Hamburgo

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 Nota: Para outros significados, veja Hamburgo (desambiguação).
Hamburgo

Brasão Mapa
Brasão de Hamburgo Mapa da Alemanha, posição de Hamburgo acentuada
Administração
País  Alemanha
Estado Hamburgo
Distrito
Prefeito Olaf Scholz
Estatística
Área km²
População 1 746 342 (2013)
Densidade populacional hab./km²
Outras Informações
Website sítio oficial

Hamburgo, oficialmente Cidade Livre e Hanseática de Hamburgo (em alemão: Freie und Hansestadt Hamburg, ou apenas Hamburg; em baixo-alemão Hamborg)[1] é a segunda maior cidade da Alemanha e a oitava maior da União Europeia.[2] É também o maior 13.º estado alemão mais populoso. Estima-se que mais de 1,7 milhão de pessoas vivem na cidade, enquanto na sua região metropolitana, que inclui partes dos estados vizinhos da Baixa Saxónia e Schleswig-Holstein, vivem mais de 5 milhões de habitantes. A cidade está situada ao longo do rio Elba.

O nome oficial reflete sua história como membro da Liga Hanseática medieval, quando era uma Cidade Imperial Livre do Sacro Império Romano, equivalente a uma cidade-Estado. Antes da Unificação Alemã, em 1871, a cidade era uma entidade política plenamente soberana.

Hamburgo é um centro de transportes e é uma cidade afluente na Europa. Tornou-se um polo midiático e industrial, com fábricas e instalações pertencentes a empresas como Airbus, Blohm + Voss e Aurubis. A emissora Norddeutscher Rundfunk e editoras como Gruner + Jahr e Spiegel-Verlag são pilares da indústria de mídia de Hamburgo. A cidade também tem sido um importante centro financeiro durante séculos e é a sede do segundo banco mais antigo do mundo, o Berenberg Bank.

História

O primeiro mandato da atual cidade está em Cláudio Ptolomeu relatórios Treva.

Idade Média

Hamburgo foi assim denominada devido à primeira construção permanentemente no local, um castelo construído por ordem do Imperador Carlos Magno no ano 808. O castelo foi construído num leito rochoso no pântano entre os rios Alster e Elba como defesa contra incursões eslavas. O castelo foi denominado Hammaburg, onde "burg" significa "castelo". A palavra "Hamma" é de origem incerta, no alto-alemão antigo hamma significa tanto “ângulo” quanto “pastagem". O ângulo podia se referir a um pedaço de terra ou a uma curva do rio. Entretanto, a língua ali falada possivelmente era o alto-alemão antigo, pois o baixo-saxão foi ali falado posteriormente. Outras teorias sustentam que o castelo recebeu o nome da vizinha floresta de Hamma, ou da vila de Hamm, posteriormente incorporada à cidade. Hamm como nome de localidade é comum em alemão, porém o seu significado preciso é igualmente incerto.

Mapa de Hamburgo em 1320

Em 834 Hamburgo foi designada sede de um bispado, cujo primeiro bispo, Ansgar, tornou-se conhecido como o Apóstolo do Norte. Em 845 uma frota de 600 navios vikings subiu o rio Elba e destruiu Hamburgo, na época um povoado de cerca de 500 habitantes. Dois anos depois, Hamburgo foi unida ao Arcebispado de Bremen como Bispado de Hamburgo-Bremen.

Em 983, a cidade foi destruída pelo Rei Mstivoj de Obodrites. Em 1030, a cidade foi incendiada pelo Rei Miecislau II da Polônia. Depois de outros ataques em 1066 e 1072 o Bispado mudou-se definitivamente para Bremen. Hamburgo sofreu vários incêndios de grande porte, principalmente os de 1284 e 1842.

Uma carta de 1189 do Rei Frederico I, o "Barba Ruiva" deu a Hamburgo o status de Cidade Livre Imperial e acesso livre de impostos do baixo Elba até o Mar do Norte. Esta carta, assim como a proximidade da cidade em relação às principais rotas de comércio dos mares do Norte e do Báltico, rapidamente tornaram-na um importante porto do norte da Europa. Sua aliança com Lübeck em 1241 marca o surgimento da liga de cidades comerciais conhecida como Liga Hanseática.

Em 1529 a cidade adotou o Luteranismo, e Hamburgo logo recebeu refugiados protestantes dos Países Baixos e da França. Hamburgo estava na época sob soberania dinamarquesa, ainda que pertencendo ao Sacro Império Germânico como Cidade Livre Imperial.

Século XIX

Hamburgo em 1811

Anexada durante curto período por Napoleão I (181014), Hamburgo sofreu consideravelmente durante sua última campanha na Alemanha, porém conseguiu unir forças para lutar contra ele, a Milícia dos Cidadãos de Hamburgo e a Legião Hanseática. A cidade foi sitiada por mais de um ano por forças aliadas (principalmente russas, suecas e alemãs). As forças russas, sob o comando do general Bennigsen finalmente libertaram a cidade em 1814. Durante a primeira metade do século XIX surgiu, principalmente na poesia [romantismo|romântica]] uma deusa padroeira com o nome latino de Hamburgo, Hammonia, Harmonia tornou-se o símbolo do espírito da cidade nesta época.

Em 1842, cerca de 1/4 da cidade foi destruída por um grande incêndio, que se iniciou na noite de 4 de maio e só foi extinto a 8 de maio daquele ano. O incêndio destruiu três igrejas, a prefeitura, e inúmeros outros prédios. Morreram 51 pessoas, e cerca de 20 000 ficaram desabrigadas. A reconstrução da cidade demorou mais de 40 anos.

Hamburgo experimentou seu mais rápido crescimento durante a segunda metade do século XIX quando a população mais do que quadruplicou, chegando aos 800 mil habitantes, à medida que o comércio marítimo transformou-a no terceiro maior porto da Europa.

Tendo Albert Ballin como seu diretor, a empresa Hamburg-America se tornou a maior empresa de navios transatlânticos do mundo na virada do século, e Hamburgo também se tornou sede de empresas que faziam linhas para a América do Sul, África, Índia e Extremo Oriente. Hamburgo tornou-se uma metrópole cosmopolita baseada no comércio mundial. Era também o porto para a maioria dos alemães e europeus do leste que emigravam para o Novo Mundo, e se tornou lar de comunidades comerciais de todo o mundo (como uma pequena Chinatown em Altona, Hamburg).

Século XX

Em 1903, surgiu ali o primeiro clube no mundo dedicado ao naturismo, o Freilichtpark,[3] aberto por Paul Zimmermann. Estava situado junto a um lago no sul da cidade formado pelo rio Alster, junto a uma praia fluvial.

Hamburgo em ruínas após bombardeio dos Aliados, durante a Segunda Guerra Mundial.

Em 1938 os limites da cidade foram ampliados com o Groß-Hamburg-Gesetz ou Ato da Grande Hamburgo, que incorporou Wandsbek, Harburg, Wilhelmsburg e Altona ao seu perímetro.

Durante a Segunda Guerra Mundial Hamburgo sofreu uma série de bombardeios devastadores, que mataram 42 000 civis. Por causa disto, e devido às novas diretrizes do zoneamento urbano da década de 1960, o centro da cidade perdeu muito de sua antiga arquitetura. De 1938 a 1945, um campo de concentração nazista foi estabelecido no distrito de Neuengamme. Alguns de seus prédios foram preservados, e o local hoje serve de memorial.

Após a Segunda Guerra Mundial a Alemanha perdeu as suas colônias e Hamburgo perdeu muitas de suas rotas comerciais. A Cortina de Ferro — apenas 50 km a leste da cidade — separou-a de muitas de suas rotas de acesso por terra, e assim reduziu seu comércio total. A 16 de fevereiro de 1962 uma severa tempestade no Mar do Norte causou uma rápida elevação do leito do Elba, inundando 1/5 da cidade e matando mais de 300 pessoas.

Após a reunificação alemã em 1990 e o acesso de alguns países do Báltico e do Leste Europeu à União Europeia em 2004, o porto de Hamburgo e a cidade passaram a ambicionar o retorno ao seu antigo prestígio, como o maior porto de águas profundas da região para navios transportadores de contentores, e o principal centro de comércio da região.

Geografia

Hamburgo localiza-se no ponto mais ao sul da Península da Jutlândia, diretamente entre a Europa continental ao sul, a Escandinávia ao norte, o Mar do Norte a oeste e o Mar Báltico a leste. Hamburgo fica no ponto onde o rio Elba encontra os rios Alster e Bille. A área central da cidade situa-se em volta do ‘’innenalster’’ ("Alster interior") e o ‘’Außenalster’’ ("Alster exterior") sendo ambos lagos formados pelo rio Alster. A ilha de Neuwerk e duas outras ilhas no Mar do Norte também fazem parte de Hamburgo, e formam o Parque Nacional Marítimo Hamburgo Wadden.

No distrito de Neugraben-Fischbek está o ponto mais alto de Hamburgo, o Hasselbrack, de 116,2 metros.[4]

Demografia

Mapa de Hamburgo

Em 31 de dezembro de 2006, havia 1 754 182 pessoas vivendo em Hamburgo em uma área de 755,3 quilômetros quadrados. A densidade populacional era de 2.322 hab./km².[5] A área metropolitana é o lar de cerca de 5 milhões de pessoas, que vivem em uma área de 19.000 km².[6]

Em 2006, a população era composta por 856 132 homens e 898 050 mulheres, sendo que para cada 1000 homens, havia 1049 mulheres. Houve também 16 089 nascimentos (dos quais 33,1% eram de mães solteiras), 6921 casamentos e 4583 divórcios na cidade. Cerca de 15,7% da população tinha até 18 anos de idade, enquanto 18,8% tinham 65 anos ou mais.[5]

Estimativas recentes colocam o número de pessoas de origem migrante em torno de 30% (515 000).[7] Os imigrantes vêm de 180 países diferentes, mas principalmente Turquia, Polônia e Afeganistão. Em 1999, havia 910 304 famílias, das quais 18,9% tinham filhos de até 18 anos; 47,9% de todas as casas eram compostos por solteiros.[8]

Cultura

A Chilehaus

Arquitetura

Hamburgo tem importantes exemplos de arquitetura em prédios de variados estilos. Há apenas uns poucos arranha-céus. Igrejas como a de São Nicolau, o mais alto edifício do século XIX, são importantes marcos. No horizonte de Hamburgo vislumbram-se as cúpulas das principais igrejas (Hauptkirchen) (São Miguel, São Pedro, São Tiago e Santa Catarina) cobertas por grandes telhados de cobre.

Os muitos canais de Hamburgo são cruzados por mais de 2500 pontes, mais do que Amesterdão e Veneza somadas. Hamburgo tem mais pontes em seu perímetro urbano que qualquer outra cidade no mundo. As pontes Köhlbrandbrücke, Freihafen Elbbrücken e Lombardsbrücke são importantes vias de tráfego. O norte e o sul da cidade também são conectados por túneis, destacando-se o túnel sobre o Elba construído em 1911 (hoje um ponto turístico) e o túnel sobre o Elba de 1975, que é parte da via expressa Bundesautobahn 7.[9]

A prefeitura é um edifício neo-renascentista ricamente decorado e concluído em 1896. Com sua torre de 112 metros de altura, é o mais alto edifício-sede de prefeitura da Europa. Em sua fachada há imagens dos imperadores do Sacro Império Romano-Germânico, pois Hamburgo, como Cidade Livre Imperial, esteve sob sua soberania.[10] O edifício Chilehaus, de 1922 tem a forma de um navio transatlântico, e foi desenhado pelo arquiteto Fritz Höger.

Panorama de Hamburgo

Ver também

Referências

  1. Constitution of Hamburg Verfassung der Freien und Hansestadt Hamburg (em alemão) 11th ed. , 6 de junho de 1952, consultado em 21 de setembro de 2008 
  2. «Europe's largest cities». City Mayors Statistics. Consultado em 29 de dezembro de 2009 
  3. Richard Ungewitter (German author) - Britannica Online Encyclopedia
  4. Geologisches Landesamt Hamburg (Departamento de geologia de Hamburgo)
  5. a b Staff (2007), Statistisches Jahrbuch 2007/2008, Hamburg: Statistical office Hamburg and Schleswig-Holstein (Statistisches Amt für Hamburg und Schleswig-Holstein), ISSN 1614-8045 (em alemão) 
  6. Hamburg Metropolitan Area fact sheet (PDF), Office of Statistics for Hamburg and Schleswig-Holstein (Statistisches Amt für Hamburg und Schleswig-Holstein), consultado em 4 de agosto de 2008, cópia arquivada (PDF) em 19 de outubro de 2007 
  7. http://www.statistik-nord.de/uploads/tx_standocuments/SI_SPEZIAL_VII_2011.pdf
  8. Selectable data base: Source: Residents registration office, Regionalergebnisse (em alemão), Statistical office Hamburg and Schleswig-Holstein, consultado em 16 de junho de 2008 
  9. Hamburger Abendblatt: Elbe ohne e - Buchstaben fallen weg 10 de agosto de 2002 http://www.abendblatt.de Acessado 11 de agosto de 2008
  10. Eike Manfred Buba: Auf dem Rathausmarkt 1998 Hamburgo website Acessado a 13 de agosto de 2008 (em alemão)

Bibliografia

Jorun Poettering, Handel, Nation und Religion. Kaufleute zwischen Hamburg und Portugal im 17. Jahrhundert, Göttingen, Vandenhoeck & Ruprecht, 2013, 978-3-525-31022-9.

Ligações externas

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