Leonor de Lencastre

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Leonor
Leonor de Lencastre
Ilustração do conde e condessa de Arundel feita em 1785 por James Basire, hoje localizada na National Portrait Gallery, em Londres.
Condessa de Arundel
Reinado 5 de fevereiro de 134511 de janeiro de 1372
Antecessor(a) Alice de Warenne
Sucessor(a) Isabel de Bohun
Senhora Beaumont
Reinado Antes de junho de 133714 de abril de 1342
Predecessor(a) Alice Comyn
Sucessor(a) Margarida de Vere
 
Nascimento 1318
Morte 11 de janeiro de 1372 (54 anos)
  Castelo de Arundel, West Sussex, Reino da Inglaterra
Sepultado em Priorado de Lewes ou Catedral de Chichester
Cônjuge João de Beaumont, 2.º Barão Beaumont
Ricardo Fitzalan, 3.º Conde de Arundel
Descendência Henrique Beaumont, 3.° Barão Beaumont
Edmundo Fitzalan
Ricardo Fitzalan, 4.º Conde de Arundel
Joana, Condessa de Hereford
Alice, Condessa de Kent
João Fitzalan, 1.° Barão Arundel
Thomas Arundel, Arcebispo da Cantuária
Maria Fitzalan
Leonor Fitzalan
Casa Lencastre
Brienne (por casamento)
Fitzalan (por casamento)
Pai Henrique, 3.º Conde de Lencastre
Mãe Matilde Chaworth

Leonor de Lencastre também chamada de Leonor Plantageneta (1318Castelo de Arundel, 11 de janeiro de 1372)[1][2] foi uma nobre inglesa. Ela foi senhora Beaumont pelo seu primeiro casamento João de Beaumont, 2.º Barão Beaumont, e condessa de Arundel pelo seu segundo casamento com Ricardo Fitzalan, 3.º Conde de Arundel. Descendente de reis ingleses, Leonor também foi ancestral de vários outros reis de Inglaterra através de suas filhas Joana e Alice: Henrique V, Eduardo IV, Ricardo III, Eduardo V, e os subsequentes reis da Casa de Tudor a partir de Henrique VII, além de bisavó da rainha consorte da Escócia, Joana Beaufort.

Família[editar | editar código-fonte]

Leonor foi a quinta filha, sexta e penúltima criança nascida de Henrique, 3.º Conde de Lencastre, um dos principais responsáveis pela deposição do primo, o rei Eduardo II de Inglaterra, e de Matilde Chaworth.

Os seus avós paternos foram Edmundo Crouchback, o fundador da Dinastia de Lencastre, e Branca de Artésia, sendo que Edmundo era filho do rei Henrique III de Inglaterra e de Leonor da Provença. Os seus avós maternos foram Patrício de Chaworth, Senhor de Kidwelly no País de Gales, e Isabel de Beauchamp. Patrício foi o primeiro marido de Isabel, porém, pelo segundo casamento, ela foi mãe de Hugo Despenser, o Jovem, o favorito do rei Eduardo II de Inglaterra, portanto Matilde de Chaworth, mãe de Leonor, era a sua meia-irmã.

Leonor teve cinco irmãos mais velhos: Henrique de Grosmont, 1.º Duque de Lencastre, pai de Branca de Lencastre, que foi a primeira esposa do duque João de Gante, filho do rei Eduardo III de Inglaterra; Branca, esposa de Tomás Wake, 2.° Barão Wake de Liddell; Matilde, que foi avó de Filipa Plantageneta, 5.ª Condessa de Ulster, que fez parte da linha sucessória do rei Ricardo II de Inglaterra; Joana, esposa de João de Mowbray, 4.° Barão Mowbray, e Isabel, abadessa de Amesbury. A sua irmã mais nova foi Maria, casada com Henrique Percy, 3.° Barão Percy.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Em 1339, Leonor recebeu os direitos às terras e ao casamento de João Botetourt, durante a sua menoridade. [3]

Na década de 1330, ela se tornou dama de companhia da rainha Filipa de Hainault, esposa do rei Eduardo III de Inglaterra.[3] Em 1341, lhe foi concedida uma anuidade de £100 pelos serviços prestados a rainha.[3] Naquele mesmo ano, ela também recebeu direito de caçar nas florestas reais da Inglaterra. Portanto, toda vez que ela passasse pelas florestas, parques e labirintos pertencentes ao rei, ela podia caçar ali com os seus galgos, e levar embora consigo qualquer veado que capturasse.[4]

Em alguma data anterior a junho de 1337, Leonor se casou com João de Beaumont, filho de Henrique de Beaumont e de Alice Comyn. Eles tiveram apenas um filho, Henrique, que sucedeu ao pai como barão. Henrique nasceu em Brabante, enquanto Leonor servia a rainha Filipa. O barão João faleceu num torneio em 14 de abril de 1342. Viúva, ela herdou terras em Berkshire, Lincolnshire e Oxfordshire.[3]

Em 1343, Leonor e seus herdeiros receberam permissão real para caçar em todas as terras dela na vila de Seacourt, Berkshire e na vila de Tackley, em Oxfordshire.[4]

Em dezembro de 1343, Leonor apresentou uma queixa sobre perturbadores que roubaram oito de seus cavalos, que valiam £40 em Towcester, em Northamptonshire, além de terem roubado os seus bens, e atacado os seus servos. Em março de 1344, advogados foram indicados para tratar de seus assuntos, enquanto ela partiu para uma peregrinação para Santiago de Compostela.[4][3]

Desde quando o seu marido estava vivo, Leonor vivia com o seu futuro segundo marido, o conde Ricardo Fitzalan, em adultério.[1] Ele era filho de Edmundo Fitzalan, 2.º Conde de Arundel e de Alice de Warenne.

Anos depois, em 5 de fevereiro de 1345, quando Leonor tinha cerca de 27 anos, ela se casou com o conde de Arundel, na Igreja de Ditton, na vila de Stoke Poges, no condado inglês de Buckinghamshire.[1]

O primeiro casamento de Ricardo com Isabel Despenser, filha de Hugo Despenser, o Jovem, meio-tio de Leonor, tinha ocorrido quando eles eram crianças. A união foi anulada por mandato Papal, pois, desde que o pai dela sofreu confisco de bens e foi executado, ela deixou de ser importante para o conde. O Papa Clemente VII, portanto, anulou o casamento de Ricardo e Isabel, e deu a dispensa papal necessária (pois Leonor e Isabel eram primas) para o casamento de Leonor e Ricardo após o fato, em 4 de março de 1345.

Em 1345, ela foi nomeada como Leonor, Condessa de Arundel no testamento de seu pai, Henrique.[3]

Em 1364 e em 1366, a condessa recebeu permissão do Papa para entrar nos mosteiros das Minoressas uma vez por ano, acompanhada de quatro matronas honeste de quarenta ou mais anos de idade.[3]

O casal teve oito filhos. A condessa também foi madrasta dos dois filhos do primeiro casamento do marido, Edmundo e Maria.

Sepultura[editar | editar código-fonte]

Leonor morreu em 11 de janeiro de 1372, com aproximadamente 53 anos de idade, e foi enterrada no Priorado de Lewes, em East Sussex. [5] Quando Ricardo morreu em 1376, ele tinha optado no seu testamento por ser sepultado ao lado da esposa. Porém, existem monumentos de efígies representando o casal na Catedral de Chichester, que são o tema do poema An Arundel Tomb, escrito em 1956, por Philip Larkin. Apesar disso, há a possibilidade que os dois não tenham sido reenterrados na Catedral, com os seus corpos ainda enterrados no Priorado, permanecendo apenas as tumbas vazias na Catedral de Chichester, servindo, na realidade, como um memorial.

A tumba de Arundel na Catedral de Chichester.

A placa na Catedral conta com os seguintes dizeres sobre o memorial: "A figura representa Ricardo Fitzalan, 3.º Conde de Arundel (ca 1307-1376) e sua segunda esposa Leonor, que, de acordo com o seu testamento de 1376, deveriam ser enterrados juntos "sem pompa" na sala do capítulo do Priorado de Lewes. A armadura e traje sugerem uma data próxima a 1375; a atitude do cavaleiro é típica daquela época, mas, as pernas cruzadas da senhora, dando o efeito de que está virada para o marido, são raras. As mãos dadas foram consideradas parte da "restauração" de Edward Richardson (1812-69), contudo, uma pesquisa recente demonstrou que as características são originais. Caso seja, o monumento deve ser um dos mais antigos mostrando a concessão de afeto onde o marido era um cavalheiro, e não um civil."

Descendência[editar | editar código-fonte]

Primeiro casamento[editar | editar código-fonte]

Segundo casamento[editar | editar código-fonte]

Ancestrais[editar | editar código-fonte]

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Referências