo, ou pela população.

Diretor[11] Período
1 Manoel Barata Góes 1886-1887
2 Francisco Jasmin da Silva Guerra 1887-
Intendentes e prefeitos municipais[12][13][14]
Nome Início do mandato Fim do mandato Observações
1 Innocencio de Mattos Miller 25/03/1899 31/07/1899 Intendente nomeado pelo governador Borges de Medeiros
01/08/1899 1907 Intendente eleito e reeleito
2 Cristiano Ziegler 1907 1910 Intendente eleito
3 Innocencio de Mattos Miller 1911 1922 Intendente eleito
4 Caetano Reginatto 1922 1927 Vice-intendente e intendente eleito
5 Francisco Marcantônio 1927 1935 Intendente e prefeito
6 Oscar Hampe 1935 1942
7 Alberto Zanardi 1944 1945
8 Carlos Rotta 1945 1947
9 Waldemar Mansueto Grazziotin 1947 1951
10 Vicente Palombini 1952 1955
11 Waldemar Mansueto Grazziotin 1956 1959
12 Cláudio Policarpo Bocchese 1959 1963
13 Luiz Baggio 1963 1969
14 Valdomiro Bocchese 1969 1973
15 Vitório Dotti 1973 1977
16 Lino Celso Zaccani 1977 1983
17 Valner José Borges 1983 1988
18 Ulisses Vitório Pasa 1989 1992
19 Clóvis Pedro Zulian 1992 1996
20 Eucides Carra 1996 2000
21 Clóvis Pedro Zulian 2000 2004
22 Marcos Scopel 2004 2012
23 Nilson Camatti 2013 2016
24 Juarez Santinon 2017 2020
25 Roberto Dalle Molle 2021 2024

Geografia[editar | editar código-fonte]

Antônio Prado localiza-se a uma latitude 28º51'30" sul e a uma longitude 51º16'58" oeste, estando a uma altitude de 658 metros.

Possui uma área de 343,28 km² e sua população estimada em 2018 é de 13.055 habitantes. Densidade demográfica real é 37 hab/km².

Etnias[editar | editar código-fonte]

Antônio Prado é um cidade formada em sua imensa maioria por brasileiros de ascendência europeia, possuindo uma das maiores porcentagens de ítalo-brasileiros do país. As outras etnias europeias compõem uma pequena minoria, enquanto que pessoas de origem africana, mestiça e indígena compõem o restante.

Cor ou raça Porcentagem

(IBGE 2000)

Brancos 91,8%
Pretos 2,3%
Pardos 5,2%
Indígenas 0,6%

Cultura[editar | editar código-fonte]

A cidade possui o maior e o mais completo conjunto arquitetônico da colonização italiana no Brasil, com 48 imóveis do centro urbano tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional desde a década de 1980. Outros imóveis na zona rural de Antônio Prado igualmente sobreviveram ao tempo e se revestem de grande valor histórico e arquitetônico, como marcos da colonização italiana no sul do Brasil.

Em 1995, a cidade recebeu a equipe de filmagens de O Quatrilho,[15] o segundo filme brasileiro a ser indicado ao Oscar. Algumas ruas da área central tiveram os paralelepípedos cobertos de terra e os postes de iluminação foram retirados para que fossem recriadas as ruas da cidade de Caxias do Sul no início do século XX.

Cidades-irmãs[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Antônio Prado - a cidade mais italiana do Brasil. Disponível em http://www.anaamelialemos.com.br/municipios/exibir/antonio-prado-a-cidade-mais-italiana-do-brasil Arquivado em 17 de dezembro de 2014, no Wayback Machine.. Acesso em 16 de janeiro de 2013.
  2. «Cidades e Estados». IBGE. 2021. Consultado em 12 de maio de 2023 
  3. «ESTIMATIVAS DA POPULAÇÃO RESIDENTE NO BRASIL E UNIDADES DA FEDERAÇÃO COM DATA DE REFERÊNCIA EM 1º DE JULHO DE 2021» (PDF). IBGE. 2021. Consultado em 12 de maio de 2023 
  4. «Ranking». IBGE. 2010. Consultado em 12 de maio de 2023 
  5. «Produto Interno Bruto dos Municípios - 2010 a 2020». IBGE. 2020. Consultado em 12 de maio de 2023 
  6. «População». IBGE Cidades. Consultado em 8 de junho de 2023 
  7. BUENO, E. Brasil: uma história. Segunda edição revista. São Paulo. Ática. 2003. p. 267.
  8. «História». IBGE Cidades. Consultado em 8 de junho de 2023 
  9. Lei municipal Nº 3017, de 28 de setembro de 2016
  10. «Nossa História». www.antonioprado.tur.br. Consultado em 14 de junho de 2023 
  11. «Antonio Prado, Rio Grande do Sul, Brasil - Genealogia». Family Search. Consultado em 14 de junho de 2023 
  12. «Ex-Prefeitos». Município de Antônio Prado. Consultado em 14 de junho de 2023 
  13. Biavaschi, Márcio. «CORONELISMO NA REGIÃO COLONIAL ITALIANA: ANTÔNIO PRADO (1903-1928)». Universidade Federal do Rio Grande. Revistae: 171-186. Consultado em 14 de junho de 2023 
  14. «A Emancipação da Colônia de Antônio Prado». Museu Padre Schio. Consultado em 14 de junho de 2023 
  15. História - Antônio Prado. Disponível em http://www.rsvirtual.net/cgi-bin/dados/webdata_pro.pl?_cgifunction=search&_layout=Municipios_Historia1&municipios.municipios=Ant%F4nio+Prado[ligação inativa]. Acesso em 16 de janeiro de 2013.
  16. a b «Câmara realiza Sessão Solene pelo Gemellaggio». Câmara Municipal de Antônio Prado/RS. Consultado em 1 de junho de 2022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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Conjunto arquitetônico e urbanístico de Antônio Prado O município de Antônio Prado inclui o sítio "Conjunto arquitetônico e urbanístico de Antônio Prado", Patrimônio Cultural Brasileiro tombado pelo IPHAN.