Guilherme Frederico, Duque de Gloucester e Edimburgo

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Guilherme Frederico
Duque de Gloucester e Edimburgo
Guilherme Frederico, Duque de Gloucester e Edimburgo
Nascimento 15 de janeiro de 1776
  Palácio Teodoli, Roma,
Estados Papais
Morte 30 de novembro de 1834 (58 anos)
  Parque Bagshot, Bagshot, Surrey, Reino Unido
Sepultado em Capela de São Jorge, Windsor, Berkshire, Reino Unido
Esposa Maria do Reino Unido
Casa Hanôver
Pai Guilherme Henrique, Duque de Gloucester e Edimburgo
Mãe Maria Walpole
Religião Anglicanismo

Guilherme Henrique, Duque de Gloucester e Edimburgo (Roma, 15 de janeiro de 1776 – Bagshot, 30 de novembro de 1834) foi um príncipe britânico, o bisneto do rei Jorge II e sobrinho e genro do rei Jorge III.

Primeiros Anos[editar | editar código-fonte]

O príncipe Guilherme de Gloucester nasceu no dia 15 de janeiro de 1776 no Palácio Teodoli em Roma, Estados Papais. O seu pai era o príncipe Guilherme Henrique, Duque de Gloucester e Edimburgo, terceiro filho de Frederico, Príncipe de Gales. A sua mãe era Maria Walpole, filha ilegítima de Edward Walpole e neta de Robert Walpole. Como bisneto do rei Jorge II, Guilherme tinha o título de príncipe da Grã-Bretanha com o tratamento de Sua Alteza e não de Sua Alteza Real. O jovem príncipe foi batizado no Palácio Teodoli no dia 12 de fevereiro pelo reverendo Salter. Os seus padrinhos foram Ernesto II de Saxe-Gota-Altemburgo e Carlota de Saxe-Meiningen, o seu primo em segundo-grau e a sua esposa, e Carlos Alexandre de Brandemburgo-Ansbach, seu primo em segundo-grau.[1]

Durante a sua estadia em Estocolmo entre 1802 e 1803, surgiram rumores de que Guilherme tinha começado um caso amoroso com Aurora Wilhelmina Koskull que chamou a atenção da imprensa e dizia-se que o príncipe tinha planos para se casar com ela. A rainha Carlota da Suécia recordou o que o príncipe lhe tinha dito sobre Aurora: "Se ela fosse sua filha, casaria com ela!"[2]

Guilherme entrou na Universidade de Cambridge (que, na altura, se chamava Trinity College), em 1787, e licenciou-se em 1790.[3] A 25 de Agosto de 1805, o pai do príncipe Guilherme morreu e ele herdou os títulos de Duque de Gloucester e Edimburgo e Conde de Connaught. A partir de 1811 até à sua morte, foi reitor da Universidade Cambridge.[3] Em 1812, foi convidado por alguns membros da nobreza sueca para se tornar rei da Suécia, mas o governo britânico não o autorizou a aceitar a proposta.

Casamento[editar | editar código-fonte]

A princesa Maria, esposa de Guilherme.

A 22 de Julho de 1816, Guilherme casou-se com a princesa Maria do Reino Unido, sua prima direita e filha do rei Jorge III. O casamento celebrou-se no Palácio de St. James, em Londres. Nesse dia, o príncipe-regente presenteou o duque com o tratamento de Sua Alteza Real por ordem do conselho.[4]

O duque e a duquesa de Gloucester viveram em Bagshot Park, no Surrey. Não tiveram filhos juntos porque se casaram quando ambos já tinham quarenta anos. O duque tinha sido encorajado a permanecer solteiro, porque se poderia vir a tornar um noivo adequado caso a princesa Carlota de Gales, herdeira ao trono, não conseguisse realizar um casamento favorável com um príncipe estrangeiro. Dez semanas antes de Guilherme se casar, Carlota tinha se casado com o príncipe Leopoldo de Saxe-Coburgo-Gota.[5]

Últimos Anos[editar | editar código-fonte]

Guilherme envolveu-se em vários projectos ao longo da vida e, a 27 de Abril de 1822, liderou a primeira reunião anual do novo Clube Universitário Unido de Londres.[6] Contudo, a política não estava entre os seus interesses e raramente aparecia na Câmara dos Lordes, tendo votado apenas nos assuntos mais importantes do seu tempo. Lutou a favor da abolição da escravatura e apoiou a rainha Carolina e Augusto Frederico, Duque de Sussex contra o rei Jorge IV.[7]

Tinha normas mais rigorosas do que as do rei. Nunca permitiu que um cavalheiro se sentasse na sua presença, algo que apenas o rei Jorge fazia por favor especial, e esperava que todas as senhoras lhe servissem café em qualquer festa na qual estivesse presente, bem como que esperassem de pé a seu lado até que ele o acabasse de beber.[8] A opinião que outros tinham da sua figura era resumida pela alcunha que lhe era atribuída, "Billy Tolo". Também lhe chamavam "Fatia de Gloucester" e "Queijo"[9] em referência ao queijo de Gloucester.

O duque morreu a 30 de novembro de 1834 e foi enterrado na Capela de São Jorge em Windsor.

Referências

  1. «Yvonne's Royalty Home Page: Royal Christenings». Consultado em 31 de março de 2012. Arquivado do original em 27 de agosto de 2011 
  2. Cecilia af Klercker (1927) (em sueco). Hedvig Elisabeth Charlottas dagbok VII 1800-1806 (Os Diários de Edviges Isabel Carlota VII 1800-1806). P.A. Norstedt & Söners förlag. ISBN 383107.
  3. a b enn, J.; Venn, J. A., eds. (1922–1958). "Gloucester, H.R.H. Prince William Frederick, Duke of". Alumni Cantabrigienses (10 vols) (online ed.). Cambridge University Press.
  4. Royal Styles and Titles – 1816 Royal Warrant
  5. Complete Peerage, "Duke of Gloucester", citing the obituary of Princess Mary in the Annual Register of 1857.
  6. Club History Since 1821 at oxfordandcambridgeclub.co.uk
  7. A. W. Purdue, ‘William Frederick, Prince, second duke of Gloucester and Edinburgh (1776–1834)’, Oxford Dictionary of National Biography, Oxford University Press, Sept 2004; online edn, May 2009
  8. Complete Peerage, "Duke of Gloucester"
  9. A. W. Purdue, ‘William Frederick, Prince, second duke of Gloucester and Edinburgh (1776–1834)’, Oxford Dictionary of National Biography, Oxford University Press, Sept 2004; online edn